SBD Live promove debate sobre os cuidados com pacientes de psoríase durante a pandemia Covid-19



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3 de junho de 2021 0

Centenas de especialistas acompanharam webinar que debateu o tema Covid-19: conduta e cuidados em pacientes com psoríase, promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Com o intuito de discutir o manejo de pacientes em uso de imunossupressores, fototerapia e imunobiológicos durante a pandemia, o encontro foi transmitido por meio de plataforma virtual exclusiva, na terça-feira (2/5).

Foram feitas considerações sobre o estado imunológico de pacientes com psoríase, a necessidade do isolamento social e ressalvas à prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina. Esse é o quarto evento consecutivo, nesse formato, organizado pela SBD com foco na qualificação do dermatologista frente à Covid-19, sendo que todos estão disponíveis para o associado.

O presidente da SBD, Sergio Palma, ao mediar as apresentações, lembrou ainda os expectadores sobre a página especial “SBD Coronavírus”, na qual estão reunidas informações relevantes para os dermatologistas quanto ao manejo clínico e à prevenção de contágio no atendimento de pessoas com suspeita ou diagnóstico positivo para a Covid-19.

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“A SBD Coronavírus é mais uma ação elaborada pela atual Gestão 2019-2020 com foco na educação científica. É um repositório de textos e documentos sobre Covid-19 de interesse da nossa especialidade. Nessa página, já é possível acessar inclusive documento da SBD com recomendações para atendimento de pacientes que utilizam imunossupressores e biológicos, no período de pandemia”, afirmou.

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Aspectos genéticos – Em seguida, Renata Magalhães, coordenadora dos Ambulatórios de Psoríase e Biológicos do Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), ministrou aula sobre os novos conceitos da psoríase, com ênfase em aspectos genéticos, imunopatogênese e tratamento. Segundo ressaltou, no Brasil, aproximadamente 1,3% da população é acometida pela doença, sendo que cerca de 20% desse total tende a evoluir para as formas graves.

Ela lembrou que alguns fatores ambientais e hábitos do paciente contribuem para o agravamento, principalmente: estresse, consumo de álcool e tabaco e uso de determinados medicamentos. Renata pontuou ainda os imunobiológicos atualmente aprovados para administração no Brasil.

Infecções – Na sequência, o coordenador de Ações para Psoríase na SBD e do Ambulatório de Psoríase do Hospital de Clínicas da USP, Ricardo Romiti, discutiu o risco de infecções em paciente com psoríase. Na sua avaliação, os casos mais graves da doença, como a forma eritrodérmica e pustulosa generalizada, necessitam de atenção especial, uma vez que existe risco aumentado para infecções sistêmicas independentemente do tratamento realizado. A recomendação de isolamento social deve ser reforçada e o tratamento mantido, disse.

“Se o paciente é grave e está evoluindo bem, sem sinais de infecção, o ideal é continuar com a terapêutica para evitar uma recidiva, com o retorno dos sintomas. Da mesma forma, para aqueles com psoríase em placas. No entanto, se o paciente possui um quadro mais leve e estável da doença e ainda não iniciou o tratamento, na atual situação de pandemia, a indicação é aguardar. Isso porque a introdução de novos tratamentos necessita de exames laboratoriais frequentes e pode estar associada a eventuais efeitos adversos, motivo este de apreensão na atual crise do novo coronavírus”, declarou.

Pandemia – Na oportunidade, Renata Magalhães detalhou também sugestões de seguimento de pacientes graves e leves com psoríase que adquirem Covid-19. De acordo com a especialista, estudos observacionais de países que já enfrentaram a fase mais aguda da pandemia demonstram que o uso de determinados imunossupressores e imunobiológicos não está associada a formas mais graves de Covid-19.

“Segundo o International Psoriasis Council (IPC), integrado por Ricardo Romiti e outros especialistas internacionais, os pacientes com diagnóstico de Covid-19 devem suspender o tratamento imunossupressor. A situação daqueles com teste positivo, mas que pertencem ao grupo de risco – como idosos e portadores de comorbidades –, deve ser avaliada com mais cuidado”, ponderou Renata Magalhães.

Estresse – Ricardo Romiti destacou ainda que o alto nível de estresse, que atualmente atinge toda população, constitui um fator de risco para a piora da psoríase. Além disso, o uso de medicamentos antimaláricos, como a cloroquina, também deve ser avaliado caso a caso em função dos efeitos adversos dermatológicos associados ao remédio.

“Classicamente a cloroquina está relacionada a reações gastrointestinais. Mas é importante evidenciar as erupções agudas, pois relatos de urticária, exantemas e farmacodermias graves têm sido cada vez mais frequentes na literatura médica”, disse.

Por fim, o webinar da SBD contou ainda com uma sessão de perguntas e respostas, em que os especialistas esclareceram dúvidas dos espectadores a respeito da utilização de fototerapia; reintrodução de imunobiológicos após a Covid-19; manifestações dermatológicas associadas ao novo coronavírus; e mais.

Nesta edição, o encontro organizado pela SBD conta com o patrocínio da ABBVIE e o apoio da Editora Manole.


2 de junho de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulga nesta quarta-feira (2) esclarecimento à população sobre fungo causador de micoses que, de acordo com relatos clínicos científicos, podem afetar pacientes de covid-19 com problemas respiratórios e na pele. Segundo o Departamento de Micoses da SBD, a chamada mucormicose é uma doença oportunista que, em geral, não tem potencial patogênico. Ou seja, pessoas sadias entram em contato com os fungos, mas não ficam doentes. Contudo, organismos debilitados ficam suscetíveis a maiores complicações.

“O conhecimento da doença e dos fatores predisponentes, como o descontrole da glicemia e da cetoacidose, facilitam o diagnóstico e o tratamento precoces da mucormicose. Esse é o principal aliado para salvar vidas, pois essa micose oportunista tem progressão rápida e é muitas vezes fatal, com mortalidade em 40-50% dos casos. No Brasil, outras doenças do mesmo tipo, como a aspergilose invasiva e a candidíase sistêmica, são mais comuns do que a mucormicose nos pacientes com covd-19, sendo que também exigem atenção semelhante”, disse a coordenadora do Departamento de Micoses da SBD, Rosane Orofino.

Grupo de risco – Os indivíduos mais vulneráveis à mucormicose são portadores de diabetes melito descompensado ou com cetoacidose. No grupo de risco, ainda estão usuários de corticoides de forma prolongada, além de pacientes com alguns tipos de câncer, queimados graves, portadores de feridas abertas e transplantados de órgãos sólidos. O aumento do ferro sérico e a diminuição dos linfócitos, que ocorrem na covid-19, também são fatores que predispõem a essa micose oportunista.

“Há algum tempo a Índia vem relatando aumento dos números da mucormicose e curiosamente é também o segundo país em casos de diabetes melito do mundo, o que pode ser fator de predisposição ao seu surgimento. Dos 101 casos dessa micose oportunista relacionados à covid-19 descritos recentemente, 82 deles aconteceram na Índia”, lembrou Rosane Orofino.

A apresentação clínica mais frequente da mucormicose é rino-ocular. Começa com edema (inchaço) e endurecimento da região nasal ou em volta dos olhos, dor na face e secreção nasal sanguinolenta. Essa doença pode rapidamente progredir para lesão cerebral e morte, se não houver diagnóstico e tratamento precoces. Os fungos entram nos vasos sanguíneos, causam embolia e infarto, levando à necrose tecidual. A maioria dos casos que chegam a acometer o cérebro são fatais. Pode ainda ter acometimento pulmonar ou de outros órgãos.

Sintomas – Quando acomete os pulmões, os sintomas da mucormicose são parecidos com os da covid-19 (febre, tosse e falta de ar). O uso de corticoides, usados para diminuir a inflamação intensa em pacientes com o coronavírus, também pode ser um dos fatores envolvidos no aparecimento dessa micose oportunista.

Sobre o tratamento, a SBD explica que ele consiste na retirada cirúrgica do tecido necrosado e infectado (desbridamento), o que ajuda na melhoria da cicatrização e na diminuição de secreções. Ainda é recomendado o emprego de antifúngicos sistêmicos em ambiente hospitalar, como anfotericina B, posaconazol e isavuconazol.

Os fungos da Ordem Mucorales são adquiridos pela inalação de conídios (esporos). Estão presentes no ar, solo, material orgânico em decomposição e contaminam alimentos como frutas, pães etc. Os principais são Rhizopus sp, Mucor sp, Lichtheimia sp, Rhizomucor sp, entre outros, que não são pretos, como vem sendo divulgado pelos meios de comunicação. “Talvez a cor escura da lesão da pele e mucosa decorrente da necrose do tecido tenha levado a esse termo equivocado”, ressaltou a coordernadora do Departamento de Micoses da SBD.

 


2 de junho de 2021 0

A atual crise ocasionada pela pandemia de covid-10 reforça a relevância do desenvolvimento de pesquisas científicas no campo da saúde. Ciente desse contexto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) convida os seus associados, dermatologistas e população em geral a participarem de um levantamento que busca informações sobre manifestações dermatológicas pós-covid em pacientes portadores de doenças inflamatórias crônicas, como hidradenite supurativa, urticária, psoríase, dermatite atópica, hanseníase, entre outras.

O estudo é vinculado às Faculdades de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Centro Universitário FMABC, Universidade Federal de Goiás (UFG), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A pesquisa conta com o apoio da SBD, por meio do seu Departamento de Dermatologia e Medicina Interna, sob a coordenação do professor Paulo Criado.

Conhecimento – Conforme destaca o especialista, as informações coletadas serão úteis para promover mais conhecimento sobre a doença e sobretudo proporcionar melhores cuidados aos pacientes. “É um questionário objetivo, que não leva nem cinco minutos para ser respondido. Esperamos contar com o apoio do maior número possível de dermatologistas nessa empreitada”, afirma.

Os resultados do estudo serão comunicados posteriormente nos canais de comunicação das faculdades participantes e das sociedades médicas apoiadora do projeto. Para contribuir com este trabalho que ajudará no avanço de conhecimentos sobre a relação entre covid-19 e a saúde da pele, basta acessar o link abaixo.

PARA PARTICIPAR DA PESQUISA APOIADA PELA SBD, CLIQUE AQUI

 

 


2 de junho de 2021 0

A covid-19 pode gerar manifestações cutâneas em pacientes afetados pelo novo coronavírus, o que já pode ser comprovado por meio de exames como PCR, imunohistoquímica e microscopia eletrônica. As lesões de pele surgem em até quatro semanas depois do início dos sintomas gerais da covid-19, mas principalmente nas duas primeiras. Os quadros de exantema e urticária costumam ser mais precoces, com início concomitante aos sintomas gerais ou nos dois primeiros dias, embora existam relatos de surgimento tardio, até um mês depois. As manifestações vasculares, como pseudo-eritema pérnio, púrpura e necrose são tardias, ocorrendo em geral após a segunda semana de infecção.

As conclusões fazem parte de documento divulgado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que fez uma revisão ampla de estudos científicos dedicados ao tema. O trabalho, que será disponibilizado aos especialistas, ressalta que as manifestações cutâneas, apesar de possíveis, são menos específicas do que outros sinais clínicos relacionados à covid-19, exigindo sempre uma avaliação criteriosa dos dermatologistas antes de sua classificação final.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR

A assessora do Departamento de Medicina Interna da SBD, Camila Seque, responsável pela revisão, explica que a frequência das manifestações dermatológicas nos pacientes com covid-19 ainda é um dado bastante variável na literatura internacional. “Diferentes pesquisas estimam prevalências entre 0,2% e 45%. São inúmeros fatores que influenciam essa ampla variabilidade, tais como: a metodologia do estudo científico; o perfil epidemiológico das amostras; a avaliação presencial ou por telemedicina; a exclusão ou não dos diagnósticos diferenciais; entre outros”, enumera. Segundo ela, no Brasil, até o momento não há estatística sobre esses achados.

Sintomas – Alguns estudos apontam a possibilidade das lesões cutâneas surgirem antes dos sintomas gerais da covid-19, ou seja, de serem os primeiros sinais da infecção. “Isso pode ocorrer entre 8 a 17% dos pacientes que desenvolvem quadro cutâneo”, alerta Camila Seque.

Segundo informa a nota técnica da SBD, nesses casos, as lesões de pele precedem em média três dias os sintomas gerais e os quadros de urticária são os mais relatados. “Tal dado é relevante, pois aponta para as manifestações cutâneas como possíveis marcadores iniciais da infecção por SARS-CoV-2, e ainda na fase pré-clínica, o que contribuiria para o diagnóstico precoce da covid-19”, complementa o texto.

A coordenadora Científica da SBD, Flávia Bittencourt, adverte que outro ponto controverso na literatura científica é a presença de lesões de pele como manifestação única da covid-19, ou seja, lesões cutâneas sem qualquer outro sintoma geral. “Até o momento, há poucos estudos que sustentem essa afirmação”.

Outro dado importante da nota técnica é sobre a relação entre as manifestações cutâneas e as formas leves e graves da doença. Segundo a especialista, elas podem se apresentar em ambas as formas, pois acometem diferentes perfis de pacientes. A nota técnica da SBD também aponta que as manifestações cutâneas mais comuns encontradas na literatura internacional como possível infecção pelo SARS-CoV-2 são: erupções máculo-papulares; urticariformes; tipo pseudo eritema pérnio; vesico-bolhosas; e livedo/necrose.

“Vale ressaltar que até mesmo a frequência de cada um desses padrões é variável de acordo com cada estudo. Grande parte das pesquisas de revisão sistemática relata maior frequência das erupções maculo-papulares (até 70%), seguida das lesões vasculares (incluindo pseudo eritema pérnio), enquanto outros relatam que o padrão mais comum seriam as lesões tipo eritema pérnio (até 75%). Já os quadros urticariformes, vesiculares e livedo/necrose parecem ser mais raros”, salienta o texto.

Alopécia – A revisão divulgada pela SBD aborda uma questão que pode ter relação com a maior susceptibilidade de adoecimento dos homens em relação às mulheres, inclusive com chance de evolução para a forma mais grave da doença, com risco de internação e óbito.

De acordo com a dermatologista Camila Seque, uma possível explicação para essa predisposição do sexo masculino à infecção e ao pior prognóstico seria a associação entre a via dos andrógenos e a infectividade do SARS-CoV-2. Ele explica que um dos marcadores clínicos da expressão dos andrógenos é justamente a alopécia androgenética (AGA), que pode ser um possível fator de risco para a covid-19, uma vez que estudos observaram elevada frequência de AGA entre os homens internados por covid-19.

Além disso, o uso de medicações antiandrógenas, amplamente indicadas nos casos de AGA, parecem ter um efeito protetor na doença, com redução dos sintomas e menores chances de necessitarem de cuidados em UTIs. Porém, a pesquisadora salienta que ainda não há estudos, com metodologia adequada, que demonstrem efetivamente se a introdução dessas medicações após o diagnóstico de covid-19 teria algum benefício terapêutico ou, até mesmo, risco adicional.

Evolução – O tema deve gerar novos documentos. Segundo especialistas que acompanham a evolução da pandemia, por se tratar de uma doença recente, cujo conhecimento ainda está em construção, as informações sobre a covid-19 podem mudar em semanas ou meses. No caso das manifestações cutâneas, ainda há dúvidas sobre a real frequência das manifestações dermatológicas na covid-19, quais as mais relevantes e mecanismos fisiopatológicos envolvidos, entre outros.

“Acompanhar o crescimento diário do conhecimento sobre a covid-19 em todas as áreas da medicina, inclusive na dermatologia, é uma excelente oportunidade de aprendizado e contribuição para sua construção, sempre com a esperança de que a ciência traga mais respostas que se reflitam em benefícios, tanto para os pacientes quanto para a sociedade”, concluiu Camila Seque.


2 de junho de 2021 0

A condução da rosácea ainda representa um desafio à dermatologia. Assim, para discutir as mais recentes indicações a respeito dessa doença e abordar sua relação com outras comorbidades, o SBDcast recebe Clívia Maria Moraes de Oliveira, professora de Dermatologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Pará. Ela também é coordenadora da Biblioteca da SBD (Gestão 2021-2022). O programa conta com a moderação do 1º secretário-geral da SBD, Geraldo Magela Magalhães.

CLIQUE PARA OUVIR O SBDCAST

Segundo a convidada, a predisposição familiar deve sempre ser observada com atenção pelos dermatologistas, no momento da avaliação dos pacientes. No entanto, ela explicou que, além da fisiopatologia da doença, também é importante estar atento a determinados gatilhos desencadeantes, como exposição solar, consumo de bebida alcóolica e condimentos, estresse e prática de atividades aeróbicas.

Para ter acesso a outras informações sobre o tema, os participantes dessa edição do SBDcast sugerem a leitura do Consenso Brasileiro sobre Tratamento de Rosácea, publicado em 2020 nos Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD).

ACESSO O CONSENSO BRASILEIRO SOBRE ROSÁCEA

Lançado em fevereiro deste ano, o SBDcast é uma iniciativa da Gestão 2021-2022 que traz exposições sobre assuntos de interesse para a dermatologia semanalmente, todas as quartas-feiras, exclusivamente para os associados. Para conferir este programa e edições anteriores, basta acessar o aplicativo da SBD ou a área do associado, no portal.

 

 

 

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2 de junho de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulga nesta quarta-feira (2) esclarecimento à população sobre fungo causador de micoses que, de acordo com relatos clínicos científicos, podem afetar pacientes de covid-19 com problemas respiratórios e na pele. Segundo o Departamento de Micoses da SBD, a chamada mucormicose é uma doença oportunista que, em geral, não tem potencial patogênico. Ou seja, pessoas sadias entram em contato com os fungos, mas não ficam doentes. Contudo, organismos debilitados ficam suscetíveis a maiores complicações.

“O conhecimento da doença e dos fatores predisponentes, como o descontrole da glicemia e da cetoacidose, facilitam o diagnóstico e o tratamento precoces da mucormicose. Esse é o principal aliado para salvar vidas, pois essa micose oportunista tem progressão rápida e é muitas vezes fatal, com mortalidade em 40-50% dos casos. No Brasil, outras doenças do mesmo tipo, como a aspergilose invasiva e a candidíase sistêmica, são mais comuns do que a mucormicose nos pacientes com covd-19, sendo que também exigem atenção semelhante”, disse a coordenadora do Departamento de Micoses da SBD, Rosane Orofino.

Grupo de risco – Os indivíduos mais vulneráveis à mucormicose são portadores de diabetes melito descompensado ou com cetoacidose. No grupo de risco, ainda estão usuários de corticoides de forma prolongada, além de pacientes com alguns tipos de câncer, queimados graves, portadores de feridas abertas e transplantados de órgãos sólidos. O aumento do ferro sérico e a diminuição dos linfócitos, que ocorrem na covid-19, também são fatores que predispõem a essa micose oportunista.

“Há algum tempo a Índia vem relatando aumento dos números da mucormicose e curiosamente é também o segundo país em casos de diabetes melito do mundo, o que pode ser fator de predisposição ao seu surgimento. Dos 101 casos dessa micose oportunista relacionados à covid-19 descritos recentemente, 82 deles aconteceram na Índia”, lembrou Rosane Orofino.

A apresentação clínica mais frequente da mucormicose é rino-ocular. Começa com edema (inchaço) e endurecimento da região nasal ou em volta dos olhos, dor na face e secreção nasal sanguinolenta. Essa doença pode rapidamente progredir para lesão cerebral e morte, se não houver diagnóstico e tratamento precoces. Os fungos entram nos vasos sanguíneos, causam embolia e infarto, levando à necrose tecidual. A maioria dos casos que chegam a acometer o cérebro são fatais. Pode ainda ter acometimento pulmonar ou de outros órgãos.

Sintomas – Quando acomete os pulmões, os sintomas da mucormicose são parecidos com os da covid-19 (febre, tosse e falta de ar). O uso de corticoides, usados para diminuir a inflamação intensa em pacientes com o coronavírus, também pode ser um dos fatores envolvidos no aparecimento dessa micose oportunista.

Sobre o tratamento, a SBD explica que ele consiste na retirada cirúrgica do tecido necrosado e infectado (desbridamento), o que ajuda na melhoria da cicatrização e na diminuição de secreções. Ainda é recomendado o emprego de antifúngicos sistêmicos em ambiente hospitalar, como anfotericina B, posaconazol e isavuconazol.

Os fungos da Ordem Mucorales são adquiridos pela inalação de conídios (esporos). Estão presentes no ar, solo, material orgânico em decomposição e contaminam alimentos como frutas, pães etc. Os principais são Rhizopus sp, Mucor sp, Lichtheimia sp, Rhizomucor sp, entre outros, que não são pretos, como vem sendo divulgado pelos meios de comunicação. “Talvez a cor escura da lesão da pele e mucosa decorrente da necrose do tecido tenha levado a esse termo equivocado”, ressaltou a coordernadora do Departamento de Micoses da SBD.


1 de junho de 2021 0

Os dermatologistas têm três grandes encontros marcados com o aperfeiçoamento técnico científico nos meses de junho e de julho. O informe foi dado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mauro Enokihara, no encerramento do Simpósio de Cabelos e Unhas, realizado entre os dias 27 e 29 de maio, em conjunto pela SBD e SBD Regional São Paulo (SBD-RESP).

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA SBD PARA JUNHO E JULHO

Segundo ele, os associados devem reservar espaço em suas agendas para participarem do Conexão SBD – Edição especial sobre biológicos, em 5 de junho; do II Simpósio de Cirurgia Micrográfica, em 19 de junho; e do 13º Teraderm, de 2 a 4 de julho. “Estas atividades oferecem aos especialistas acesso a conteúdo atualizado e relevante neste momento de pandemia. Independentemente dos problemas em curso, os dermatologistas precisam estar preparados para responder às necessidades dos pacientes”, disse.

O Simpósio de Cabelos e Unhas abordou avanços e atualizações da especialidade sobre estes temas, a partir da análise de pesquisas e novas abordagens terapêuticas. Mais de 80 palestrantes brasileiros e estrangeiros, com experiência em doenças capilares e ungueais, trouxeram nesta nova edição discussões sobre questões relacionadas a essas duas áreas fundamentais à dermatologia.

Cursos de aprofundamento – Biópsia de leito ungueal com punch leito, envelhecimento capilar e doenças inflamatórias foram alguns dos temas abordados. Além disso, seis cursos de aprofundamento também fizeram parte da programação científica, lançando luzes sobre aspectos da alopecia areata, dermatoscopia nas unhas, alopecia frontal fibrosante, alopecia androgenética masculina e feminina e cirurgia de unhas em consultório.

Durante o encontro, também merecem destaque as homenagens feitas a três especialistas que atuam na área de cabelos e que possuem as maiores publicações internacionais: Rodrigo Pirmez, Paulo Muller Ramos e Daniel Fernandes Melo; além do dermatologista Ival Peres Rosa, chefe do Serviço do Hospital do Servidor de São Paulo, pela sua contribuição à dermatologia brasileira. Ao final, a dermatologista Aline Donati recebeu agradecimento especial pelo trabalho desenvolvido na organização do Simpósio. Além dela, participaram desse processo de coordenação do evento: Fabiane Brenner, Alessandra Anzai, Priscila Kakikazi, Nilton Gioia Di Chiacchio e Nilton Di Chiachio.

“Foram três dias de aprendizado contínuo e dinâmico, com espaço para muita troca de experiências e acesso a conteúdo repleto de inovações úteis à prática médica”, sintetizou Fabiane Brenner, que fez um lembrete aos que participaram: o conteúdo gravado ficará disponível aos inscritos por mais 30 dias, após o encerramento do evento.

 


1 de junho de 2021 0

As mais recentes descobertas nas áreas de cosmiatria e tricologia, bem como novas abordagens no tratamento de doenças, serão destaque na programação do 13º Teraderm, organizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O encontro acontece de 2 a 4 de julho, ainda em formato virtual, mas com a proposta de manter o tradicional dinamismo nos debates, mas sem abrir mão da qualidade das abordagens.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA E INSCREVA-SE

Dentre os temas em perspectiva no 13º Teraderm estão:  gestão de consultório na pandemia, uso de minoxidil oral nas alopecias, a relação entre covid-19 e manifestações cutâneas, transtorno dismórfico corporal e transgêneros; e prescrição de imunobiológicos. No total, serão abordados mais 20 temas relacionados à vivência em consultório. Além disso, haverá simpósios satélites diariamente disponíveis aos inscritos.

Dúvidas – Para estimular a interação, serão disponibilizados canais para que os participantes enviem perguntas aos palestrantes e coordenadores. “O objetivo é garantir que haja efetivamente a possibilidade de sanar dúvidas, em tempo real”, complementa John Veasey, coordenador do 13º Teraderm.

O presidente da SBD, Mauro Enokihara, ressalta que a organização do encontro sinaliza o compromisso da Gestão 2021-2022 com a qualificação do médico dermatologista. “Apesar da do distanciamento físico, a SBD oferece opções de educação continuada. Neste sentido, o Teraderm é um exemplo de como unir a modernidade das tecnologias de comunicação à melhor tradição do ensino médico”, disse.

A Comissão Organizadora lembra ainda que o conteúdo gravado durante o 13º Teraderm ficará disponível por mais 30 dias aos inscritos, após a realização do evento. Isso permitirá aos interessados rever apresentações preferidas. Além de John Veasey compõem o grupo de coordenadores, os seguintes dermatologistas: Clarisse Zaitz, Jayme de Oliveira Filho e Ricardo Shiratsu. A coordenação científica da SBD está a cargo de Flávia Vasques Bittencourt.

 


31 de maio de 2021 0

“Comprometa-se a parar de fumar durante a pandemia da covid-19”. Esse é o lema definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado nesta segunda-feira (31 de maio). O slogan tem o intuito de alertar para os inúmeros efeitos deletérios do tabagismo, destacando o fato do fumante – de qualquer produto derivado do tabaco – ter mais chance de desenvolver covid-19 em suas formas graves.

Devido à importância fundamental do engajamento de médicos e demais profissionais de saúde na disseminação dessas informações e em ações para encorajar fumantes a interromper o tabagismo, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma carta para sensibilizar e promover mobilização em torno do tema. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), atenta à questão, reitera as recomendações da AMB e convoca seus associados a também aderirem à causa, inclusive divulgou vídeo nas redes sociais onde faz o alerta à população.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A CARTA NA ÍNTEGRA

Conforme ressalta a carta divulgada, o tabagismo é considerado uma doença crônica, representada pela dependência à droga nicotina presente nos produtos derivados do tabaco. É a maior causa evitável de doença e morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Anualmente, morrem mais de 7 milhões de pessoas em função do tabagismo ativo e 1,2 milhão por tabagismo passivo. No Brasil, são estimadas cerca de 156 mil mortes anuais (428 mortes por dia).

“Desde o início da pandemia causada pelo SARS-CoV-2, diversos estudos seguem em andamento. Diversos deles têm demonstrado que fumantes têm uma chance 2 a 3 vezes maior de desenvolver covid-19 grave, pois já podem apresentar redução da capacidade pulmonar ou mesmo doenças pulmonares crônicas, doenças cardiovasculares, diabetes e câncer”, alerta o documento assinado pelas AMB.

Tabaco e pele – De acordo com a coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Alessandra Romiti, o ato de fumar afeta o corpo humano como um todo, inclusive a pele.

“É um hábito que causa dano oxidativo ao organismo e liberação de radicais livres – moléculas produzidas pelo corpo que reagem com outros componentes e causam envelhecimento. Assim como estresse e tomar sol em excesso, fumar aumenta a produção desses radicais livres. Quando uma pessoa acende um cigarro nem imagina o mal que causa para si e aqueles que estão no mesmo ambiente”, explica.

Mas o cigarro não provoca apenas isso. Como ressalta o presidente da SBD, Mauro Enokihara, “o tabagismo tem relação com aproximadamente 50 outras enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares. É importante conscientizar nossos pacientes e incentivá-los a parar de fumar. Essa é a mensagem dos dermatologistas neste dia 31 de maio”.

 


31 de maio de 2021 0

Para aprofundar seus conhecimentos sobre dermatite de contato, urticária e reações medicamentosas não deixe de acompanhar o Conexão SBD que acontece na próxima terça-feira (1), a partir das 20h.  O acesso a esse programa é uma exclusividade para os associados da entidade.

PARA CONFERIR, CLIQUE AQUI

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) convidou professores e experts com atuação reconhecida para expor seu conhecimento e experiência sobre o tema “Dermatite de contato, urticária e farmacodermias”.
Com o uso de evidências científicas atuais, os convidados abordarão o assunto de forma didática e objetiva, tornando a experiência enriquecedora para quem busca orientação para melhorar sua prática clínica.

A lista de palestrantes conta com os seguintes nomes: 

•    Maíra Antonieta Rios Scherrer
•    Paulo Criado
•    Roberta Buese
•    Rosana Lazzarini
•    Vanessa Barreto Rocha
•    Renan Bonamigo (moderador)

Além das exposições pelos convidados da SBD, essa edição do Conexão contará também com a aula patrocinada “E quando não é urticária crônica espontânea?”.

 





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