Um encontro além das expectativas




22 de outubro de 2016 0

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A programação do último dia do 9º Simpósio de Cosmiatria e Laser da SBD e 3º TeraRio, neste sábado (22), no Rio de Janeiro, contou com 17 palestras distribuídas em cinco blocos. O debate teve início às 8h com o bloco de Laser que abordou os temas “Laser na gestação”; “Genitália feminina: tratamento estético e funcional e o laser e a mulher menopausada” e “Tratamentos corporais (celulite, estrias, flacidez)”. Os assuntos geraram movimentação bastante intensa entre debatedores e plateia, que discutiram os temas com grande competência.

“Com relação aos tratamentos corporais existentes, podemos dizer que eles evoluíram muito. Mas para quem vai iniciar, é muito importante checar as informações das empresas com colegas mais experientes, pois as fotos que muitas dessas nos apresentam, mostram ‘milagres’ e não a realidade, principalmente em relação à celulite e flacidez corporal. Também não há mais dúvidas de que para tratamentos corporais é muito importante a associação, tanto de diferentes tecnologias quanto de outros métodos, como aplicação de ácido polilático e outras técnicas para melhorar os resultados”, considera Roberto Mattos, do Departamento de Laser da SBD.

Na sequência, no bloco do TeraRio, um auditório participativo assistiu as aulas “Grupos farmacológicos: doses, efeitos colaterais e interações medicamentosas – carbamazepina, amitriptilina, gabapentina e pregabalina”; “Manejo do prurido”; “Manejo da dor neuropática”; e “Neuralgia pós-herpética: prevenção e tratamento”, aula que contou com a participação do anestesiologista e clínico da dor, Paulo Renato Fonseca.

“Esse bloco do TeraRio foi superinteressante e requisitado, com uma participação ativa da plateia, que utilizou nossa ferramenta de Whatsapp para o envio de diversas perguntas para os debatedores da mesa. A presença de um especialista de outra área também estimulou bastante o interesse e a participação de todos”, comenta o coordenador do TeraRio Egon Daxbracher, que proferiu aula de manejo da dor neuropática. “Para o dermatologista, é importante o domínio desse assunto, pois muitas vezes nos deparamos com algumas situações em que é importante saber manejar, ainda que inicialmente, a conduta para o alívio das dores do nosso paciente”, disse.

O dermatologista Geraldo Magela comandou a sessão de Cosmiatria, a última da manhã, sobre os desafios do melasma, as indicações dos fios de sustentação e o uso da isotretinoina oral (principal droga para o tratamento de espinhas) como ferramenta terapêutica utilizada por dermatologistas para o controle do fotoenvelhecimento. “No caso do uso da isotretinoina oral no fotoenvelhecimento, a substância precisa ser ministrada com cautela, porque é uma droga com altas chances de causar defeitos fetais, caso seja aplicada durante a gestação. As pessoas com idade mais avançada também podem sofrer efeitos colaterais, por causa da função hepática e do metabolismo dos lipídeos (um dos riscos do tratamento via oral com a isotretinoina é o mal funcionamento do fígado). Tudo que existe na literatura a respeito de eficácia e segurança da isotretinoina oral se refere a acne, portanto são necessários mais trabalhos para comprovar a sua eficácia”, enfatiza Edileia Bagatin, do Departamento de Cosmiatria da SBD.

 

MAIS TÓPICOS DA PROGRAMAÇÃO

Na parte da tarde, uma seleção de renomados especialistas discutiu as principais questões científicas que envolvem as áreas de laser e terapias dermatológicas. No bloco de Laser, sob a coordenação de Celia Vitello Kalil, foram debatidas as formas de evitar e tratar complicações em laser, como lesões vasculares, pigmentadas e tatuagem; o tratamento do melasma com radiofrequência microagulhada e/ou drug delivery; e desafios no laser.  

“Esses três blocos de discussão foram bastante produtivos, com aulas que trouxeram muitas novidades, principalmente em relação a combinações de tratamento além do clínico, de doenças como o melasma, as atualizações que estão surgindo para os tratamentos de estrias e as cicatrizes e as complicações do uso de lasers com técnicas inadequadas. Mostrou-se como o laser é usado na correção das consequências em geral e a gama de aparelhos que o mercado oferece, além da necessidade de se conhecer a luz para o bom uso”, relata Celia Kalil.

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O bloco TeraRio, sob a coordenação de Flavio Luz (presidente da SBD-RJ), Ana Luisa Sampaio e Marcio Serra encerrou a programação científica do encontro. Até as 17h30, convidados apresentaram e discutiram com a plateia temas, como “Pitiríase liquenoide”; “Vitiligo”; “Onicocriptose/granuloma piogênico”; e “Olheiras”. Para o dermatologista Flávio Luz, a parceria entre SBD Nacional e Regional deu certo. O médico ressaltou que a conjugação de esforços para a realização de eventos entre a SBD Nacional e as Regionais, contribui para que o associado tenha uma atualização de alta qualidade, prática e econômica.

“Nesse evento tivemos uma conjunção muito harmônica de eventos e de temas e percebemos que o público ficou muito satisfeito, se sentindo bem informado e atualizado. Esperamos que esse modelo seja cada vez mais implementado e utilizado, para racionalizar os recursos e facilitar a vida do dermatologista”, frisa.

Para o presidente da SBD, Gabriel Gontijo, o sucesso do evento conjunto mostra a integração e a força do Sistema SBD, composto pela Nacional e suas Regionais. “Somos a favor de uma agenda científica racional, com a redução do custo do associado na participação de eventos e diminuição da pulverização do investimento da indústria farmacêutica. Repetindo o sucesso obtido no Simpósio de Cosmiatria e Laser realizado conjuntamente com a Radesp, no ano passado, unimos nossas forças com a SBD-RJ para a realização desse evento de altíssimo nível científico, que permitiu ao congressista uma boa atualização de conhecimentos em cosmiatria, laser e clínica fazendo valer o fortalecimento do Sistema SBD”.

O 9º Simpósio de Cosmiatria e Laser da SBD e 3º TeraRio foram realizados conjuntamente pela primeira vez, de 20 a 22 de outubro, no Hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.


21 de outubro de 2016 0

O bloco sobre cosmiatria composto pelos debatedores Maria de Fátima Melo Borges (MG), Geraldo Magela Magalhães (MG) e Vinícius de Oliveira (SP) iniciou os trabalhos do 9º Simpósio de Cosmiatria e Laser e 3º TeraRio na manhã do dia 21. Coordenado pelo dermatologista Carlos Roberto Antonio (SP) a sessão retratou para um público atento os temas “Cosmecêuticos: mitos e verdades”, “Glicação e radicais livres: verdadeiro papel no envelhecimento”, que são dois dos inúmeros mecanismos do fotoenvelhecimento, e “Toxinas botulínicas tipo A disponíveis no mercado: comparando eficácia e segurança à luz de evidências científicas”. O segundo bloco do dia abordou doenças mais comuns no consultório. Nele, os experts cariocas mostraram quais condutas utilizam para o tratamento de eczemas das mãos, pediculose e escabiose, pitiríase versicolor recidivante e hipercromia das dobras.

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Temas diversos

A programação da tarde foi preenchida por três mesas: de laser, teraRio e cosmiatria. Os assuntos abordados em cosmiatria foram os vários tipos de preenchedores disponíveis no mercado; os peelings químicos; e o tratamento por via oral do fotoenvelhecimento, tema considerado bastante polêmico, com muita controvérsia e poucas evidências de eficácia e até de segurança. “O programa da cosmiatria está bem enxuto com poucos tópicos, mas todos eles abordados de uma forma robusta, com maior profundidade e tempo de apresentação pelos palestrantes e de discussão com a plateia, que tem participado ativamente, fazendo muitas perguntas e comentários. Isso está sendo bastante interessante. As pessoas estão elogiando o formato prático do encontro, uma vez que dessa forma é possível abordar esses temas, alguns polêmicos, algumas novidades e atualizações, de uma forma mais profunda, com mais embasamento cientifico e com a participação dos congressistas por meio de perguntas e comentários”, disse a coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD, Edileia Bagatin.

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No bloco de laser, sob a coordenação de Paulo Barbosa, discutiu-se o tratamento da alopecia androgenética com infusão transdérmica de fármacos; o rejuvenescimento facial total associado a tecnologias; e laser fracionados ablativos e não ablativos, ultrassom microfocado para o rejuvenescimento, cicatrizes, estrias. “Uns dos assuntos que estão em voga e que foram discutidos nas aulas de hoje é a radiofrequência microagulhada como opção de tratamento ao laser de CO2 fracionado. Também foi comentado bastante sobre o laser 2940nm, que é um laser fracionado ablativo, que atua na superfície externa da pele, promovendo uma melhora da textura, dos poros e das rugas finas, além dos novos tratamentos de laser de CO2 para rejuvenescimento vaginal, com comentários elogiosos das dermatologistas Lais Rezende, Gabrielle Adames e Michele Souza”, destaca o coordenador do Departamento de Laser da SBD, Paulo Barbosa.

Com mais tempo para o debate e comentários entre palestrantes e plateia, a coordenadora do 3º TeraRio, Ana Luisa Sampaio, frisa que o encontro deste ano está sendo melhor do que nos anos anteriores. “Como organizadores, decidimos aumentar o tempo de discussão e a plateia está interagindo bem mais. O fato de termos disponibilizado as perguntas por mensagem de telefone ajudou a dar privacidade a quem pergunta e a deixar todos encabulados na hora de tirar suas dúvidas. Mesmo os temas bastante comuns estão rendendo discussões enriquecedoras de práticas do dia a dia e peculiaridades de condutas individuais dos médicos”, afirma a dermatologista que hoje ministrou aula sobre as novidades científicas dos antimaláricos, mostrando sua experiência com esses medicamentos.

“Acho que atingi o objetivo com a aula. E amanhã tem mais TeraRio com dois blocos excelentes e distintas: ‘Atualização terapêutica: prurido e dor neuropática’ e ‘Várias condutas para um paciente’”. Mais de 700 dermatologistas do Rio e de outros estados participam deste encontro conjunto realizado pela primeira vez entre a SBD Nacional e a SBD-RJ, mostrando que a união e o respeito mútuo alcançado pelas entidades é o caminho para o desenvolvimento crescente da dermatologia brasileira.


20 de outubro de 2016 0

Começou nesta quinta-feira (20) e vai até sábado (22) o 9º Simpósio de Cosmiatria e Laser da SBD em paralelo com o 3º TeraRio da SBD-RJ, na Barra da Tijuca (RJ). São esperados cerca de 700 especialistas do Rio e do Brasil para atualização científica nos diversos campos de atuação da dermatologia (clínica, cosmiátrica, cirúrgica e investigativa). A parte da manhã foi dedicada a três cursos pré-simpósio: “Toxina botulínica”, “Abordagem volumétrica o rejuvenescimento facial” e “Cosmiatria de cabelos e unhas”. Neste último, sob coordenação das dermatologistas Tatiana Aline, Denise Steiner e Tatiana Villas Boas Gabbi, foram apresentados e debatidos os aspectos cosmiátricos dos cabelos e unhas, fornecendo ao público informações técnicas de procedimentos e produtos utilizados nos salões de beleza.

“O curso estava bastante cheio e todas as pessoas bastante interessadas, com aulas de excelente qualidade que abordaram todos os tipos de produtos para o cabelo, quais características, para que servem, entre outros tópicos. Foram mostrados os tipos de shampoo, de condicionador, de tintura, e quais são contraindicados em determinadas situações, como a gravidez e a lactação”, menciona a ex-presidente da SBD, Denise Steiner. Outro assunto tratado nesse curso foi o envelhecimento capilar: quais os fatores que interferem o envelhecimento do cabelo, o cabelo branco, o processo de oxidação, no quanto que o sol e o fumo interferem nesse tipo de envelhecimento, a parte nutricional, as características da alopecia do idoso e os tipos de tratamento.

“Além disso, houve outras aulas interessantes, como a da Dra. Bruna Duque Estrada sobre couro cabeludo sensível e problemas como dermatite de contato, a microinflamação, alterações iniciais do líquen plano no couro cabeludo, que se confunde muito com a calvície. A Dra. Andreia Serra proferiu uma aula sobre os nutracêuticos, abordando os tipos de vitamina para o cabelo, como deve ser indicado e, por fim, a Dra. Tatiana Gabbi falou sobre unhas fracas e seus tratamentos, mencionando as novidades, como os esmaltes em gel. “As pessoas se interessaram muito pelo assunto e ficaram até o final nos fazendo perguntas. Notamos que o estudo do cabelo está se consolidando em uma área de destaque na dermatologia”, disse Denise Steiner.

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O presidente da SBD, Gabriel Gontijo, na apresentação do bloco “Pérola em laser e outras tecnologias”, coordenado por Paulo Barbosa e Valéria Campos, do Departamento de Laser da SBD Ao longo da tarde, os presentes conferiram três blocos dinâmicos e interativos com uma hora e meia de duração cada, – sendo cerca de 30 minutos destinados a perguntas e discussão com a plateia –, com a apresentação de temas como “Rosácea ocular, hordéolo, calázio”, com a presença da oftalmologista convidada, Luciana Albuquerque; “Acne neonatal e da infância”; “Dermatite seborreica”; “Pérolas em laser e outras tecnologias”; “Tratamento da gordura localizada e flacidez”; “Acne da mulher adulta x hiperandrogenismo x síndrome metabólica” e “Drug delivery”.

 

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Auditório lotado mostra a importância dos temas retratados no evento


19 de outubro de 2016 0

Melhorar o acesso à informação sobre a psoríase e, consequentemente, elevar o acesso ao tratamento médico adequado. Este é o principal mote da Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, que acontece neste mês de outubro, segundo o dermatologista e coordenador da ação, Dr. Marcelo Arnone, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A seguir, ele fala sobre a Campanha e seus focos de atuação.  

Qual o principal foco da mobilização do Dia Mundial da Psoríase (29 de outubro) no ano de 2016?

O mesmo dos anos anteriores: levar informação para que as pessoas conheçam mais sobre a doença e, dessa maneira, motivar os portadores a procurar tratamento médico.

Há iniciativas voltadas a públicos específicos, como as comunidades médica e da saúde ou o decisor político?

Queremos chamar atenção e aumentar o conhecimento da população sobre a psoríase, não só entre os portadores, e assim aumentar o diagnóstico sobre a doença. Se ampliarmos esse conhecimento, aumentaremos as possibilidades de tratamento, incentivando os portadores e as próprias famílias a procurar um dermatologista. Queremos mostrar ao paciente que tem sua qualidade de vida afetada pela doença que ele pode se beneficiar de um tratamento adequado. Nos casos de pacientes com lesões de moderada a grave, queremos mostrar também que existem necessidades de tratamento que hoje não são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Quais são essas necessidades? 

Um dos tratamentos para psoríase de moderada a grave é a fototerapia (com uso de luz ultravioleta), oferecida em muito poucos locais. Essa é uma das coisas que precisam melhorar. A outra é que, hoje, utilizamos basicamente três medicamentos com os quais conseguimos tratar grande parte dos pacientes. Porém, há uma parcela que necessita de outros medicamentos, os imunobiológicos, que não são fornecidos pelo SUS para a psoríase, apenas para portadores de outras doenças, como a própria artrite psoriásica.

Quais as principais frentes de mobilização para a informação chegar na sociedade?

Nos últimos anos, no dia mundial da Psoríase, 29 de outubro, havia mobilizações feitas em hospitais ou locais públicos em que os médicos levavam panfletos para sensibilizar a população circulante no local. Esse formato ficou ultrapassado com as ferramentas de comunicação digital. Agora, além das redes sociais, temos o site www.psoriasetemtratamento.com.br. Por meio dessas ações e ferramentas a gente tenta fazer com que a informação se propague digitalmente.


19 de outubro de 2016 0

Presidente da ONG Psoríase Brasil desde 2015, Gladis Lima, destaca a importância do papel das campanhas de conscientização no combate e na oferta de informações sobre a enfermidade. Na entrevista a seguir, lista as ações que serão realizadas na Campanha de 2016.  

Como avalia o resultado das campanhas anteriores?

Há um saldo bastante positivo,  houve uma grande mudança. Hoje, já há muito mais informação, há mais especialistas voltados à doença, muito mais pesquisas. São resultados muito bons nesse tipo de ação de combate ao preconceito e à discriminação.

Qual o diferencial da campanha deste ano? Irá focar algum aspecto ou público em especial?

Neste ano, nosso foco é a questão da dificuldade de acesso ao tratamento que o paciente tem na rede pública.  A psoríase continua sendo uma doença sem importância para o poder público, desprezada e invisível. Faremos ações de conscientização voltadas principalmente a parlamentares, em Brasília. Mostraremos a necessidade de criação de um programa de atenção à saúde do paciente, que sofre inúmeros prejuízos à sua qualidade de vida, seja em virtude de diagnósticos incorretos ou tardios, seja pela falta de acesso ao tratamento. Em 2014, a psoríase foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica grave, incapacitante, para qual ainda não há cura. O Relatório da OMS destaca que grande parte do sofrimento causado pela doença pode ser evitado com acesso ao diagnóstico inicial e tratamento adequado. Mas, mesmo sendo signatário, o governo brasileiro ainda não implementou a resolução.

Quais ações estão previstas?

Nos dias 25, 26 e 27 de outubro, a Psoríase Brasil e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, estarão no Espaço Mario Covas, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Instalaremos uma tela de LED e apresentaremos um vídeo da campanha e outros com dados sobre a doença, para chamar a atenção dos parlamentares e do público em geral. Haverá também um simpósio, com especialistas, pacientes e representantes da Associação e da SBD, a ser realizado no Congresso, no dia 27 de outubro, numa sala de comissões. O tema é ?Entendendo a psoríase e desmistificando conceitos. Novas perspectivas de tratamento da doença e como alavancar qualidade na vida desses pacientes.?


19 de outubro de 2016 0

Os pacientes que sofrem com a artrite psoriásica – doença inflamatória que atinge as articulações e que afeta de 10 a 20% dos pacientes com psoríase – já têm uma nova opção mais eficaz para o tratamento da afecção. No último mês de junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou duas novas indicações de medicamentos biológicos que inibem a progressão radiográfica da artrite psoriásica em 84% dos pacientes. Estima-se que cerca de 900 mil pessoas sejam portadoras de artrite psoriásica no Brasil. Os novos medicamentos, de síntese biológica, inibem a proteína IL-17A, que tem papel chave no processo inflamatório da doença.

Em dezembro de 2015, já haviam sido aprovados para o tratamento de pacientes com psoríase de moderada a grave. Os medicamentos biológicos são produzidos por biossíntese em células vivas, diferentemente dos medicamentos sintéticos, produzidos por síntese química. Os medicamentos biológicos têm se constituído em grande fonte de novas soluções para diversas doenças, para muitas das quais as terapias tradicionais não têm apresentado respostas adequadas.

Segundo a dermatologista Cláudia Pires Amaral Maia, da SBD, os medicamentos dessa natureza são uma tendência em diversos ramos da medicina. "A cada ano surgem novas opções terapêuticas nesta classe de remédios, fruto de entendimento cada vez maior do mecanismo molecular das doenças", explica. Ela, no entanto, faz um alerta:  "A Anvisa tem liberado medicamentos imunobiológicos para a artrite, mas o que temos de ter em mente é que o uso dessas opções depende muito do quadro do paciente e das comorbidades associadas. Os medicamentos são bastante efetivos, mas têm efeitos colaterais que precisam ser avaliados criteriosamente pelo médico que está assistindo o paciente". 


19 de outubro de 2016 0

A psoríase é uma doença inflamatória da pele, de evolução crônica e não contagiosa. Manifesta-se em diversos graus, do mais leve ao grave, passando pelo moderado. Em função de seu caráter sistêmico, suas manifestações podem ir muito além das lesões de pele que a tornam tão evidente. Ela é associada a diversas comorbidades, incluindo alterações articulares e do sistema cardiovascular. A manifestação extracutânea mais recorrente é a artrite psoriásica, que alguns especialistas não classificam exatamente como comorbidade, mas como uma manifestação da própria enfermidade.

'Considero uma manifestação da doença, pois o componente imunológico é o mesmo, a agressão que acontece na pele é a mesma que acontece na articulação. O resto é tudo consequência", avalia o dr. Paulo Oldani Felix, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

Já a comorbidade considera doenças que acontecem juntas e aparecem com uma incidência maior numa determinada população. Nesse grupo de comorbidades estão incluídos hipertensão, diabetes e obesidade – trio que forma a chamada síndrome metabólica, cuja manifestação aumenta exponencialmente o fator de risco cardiovascular. A psoríase também está relacionada à depressão, alcoolismo, tabagismo, a alguns tipos de câncer ? de pulmão, de faringe, além de doenças inflamatórias intestinais, como retrocolite interativa, cuja incidência é bem maior na população com psoríase e vice-versa.

Segundo Ricardo Romiti, coordenador do Grupo de Psoríase da SBD, no passado se classificava a psoríase como uma doença exclusiva da pele e das articulações. Na atualidade, sabemos que principalmente as formas ditas moderada a grave da psoríase possuem alta associação com outras manifestações. Torna-se essencial que o paciente com psoríase seja periodicamente investigado quanto aos níveis pressóricos e glicêmicos, avaliação dos índices de colesterol e triglicérides bem como monitorização do sistema cardiovascular.

Hábitos de vida saudável, evitar vícios como cigarro e etilismo e manter o corpo em forma são também essenciais para o bem-estar do paciente com psoríase.


19 de outubro de 2016 0

Quando descobriu que estava com psoríase, o hoje aposentado Alexandre Altamari já havia tratado de seu problema por cinco anos, com o diagnóstico inicial de micose de unha. "As escamações já tinham se espalhado para outros lugares do corpo", relembra ele. Hoje, aos 73 anos, depois de passar por muitos médicos, a doença está sob controle. Apesar de o diagnóstico da psoríase não ser dos mais complexos, muitas vezes não é feito por falta de informação sobre a doença ou pelo fato de as lesões serem confundidas com outras enfermidades, como alergias, dermatites diversas e até mesmo a caspa.

Segundo o dermatologista Ricardo Romiti, coordenador do Grupo de Psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o dermatologista é o profissional indicado para realizar o diagnóstico de psoríase e afastar outras doenças que podem se assemelhar ao quadro, como micoses e alergias.

"Normalmente, o diagnóstico é feito pelas características clínicas, mas às vezes é necessário realizar uma biopsia. As lesões geralmente são avermelhadas e descamativas, afetando principalmente áreas como cotovelos e joelhos. Mas podem estar em qualquer parte do corpo, como no couro cabeludo", reforça Cláudia Pires Amaral Maia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Além dessas áreas, os pés, mãos, unhas e região genital também podem ser afetados. A psoríase é uma doença crônica, inflamatória, não contagiosa e com gravidade variável. Pode apresentar formas mais leves, de mais fácil tratamento, a moderadas e graves, que podem atingir até mesmo as articulações (artrite psoriásica). Outro problema é que muitas vezes o diagnóstico da psoríase não é valorizado, pelo fato de a doença ser vista apenas como uma doença emocional, que só causa problema estético, lembra o dermatologista Paulo Oldani Felix, também da SBD. "A noção de que a psoríase é uma doença sistêmica é relativamente nova. Mas o processo inflamatório não acontece só na pele, acontece no corpo todo. As substâncias produzidas em decorrência do processo inflamatório na pele caem na corrente sanguínea e agem em outros órgãos também", esclarece Oldani.

Doenças como hipertensão e diabetes, por exemplo, têm mecanismo imunológico parecido e acabam se associando umas às outras. Por esses motivos, é de vital importância que o paciente tenha um diagnóstico correto o mais cedo possível, o que possibilita o tratamento correto e uma vida pessoal e social mais saudável.


19 de outubro de 2016 0

Há cerca de seis anos, a rotina da secretária aposentada Cibeli Sampaio, de 76 anos, foi afetada pela descoberta de que estava com psoríase. Muito ativa, o aparecimento das lesões nas pernas e braços fez com que ela deixasse temporariamente algumas atividades que fazia regularmente. "Parei de ir à hidroginástica e passei a andar sempre de calça comprida, para evitar os olhares e o preconceito de quem desconhece a doença", relembra. Bem mais frequente do que se imagina, a psoríase afeta cerca de 3% da população mundial. É uma doença crônica, autoimune, não contagiosa e de caráter sistêmico, afetando o sistema imunológico como um todo, e não apenas a pele. Pode estar associada a várias outras doenças que potencializam umas às outras, como depressão, tabagismo e alcoolismo.

Como mostra o caso de Cibeli, o fator aparente da doença e a reação dos outros em função do desconhecimento podem levar a pessoa não só a esconder-se sob as roupas, mas também a tornar-se mais reclusa, em prejuízo de sua vida afetiva e social. Esse processo acaba por alimentar um quadro depressivo. "Os pacientes carregam um sofrimento muito grande, pois têm lesões em áreas aparentes, como braços, pernas, couro cabeludo, rosto, e sentem que existe um preconceito. E não é algo com o qual se vá conviver por alguns dias, a cura pode demorar meses ou anos, o que provoca um impacto psicossocial negativo muito importante. A pessoa se isola, deixa de praticar atividades físicas, de lazer, o que atrapalha o convívio, as relações interpessoais. Isso traz um sofrimento muito grande", relata Marcelo Arnone, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, com larga experiência no atendimento a pacientes com psoríase.

O ideal, diz ele, seria que houvesse uma equipe multidisciplinar, com um psicólogo, para que esse lado também pudesse ser atendido. Mas, reconhece, isso é muito difícil, em especial na rede pública, em que a luta do momento é para o reconhecimento da Resolução de 2014 da OMS e a liberação pelo SUS de tratamentos com melhor resposta à doença, inclusos os medicamentos biológicos. Se nem todos podem contar com um psicólogo, o apoio da família e dos amigos é essencial para não deixar que o paciente se isole socialmente.

Como lembra Cibeli: "Tive muito apoio de quem estava à minha volta. E também faço de tudo para ajudar a trazer mais informação sobre a doença e quebrar o preconceito".


19 de outubro de 2016 0

Diagnóstico preciso, tratamento e atenção contínuos, apoio familiar e uma vida o mais saudável possível. Esses são alguns elementos essenciais para que os pacientes de psoríase possam enfrentar a doença. A psoríase é uma doença de pele, crônica, autoimune e recorrente, que causa lesões avermelhadas e descamativas. Nas crises, provoca muita coceira e irritação, o que faz com que os pacientes tendam a esconder as zonas afetadas e, muitas vezes, a si próprios, pelo fato de estar associada à depressão. O fator primeiro para tratá-la é obter informação correta, de profissionais qualificados.

"É preciso procurar um dermatologista capacitado que oriente e explique os diversos tipos e níveis de tratamento e o fato de a doença não ser contagiosa", explica a Dra. Cláudia Pires Amaral Maia, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Outro cuidado importante, principalmente pelo fato de se tratar de uma doença crônica, é não negligenciá-la, visitando regularmente o dermatologista.

"Muitos pacientes com psoríase desistem de se tratar e acabam ficando em estado muito ruim. Outros são orientados por não profissionais, seguem informações coletadas na internet, não científicas, receitas caseiras que acabam fazendo com que piorem, o que pode agravar o quadro de depressão associado à doença", alerta a Dra. Cláudia.

A prática de esportes, que ajuda a manter o equilíbrio físico e psíquico, é recomendada. Alguns cuidados são consensuais no combate à doença, em especial em momentos de crise, como manter a pele sempre bem hidratada (de preferência com hidratantes sem perfume, para evitar o risco de alergias), tomar sol (10 minutos diários, antes das 10h e após às 16h, são suficientes) e banhos rápidos com água morna (sem buchas nem esfoliantes).

A depilação exige cuidados extras, e é melhor que seja evitada durante as crises, assim como os cosméticos, que devem ser escolhidos criteriosamente. No vestuário, as peças de algodão são as mais recomendadas por serem de fibra natural. Tecidos como lycra e poliéster não deixam a pele respirar e favorecem o aparecimento de fungos, sendo pouco aconselháveis.





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