Prontuário Eletrônico do Paciente: o que você precisa saber?




14 de novembro de 2016 0

A informatização trouxe uma série de recursos importantes para medicina. Uma das principais é o prontuário eletrônico do paciente (PEP), um documento completo e integrado, no qual fica registrado o histórico médico do paciente no formato digital, em vez da escrita em papel. No Brasil, a regulamentação do prontuário foi implementada em 2002, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) definiu suas características gerais na Resolução 1.638, como “um documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”. Em 2007, por meio da Resolução 1.821, o CFM autorizou o uso de sistemas informatizados para o arquivamento e registro desse tipo de informação. Também estabelece a guarda durante 20 anos dos prontuários em papel que não foram arquivados eletronicamente. Leia a seguir algumas perguntas e respostas sobre o assunto e tire suas dúvidas.

1. Sou obrigado a ter prontuário eletrônico do paciente para arquivar os dados da anamnese, exame físico, diagnóstico, solicitação de exames e conduta, no atendimento de meus pacientes?

Não, você poderá continuar com suas fichas em papel, que deverão ser arquivadas por 20 anos.

2. Posso digitalizar (escanear) meus prontuários em papel?

Sim, o prontuário em papel pode e deve ser digitalizado. Mas, evidentemente, isso não é um Prontuário Eletrônico. Trata-se de um prontuário em papel que foi escaneado e armazenado, facilitando seu manuseio, acesso e disponibilidade.

3. Quais as vantagens do prontuário eletrônico do paciente?

Elimina as desvantagens do prontuário em papel que está disponível apenas a um profissional ao mesmo tempo, possui baixa mobilidade e está sujeito a ilegibilidade, ambiguidade, perda frequente da informação, multiplicidade de pastas, dificuldade de pesquisa coletiva, falta de padronização, dificuldade de acesso, fragilidade do papel e a sua guarda requer amplos espaços nos serviços de arquivamento.

4. Todos os prontuários eletrônicos são legalmente aceitos?

Sim, entretanto, os prontuários eletrônicos certificados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) poderão favorecê-lo com relação à segurança e confidencialidade, principalmente diante de uma ação judicial. O CFM fez um convênio com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) com o intuito de estabelecer as normas, padrões e regulamentos do Prontuário Eletrônico do Paciente e do Registro Eletrônico de Saúde (RES).

5. Por que os prontuários eletrônicos certificados pelo CFM podem favorecê-lo, se comparados àqueles não reconhecidos?

Os sistemas certificados pelo CFM adotam mecanismos de segurança, capazes de garantir autenticidade, confidencialidade e integridade das informações. A Certificação Digital é a tecnologia que melhor provê esses mecanismos. O CFM certifica os prontuários eletrônicos que impedem a modificação dos dados ou informações escritas e salvas após o atendimento do paciente. Informações adicionais poderão ser realizadas, mas não modificadas.

6. Os prontuários eletrônicos podem ser implantados tanto nos consultórios quanto nos serviços públicos de saúde?

Sim, inclusive vários Serviços Credenciados da SBD já possuem prontuários eletrônicos.

7. Como fico sabendo se um sistema de informática que pretendo implementar, com prontuário eletrônico é certificado pelo CFM?

Os sistemas auditados possuem um selo de certificação do CFM e da SBIS. A lista oficial dos sistemas que já foram auditados e, portanto, atendem a todos os requisitos obrigatórios, está disponível no site da SBIS. certificado-sbis

8. Como posso obter mais informações sobre o prontuário eletrônico e Registro Eletrônico de Saúde?

O CFM tem uma cartilha sobre Prontuário Eletrônico. Para conferir basta acessar o www.portal.cfm.org.br.

9. Utilizo um sistema no meu consulto?rio ha? algum tempo e na?o imprimo mais o prontua?rio no papel. Todas as informações dos meus pacientes estão armazenadas lá? Estou aderente à resolução do CFM?

Não, para estar aderente com a Resolução CFM 1821/2007, que define as exigências para utilização de um prontuário eletrônico, você deve utilizar um certificado digital padrão ICP-Brasil para assinar os prontua?rios no seu sistema. Além disso, o seu sistema deve atender a todos os requisitos obrigato?rios da Certificac?a?o de Software SBIS.

10) Como saber se um sistema atende a Resolução CFM 1821/2007?

Verifique com a sua instituic?a?o (hospital, cli?nica etc.) qual e? o nome do sistema, desenvolvedor ou empresa e nu?mero da versa?o. Com essas informac?o?es, acesse www.sbis.org.br/certificacao-sbis e verifique se esse sistema consta na lista de sistemas auditados pela SBIS; confira ainda o nu?mero da versa?o. Caso na?o esteja nessa lista ou o nu?mero da versa?o na?o coincida, procure a Diretoria Te?cnica da instituic?a?o para questionar se o sistema, apesar de na?o auditado, atende a todos os requisitos da Certificac?a?o de Software.

11) O hospital em que trabalho utiliza um sistema que foi auditado pela SBIS, mas na?o utilizamos certificac?a?o digital padra?o ICP-Brasil. Estou aderente a? Resoluc?a?o CFM 1821/2007 e posso eliminar o papel?

Na?o, para estar aderente com a Resoluc?a?o CFM 1821/2007, voce? tambe?m deve utilizar um certificado digital padra?o ICP-Brasil para assinar os prontua?rios no seu sistema. So? assim e? possi?vel ter um prontua?rio paperless.

12) Ha? alguma punic?a?o ao descumprir a Resoluc?a?o CFM 1821/2007? O Art. 18 do Co?digo de E?tica Me?dica preve? ser vedado ao me?dico desobedecer aos aco?rda?os e a?s Resoluc?o?es dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeita?-los. Em eventual processo na justic?a comum ou nos Conselhos Regionais, as informac?o?es dos prontua?rios na?o sera?o consideradas va?lidas como prova, se essas estiverem armazenadas em sistemas que estejam em desacordo com as exige?ncias da Certificac?a?o.
 

13) Minhas anotações no prontuário eletrônico podem ser modificadas posteriormente? Se o sistema de prontua?rio eletro?nico atende a todos os requisitos do Manual da Certificac?a?o de Software e voce? utiliza um certificado digital para assinar os prontua?rios, as suas informac?o?es na?o sa?o passi?veis de modificac?a?o, estando assim plenamente seguras. Por outro lado, se o sistema na?o atende aos requisitos ou voce? na?o utiliza certificado digital, a informac?a?o registrada e? passi?vel de mudanc?as por quem tiver acesso para tal e, portanto, a seguranc?a na?o esta? garantida.

14) Posso eliminar o prontuário original em papel após digitalizá-lo (escaneado)? Pela lei brasileira atual, pode-se eliminar o original em papel desde que o documento seja microfilmado. Entretanto, na?o ha? uma legislac?a?o aprovada para a simples digitalizac?a?o do original em papel (escaneado). Segundo a Resoluc?a?o CFM 1821/2007, esta? autorizada a eliminac?a?o do prontua?rio em papel desde que o arquivo resultante do processo de digitalizac?a?o seja assinado com um certificado digital padra?o ICP-Brasil, bem como seja armazenado num sistema de gerenciamento eletro?nico de documentos. Por outro lado, como o prontua?rio e? multiprofissional contendo anotac?o?es de outros profissionais de sau?de, e como ainda na?o houve uma regulamentac?a?o efetiva nesse assunto por parte dos demais conselhos de classe, mesmo ao se digitalizar (escanear), os originais em papel devem ser guardados por um peri?odo mi?nimo de 20 anos.

15) Por que utilizar um sistema auditado pela SBIS? É a garantia que o sistema realmente atende a todos os requisitos obrigato?rios da Certificac?a?o SBIS-CFM, o que junto com a certificac?a?o digital, e? pre?-requisito fundamental para um sistema de prontua?rio paperless. Ale?m disso, esses sistemas possuem maior qualidade e uma melhor estrutura de informac?o?es. 16. Um fornecedor de software diz que o sistema dele foi homologado pela SBIS e pelo CFM, mas o nome dele na?o consta na lista oficial de sistemas auditados pela SBIS. Como devo proceder? Envie um e-mail com detalhes do assunto para certificacao@sbis.org.br. Todas as provide?ncias sera?o tomadas pela SBIS para que o referido fornecedor comunique de forma adequada a situac?a?o do sistema dele: na?o aderente, aderente a? norma ou auditado pela SBIS.

 

Diretoria SBD 2015/2016

Gabriel Gontijo

Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)  


11 de novembro de 2016 0

 

No dia 11 de novembro, das 7h às 14h, dermatologistas da Regional Mato Grosso prestaram atendimento gratuito à população e informações sobre a hanseníase no Parque Tia Nair, em Cuiabá. O estado do Mato Grosso possui a maior taxa de incidência da doença no Brasil. O objetivo foi orientar as pessoas e encaminhar os casos indicados para tratamento nos Serviços Credenciados da SBD.

A jovem Rhanyely Toigo, de 16 anos, estava preocupada com as manchas que surgiram no seu rosto e aproveitou o evento para buscar orientação médica. “A médica me tranquilizou, dizendo que as manchas não são sintomas de hanseníase nem de câncer da pele e indicou uma clínica dermatológica para tratamento. Esse tipo de evento é muito importante. Consegui tirar minhas dúvidas”, disse.

Os especialistas que estiveram na tenda da Dermatologia também deram destaque para a conscientização e esclarecimento sobre o câncer da pele, já que se aproxima o Dia C de Combate ao Câncer da Pele (26 de novembro) e do Dezembro Laranja.

O atendimento ao público foi realizado sob a coordenação da presidente da Regional Mato Grosso, Juliana Mendonça, e contou com o apoio dos membros da sua Diretoria: Renato Eryka de Oliveira (secretária-geral), Rostey (diretor científico) e Debora Ormond (delegada), além dos médicos Flávio Garcia, Igor Botura, Paula Célia Pereira, Lara Neiva, Cíntia Procopio, Noemi Ueno, Kelly Signor, Nathalia Gripp, Elaine Togoe e residentes de dermatologia dos Serviços Credenciados de MT.

“Acredito que é muito importante a SBD estar perto da população. E o Bem Estar Global cabe muito bem nesse projeto de inserção, pois proporciona atendimento de qualidade às pessoas”, destacou a presidente.

Durante todo o encontro, a SBD-MT distribuiu folhetos sobre prevenção, sintomas e tratamento da hanseníase. Foram prestados cerca de 200 atendimentos.

 


11 de novembro de 2016 0

A cidade de Aracaju vai sediar o X Simpósio Nacional de Hanseníase organizado pelo Departamento de Hanseníase da SBD com o apoio da SBD Nacional, SBD Regional Sergipe e Ministério da Saúde (MS), no dia 19 de novembro. Sob a coordenação das dermatologistas Marilda Aparecida Morgado Milanez de Abreu (coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD) e Sonia Maria de Santana (presidente da SBD-SE), a programação do encontro contemplará temas diversos e atuais, como a situação epidemiológica da hanseníase no estado de Sergipe e no Brasil, os critérios diagnósticos para a hanseníase precoce, o manejo de reações hansênicas, novas perspectivas diagnósticas para a doença, entre outros assuntos. Haverá ainda apresentação de casos. As aulas serão ministradas por palestrantes pertencentes ao Departamento de Hanseníase da SBD, dermatologistas de Aracaju, além de um representante do Ministério da Saúde.

As inscrições poderão ser feitas apenas no local do curso (Hotel Celi – Avenida Oceânica, 500 – Orla de Atalaia). O valor da inscrição é de R$30,00 para todas as categorias: associado aspirante; demais categorias de associados; residentes de Serviços Credenciados; além de médicos e profissionais da rede pública; acadêmico; e médico não associado.

“Embora as estratégias para a eliminação da hanseníase no Brasil tenham avançado, a doença ainda ocorre em alta prevalência nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, daí a importância em se escolher essas regiões para a realização de eventos que abordam a hanseníase. Com certeza, o Simpósio será um evento de alta qualidade e a expectativa é muito positiva”, disse Marilda Morgado de Abreu.


4 de novembro de 2016 0

Por Ricardo Romiti, médico dermatologista associado à Sociedade Brasileira de Dermatologia

Resumo: A psoríase é doença inflamatória da pele que pode se iniciar em qualquer faixa etária. Aproximadamente um terço dos adultos acometidos refere início da doença antes dos 16 anos de idade. Em crianças, as lesões podem ser fisicamente desfigurantes, causando prejuízos psicológicos e evidente comprometimento da qualidade de vida.

Introdução A psoríase vulgar representa uma dermatose rara na infância e corresponde a cerca de 4% de todas as dermatoses observadas em doentes menores de 16 anos. A psoríase de início na infância possui alta incidência familiar. A apresentação mais comum na primeira infância se caracteriza pelo surgimento de placas eritematosas bem delimitadas envolvendo a genitália, região glútea e peri-umbilical, tendendo a ser persistente e rebelde ao tratamento. O acometimento facial não é raro. Com o passar do tempo, novas placas eritêmato-escamosas tendem a surgir, acometendo principalmente o tronco e os membros. Variantes da psoríase de início na infância incluem aquelas de acometimento peri-ungueal com graus variáveis de onicodistrofia, bem como formas restritas ao couro cabeludo.

A doença pode afetar as unhas, provocando descamação

O tratamento dependerá basicamente da gravidade de quadro, da associação com quadro articular, de eventuais co-morbidades, da idade do doente, de terapêuticas prévias e eventos adversos ocorridos. Embora a psoríase seja uma dermatose pouco relatada em crianças, a verdadeira prevalência nessa faixa etária é desconhecida. Estima-se que entre 25-45% dos casos de psoríase possam iniciar seu curso antes dos 16 anos de idade e destes, em cerca de 2% dos casos antes dos 2 anos de vida. Embora, no passado, tenha sido observada maior prevalência de psoríase em crianças do sexo feminino, estudos atuais indicam que ambos os gêneros são afetados igualmente, como ocorre nos adultos.

Quadro clínico e diagnóstico

A freqüência relativa dos tipos clínicos de psoríase e as formas de apresentação da doença diferem entre os adultos e as crianças. A psoríase em placas é a variante clínica mais freqüente em crianças e adolescentes (34 ? 84%). As lesões se caracterizam por pápulas e placas eritematosas, bem delimitadas, de tamanhos variados e com descamação prateada, dispostas, freqüentemente, de maneira simétrica. Na infância, a psoríase pode apresentar características atípicas, ou seja, placas eritematosas únicas ou pouco numerosas e ligeiramente descamativas, acometendo áreas insólitas, especialmente a região da face – incluindo a porção periorbitária, perioral e nasal ? muitas vezes dificultando o diagnóstico. As lesões de psoríase acometem, freqüentemente, o couro cabeludo, seguido da superfície extensora das extremidades e tronco. Freqüentemente ocorre distribuição simétrica das lesões e ausência de prurido. O acometimento das mãos, pés, genitália e áreas flexurais, inclusive periumbilical, também é mais comum em crianças. O acometimento do couro cabeludo, com a presença de escamas brancas, aderentes e espessas ao redor dos folículos pilosos com leve eritema é bastante típico. Porém em alguns casos pode ser indistinguível da dermatite seborréica do couro cabeludo (?caspa?). Localização característica em crianças é o acometimento na área das fraldas que ocorre em crianças com até dois anos de idade. Diferentemente da dermatite de fraldas (dermatite de contato), as lesões apresentam eritema mais claro e mais brilhante, bordas bem delimitadas e envolvimento das dobras inguinais, com prurido variável. Classicamente, estes sinais e sintomas respondem muito pouco ao tratamento convencional para dermatite de fraldas. Após uma a duas semanas do aparecimento do eritema na área das fraldas, algumas crianças desenvolvem lesões clássicas de psoríase na face, couro cabeludo, tronco e membros.

Tipos de psoríase A psoríase gutata: é uma variante clínica da psoríase que acomete doentes pediátricos e aparece de forma abrupta, geralmente, precedida por uma infecção, comumente de vias aéreas superiores. Ocasionalmente, as lesões podem persistir e aumentar de tamanho, tomando as características da psoríase em placas.

A psoríase pustulosa é rara em crianças. Caracteriza-se por múltiplas pústulas, estéreis, sobre base eritematosa. Pode ser generalizada ou localizada. Apresentações clínicas menos freqüentes nas crianças, quando comparadas aos adultos, são psoríase eritrodérmica e artrite psoriásica. A forma mais freqüente de artrite psoriásica afeta principalmente articulações das mãos e dos pés. Outras formas menos freqüentes apresentam comprometimento simétrico, axial e, até mesmo, mutilante. Quase todas as formas de psoríase podem cursar com artrite. O quadro cutâneo e articular não têm relação do ponto de vista de atividade e evolução.

Alterações ungueais são observadas entre 10-40% das crianças com psoríase, podendo preceder o aparecimento das lesões cutâneas e ser, durante anos, a única manifestação da afecção. O grau de envolvimento depende da localização do processo psoriásico no aparelho ungueal, da intensidade e do tempo de evolução da moléstia. O aspecto mais freqüente é de depressões cupuliformes, também designados de pits ungueais (unhas em dedal). Para confirmar o diagnóstico de psoríase ungueal é necessário por vezes excluir a onicomicose por exame micológico. Lembrar que ambas podem co-existir, uma vez que a psoríase ungueal aumenta a chance de contaminação por fungos. O diagnóstico da psoríase é eminentemente clínico e um exame dermatológico detalhado geralmente é o suficiente para estabelecer o diagnóstico. Não existe exame laboratorial específico para o diagnóstico de psoríase. O quadro histológico realizado por biopsia de pele não é específico, porém é bastante sugestivo.

Tratamento O tratamento da psoríase tem por objetivo o controle da enfermidade e a melhora da qualidade de vida do doente. Para se determinar o melhor esquema terapêutico, deve-se considerar sexo, idade, quadro clínico, gravidade da doença, sinais e sintomas associados, co-morbidades, medicações concomitantes, tratamentos prévios, efeitos adversos ocorridos e a participação dos pais ou responsáveis no tratamento. Inicialmente, deve-se esclarecer aos doentes e aos pais ou responsáveis sobre as características da enfermidade e o seu curso, bem como orientá-los sobre a importância da exposição solar. Para alguns doentes, o acompanhamento psicoterápico pode ser necessário.  


1 de novembro de 2016 0

O Correio Braziliense publicou, na edição do dia 1º de novembro, o artigo “A banalização de atos médicos e suas consequências”, de autoria do presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Gabriel Gontijo. No texto, o dermatologista alerta para o papel do médico e os limites legais de atuação de não especialistas: “Procedimento invasivo e procedimentos estéticos com riscos de complicações graves não são para quem não cursou medicina. Não é para quem não fez residência médica. Não é para quem não tem um título de especialista. As consequências são previsíveis e os consultórios médicos, especialmente dos dermatologistas, são procurados mais frequentemente por pacientes em busca de ajuda para tratar complicações dos mais variados procedimentos”, ressalta o presidente da entidade.

 

 

Leia a íntegra:

A cada morte anunciada depois de um procedimento estético malsucedido, realizado por um não-médico, surge certa comoção na sociedade, são publicadas algumas matérias na imprensa. E só. Logo em seguida, a tragédia é esquecida e o tema abandonado. O fato é que, no mundo do diálogo, das democráticas redes sociais, da exaltação à atuação multiprofissional, parece, no mínimo antipático, defender o ato médico. Decido eu, então, tirar o leitor da zona de conforto. Afinal, é papel da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alertar para a necessidade de se ter clareza sobre o papel do médico e sobre os limites de atuação de outros profissionais. Falar sobre isso faz bem à Saúde. Recentemente, nossa equipe técnica preparou um dossiê de 180 páginas com imagens de complicações graves e anúncios de não-médicos oferecendo procedimentos estéticos por preços mais baratos e resultados milagrosos. Uma propaganda antiética, enganosa e altamente perigosa.

O dossiê está sendo apresentado a parlamentares do Congresso Nacional e ações têm sido ajuizadas com êxito. É de se admitir. Quando se quer proteger a saúde e a vida de uma pessoa, vale pensar no que ensina a canção popular: Cada um no seu quadrado. Procedimento invasivo e procedimentos estéticos com riscos de complicações graves não são para quem não cursou medicina. Não é para quem não fez residência médica. Não é para quem não tem um título de especialista. As consequências são previsíveis e os consultórios médicos, especialmente dos dermatologistas, são procurados mais frequentemente por pacientes em busca de ajuda para tratar complicações dos mais variados procedimentos. Tais complicações acabam causando problemas psicológicos graves como depressão e baixa auto-estima. São infecções, cicatrizes, queimaduras, manchas e muitos outros problemas decorrentes de procedimentos dermatológicos e cosmiátricos assumidos por profissionais sem qualquer noção de Medicina.

 Em alguns casos, como aconteceu recentemente em Brasília com uma jovem que se submeteu a um bronzeamento em clínica clandestina, tais complicações levam à morte. Daí a importância da sentença da Justiça do Distrito Federal neste mês, proibindo biomédicos de executarem procedimentos estéticos que sejam considerados invasivos. Entre eles: a aplicação de toxina botulínica utilizada para rugas, os preenchimentos para suavizar sulcos e depressões na face, laser e peelings utilizados para rejuvenescimento. A decisão judicial é uma resposta favorável a uma ação movida pelo Conselho Federal de Medicina(CFM), com apoio da SBD e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). A dermatologia é considerada uma das especialidades mais amplas da Medicina e exige do profissional um vasto conhecimento técnico para compreender o universo das doenças da pele que afetam pessoas de todas as idades. Para ser dermatologista, é necessário, após a conclusão dos seis anos do Curso de Medicina, cumprir mais três anos de residência médica na especialidade e ainda fazer uma prova de título de especialista que deve ser registrada no Conselho Regional de Medicina. Só assim um profissional poderá exercer a especialidade. Uma importante área de atuação, que está implícita na formação do dermatologista é a cosmiatria, que deixou de ser perfumaria e passou à condição de ciência.

Os tratamentos propostos pelos dermatologistas dentro dessa área são provindos de estudos científicos realizados em centros de pesquisa e são acompanhados de orientações para evitar complicações e tratar adequadamente as que surgirem. No entanto, o que vemos hoje é a banalização dos tratamentos de pele, que alimenta uma cadeia de lucro mantenedora de profissionais não qualificados. Nos deparamos com uma profusão de ofertas de pacotes impraticáveis em grupos de desconto, salões de beleza e clínicas de estética fazendo com que a exposição ao risco seja crescente, aumentando exponencialmente as complicações graves para a saúde de centenas de pessoas. A SBD reconhece e valoriza a importância do atendimento multiprofissional para preservar e promover a saúde da população. Entretanto, repudia com veemência o desrespeito de alguns profissionais não médicos que ultrapassam os limites de sua competência, habilidade, capacitação e, principalmente, sua formação, colocando a sociedade em sério risco. Nada mais nobre e ético do que entender a própria limitação, respeitar o paciente e indicar que procure um médico. Insisto: dizer a verdade faz bem à Saúde.

*GABRIEL GONTIJO é presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)


30 de outubro de 2016 0

A psoríase é uma doença crônica que não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento correto. No entanto, muitos pacientes sofrem com depressão e baixa autoestima. Os sintomas da doença se manifestam na pele, em regiões como cotovelos, joelhos e couro cabeludo, o que evidencia as lesões. Mas cobrir a pele o tempo todo, pode piorar os sintomas. Manter a autoestima e não se intimidar ao deixar a pele à mostra são parte importante do tratamento. Veja como se proteger do preconceito e enfrentar a situação da melhor maneira possível.

 

1. Informação é o melhor remédio

A psoríase é uma doença relativamente desconhecida. Converse com seus familiares, amigos e colegas de trabalho. Explique os sintomas e deixe claro que não se trata de uma doença contagiosa;

2. Socialize

Tenha atitude positiva, e evite o isolamento. Se tiver dificuldades, procure associações ou grupos de apoio. Troque experiência com outros pacientes. Está comprovado que quem frequenta grupos de apoio responde melhor ao tratamento.

3. Não se compare

Tratamento produz efeitos diferentes em pessoas diferentes. Não se automedique. Procure um dermatologista para se informar sobre qualquer procedimento ou medicamento que acredite poder melhorar sua condição. Lembre-se que tratamentos sem comprovação científica não garantem resultados e podem colocá-lo em risco.

4. Roupas

Ao escolher suas roupas, o paciente com psoríase deve privilegiar o algodão, um tecido produzido com fibras naturais. Evite materiais que impedem a transpiração, como a lycra e o poliéster, por exemplo. Eles favorecem a proliferação de fungos. O conforto deve ser palavra de ordem. Escolha sempre peças que não limitem os movimentos. Roupas justas são desconfortáveis para os pacientes, porque atritam mais facilmente com a pele, podendo desencadear mais descamação e crises de coceira. No inverno, lembre-se de colocar uma peça de algodão sob os casacos de couro e de lã para evitar o contato direto da pele com materiais que podem ser alergênicos. Ao lavar as roupas, prefira sabão de coco ou neutro para evitar reações alérgicas. Evite amaciantes. Uma colher de vinagre na última enxaguada ajuda a amaciar as roupas. Além disso, o vinagre tem efeito bactericida. Mantenha a autoconfiança: evite cobrir as áreas afetadas pela doença sempre que possível. A psoríase não é contagiosa. A informação é a melhor arma para combater o preconceito.

5. Mantenha uma vida saudável

Cuide de sua alimentação, mantenha o peso adequado e evite álcool e cigarros. Ter um corpo saudável fortalece a imunidade e melhora a condição dos pacientes.

 

Controle a psoríase e não deixe que a doença o controle. A doença não tem cura, mas pode ser controlada, garantindo uma vida normal aos portadores.

 

 

 


29 de outubro de 2016 0

 

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Cerca de 2% da população mundial tem psoríase e sofre com o preconceito causado pela falta de informação. Em comemoração ao Dia Mundial da Psoríase (29/10), a Sociedade Brasileira de Dermatologia lança documentário, com relatos reais de pessoas que convivem todos os dias com a doença. Toda pele tem direito a saúde, a proteção e a beleza. Direito ao tratamento digno e a ouvir a palavra de um especialista.

A psoríase tem tratamento: ela começa com informação. Assista vídeo completo e saiba mais.


25 de outubro de 2016 0

  

Os depoimentos gravados pela publicitária Letícia Vitti Marçola e pela representante comercial Carin Ruela de Sá para a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase de 2016 atestam a importância do afeto e do apoio de familiares e pessoas próximas na superação da doença. A psoríase é uma doença crônica e autoimune, que se manifesta, predominantemente, por lesões avermelhadas e descamativas na pele. Tanto Letícia como Carin foram surpreendidas durante a gravação dos depoimentos com as presenças, respectivamente, do noivo e do marido e dos filhos.

O depoimento mostra o quanto elas se sentiram amparadas e queridas ao terem com quem contar durante o tratamento. Letícia revela, inclusive, ter se sentido mais aceita pelo fato de seu noivo, Fernando Cerri, fazer questão de tocar em suas feridas, o que reforça o fato de a doença não ser contagiosa. Esse apoio afetivo e psicológico por parte dos familiares tem se mostrado fundamental para que os pacientes não só se informem e adotem o tratamento adequado no combate à psoríase, como também para que não o abandonem.

Essa proximidade é também importante para enfrentar o preconceito gerado pela doença que, pelo fato de ser aparente, muitas vezes é tida, erroneamente, como contagiosa. O preconceito daí decorrente faz com que muitas pessoas comecem por esconder o corpo e acabem se isolando e deprimindo. O convívio e aceitação combatem esse processo. Outro fator fundamental do tratamento é fato de a psoríase ser uma doença que afeta o sistema imunológico como um todo, ou seja, costuma aparecer associada a outras enfermidades, como a artrite psoriásica, hipertensão, diabetes, obesidade, depressão, alcoolismo, tabagismo, alguns tipos de cânceres (faringe, pulmão) e doenças inflamatórias intestinais, entre outras.

Como lembra o dr. Paulo Oldani Felix, médico da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o conceito de que se trata de uma doença sistêmica é relativamente novo. "Tudo que é produzido de substâncias em decorrência do processo inflamatório na pele, cai na corrente sanguínea e vai agir em outros órgãos também. Essas doenças todas têm mecanismo imunológico parecido, então acabam se associando", explica.

A Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase tem apoio dos laboratórios farmacêuticos Abbvie, Janssen, Novartis e Lilly.


24 de outubro de 2016 0

O nome técnico da unha é aparelho ungueal. Ele é formado por: Lâmina ungueal(a unha propriamente dita); Leito ungueal, pele que fica logo abaixo da lâmina;  Matriz ou fábrica da unhaTecidos periungueais.

Localiza-se na ponta dos dedos das mãos e dos pés e sua principal função é proteger a região de traumas e choques. Também tem a missão de defesa e serve para apreender objetos, tem importância ornamental e o seu aspecto pode até mesmo revelar doenças sistêmicas.

A cutícula é uma estrutura de pele mais grossa que margeia toda a parte aderida da lâmina ungueal. Ela forma uma espécie de selo e não deve ser removida. Sua função principal é justamente a de impedir a entrada de substâncias e micro-organismos que possam penetrar e atingir a matriz ungueal.





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