O que é psoríase e por que ela pode causar problemas no coração?




29 de outubro de 2019 0

No Brasil, segundo dados de uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela acomete 1,31% das pessoas, sendo mais prevalente no Sul (1,86%) e no Sudeste (1,88%), possivelmente por conta de menor irradiação solar e da maior ascendência europeia nessas regiões.

Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador nacional da Campanha de Psoríase da SBD, explica que a enfermidade inicia-se, geralmente, na faixa dos 20 aos 30 anos, em ambos os sexos, e tende a persistir por toda a vida, com períodos de melhora e piora.

Sua causa é multifatorial, e passa pela predisposição genética. "Cerca de um terço dos pacientes têm algum familiar com o problema, e que não necessariamente é passado de pai para filho. O mais comum é se manifestar em outras gerações", diz o médico.

Diversos fatores ambientais também podem ser o gatilho para o surgimento ou o agravamento da patologia, como estresse, tempo frio, uso de alguns medicamentos (antidepressivos e anti-inflamatórios, por exemplo), infecções, em especial a de garganta, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

E há ainda interferência do sistema imunológico no desenvolvimento da patologia. A explicação é que os linfócitos (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias que atacam as células cutâneas saudáveis, fazendo com que elas sejam produzidas em maior quantidade e tenham o seu ciclo evolutivo antecipado.

"Em uma pessoa saudável, o amadurecimento da camada mais superficial da pele se dá em, mais ou menos, um mês. Nas que têm psoríase, esse ritmo é acelerado, e o resultado é a descamação", comenta Romiti.

Tipos de psoríase

A psoríase pode se manifestar em qualquer parte do corpo, mas tem predileção por algumas: couro cabeludo, cotovelos, joelhos e costas. Sua lesão clássica é uma placa elevada, avermelhada e com escamas esbranquiçadas que de desprendem facilmente.

Elas costumam coçar e doer. Em casos graves, a pele em torno das articulações corre o risco de rachar e sangrar.

Os outros tipos da doença, segundo a SBD, são: ungueal (afeta as unhas das mãos e dos pés), invertida (atinge, principalmente, áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais) e palmoplantar (acomete mãos, pés e dedos).

Existem também as variantes mais graves, a pustulosa (forma lesões com pus), a eritrodérmica (se espalha por todo corpo) e a artropática ou artrite psoriásica (causa inflamação nas articulações).

Neste último caso, além dos sintomas tradicionais, é normal ocorrer, nas articulações, inchaço, dor, rigidez progressiva e, se não houver tratamento adequado, destruição óssea e deformidades As áreas mais afetadas são dedos, coluna e quadril.

De acordo com o estudo Síndrome Metabólica e Artrite Psoriásica entre Pacientes com Psoríase: Qualidade de Vida e Prevalência, produzido pelo Ambulatório de Psoríase do HC da USP de Ribeirão Preto, e patrocinado pela biofarmacêutica AbbVie, 41,8% dos brasileiros que têm doença desenvolvem artrite psoriásica.

Complicações da doença

Em função de seu caráter sistêmico, a enfermidade, antes considerada somente de pele, agora também está associada a doenças do sistema cardiovascular. Uma delas é a chamada síndrome metabólica, composta pelo perigoso trio hipertensão arterial, diabetes e obesidade.

Pela pesquisa da USP-RP, ela atinge, no país, 50% dos psoriáticos. Apesar de ainda não serem totalmente conhecidas as razões dessa relação, sabe-se que o risco dessa população ser acometida pelo problema é cinco vezes maior do que entre os cidadãos em geral.

"Por provocar uma inflamação crônica que atinge diversas partes do organismo, a psoríase também é fator de risco para infarto e acidente vascular cerebral (AVC)", acrescenta Maria Victória Suárez Restrepo, dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

O que também explica essa situação é o isolamento social decorrente da enfermidade. Como os pacientes evitam sair de casa e interagir com os demais, muitos acabam adotando um estilo de vida pouco saudável, com prejuízos diretos e importantes no organismo.

Mais uma característica marcante da psoríase é o impacto que ela tem sobre a saúde mental. "É uma doença que causa um sofrimento enorme por causa devido ao preconceito, levando muita gente a desenvolver depressão e ansiedade e precisar de acompanhamento psiquiátrico", avalia a médica.

Segundo a especialista, isso se deve ao aspecto das lesões. "Como elas são na pele e ficam aparentes, visíveis, as pessoas acreditam se tratar de algo contagioso, aí discriminam e se afastam do doente, reforçando o seu isolamento."

Tratamento da psoríase

O tratamento da psoríase é feito de acordo com o tipo e a gravidade. Nos casos mais leves, com poucas lesões e localizadas, o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT), do Ministério da Saúde, determina a utilização de medicamentos externos, como corticosteroides, calcipotriol e ácido salicílico.

Nos moderados e graves, é indicada, como primeira opção, a fototerapia ultravioleta B (UVB) de banda estreita ou psoraleno (fotossensibilizante e estimulante da produção de melanina), associado à fototerapia com ultravioleta A (PUVA).

Se não houver resposta após 20 sessões, ou o paciente apresentar alguma restrição, o passo seguinte é a introdução de medicamentos orais sistêmicos (metotrexato, acitretina e ciclosporina).

A última alternativa, quando nenhuma das anteriores der resultado, são os imunobiológicos. "Trata-se de uma nova geração de medicamentos altamente eficazes e seguros, desenvolvidos especificamente para o controle da doença, e que atuam como anticorpos, bloqueando a proteína que causa a inflamação", afirma Romiti, do HC-USP.

Recentemente, inclusive, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou quatro deles no tratamento gratuito da doença em estágio avançado.

São os seguintes: adalimumabe, recomendado para a primeira etapa após falha da terapia padrão; secuquinumabe e ustequinumabe, recomendados para a segunda etapa, após falha da primeira; e etanercepte, recomendado após falha da terapia padrão em crianças.

Eles são aplicados por via subcutânea, como a insulina, uma vez por semana, uma vez por mês ou uma vez a cada três meses.

"Temos, hoje, nove biológicos diferentes disponíveis no Brasil (nem todos oferecidos pelo SUS), e cada um com um perfil de ação específico. Quanto mais opções, maiores são as chances de encontramos o tratamento ideal para cada paciente. Assim, a doença, mesmo não tendo cura, pode ser controlada e passar anos sem se manifestar", celebra Romiti.

Junto a tudo isso, os médicos garantem ser imprescindível adotar hábitos de vida mais saudáveis, com dieta equilibrada e prática regular de atividade física, evitar o tabagismo, o elitismo e o estresse, usar hidratante diariamente, tomar banho de sol com moderação, em horários apropriados, com proteção e sob a orientação do dermatologista.

 

Fonte: BBC Brasil


25 de outubro de 2019 0

Em Araras, onde a incidência de xeroderma pigmentoso é de um caso da doença para cada grupo de 40 moradores, a superação faz da rotina de todas as famílias. Esse é o testemunho dos médicos que integraram a terceira expedição ao Recanto das Araras, que levou assistência qualificada aos habitantes da comunidade, em especial àqueles que convivem com essa mutação genética. Com o apoio do laboratório LaRoche-Posay, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) capitaneou no fim de semana uma ação social que, em poucos menos de 48 horas (sexta-feira e sábado), contabilizou dezenas de consultas, exames e cirurgias, além de outras atividades, como o aconselhamento genético. 

A recomendação de não gerar filhos a partir de casamentos entre parentes é uma das orientações para fazer o bloqueio dessa mutação. O gene relacionado ao XP fica “escondido” entre os pais e, quando se manifesta, em dose dupla, os portadores recebem uma cópia modificada do gene da mãe e outra do pai. A incidência na comunidade de Araras é de um caso da doença para cada grupo de 40 moradores. Em uma década foram diagnosticados 23 pacientes com manifestações do xeroderma pigmentoso na comunidade. 

Em termos proporcionais, essa concentração de XP no interior de Goiás é considerada a maior já registrada no mundo. Os dados, considerados alarmantes, são atribuídos ao elevado número de casamentos consanguíneos, entre pessoas com predisposição genética para o XP. Até o isolamento geográfico de Araras favorece as uniões entre os parentes.  

Preconceito – Há dez anos os moradores de Araras ainda acreditavam terem sido acometidos por uma peste ou praga que os havia condenaram ao isolamento, ao preconceito e à morte. No entanto, com a ajuda da dermatologista Sulamita Chaibub, do Hospital Geral de Goiânia, hoje aposentada, eles tiveram o primeiro diagnóstico da doença através de teste genético. 

“Os fatores genéticos, que causam extrema sensibilidade aos raios solares, tornam as pessoas com XP muito mais suscetíveis ao câncer de pele e mutilações causadas pela retirada dos sucessivos tumores. Alguns usam próteses nas áreas do corpo mais expostas ao sol e afetadas pelo câncer, principalmente rosto e olhos”, explica a decana. Atualmente, Sulamita coordena o Grupo de Apoio Permanente às Pessoas com Xeroderma Pigmentoso (Grape), que atua em várias frentes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com XP e acompanha a evolução da doença mesmo fora do ambulatório.

O Grape é vinculado à Sociedade Brasileira de Dermatologia. Trata-se de um projeto da Coordenação de Ações Institucionais da entidade, criado com o propósito de promover o apoio contínuo no âmbito psicoemocional e educativo para portadores de doenças de pele que possam comprometer sua qualidade de vida, ser excludentes ou discriminativas nos âmbitos social, profissional e até familiar.

“O compromisso da SBD com os pacientes dermatológicos graves vai além dos consultórios. Buscamos desenvolver estratégias para chegar até eles, levando o melhor de nosso conhecimento, com o acesso às mais modernas possibilidades de tratamento e diagnóstico. Certamente, fazemos a diferença e continuaremos a fazê-lo com o apoio de nossos sócios e de instituições parceiras que acreditam nesssa proposta”, disse o presidente da Sociedade, Sergio Palma. 

Proteção – Conscientes de que ainda não há cura para a doença, os portadores de XP são orientados a adotarem medidas de proteção contra a radiação solar, como uso diário de filtros para a pele, óculos de sol, chapéus e roupas longas. Muitos já trocaram a lida no campo por trabalhos domésticos e atividades noturnas, fugindo da exposição ao Sol. 

“Os serviços médicos regulares oferecidos na região e na capital, Goiânia, além dos mutirões da SBD para a retirada de tumores e análise do material genético colhido dos pacientes estão entre as ações que melhoraram a saúde e a qualidade de vida das pessoas que convivem com xeroderma pigmentoso, em Araras e no entorno”, reconhece a dermatologista Fernanda Carvalho. Ela integra a equipe multidisciplinar que acompanha a rotina dos pacientes em Faina e em Goiânia. 

Em uma década, dos 23 pacientes que apresentaram lesões decorrentes do XP, 20 continuam vivos. Há relatos de que, antes da “descoberta” da comunidade pelos dermatologistas, houve pelo menos 20 mortes entre os parentes dos atuais moradores com sinais e sintomas característicos da doença. Aos 85 anos, João Gonçalves da Silva foi contemporâneo da maioria deles. 

Hoje aposentado, ele tem as mãos calejadas do trabalho na roça e o corpo marcado pelos cortes do bisturi em dezenas de cirurgias. Ele se considera uma “alma” vitoriosa por conviver com XP desde os cinco anos de vida, quando apareceram as primeiras manchas na pele. Na época, a família desconhecia as causas da doença e não tinha recomendações médicas sobre a necessidade de evitar o sol. 

Gene – As histórias dos pacientes emocionam. Alisson Freire Machado, 16 anos, aluno do 2º ano do nível médio, sonha com a melhora de sua saúde e já decidiu que quer ser médico dermatologista para estudar o xeroderma pigmentoso. Ele é filho de Gleice Machado e de Djalma Freire, primos de quarto grau que desconheciam o parentesco e carregavam no DNA o gene modificado. 

“Somos todos heróis. O que é raro para os outros lá fora e o resto do mundo é comum para nós. Nossa luta já resultou em ganhos, tanto em qualidade de vida como em ações científicas e médicas”, disse Gleice, que fundou a Associação Brasileira do Xeroderma Pigmentoso (ABRAXP), com abrangência nacional e cerca de 300 sócios. O grupo conta com o apoio da entidade, inclusive durante os mutirões da SBD na comunidade de Araras, que acolheu cerca de 50 visitantes em busca de diagnóstico e tratamento.

O secretário de saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, que esteve na comunidade pela primeira, também reconheceu a importância da parceria com a SBD que levou uma dúzia de dermatologistas para cuidar dos pacientes com XP e outras doenças de pele. “Nós conseguimos unir diversos interesses e mudar a perspectiva de vida e a qualidade de vida da população que é atendida pela SBD. Nós precisamos de mentes brilhantes, de pesquisadores envolvidos para que possamos desenvolver políticas públicas de saúde para cuidar dessas pessoas”, afirmou.
 


25 de outubro de 2019 0

Como parte das comemorações pelo Dia do Médico (18 de outubro), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) capitaneou no fim de semana uma ação social que levou atendimento qualificado para os moradores do povoado de Araras, no Noroeste de Goiás, uma comunidade rural que parece perdida no tempo e é castigada pelo sol escaldante do Cerrado. Em poucos menos de 48 horas (sexta-feira e sábado), 12 dermatologistas realizaram dezenas de consultas, exames e cirurgias para uma população que apresenta uma condição patológica atípica: são portadores de uma mutação genética que leva ao desenvolvimento do xeroderma pigmentoso (XP).
 
Um caminhão com consultórios e salas de cirurgia foi levado até o local, inclusive com equipamentos de alta tecnologia, como microscopia confocal e fotofinder, além de dermatoscópios, para fazer a identificação e retirada de tumores de pele com maior precisão. Durante dois dias a equipe da SBD acompanhou 16 atendimentos médicos em pacientes com XP, mesmo média alcançada em edições anteriores da expedição Recanto das Araras, que acontece pela terceira vez, sempre em parceria com o laboratório La Roche Posay.


 
Além desses atendimentos, foram realizadas 12 cirurgias, com a retirada de 40 tumores (32 cânceres de pele carcinoma basocelular e 8 cânceres de pele melanoma) em decorrência do xeroderma pigmentoso. Outros 12 pacientes, ainda sem diagnóstico de XP, também passaram por cirurgias com a remoção de 16 lesões de câncer de pele (todos do tipo carcinoma basocelular). A ação solidária é realizada a cada dois anos desde 2015. Os testes genéticos já realizados na comunidade identificaram 85 moradores com o gene modificado que pode causar o xeroderma pigmentoso, sendo que 23 já têm a manifestação da doença.
 
Compromisso – Para o presidente da SBD, Sergio Palma, que integrou a equipe, é prova do compromisso social da especialidade. “A medicina deve ser sempre humanizada e a dermatologia tem essa característica. É importantíssimo esse cuidado e o acolhimento do paciente. O trabalho da dermatologia nesse povoado tem sido muito gratificante. É um crescimento pessoal imenso e uma experiência riquíssima que eu vou levar para a vida toda”, disse.  


 
A partir de Goiânia, onde o grupo se reuniu, foram percorridos cerca de 250 km até a comunidade, sendo 40 deles em estradas de terra. “O resultado foi excelente. Fizemos muitos diagnósticos e conseguimos tratar muitas lesões. A sensação é de que esse esforço precisa continuar. Essa comunidade não pode ficar desassistida. No que depender da SBD, essas ações devem ser mantidas e aprimoradas para trazer novos benefícios para essa população”, disse a secretária-geral da SBD, Cláudia Carvalho Alcântara Gomes, que atuou diretamente na organização da caravana.


 
O xeroderma pigmentoso (XP) é uma doença de origem genética e sem cura, caracterizada pela pele seca, pigmentada e extremamente sensível à luz solar em decorrência de uma mutação. Por ser rara e pouco conhecida, a cada mutirão as amostras dos tumores retirados dos pacientes são colhidas para análise no Laboratório de Reparo de DNA do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP), que tem aprofundado os estudos sobre a doença, como explicou a geneticista Juliana Vilar, que também fez parte da equipe.


 
Parceiros – Nesta edição, novos parceiros institucionais se agregaram à iniciativa, num total de 15 instituições. Por exemplo, o laboratório de Métodos de Extração e Separação do Instituto de Química, da Universidade Federal de Goiás, colheu amostras para um trabalho que realiza com o objetivo de desenvolver técnicas para o diagnóstico simplificado do câncer.

Ao avaliar a iniciativa, a 1ª secretaria da SBD, Flávia Vasques Bittencourt, ressaltou ainda a importância do trabalho realizado pelas dermatologistas de Goiás que dão assistência contínua aos pacientes de Araras. As especialistas Fernanda Rocha Lima, Ana Maria Ribeiro e Larissa Pimentel se desdobram para que a comunidade tenha a orientação necessária no tratamento da doença. 

“São profissionais comprometidas com o atendimento dessa população. Graças ao empenho de cada uma, que rodam centenas de quilômetros todos os meses e nem sempre contam com as condições adequadas para exercer seu papel, que os moradores dessa comunidade têm acesso ao cuidado especializado. Elas são um exemplo do compromisso do dermatologista com a saúde pública”, disse Flávia Bittencourt.

Com o apoio dessas três especialistas goianas, o trabalho foi conduzido, nesta edição, com o apoio de médicos que vieram de Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RS). Além dos membros da diretoria da SBD, também contribuíram os dermatologistas Carlos Barcaui (coordenador do Departamento de Imagem da SBD), Joaquim José Teixeira de Mesquita Filho (coordenador do Departamento de Cirurgia da SBD) e Vanessa Mussupapo. 


 
Especialidades – Além do atendimento dermatológico, a expedição possibilitou ainda aos moradores o acesso a médicos de outras especialidades, como oftalmologia, e até assistência jurídica e apoio psicológico. Houve a distribuição de kits com filtro solar e outros dermacosméticos, bem como palestras sobre aconselhamento genético para que os jovens, entre outros cuidados com o XP, se casem com mais segurança.
 
O vice-presidente da SBD, Mauro Yoshiaki Enokihara, vê na ação a materialização de como deve ser a rotina nos consultórios. “É fundamental esse relacionamento entre o médico e o paciente. A dermatologia está em várias áreas de atuação. A estética, por exemplo, é importante, mas não pode ser mais importante do que o cuidado e a prevenção das doenças, principalmente as que são estigmatizantes. Eu também aprendo com os pacientes, mas não dessa maneira no contado com a realidade deles. Isso aqui para mim tem sido uma lição de vida para que a gente possa tomar como exemplo e aplicar em outros momentos”, afirmou.

Para os especialistas, mutirões de saúde como o de Araras melhoram a qualidade de vida dos moradores e também enriquecem a experiência de vida dos participantes. É o que pensa Leonardo Mello Freire, secretário da SBD. Segundo destacou, “sempre ajudamos, ensinamos e aprendemos. Há muitas pessoas que precisam de ações como essa. Ao realizarmos uma, como essa, em Araras, conseguimos fazer alguma diferença e acabamos aprendendo muito também”.

É assim que pensa também Sulamita Chaibub – a dermatologista que diagnosticou o primeiro paciente com XP em Araras –, que, mesmo aposentada, fez questão de acompanhar de perto a missão de combate ao câncer em Araras. Segundo ressaltou, “esse time atingiu, mais uma vez, seu objetivo de assistência médica e social com excelência”.

Com um envolvimento de vários anos com esse trabalho, Sulamita é reconhecida pela especialidade por sua dedicação à causa. Contudo, ela compartilha com os participantes da missão essa gratidão: “ a generosidade demonstrada pelos estimados colegas é comovente, deixando nítida a escolha pela prática médica. Vocês abdicaram de seu precioso tempo no conforto de seus consultórios, de sua casa e da presença de seus familiares para olharem e cuidarem daqueles que sofrem com essa doença. Ela não perdoa e mutila seus portadores cada vez mais. A sensibilidade humana do médico foi demonstrada por vocês no atendimento, no diagnóstico, na cirurgia e na discussão científica”, concluiu. 
 


24 de outubro de 2019 0

Outubro é o mês de conscientização sobre a psoríase, uma doença de pele que atinge cinco milhões de brasileiros. E dentro de quatro meses, novos medicamentos liberados pelo SUS vão ajudar no tratamento.

Em matéria divulgada esta semana no Repórter Brasil, a dermatologista Claudia Maia comenta sobre os principais tratamentos realizados para o controle da doença e ressalta o trabalho da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ao longo dos anos para a liberação dos medicamentos biológicos, destinados aos pacientes de psoríase que não respondem à terapia tradicional.

Clique para assistir a íntegra da matéria.


23 de outubro de 2019 0

SBD Capacita

O Projeto Capacita, idealizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), oferece gratuitamente uma série de cursos rápidos de capacitação dermatologistas associados e residentes/especializandos de Serviços Credenciados interessados em desenvolver, aperfeiçoar e adequar habilidades e competências profissionais.

Atualmente o projeto conta com três atividades. A primeira delas, iniciada em 2016, é direcionada a recepcionistas e secretárias, e mostra ao profissional que qualidade no atendimento é um diferencial competitivo.

A segunda fase aborda Gestão para Clínicas Dermatológicas com o objetivo de orientar o especialista a administrar seu negócio em qualquer momento da carreira. Em aulas formadas por apresentações interativas, o associado agrega conhecimentos sobre recursos humanos, finanças, marketing ético para clínicas dermatológicas e planejamento estratégico para a abertura e expansão de clínicas dermatológicas, bem como sobre as resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) para todos os tipos de mídias.

A terceira atividade do Projeto SBD Capacita, com previsão de lançamento para o final de novembro, aborda o curso de micologia, que inclui metodologias ativas de aprendizagem ligadas à tecnologia. O conteúdo está sob a responsabilidade da coordenadora do Departamento de Micologia, Regina Casz Schechtman. Com a colaboração de uma equipe de dermatologistas e pós-graduandos do Instituto de Dermatologia Prof. David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, o curso aborda nos três blocos (básico, intermediário e avançado) assuntos como noções gerais sobre micologia e taxonomia dos fungos patogênicos; micoses superficiais, subcutâneas e sistêmicas; etiologia e epidemiologia; diagnóstico clínico e diferencial, além do laboratorial; casos clínicos de complexidade fácil, média e difícil, entre outros.

No SBD Capacita não há limite de visualizações das aulas. O cadastro pode ser feito por e-mail, que a cada curso é enviado aos associados, e também na área restrita aqui do site da SBD. Todos os cursos têm o desenvolvimento técnico da MedConsulting Consultoria Médica.

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Obs: Caso já esteja inscrito(a) no curso de Micologia, clique aqui.


22 de outubro de 2019 0

Outubro é o mês que marca o Dia Mundial de Conscientização da Psoríase (29/10), uma doença de pele inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta diretamente milhares de pessoas no Brasil e pode atingir todas as idades. Neste ano de 2019, os pacientes de psoríase, os profissionais da saúde e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) têm mais um motivo comemorar: recentemente o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou os medicamentos imunobiológicos para o tratamento da psoríase moderada a grave, em adultos e crianças, que não respondem às terapias tradicionais.

Mas afinal, o que é a psoríase? Classifica-se a psoríase como uma doença inflamatória que acomete a pele e as articulações de cerca de 2% da população mundial. De causa multifatorial, inicia-se geralmente na faixa dos 20-30 anos de idade e tende a persistir por toda a vida com períodos de melhora e piora. Além disso, possui gatilhos que podem agravar o quadro, como estresse, tempo frio, fumo, infecções, banhos longos e quentes e uso de algumas medicações. “As dicas para melhorar o quadro incluem hábitos de vida saudáveis, uso de hidratantes, banhos de sol moderados e evitar o traumatismo da pele, como o hábito de cutucar ou arrancar as escamas que se formam sobre a pele, além de se consultar com o dermatologista periodicamente”, explica Ricardo Romiti, Coordenador da Campanha Nacional de Psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O tipo de psoríase mais comum é a forma em placas. No geral, são lesões avermelhadas e elevadas, com escamas esbranquiçadas na sua superfície. “As escamas acabam se espalhando pelo vestuário, roupa de cama e ao redor de quem manifesta o quadro. Coceira e dor associada a rachaduras na pele podem ser muito debilitantes”, afirma Sergio Palma, Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Os locais mais atingidos são o couro cabelo, cotovelos e joelhos, e as costas, podendo também aparecer em outras regiões do corpo como nas unhas (ungueal), mãos e pés (palmo-plantar) e articulações (artropática ou artrite psoriásica). Existem também variantes graves com a formatação de lesões com pús (pustulosa) e aquelas que se espalham por todo corpo (eritrodérmica).

“Muitas vezes a psoríase pode ser confundida com alergias de pele ou micoses, levando a tratamentos ineficazes e inadequados que podem piorar o quadro. Portanto, em caso de qualquer lesão suspeita da doença é necessário procurar um médico dermatologista associado à SBD para realizar uma avaliação completa, solicitar os exames adequados e discutir as melhores formas de tratamento”, esclarece Sergio Palma.

O tratamento da psoríase depende essencialmente da forma da doença e da extensão do quadro. Casos leves são tratados com medicamentos tópicos, como cremes e xampus. Para o tratamento da psoríase moderada a grave são usados a Fototerapia (banhos de luz ultravioleta) e medicações orais sistêmicas. Caso o paciente não melhore com as etapas de tratamentos anteriores ou apresentem alguma restrição ao seu uso, indica-se os medicamentos imunobiológicos.

“Os biológicos são uma nova geração de medicamentos para o tratamento da psoríase moderada a grave. São tratamentos altamente específicos e eficazes no controle da enfermidade, quando o paciente já não responde às mediações tradicionais. O médico dermatologista precisa avaliar com atenção caso a caso para indicar o melhor tratamento”, explica Claudia Maia, Médica Dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Recentemente, o SUS incorporou uma série de tratamentos biológicos ao grupo de medicações oferecidas de forma gratuita pelo sistema.

A característica mais marcante da psoríase é o impacto que a doença tem sobre o bem-estar físico e a qualidade de vida do paciente. “A psoríase é cercada de preconceito devido ao aspecto das lesões e o receio infundado que possa ser contagiosa. Não se trata de uma doença contagiosa e assim não há nenhum risco para as pessoas que convivem com o paciente de psoríase”, destaca Palma.

A SBD reforça a luta contra o preconceito e a necessidade constante de esclarecimentos sobre as suas manifestações. “Essa situação delicada que leva a pessoa com psoríase ao isolamento social precisa ser mudada. A Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase da SBD, veiculada nas redes sociais da Sociedade, tem um papel muito importante na luta contra o preconceito”, finaliza Ricardo Romiti.

Sobre a liberação dos imunobiológicos no SUS

Durante o maior e mais importante congresso da dermatologia Brasileira, o 74° Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em setembro, a SBD recebeu a notícia da liberação dos medicamentos imunobiológicos para tratamento da doença no SUS, uma luta dos pacientes com psoríase e dermatologistas ao longo de 1 década. No entanto, a disponibilização dos medicamentos biológicos não ocorre de forma automática, precisando de algumas burocracias do Ministério da Saúde para que os imunobiológicos possam finalmente ser prescritos pelo médico.

“Ao que tudo indica a espera não será longa, pois há poucos dias saiu o Sigtap para psoríase, que é o código do Ministério da Saúde, para começar a liberar as medicações. Agora só estamos aguardando a adequação das Secretarias estaduais de saúde para começarem o fluxo de fornecimento”, explica Claudia Maia.

Portanto, de forma resumida, a partir de agora, com o novo protocolo de tratamento da doença,  passam a ser regulados a forma de acesso dos pacientes à medicação gratuita na rede pública, os critérios para fechamento de diagnóstico, a exigência de que gestores do SUS observem as normas e a obrigação de que os médicos informem ao paciente, ou seu responsável legal, sobre os potenciais riscos, benefícios e efeitos adversos relacionados ao uso das medicações citadas. Entenda mais sobre o assunto aqui.


22 de outubro de 2019 0

A votação da Medida Provisória nº 890/2019 pelo Plenário da Câmara dos Deputados está prevista para os dias 22 e 23 de outubro. Na tentativa de sensibilizar os parlamentares a votarem contra as emendas que distorcem a proposta original, enviada pelo Governo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) acionou a população médica para agir. Os 475 mil médicos inscritos nos CRMs receberam nesta segunda-feira (21) um e-mail pedindo que acessem uma plataforma especialmente criada para permitir o envio de mensagens aos políticos.

Clique aqui para acessar a plataforma

No texto, os profissionais pedem o apoio e o voto dos parlamentares contra temas como a flexibilização do Revalida, a permissão para que consórcios estaduais contratem pessoas com diplomas estrangeiros de medicina sem revalidação e a possibilidade de que os intercambistas cubanos continuem a atuar no Brasil.

Para colaborar com a iniciativa, basta acessar a plataforma, inserir os dados solicitados (números do CRM, CPF e estado de inscrição). O tempo para concluir a operação não leva mais do que um minuto. Essa é mais uma medida do CFM para envolver os médicos e a sociedade na sensibilização dos parlamentares para a pauta prioritária atualmente.


21 de outubro de 2019 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou nesta segunda-feira (21/10) uma carta aberta à população no qual conclama as autoridades, em especial o Ministério Público e o Poder Judiciário, a tomarem providências imediatas contra a realização de procedimentos estéticos invasivos por pessoas sem formação médica. Segundo a entidade, esses casos, que têm se repetido com frequência cada vez maior, expõem pacientes a riscos de complicações de saúde e até de morte.

CONFIRA ABAIXO A ÍNTEGRA DA CARTA DA SBD AOS BRASILEIROS
 
No texto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que mantém seus esforços contínuos para a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que autoriza indevidamente aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

Saúde – “É inaceitável que a ação inescrupulosa de alguns indivíduos continue a ceifar vidas. Sem formação e capacitação adequadas, essas pessoas cometem abusos com consequências graves. Muitos já morreram por conta dessas irregularidades e milhares de outros têm sua saúde prejudicada ao passarem por procedimentos estéticos invasivos desnecessários ou malconduzidos, que, por lei, devem ser realizados exclusivamente por médicos”, disse o presidente da SBD, Sergio Palma. 

A reação da SBD vem após a confirmação da morte de Silmara Regina Rodrigues, 45 anos, no sábado (19/10), após dez dias de internação em UTI em São José do Rio Preto (SP). O caso é mais um exemplo do risco aos quais estão expostas pessoas que realizam procedimentos cosmiátricos invasivos em lugares inadequados e com pessoas sem formação em medicina. 

Silmara Regina, que deixou marido e dois filhos (de 18 anos e de 7 anos), faleceu em decorrência de complicações após passar por uma cirurgia estética de redução de "papada" (lipoplastia cervical) em consultório odontológico. A profissional que realizou o procedimento era uma dentista e a clínica já foi autuada por não ter licença para realizar atos desse tipo. 

Alerta – Trata-se de uma tragédia que poderia ter sido evitada. Por isso, a SBD reitera seu alerta junto à população para que não faça tratamentos estéticos invasivos com pessoas sem a devida capacitação e em locais sem a infraestrutura para atender situações de emergência. Os médicos são os profissionais recomendados para fazerem esse ato, em especial os dermatologistas e cirurgiões plásticos, reitera a entidade. 

Além do alerta, a SBD está tomando providências legais para inibir ações irregulares. Denúncias de exercício ilegal da medicina estão sendo encaminhadas para a Polícia, o Ministério Público e as vigilâncias sanitárias nos Estados. Até o momento, cerca de mil situações de abuso foram registradas junto às autoridades. 

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO
 

É inaceitável que mortes continuem a ocorrer no País em decorrência de procedimentos cosmiátricos invasivos realizados por pessoas sem formação em medicina. Cabe às autoridades, em especial ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, a tomada de medidas cabíveis urgentes para frear os abusos e as irregularidades que expõem a população a situações de risco de vida. 

A morte de Silmara Regina Rodrigues, 45 anos, ocorrida no sábado (19/10), em São José do Rio Preto (SP), é um alerta inequívoco para a necessidade de providências urgentes. Por conta da atuação irregular de uma dentista, ela faleceu abruptamente, deixando marido e dois filhos. Uma tragédia que poderia ter sido evitada se as instâncias competentes tivessem agido no momento certo. 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que mantém seus esforços contínuos para a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que autoriza indevidamente aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

Em diferentes frentes, a SBD, com apoio de entidades médicas, atua contra a invasão de competências por outras categorias em áreas de atuação exclusivas dos médicos, conforme previsto na Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013). Trata-se de um desvirtuamento de atribuições que deve ser coibido com urgência para proteger o bem-estar, a saúde e a vida de milhões de brasileiros. 

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2019. 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA
Gestão 2019/2020


18 de outubro de 2019 0

 

Neste 18 de outubro, data dedicada aos médicos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança uma campanha focada nos seus associados, mostrando o quão importante eles são para a medicina, o País e seus pacientes. Dedicação, competência, cuidado, eficácia, segurança: estes são atributos reconhecidamente presentes na prática na especialidade, que serão destacados em mensagens positivas e direcionadas a quem atua na linha de frente.

“Esperamos que todos compartilhem essas peças com seus amigos, colegas e pacientes. É importante que todos reconheçam no dermatologista um profissional competente e altamente preparado para cumprir seu papel. É preciso jogar foco sobre essas qualidades que sempre estiveram presentes, mas que acabam perdendo espaço na correria do dia-a-dia”, ressaltou o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Faça o download das peças e compartilhe!

Além das peças distribuídas em redes sociais e por Whatsapp, Sergio Palma enumera outras iniciativas que buscam o reconhecimento das características que fazem parte da prática dermatológica no Brasil. Segundo contou, não só em 18 de outubro, mas de forma contínua, a atual gestão da SBD está ampliando sua atuação em diferentes frentes para assegurar a valorização da especialidade. A equipe que preparou o material sugere que as peças sejam compartilhadas em canais de redes sociais, como cards ou mesmo como layouts. Também podem ser instaladas como banners em sites ou mesmo compartilhadas em grupos de trocas de mensagens.

Boa notícia – Ponto positivo nesse trabalho foi a presença da SBD em audiência pública, nesta semana, organizada pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados. Do encontro, os dermatologistas, representados por Sergio Palma, sairão com uma boa notícia. Os parlamentares decidiram recomendar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que todos os medicamentos e substâncias para aplicação injetável sejam vendidos mediante prescrição médica.

Os políticos também sugeriram a criação de normas que imponham ao produtor e distribuidor informar data, lote de fabricação e validade desses produtos, assim como que seja informada sua destinação e o registro do médico responsável. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ofereceu subsídios aos parlamentares que levaram a essa tomada de decisões. “A SBD está cada vez mais presente no Congresso Nacional. Os resultados começam a aparecer quando conseguimos sensibilizar os tomadores de decisão para questões importantes, como estas”, disse Palma.

Com as ações práticas, de convencimento de parlamentares e de fortalecimento do trabalho da instituição em campos como educação, pesquisa e ciência, a SBD entende que “todos os dias serão dias do médico, sobretudo do dermatologista”, como reiterou Sergio Palma.

“Ao buscar o reconhecimento de nosso papel, de nossas competências e de nosso compromisso com a saúde individual e coletiva, estimularemos o retorno aos dermatologistas daquilo que tanto merecem: a gratidão pelo empenho na assistência”, destacou. Segundo o presidente da SBD, a Gestão 2019-2020 tem atuado nesse sentido e continuará a fazê-lo nos campos jurídico, da comunicação e político, dentre outros.

 


15 de outubro de 2019 0

A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados recomendará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que todos os medicamentos e substâncias para aplicação injetável sejam vendidos mediante prescrição médica. O grupo também sugerirá a criação de normas que imponham ao produtor e distribuidor informar data, lote de fabricação e validade desses produtos, assim como que seja informada sua destinação e o registro do médico responsável. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ofereceu subsídios aos parlamentares que levaram a essa tomada de decisões.

Os dois desdobramentos foram decorrência de audiência pública realizada nesta terça-feira (15/10), em Brasília (DF), para discutir o exercício ilegal da medicina e a adoção de medidas que impeçam a prática de atos médicos por profissionais sem a correta formação e especialização nos mais diversos campos da medicina. Na oportunidade, o presidente da SBD, Sérgio Palma, fez uma explanação de quase 20 minutos detalhando os riscos aos quais a população está exposta pela realização de procedimentos cosmiátricos invasivos por pessoas sem formação em medicina.

Assista a íntegra da participação do representante da SBD 

Segundo relatou aos deputados, os dermatologistas têm percebido em seus consultórios o aumento da incidência de pacientes que acusam efeitos adversos causados por procedimentos feitas por não médicos que atuam na área cosmiátrica. O relato feito pelo representante da SBD, rico em detalhes, sensibilizou políticos que reivindicaram um posicionamento da Anvisa com relação ao tema.

Toxina botulínica – “Se nós não podemos comprar um antibiótico sem receita, por que um distribuidor pode vender toxina botulínica de qualquer jeito?”, justificou o deputado Luis Antonio de Souza Teixeira Junior (PP-RJ), médico ortopedista e autor do requerimento para realização da audiência pública. “O debate foi muito produtivo, trouxemos à tona o problema, contextualizamos mostrando que não é uma questão de reserva de mercado”, avaliou Sérgio Palma, que ressaltou; “não estamos disputando com as outras profissões. Estamos defendendo a correta formação do médico especialista”.

Além da recomendação relativa às substâncias injetáveis, os parlamentares já pediram à SBD que encaminhe à Comissão uma lista com equipamentos e medicamentos que merecem um novo crivo. “Eu sou médico, minha esposa é médica, e nos deparamos diariamente com pessoas sequeladas por verdadeiros criminosos que vendem serviços à população sem ter competência para realizá-los”, acrescentou o deputado Luis Antônio (PP-RJ). 

Para ele, “quem mais sofre é a população carente, que não tem acesso a bons médicos”. Segundo ele, é essencial a valorização e exigência da residência médica para a formação de especialistas e, consequentemente, a redução dos riscos associados ao atendimento por profissionais sem o conhecimento necessário. “Todas as profissões têm o nosso apoio, mas dentro da lei”.

Exercício ilegal — Em sua participação, Sérgio Palma apresentou casos de pacientes que sofreram efeitos colaterais pelo uso inapropriado de preenchedores e outras substâncias, que podem causar complicações graves e diversas quando mal ministrados. “Não basta conhecer anatomia. É preciso conhecimento aprofundado e experiência”, afirmou.

Ele informou ainda aos parlamentares que a entidade tem combatido a prática ilegal da medicina e já impetrou mais de 800 representações em instâncias do Judiciário, Ministério Público e vigilância sanitária. “Nossa preocupação é impedir a ação de pessoas desqualificadas para esse tipo de atividade e assegurar que a população seja atendida apenas por médicos bem formados, capacitados e habilitados para realização de procedimentos dermatológicos e cosmiátricos invasivos”, destacou. 

O representante da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), Leonardo Nobrega, qualificou como essencial o debate em torno do exercício ilegal da medicina. “Os problemas se repetem nas várias especialidades. Há uma invasão do ato médico e não podemos menosprezar um procedimento, por mais simples que pareça”, comentou. “Estamos vivendo problema de saúde pública. Algumas vezes, são situações dramáticas”, acrescentou, relatando receber em consultório “pacientes maltratados, mal diagnosticados e malconduzidos”.

Por sua vez, o porta-voz da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Níveo Steffen afirmou que a entidade não é contra o exercício profissional de outras áreas da saúde que integrem um tratamento multidisciplinar, mas defende o exercício legal da medicina. “Nós estamos vivendo um problema de saúde pública. Muitas pessoas estão morrendo”, destacou. O diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Neuton Dornelas Gomes, defendeu ações de valorização do médico e zelo pelo nível ético e qualidade científica no exercício da profissão.
 





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