10º Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser da SBD e 22ª Radesp garantem auditório lotado para último dia de atualização científica




5 de novembro de 2017 0

Os principais tratamentos capilares, corporais e genitais foram o tema de abertura da manhã do último dia de atividades do 10º Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser e 22ª Radesp, que começou na quinta-feira (2/11), em Campos do Jordão. Sob a coordenação das dermatologistas Taciana Dal Forno Dini e Dóris Hexsel, debateu-se sobre as três alterações corporais mais importantes e que são queixas frequentes nos consultórios dermatológicos: a celulite, a flacidez e a gordura localizada.

“Quanto à gordura localizada, a doutora Dóris Hexsel mostrou as novas tecnologias capazes de tratá-la, como a criolipólise e também uma tecnologia que está sendo lançada no país em nova plataforma corporal: o ultrassom microfocado. A radiofrequência seletiva é outra tecnologia interessante para o tratamento da gordura localizada. Já está disponível no Brasil, e o tratamento, além de indolor, tem-se mostrado eficaz”, realçou Taciana Dal Forno Dini.

No mesmo bloco, a dermatologista Simone Ramos palestrou sobre o rejuvenescimento genital feminino e aplicações de laser intravaginal não ablativo. A principal indicação dessa modalidade de laser é a melhora dos sintomas genitourinários característicos da menopausa, como a secura vaginal e a incontinência urinária. A dermatologista Rossana Vasconcelos apresentou o uso de tecnologias nos tratamentos capilares, explicando sua experiência e revisão da literatura no uso de LEDS, lasers, microagulhamento e intradermoterapia.


As dermatologistas Dóris Hexsel, Taciana Dal Forno Dini, Simone Ramos e Rossana Vasconcelos

No bloco da Radesp, a dermatologista Tatiane Zago Curi (abaixo) falou sobre o microbioma, conceito que tem ganhado espaço nas publicações científicas. “É um conjunto de bactérias e microrganismos que habitam nosso corpo. Esses microrganismos convivem em equilíbrio, proporcionando diversos benefícios à saúde, incluindo a prevenção de doenças dermatológicas”, comentou. O tema também foi tratado pelas especialistas Luciana Archetti Conrado e Valéria Aoki.

No fórum “Expossoma e sua influência na dermatologia” foi ressaltado que o envelhecimento não se dá apenas por radiação ultravioleta. É o chamado envelhecimento extrínseco, decorrente de estímulos externos como a luz solar, má alimentação, estresse e poluição, fatores que podem potencializar o envelhecimento, contribuir para o aparecimento de acne ou até mesmo do câncer da pele.

O segundo procedimento mais utilizado pelo dermatologista depois da biópsia é o peeling, de acordo com pesquisa realizada pela SBD junto aos associados. O assunto foi discutido no bloco de cosmiatria, que abordou ainda o microagulhamento e fios de sutura. As vantagens do peeling para o paciente, além do seu baixo custo, é a excelente melhora na pele. Falou-se sobre as associações de peelings de ácidos mandélico e salicílico, ambos gerando boas respostas.

No último bloco de laser, coordenado pelos especialistas Renato Soriani Paschoal e Moysés Lemos, foram apresentadas dicas práticas e perspectivas das melhores tecnologias do ano.

Durante o encontro, os ex-presidentes da SBD Clarisse Zaitz (1997), Bogdana Kadunc (2011/2012) e Gabriel Gontijo (2014/2015), além de Jayme de Oliveira Filho e Silvio de Alencar Marques, receberam homenagens por suas trajetórias dedicadas à dermatologia.


A ex-presidente da SBD Bogdana Kadunc, uma das homenageadas do encontro, ladeada do presidente da SBD-Resp, Ricardo Shiratsu, e do ex-presidente da SBD-Resp Reinaldo Tovo Filho

Conferências

O evento abriu espaço em sua programação para discutir os cuidados jurídicos relacionados aos procedimentos estéticos e abordagem das ações de profissionais não médicos na estética invasiva, temas abordados pelo vice-presidente da SBD, Sérgio Palma (abaixo), em conferência ocorrida na parte da tarde.

Em sua exposição, Palma ressaltou a importância de o médico conhecer suas responsabilidades legais e deveres de conduta para evitar conflitos médico-legais. “O médico, embora deva ser sempre otimista quando se relaciona com o paciente, não deve garantir resultados, pois, caso o faça, está assumindo uma obrigação de obtê-lo e não uma obrigação de meios”.

Também abordou o uso do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido na garantia de maior confiabilidade na relação médico/paciente, já que esclarece com transparência as possíveis complicações e os riscos da assistência prestada. “Trata-se de documento assinado pelo paciente ou responsável, consentindo ao médico a realização de determinado procedimento diagnóstico ou terapêutico, após haver recebido informações indispensáveis sobre a sua execução." “É necessário, ainda, ter todas as informações do atendimento médico registradas corretamente no prontuário, documento importante e o primeiro a ser requisitado em perícias judiciais", frisou.

Na conferência “O médico nas mídias sociais”, o presidente da SBD-SC, Maurício Amboni Conti, destacou a presença do médico como produtor e consumidor de conteúdo nas redes sociais, de assuntos podem variar desde gestão de consultório a dicas de marketing. “É importante que o médico interessado nesse tipo de comunicação ofereça um material com conteúdo adequado e com qualidade, seja ele escrito, em vídeo ou em fotografia, pois o paciente confunde a qualidade de material ofertado com atendimento médico.”

Ele lembra que os pacientes da geração Y ou Z gostam de receber feedback. Então, a dica é publicar material nas redes sociais apenas quando o médico tem tempo para responder a todos os comentários ou perguntas feitas nos posts. “Não basta publicar conteúdo com qualidade, é preciso postar com frequência alta e previsível. O feedback é muito importante, e a falta dele pode acarretar má avaliação ou reputação do médico”, realça.

Em “Gestão do consultório dermatológico”, conferência ministrada por Fabiane Kumagai Lorenzini, foi comentada a questão do imposto de renda e do simples nacional do dermatologista.

No encerramento das atividades, o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma, fez um agradecimento ao trabalho conjunto com a SBD-Resp, presidida por Ricardo Shiratsu, aos coordenadores dos Departamentos de Cosmiatria e Laser da Nacional, Daniel Coimbra e Renato Soriani, respectivamente, aos assessores e palestrantes, bem como a de todos os participantes. Frisou ainda que o aprimoramento científico por meio da Educação Médica Continuada é o melhor recurso para valorização e defesa da especialidade.

 


3 de novembro de 2017 0

Um auditório lotado presenciou as atividades do segundo dia do 10º Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser e 22ª Radesp, que começou com o bloco de laser “Tratamentos com agulhas e drug delivery”, coordenado de Paulo Barbosa e Renato Soriani Paschoal. A aula ministrada por Alexandre Filippo teve como objetivo mostrar como o microagulhamento combinado ou não com a radiofrequência alterou a prática diária do dermatologista para rejuvenescimento e cicatrizes.

Na programação da Radesp, o fórum “Carcinoma espinocelular, basocelular e melanoma” contou com a participação de especialistas no assunto, que se aprofundaram no debate do câncer da pele, o tipo de maior incidência no país. “Enfocou-se, especialmente, o modo não cirúrgico do câncer da pele, com a discussão de suas indicações e contraindicações. A não realização da cirurgia é um recurso também importante em alguns casos, sobretudo nas formas mais superficiais e menos agressivas do câncer da pele, visando a um melhor resultado cicatricial do ponto de vista estético”, explicou o dermatologista Francisco Macedo Paschoal, um dos debatedores.

Também foi reforçada a importância da dermatoscopia, recurso de diagnóstico imprescindível para o dermatologista na avaliação das lesões e classificação da doença e sua benignidade. “Seu uso é fundamental no diagnóstico do câncer da pele, bem como no auxílio da estratégia da melhor opção de tratamento a ser empregado.”

O dermatologista Walmar Roncalli Pereira de Oliveira, um dos debatedores do fórum “Dermatoviroses”, comentou a atual medida do Ministério da Saúde em prorrogar temporariamente o prazo de vacinação contra a infecção pelo papilomavírus (HPV) para homens e mulheres entre 15 e 26 anos de idade.

“Todos os municípios com vacinas em estoque e com prazo de validade até março de 2018 poderão aplicar essas doses. A infecção pelo HPV é considerado um problema de saúde pública, e a vacinação é um mecanismo eficaz para a prevenção de diversos tipos de câncer”, salienta.

São cerca de 23 mil novos casos anualmente, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Além do HPV, o bloco debateu as principais condutas para o tratamento do herpes simples, herpes-zóster e molusco contagioso.

Preenchedores e bioestimuladores

No último bloco do dia, de cosmiatria, especialistas sob a coordenação dos dermatologistas Ada Regina de Almeida e Daniel Coimbra discorreram sobre os preenchedores e bioestimuladores. Os palestrantes falaram desde sobre como se faz uma avaliação tridimensional da face quanto à anatomia, até as áreas de risco e as novidades na literatura com relação aos preenchimentos do terço superior da face, médio e inferior, além da influência da reposição de volume na movimentação da face.

“Os dermatologistas Vinicius Figueiredo e Luciana Lourenço comentaram a procura maior de bioestimuladores, que não só repõem o volume perdido na face e reposicionam sua estrutura, mas também melhoram a qualidade da pele, reduzindo a flacidez. Com o estímulo do colágeno, que pode ser produzido tanto pelo ácido poliláctico como pela hidroxiapatita de cálcio, há uma melhora de sustentação da face, produção de colágeno e melhora da aparência da pele como um todo”, afirmou. Ela explica que isso ocorre porque essas substâncias são biorreabsorvíveis e, quando injetadas, produzem reação inflamatória capaz de estimular a produção de fibras de colágeno. Em sua apresentação, Ada Regina falou sobre o terço superior da face e de correções de áreas consideradas perigosas, mas que são necessárias para o tratamento do rejuvenescimento facial, desde que sejam seguidas as orientações corretas.

No mesmo bloco, o dermatologista Daniel Coimbra mostrou casos de paralisia facial tratados com preenchedor, com boa melhora da musculatura. E na última aula do dia, o dermatologista André Braz comentou artigo do Consenso Brasileiro e Latino-Americano, a ser publicado no próximo volume da revista Surgical & Cosmetic Dermatology, da SBD/SBCD, sobre o manejo de complicações com preenchedores, separando-as em imediatas, precoces e tardias. Esse consenso foi realizado há um ano com experts em preenchedores da América Latina e vai orientar os médicos que trabalham com a técnica, auxiliando no manejo desses pacientes.

 


2 de novembro de 2017 0

Da esq. para a dir.: O vice-presidente da SBD, Sérgio Palma, com os coordenadores e palestrantes do primeiro bloco do dia, que abordou a toxina botulínica, e o presidente da SBD-Resp, Ricardo Shiratsu (último)

Foi aberto na manhã desta quinta-feira, (2/11), o 10º Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser da SBD e 22ª Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo (Radesp), em Campos do Jordão, São Paulo. O encontro reúne até sábado aproximadamente 1.700 especialistas para atualização de temas do cotidiano em dermatologia clínica, cosmiatria, laser e outras tecnologias. Na solenidade que marcou o início dos trabalhos, falou-se sobre os pontos positivos da realização do evento conjunto, que cobre todo o espectro da especialidade.

“Em nome da Diretoria da SBD, gostaria de dar boas-vindas aos participantes desse encontro, que é realizado pela segunda vez em conjunto com a Radesp, a fim de otimizar a presença do associado no calendário de eventos anual, bem como a grade científica, os palestrantes e o apoio da indústria”, considera Palma. “Esperamos que seja um congresso produtivo para todos no que se refere ao aprimoramento científico. Para isso, preparamos 41 simpósios, fóruns, workshops e conferências, que englobam 14 temas mais pertinentes da dermatologia com grandes nomes da área”, salienta o presidente da SBD-Resp, Ricardo Shiratsu.

Tratamentos das principais complicações com tecnologias, CO2 no drug delivery, microagulhamento, dermatoviroses, preenchedores, peelings, nutrição e dermatologia, psoríase, gestão de consultório dermatológico e o médico nas mídias sociais são alguns assuntos contemplados no programa, idealizado pelos Departamentos de Cosmiatria e Laser da SBD, sob a coordenação de Daniel Coimbra e Renato Soriani Paschoal, respectivamente, em conjunto com a Comissão Científica da Regional São Paulo.

Programação

No bloco de abertura foram debatidos diversos tópicos da área de cosmiatria, como a toxina botulínica, incluindo casos difíceis, sob a coordenação de Meire Odete Américo Brasil Parada e André Vieira Braz.

O fórum “Dermatoses no idoso”, coordenado por Silvia Marcondes Pereira, ganhou destaque na programação da Radesp deste primeiro dia. Trata-se de uma população crescente e na maioria das vezes associada a imunossupressão. Os especialistas Sérgio Talarico Filho, Prof. Nelson Guimarães Proença e Silvio Alencar Marques debateram dois casos clínicos.

“Um deles com quadro de herpes-zóster disseminado cutâneo e portador de leucemia. Esses quadros são potencialmente graves e, quando possível, devem ser tratados com medicação intravenosa”, explicou o dermatologista Silvio Alencar Marques. “O segundo caso, de queratoacantoma de grande diâmetro na asa nasal de paciente idosa, levou à discussão das alternativas terapêuticas diferentes da retirada cirúrgica. Como exemplo de conduta falou-se sobre a injeção intralesional de metotrexato com bons resultados. Outras opções, como intralesional com 5-fluoracil e bleomicina, foram também mencionadas”, disse.

Da esq. para a dir.: Os dermatologistas Sérgio Talarico, Silvio Alencar Marques e o Prof. Nelson Proença

A indicação, ou não, incluindo custo e benefício da vacina antizóster nos pacientes acima de 50 anos, assim como quadros graves de herpes-zóster em jovens imunocompetentes, estiveram entre os assuntos comentados nesse fórum. Outro aspecto ressaltado foi a importância dos ambulatórios de cuidados paliativos, uma iniciativa considerada necessária por todos, devendo inclusive, ser replicada em todas as unidades hospitalares ou centros de saúde de maior porte.

No bloco de laser, especialistas falaram sobre a luz no dia a dia do consultório: “LIP e laser fracionado: preparo e cuidados pós-operatórios para otimizar resultados e prevenir complicações”; “Como otimizar a utilização da LIP: sugestões de associações com peelings e outras tecnologias”; “Melanoses, ceratoses seborreícas planas e leucodermias: como tratar esses problemas comuns com tecnologias?”, por exemplo. Esse módulo teve a coordenação de Ana Claudia de Brito Soares e Geraldo Magela Magalhães, ambos de Minas Gerais.

No final de cada bloco ocorreram discussões de casos em que os dermatologistas participantes apresentaram seus comentários com base nas próprias experiências. Entre os participantes, estavam especialistas de renome do país, que fizeram exposição de casos.

 


1 de novembro de 2017 0

A senadora Ana Amélia (PP/RS), relatora do Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 77, de 2016, que regulamenta as profissões de esteticista, cosmetólogo e de técnico em estética, acatou as recomendações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), preservando o Ato Médico, em seu relatório substitutivo. A proposta foi aprovada nos últimos dias de outubro pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e segue para votação no plenário da Câmara dos Deputados.

A relatora justificou que a restrição da qualificação profissional estabelecida em lei é fundamentada no princípio de que o Estado regulamente as profissões cujo exercício esteja ligado à vida, saúde, educação, liberdade ou segurança das pessoas. Sendo esse o motivo de a lei exigir determinadas condições de capacitação para o exercício de tais atividades.

Por isso, o documento entende que “o PLC 77/2016 enquadra-se na possibilidade de atuação do Estado, uma vez que o exercício desta profissão envolve cuidados com a saúde da pessoa humana e que a falta de habilitação adequada poderá, de alguma forma, trazer riscos à sociedade, razão pela qual a sua disciplina legal é admitida”.

O relatório menciona a necessidade de ajustes na redação do PLC que afastem sobreposições relativas às habilitações específicas de cada profissão, além de se assegurar uma separação de competências, conclusão gerada após diversas reuniões com os envolvidos na discussão do tema, incluindo dermatologistas, fisioterapeutas e esteticistas. Essa separação de competências é fundamental, já que parte significativa delas exige prévia prescrição médica e adoção de cautelas específicas para proteção do paciente.

O parecer aborda ainda a alteração da denominação da profissão “Esteticista e Cosmetólogo”, proposta pelos próprios profissionais da área, para “Estetacosmetólogo”.

Outra medida estabelecida foi a emenda n.01, de autoria do senador Hélio José (PMB-DF), que acrescenta parágrafo único ao art. 1º do PLC para dispor que a lei não compreenderá as atividades em estética médica, nos termos definidos no art. 4º da Lei nº 12.842, de 2013 (Ato Médico).

“Já que no contexto da área médica, ‘estética’ está relacionada a procedimentos estéticos invasivos como aplicação de toxina botulínica, peelings químicos, procedimentos cirúrgicos com fins estéticos, dermoabrasão, laser ablativo, entre outros que não compreendem o rol de atividades desenvolvidas pelos profissionais esteticistas.”

O consenso para o projeto foi alcançado graças ao trabalho de defesa profissional desempenhado pela SBD por intermédio da Diretoria, de associados e do Departamento Jurídico, com o objetivo de evitar conflitos com carreiras das áreas de saúde e garantir segurança jurídica nas atividades em estética e da população brasileira.

Leia a íntegra do relatório aqui.


1 de novembro de 2017 0

O dermatologista Ricardo Romiti, médico responsável pelo ambulatório de psoríase do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, fala sobre a psoríase, doença inflamatória que geralmente está associada à uma série de manifestações sistêmica, analisa a fisiopatologia e os tratamentos indicados para cada grau da doença.

Clique na imagem para assistir.


30 de outubro de 2017 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em parceria com a Folha de S. Paulo promoveu o primeiro Fórum Saúde da Pele, no dia 26 de outubro, em São Paulo. O objetivo do encontro foi abordar, em três mesas de debate, os novos tratamentos de doenças dermatológicas; o acesso a procedimentos e medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) e nos planos de saúde para tratamento da psoríase; e o preconceito enfrentado pelos portadores de doenças dermatológicas estigmatizantes.

Cerca de 150 pessoas, entre dermatologistas convidados e estudantes de medicina participaram do encontro, que contou com a presença do presidente da SBD, José Antonio Sanches; do coordenador da Campanha de Psoríase da SBD, Caio de Castro; além dos dermatologistas, da presidente da Psoríase Brasil, Gladis Lima; e de representantes da Agência Nacional de Saúde (ANS) e do Ministério da Saúde. O encontro teve transmissão ao vivo para Grupo de Dermatologistas no Facebook da SBD. Também foi publicado no dia 28 de outubro um caderno especial do jornal sobre o encontro.

Na abertura, a estudante de direção de arte e modelo tocantinense Eliane Medeiros, portadora de vitiligo, diagnosticada com a doença aos cinco anos de idade, ressaltou que sofreu bastante preconceito, especialmente durante a adolescência, mas que hoje, seu trabalho assumiu um papel de agente de transformação social, incentivando as pessoas a repensar seus comportamentos e se aceitar do jeito que são. “Não conseguia me imaginar como seria se eu não tivesse vitiligo. Então, abracei a doença e a transformei em oportunidade de crescimento”, declarou.

Na primeira mesa “Novos tratamentos: o que podemos esperar?”, o presidente da SBD, José Antonio Sanches, argumentou que doenças como a psoríase e o vitiligo, por exemplo, “são de baixa mortalidade, e por isso foram negligenciadas durante muito tempo, mas que trazem um sofrimento muito grande por questões de autoestima e preconceito”, ressaltando a necessidade do diagnóstico precoce para ampliar as opções de tratamento, e da devida atenção para enfermidades de pele, "apesar de as opções de tratamento para doenças como melasma, psoríase, dermatite atópica, alopecia areata e vitiligo terem melhorado ao longo do tempo". 

Em seu depoimento, a médica dermatologista Elisabeth Barboza contou sua experiência após ter descoberto, em 2015, ser portadora de artrite psoriática, o que a fez a abandonar as funções acadêmicas e profissionais. Após tentativas sem sucesso com tratamentos clássicos, Elisabeth recorreu a terapia com medicamentos biológicos. Atualmente, Elisabeth tem a doença sob controle e luta pelos direitos do pacientes. “Depois do que passei, me tornei levantadora da bandeira da qualidade e restauração da vida com as terapias inovadoras.”

Estima-se que cinco milhões pessoas tenham psoríase no Brasil, sendo 500 mil com a forma mais grave, precisando de tratamento com medicamentos inovadores. Sobre o assunto, o coordenador da campanha de Psoríase da SBD, Caio de Castro, ressaltou que fototerapia é a primeira opção terapêutica para a psoríase de moderada a grave. Além de ser um tratamento de fácil manejo e eficaz, seu custo é baixo. No entanto, são poucos os hospitais públicos no Brasil que dispõem do equipamento. O médico observou ainda que as doenças com tratamento de baixo custo são ignoradas no Brasil, citando o vitiligo, que afeta 0,5% da população mundial.

Fazer a informação chegar à população por meio de campanhas de conscientização foi a ação destacada pela professora adjunta do Departamento de Dermatologia da Unifesp Adriana Porro como fundamental para obter avanços na área. “Essas ações também devem ser voltadas para os médicos de outras especialidades para que sejam capazes de encaminhar o paciente o mais cedo possível para avaliação e tratamento adequados”, afirmou. Segundo a médica, o desafio não é só agilizar o diagnóstico, mas investir em ações de vigilância e informação para combater a ignorância.

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30 de outubro de 2017 0

Com cerca de 25 mil casos por ano, o Brasil é o segundo país no mundo, depois da Índia, em diagnósticos de hanseníase, doença negligenciada e considerada um problema de saúde pública. Atualmente, são cerca de 30 mil casos por ano, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo os palestrantes, além da hanseníase, doenças como a psoríase, o vitiligo, doenças bolhosas e dermatite atópica precisam de mais atenção de médicos, da indústria farmacêutica, da mídia e do governo. Apesar da alta relevância epidemiológica e social, há pouco interesse no desenvolvimento de novos estudos de medicamentos no campo da ciência.

“Precisamos avançar muito, pois são grandes os desafios para chegar a eliminação desse problema de saúde pública”, ponderou Carmelita Ribeiro, coordenadora da área referente a essa patologia no Ministério da Saúde, completando que muitas pessoas preferem fazer o tratamento num hospital longe de casa, às vezes até em outro município, para que ninguém saiba, tamanho é o preconceito. A médica defende um trabalho mais eficiente na Atenção Básica à Saúde para a hanseníase e também mais preparo na formação de estudantes, pois a qualidade do serviço tem sido prejudicada. “Temos que aumentar o número de médicos de Atenção Básica à Família e atenção primária que saibam reconhecer os sintomas.”

Na sua exposição, o médico responsável pelo ambulatório de psoríase do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Ricardo Romiti, comentou que a atenção do médico é na saúde do ser humano, de acordo com o compromisso assumido pelos profissionais no Código de Ética.

"As doenças são comuns na nossa rotina em consultórios e hospitais, mas existe muito desconhecimento fora deles. Tomar sol é ótimo para diminuir os sintomas de doenças como a psoríase, mas o paciente acaba cobrindo as lesões e não frequentando diversos ambientes, causando sequelas psicológicas e sociais", explica Romiti. O dermatologista citou o trabalho realizado pela SBD para estimar a prevalência da psoríase, e chegou ao índice de 1,3% da população brasileira. “Esse número vem aumentando, o que talvez possamos atribuir aos hábitos de vida. Só quem tem a doença sabe o que ela representa. Então, o que podemos fazer como médicos é mostrar ao paciente que ele tem alguém com quem contar.”

Para a dermatologista do Hospital das Clínicas e especialista em doenças bolhosas Claudia Giuli Santi, há uma falta de empatia no combate ao preconceito, que deve ser resgatada na escola médica. "A propedêutica médica já sensibiliza e educa a empatia. Se colocar no lugar do paciente é fundamental. O próprio médico precisa ser educado, pois o que vemos é um distanciamento entre quem trata e quem é tratado. Outra questão é sensibilizar o estudante de medicina a comprometer-se mais com os problemas de saúde da população”, salientando a importância da bagagem clínica do ponto de vista do conhecimento geral.

Para combater a discriminação, a criação de grupos de pais, pacientes e médicos, fora do ambiente de hospital é uma ideia que atua na disseminação de ações não apenas de saúde, mas de educação e cultura, segundo o fundador da Associação de Apoio à Dermatite Atópica (Aada), o dermatologista Roberto Takaoka.

"A experiência do paciente é diferente da visão científica do médico. É preciso aproximar as duas, e grupos de apoio para pacientes e familiares podem ajudar no desenvolvimento e qualidade de vida dessas pessoas", considera.

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30 de outubro de 2017 0

Na terceira mesa do Fórum da Saúde, encontro organizado pela Folha de S. Paulo e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o debate girou em torno do acesso a novos tratamentos por intermédio do governo e planos de saúde. A dermatologista da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD e professora-assistente do Departamento de Dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, Claudia Maia, questionou a não inclusão dos medicamentos imunobiológicos para o tratamento da psoríase, assim como ocorre na artrite psoriática, no rol dos medicamentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e cobrou empenho dos gestores para uma melhoria nessa situação.

“Quando as terapias clássicas não funcionam, o paciente fica sem tratamento. Por que na manifestação de uma doença o tratamento é aceito como eficaz e seguro, e em outra não?”, questiona, lembrando da existência de um protocolo clínico para a fototerapia, mas também da sua pouca disponibilidade no país pelo SUS. “Há mais de 10 anos, a SBD vem realizando em reuniões com o Ministério da Saúde na tentativa de regulamentar essas medicações e permitir o direito a um tratamento igualitário”, ressalta.

O coordenador-geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Sandro José Martins, afirmou que o parecer sobre a não inclusão do tratamento foi dado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) em 2012. Segundo ele, faltou tempo de acompanhamento dos efeitos dos medicamentos imunobiológicos, já que existiam dúvidas sobre a falta de segurança para sua utilização a longo prazo. Após cinco anos, há evidências de segurança no uso a longo prazo do tratamento, informa Sandro Martins, sugerindo reavaliação por parte da Comissão.

A dermatologista Claudia Maia reivindicou a presença da SBD na revisão do Protocolo Clínico e Diretrizes de Tratamento da Psoríase (PCDT) do Ministério da Saúde e enfatizou a falta de resposta da instituição mesmo depois de envio pela SBD de dossiê atualizado sobre a doença em 2014. O documento baseou-se em níveis de evidência científica e revisão sistemática, incluindo todas as formas de tratamento, desde os tópicos, fototerapia e terapias sistêmicas tradicionais e biológicas, com estudo farmaeconômico e impacto orçamentário.

Para a presidente da associação de apoio a pacientes Psoríase Brasil, Gladis Lima, parece haver pouco interesse do governo pela incorporação de novos medicamentos e tratamentos. Ela cita a dificuldade geral de pacientes e médicos no preenchimento de formulário para participação de consultas públicas sobre a inclusão desses tratamentos. "O que pesa mais para o governo é o bolso, o quanto essa inclusão vai custar, e não o paciente", disse.

A gerente-geral de regulação assistencial da ANS, Raquel Lisbôa, ressaltou que a maior dificuldade da agência é balancear as necessidades dos pacientes e os interesses das empresas privadas que gerenciam os seguros. Lisbôa afirmou que o alto custo das novas drogas (de cinco a dez mil por mês) e a falha metodológica de estudos apresentados levaram a agência a não incluir os biológicos no rol dos medicamentos obrigatórios. Claudia Maia frisou que, desde 2012, havia resultados de pesquisas, confirmados por estudos internacionais, que comprovavam a segurança do tratamento a longo prazo.

Em outubro, foi implementada uma Frente Parlamentar no Congresso, que pleiteia a inclusão dos biológicos e mais atenção na rede básica. A SBD esteve presente no encontro.

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28 de outubro de 2017 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que o prazo para submissão de projetos de pesquisa técnico-científica para concorrer ao financiamento do Fundo de Apoio à Dermatologia (Funaderm) vai de 1º de novembro a 1º de dezembro. Estarão aptos a participar os associados titulares quites com as obrigações associativas.

Os projetos de investigação devem ser submetidos em formato PDF pelo e-mail funaderm@sbd.org.br, acompanhado da documentação descrita e publicada nos termos do regimento. Serão financiados projetos de pesquisa em todas as áreas da dermatologia, com orçamentos de até 25 mil reais (R$ 25.000,00), e com prazo de execução de até dois anos.

Os recursos do Funaderm são provenientes da arrecadação de doações, legados, auxílios, subvenções, contribuições e outras aquisições proporcionadas por quaisquer pessoas físicas ou jurídicas. De acordo com o regimento, haverá repasse anual relativo aos projetos de pesquisa de até 10% do resultado financeiro positivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O Funaderm é presidido por Antonio D'Acri, tem como secretario-geral, Flavio Luz, segundo secretário, Helio Miot, e coordenador de ética, Vidal Haddad.

Acesse o regimento e veja os requisitos para inscrição.
 


27 de outubro de 2017 0

A Regional Mato Grosso da SBD realizou ação especial de conscientização dos cuidados com cabelos e unhas no Bem Estar Global, no Parque das Águas, em Cuiabá, nesta sexta-feira (27/10). Na Tenda da Pele, o público teve acesso também a orientações sobre diversas doenças dermatológicas. Foram 200  atendimentos, cerca de 20% a mais que no ano passado, das 7h às 13h.

"Nosso principal objetivo foi oferecer ao público informação, ressaltando a necessidade da prevenção e orientando onde procurar tratamento adequado. Quadros clínicos identificados como doenças infecciosas, inflamatórias e casos de câncer da pele tiveram prioridade e encaminhamento para hospitais universitários da região", detalha o presidente da Regional da SBD-MT, Renato Roberto Liberato Rostey.

O vice-presidente da Regional da SBD em Mato Grosso, Igor Bottura, reforçou que é fundamental buscar o dermatologista para cuidar de cabelos e unhas. "Muitas vezes, as pessoas tratam problemas relacionados a cabelos e unhas sem um especialista e isso pode trazer efeitos colaterais prejudiciais à saúde", alerta. Para a dermatologista Noemy Sônia Ueno, que também participou da ação Bem-estar Global na tenda da SBD, "participar é uma forma de mostrar à população que o dermatologista também cuida de cabelos e unhas e que essa é uma especialidade médica que ajuda a identificar uma série de problemas de saúde, não só doenças dermatológicas como doenças clínicas, como câncer, anemia e casos de tireoide", explica.

Diagnóstico preciso que nem sempre todas as pessoas conseguem ter, conseguiram hoje com exclusividade. É o caso de Zilmeire Lourenço da Silva, de 48 anos, com suspeita de psoríase. "É difícil ter acesso a atendimento especializado e essa ação facilita o acesso à informação e à orientação médica. Fui atendida por um dermatologista e consegui encaminhamento para o Hospital Universitário Júlio Müller", conta.

A aposentada Paula Pereira (foto abaixo), 63 anos, ressaltou a importância da iniciativa para a cidade, que passa por dificuldade de atendimento da rede pública na região. "O médico dermatologista (Dr. Renato) me deu orientação sobre o que devo ou não fazer em relação às manchas de pele que tenho", revela, aproveitando a oportunidade para passar na Tenda da Acupuntura e da Alimentação Saudável para buscar orientações sobre prevenção da obesidade.

 

Os casos suspeitos foram encaminhados para o Hospital Universitário Júlio Müller, Hospital Geral de Cuiabá e Hospital Universitário de Várzea Grande. Também participou da ação a médica residente do Hospital Universitário Júlio Müller, Vivian Galindo.





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