Somente em 2021, a SBD recebeu 41 denúncias de exercício ilegal da medicina na realização de procedimentos estéticos




30 de julho de 2021 0

Apenas em 2021, até junho, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recebeu 41 denúncias de exercício ilegal da medicina envolvendo profissionais não médicos que divulgam atividades relacionadas à realização de procedimentos estéticos invasivos. Isso representa uma média de sete queixas por mês. Após a apuração dos fatos relatados por pacientes e dermatologistas, a SBD deve encaminhar os casos confirmados para o Ministério Público (MP), vigilâncias sanitárias e outros órgãos.

Entre maio de 2017 e junho de 2021, foram apresentadas cerca de 1,1 mil representações da SBD junto a instâncias de fiscalização e controle. Em média, têm sido encaminhados 270 processos por ano ou 22 por mês. As ações tratam em sua maioria do desrespeito por membros de outras categorias profissionais à exclusividade da condução de procedimentos estéticos invasivos por médicos, conforme prevê a Lei nº 12.842/2013 (Ato Médico).

No período analisado, os cinco estados que mais registraram representações foram: São Paulo (233), Minas Gerais (119), Rio de Janeiro (106), Paraná (87) e Santa Catarina (83). Conforme enfatiza o presidente da SBD, Mauro Enokihara, as estatísticas mostram a atual dimensão do problema que envolve a invasão de competências vivenciada pela medicina, sobretudo no campo da cosmiatria. A realidade tem sido observada de Norte a Sul do Brasil e deixado consequências graves em milhares de pacientes.

Segurança – “Quando um profissional que não é médico realiza um procedimento invasivo complexo há riscos enormes de falhas, que podem resultar em sequelas e até óbitos. A SBD está atuando justamente para prevenir esses abusos cometidos por conta do exercício ilegal da medicina. Nosso intuito é a segurança da saúde, integridade e vida dos pacientes”, enfatiza Enokihara.

Segundo o presidente da SBD, profissionais médicos – como os dermatologistas – são habilitados a fazer procedimentos estéticos, pois se capacitam durante sua formação até para agir em eventuais complicações. Em nome da defesa dos interesses da população, a SBD lançou um manifesto onde pleiteia a proteção dos pacientes diante da ação de pessoas sem a devida qualificação. O documento é assinado também pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

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No texto, as entidades enfatizam que a Lei do Ato Médico precisa ser respeitada, pois estabelece claramente os campos de atuação que são exclusivos dos profissionais da medicina. Em seu artigo 4º, a legislação cita expressamente que apenas os médicos podem fazer a “indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias”.


28 de julho de 2021 0

No tratamento de queloide, qual corticoide usar e de quanto em quanto tempo? O que oferece melhores resultados no cuidado com cicatrizes e queloide: cremes, géis ou pomadas? Há indicação de uso de laser nesses casos? 

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Leandra Metsavaht, médica dermatologista do Rio de Janeiro, reconhecida pela sua expertise neste tema, esclareceu estas e outras dúvidas dos associados durante sua participação no SBDcast que abordou o tema “Tratamento de queloide”. 

Segurança – No programa, moderado por Beni Grinblat, 2º secretário da SBD, o assunto foi discutido de forma prática, contribuindo para a melhoria do atendimento dos pacientes e dando mais segurança aos dermatologistas. 

Na conversa, a especialista abordou ainda o tratamento nos diversos tipos de cicatrizes, com base na sua experiência e na literatura científica. Também compartilhou dicas sobre fármacos, pacientes em gestação e termo de consentimento.

Criado pela gestão 2021-2022, o SBDcast é um espaço de atualização exclusivo para o associado da SBD. Sempre às quartas-feiras uma nova edição é disponibilizada. Para ouvir todas os episódios, basta acessar a área restrita do portal ou o aplicativo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 


26 de julho de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que, como parte do Programa de Bolsas Internacionais para Países em Desenvolvimento, a Academia Americana de Dermatologia (AAD), oferece, anualmente duas bolsas para participação no Meeting da AAD. Ao benefício, que será usufruído no ano que vem, podem concorrer residentes/especializandos e dermatologistas que tenham até três anos do término da residência no momento da Reunião Anual da AAD 2022. O encontro será de 24 a 29 de março, em Boston, Massachusetts (EUA). 

A bolsa de estudos inclui auxílio com as despesas da viagem, inscrição gratuita no Meeting 2022, uma sessão científica paga e um convite para o jantar com os líderes da AAD. Os bolsistas que já foram contemplados com o programa não poderão concorrer ao concurso. A escolha privilegiará profissionais que nunca participaram do Meeting.

Para concorrer, os residentes/especializandos de Serviço Credenciado da SBD e dermatologistas deverão atender aos seguintes pré-requisitos, entre outros: ter fluência na língua inglesa; e estar cursando a residência/estágio de dermatologia em Serviço Credenciado da SBD ou ter até três anos de conclusão da residência médica em dermatologia em Serviço Credenciado da SBD no momento da Reunião Anual da AAD (março de 2022). 

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Os interessados devem enviar um e-mail para a colaboradora Cássia (cassia@sbd.org.br) contendo a submissão do abstract e a declaração de estar cursando residência/estágio de dermatologia em Serviço Credenciado da SBD e, no caso de conclusão da residência/estágio, enviar o certificado de conclusão em dermatologia. O prazo final para se candidatar é 21 de agosto.
 


26 de julho de 2021 0

Dúvidas sobre como divulgar seu trabalho nas redes sociais e se portar em entrevistas na imprensa são comuns para muitos médicos. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) preparou uma cartilha com dicas práticas sobre como dar visibilidade à sua atuação profissional sem desrespeitar as regras da Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o tema.

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O lançamento do documento ocorreu durante o Conexão SBD Especial, realizado no sábado (24), cujo tema foi “Fronteiras da publicidade médica”. Na cartilha, são apresentadas orientações simples e objetivas para os especialistas sobre temas como, relacionamento com os jornalistas, divulgação de habilidades, anúncio de equipamentos e exibição de fotos na internet. 

Divulgação – Segundo Geraldo Magela Magalhães, 1º secretário da SBD e responsável pelo Conexão Especial, as redes sociais têm sido uma das principais formas de divulgação do trabalho médico e, por isso, devem ser usadas de forma cautelosa, seguindo padrões éticos para evitar abusos e preservar a credibilidade da medicina e dos médicos. 

“De tempos em tempos, surge uma nova rede e os dermatologistas têm que se adaptar de forma rápida à linguagem da plataforma para apresentar seu trabalho. Para tanto, é preciso que o especialista saiba quais são seus limites de divulgação dentro desse espectro”, enfatiza. 

Defesa – Dentro do escopo da defesa profissional, a SBD tem trabalhado para auxiliar os especialistas neste sentido. Já foram promovidos encontros sobre o assunto e, por meio de seus representantes, tem apresentado em reuniões da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame) do CFM as preocupações das dermatologistas sobre o tema. A realização do Conexão, em edição especial, e a distribuição desta cartilha são as ações mais recentes. 

O Conexão SBD com foco na publicidade médica aconteceu no sábado (24), pela manhã. Os expositores convidados foram: Adriano Meira (CFM), Dênis Calazans (SBCP), Marcelo Versiani (CRM-MG), Claudia Maia (SBD) e Sérgio Palma (SBD). A moderação ficou a cargo de Mauro Enokihara (presidente) e Geraldo Magela Magalhães (1º secretário). O evento foi gratuito, ao vivo e exclusivo para os associados da SBD. 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia lembra que a responsabilidade pela regulamentação das normas da publicidade e propaganda médicas cabe ao CFM. Atualmente, o Conselho está trabalhando na revisão do documento em vigor (Resolução nº 1.974/2011), assim como de outras normas que também abordam o assunto em aspectos específicos (Resoluções nº 2.126/2015 e nº 2.133/2015). 
 


23 de julho de 2021 0

Luna Azulay-Abulafia é a nova Professora Titular de Dermatologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em sessão realizada na manhã de 7 de junho, no anfiteatro de Dermatologia do  Hospital Universitário Pedro Ernesto, a docente defendeu seu memorial acadêmico para uma plateia composta por professores, amigos e familiares.  A banca examinadora foi presidida pelo reumatologista e coordenador-adjunto do curso de Pós-graduação em Ciências Médicas da UERJ, Prof. Geraldo Castelar.

O grupo contou ainda com a participação de Jane Neffá, professora titular de Dermatologia da Universidade Federal Fluminense (UFF); Francisca Regina Carneiro, professora titular de Dermatologia da Universidade do Estado do Pará (UFPA); Márcia Ramos-e-Silva, professora titular e chefe do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e José Messias, Professor titular de Clínica Médica da UERJ. Como suplentes, estavam Sueli Carneiro e Neide Kalil, professoras titulares de Dermatologia da UERJ e da UFF, respectivamente.

Histórico – A obtenção do título de professor titular da universidade ocorre mediante a análise das atividades realizadas pelo docente nos últimos 15 anos, de sua contribuição científica e do seu histórico de vida. Em sua exposição, Luna destacou momentos importantes de sua trajetória na UERJ, iniciada em 1973, como aluna de graduação.

Ela também elencou suas produções científica e acadêmica, bem como as principais ações sociais das quais participou como membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da SBD Regional Rio de Janeiro. Ao longo de 15 anos, atuou em 45 campanhas. A última, antes da pandemia, foi a Roda-Hans, uma ação promovida em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado, com o objetivo de conscientizar a população sobre a hanseníase.

Seguindo os passos do pai na profissão, o professor David Rubem Azulay – ex-presidente da SBD e que somou 60 anos de atividade no magistério – a vida de Luna foi marcada por intensa atividade intelectual no Brasil e no exterior. Por seu trabalho na dermatologia, recebeu inúmeros prêmios e homenagens, como a Medalha Maria Duran pela International Society of Dermatology (2002). Entre suas áreas de atuação estão a psoríase (pioneira no uso de biológicos), dermatite atópica, melasma, vitiligo, fototerapia, hanseníase, dermatologia pediátrica, aspectos dermatológicos das doenças reumatológicas e sistêmicas.

Ensino – Outra característica de Luna Azulay é sua forte ligação com a defesa do ensino público. Muito disto vem de sua própria trajetória, que relata estudos de graduação da UERJ, onde também fez residência médica, na década de 1980. A seguir, concluiu mestrado (1992) e doutorado (2004) em dermatologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em seu pronunciamento, a dermatologista disse que sua motivação sempre foi ser professora. “Vivo um momento de grande emoção. Recebo este título como um reconhecimento à dedicação de mais de 39 anos à frente da docência de dermatologia da UERJ. É a coroação da minha caminhada como docente nesta universidade que faz parte da minha vida. Durante todo esse tempo, creio que pude contribuir para a formação de profissionais, mas também para o desenvolvimento da ciência e do ensino da especialidade”, disse Luna Azulay. 

Luna ainda é professora do curso de pós-graduação do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e chefe do Setor de Dermatopediatria da mesma instituição. É responsável também pela dermatologia pediátrica e por um dos ambulatórios de imunossupressores e imunobiológicos do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Em sua trajetória acadêmica foi professora titular de Dermatologia da Universidade Gama Filho e professora e coordenadora da mesma disciplina na Universidade Estácio de Sá, ambas no Rio de Janeiro.

Atualmente atua como chefe de Serviço da Dermatologia do HUPE, empreendendo várias mudanças – tanto físicas como estruturais – no espaço.


22 de julho de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) comunica o falecimento do médico micologista Bodo Wanke. O fato ocorreu na quinta-feira (22). Aos 80 anos, ele faleceu devido a complicações provocadas pela covid-19, deixando a esposa Márcia Lazera, também renomada pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), e dois filhos, Bruna e Peter.

O especialista era pesquisador Titular do INI e pesquisador Emérito da Fiocruz. Ao longo de sua trajetória, foi coordenador do Laboratório de Referência Nacional para Micoses Sistêmicas (CGLAB/SVS/MS) e diretor do INI, no período de 1994 a 1997.

Bodo Wanke se graduou em medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se especializou e obteve o título de médico e doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Como bolsista da Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD/Alemanha), especializou-se em micologia médica, na Universität Freiburg (UNI FREIBURG/Alemanha), e em medicina tropical e parasitologia médica, no Bernhard-Nocht-Institut für Tropenmedizin, na Universität Hamburg (UH, Alemanha).

Ele se integrou ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em 1980. Seis anos depois, transferiu-se para o Hospital Evandro Chagas (HEC), hoje Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), onde criou o Laboratório de Micologia Médica e desenvolveu uma brilhante carreira de pesquisador e professor.

Sob a sua liderança o Laboratório de Micologia do INI/Fiocruz tornou-se referência nacional, desempenhando papel estratégico no Sistema Único de Saúde (SUS) no diagnóstico de micoses profundas, desenvolvimento de técnicas inovadoras de diagnóstico e capacitação de profissionais de todo o País.

Fundador da Sociedade Brasileira de Micologia, membro honorário da Academia Nacional de Medicina (ANM) e da Sociedade Internacional de Micologia Humana e Animal (International Society for Human and Animal Micology – ISHAM), o professor Bodo Wanke teve como foco principal de suas pesquisas as micoses sistêmicas (Paracoccidioidomicose, Histoplasmose, Coccidioidomicose e Criptococose) e oportunísticas (Candidíase, Aspergiloses, Mucormicose, Hialohifomicose e Feohifomicose) e seus respectivos agentes.

Carinhosamente chamado de “Bodo” pelos seus amigos, colegas de trabalho, colaboradores e alunos, ele será sempre lembrado por sua excelência como pesquisador e professor, bem como pela sua humildade, generosidade, integridade e afeto pelas pessoas. A SBD manifesta solidariedade aos familiares, colegas e amigos do professor Bodo Wanke. (Com informações da assessoria do INI)
 


21 de julho de 2021 0

Você sabe em que situações o dermatologista pode e deve usar a hialuronidase? Tem dúvidas sobre as dosagens adequadas e sobre protocolos para uso da substância? Para responder a estas e outras perguntas, o SBDcast convidou a Daniela Antelo, assessora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). 

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Durante o bate-papo com a secretária-geral da SBD, Cláudia Alcântara, a convidada comentou sobre diferentes aspectos relacionados ao tema, como os cuidados no manuseio do produto, deu dicas sobre a forma de aplicação da hialuronidase e como conduzir os pacientes de forma a reduzir possíveis complicações. 

O SBDcast foi criado pela Gestão 2021-2022 exclusivamente para associados. Em cada episódio, disponibilizado toda quarta-feira no aplicativo da SBD ou na área do associado em nosso portal, um expert no tema abordado é entrevistado para esclarecer dúvidas que possam ajudar na rotina de atendimento dos dermatologistas. 


20 de julho de 2021 0

Ficam os Senhores Associados com direito a voto, em pleno gozo de suas prerrogativas e quites com as suas obrigações associativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia convocados, na forma do art. 26 e seguintes do Estatuto Social, para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária a realizar-se no dia 18 de agosto de 2021, na modalidade virtual através da plataforma “zoom” (ID: 995 4330 9179 e Senha: 102645), tendo início às 19h15min em primeira convocação; com a presença da maioria absoluta dos associados; e, às 19h30min em segunda convocação, com qualquer número de presentes, com a seguinte Ordem do Dia:

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA:

1. Palavra do Presidente;
2. Alteração do Estatuto Social da Sociedade Brasileira de Dermatologia, nos moldes dos arts. 72 a 74 do Estatuto vigente;
A proposta de alteração do Estatuto encontra-se disponível na íntegra, para o conhecimento e leitura de todos os associados, no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia (Clique aqui para visualizar a proposta), em respeito ao art. 73, II, do Estatuto vigente.

O associado deverá se inscrever para a Assembleia Geral através do link: https://hoffmann.zoom.us/webinar/register/WN_oeK_IpWhSMiPTqKLKqiFiA

Rio de Janeiro/RJ, 19 de julho de 2021
 


15 de julho de 2021 0

Os homens são as principais vítimas de câncer da pele no Brasil. Essa é a conclusão de levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgado nesta quinta-feira (15), Dia do Homem. No período analisado, de 2010 a 2019, do total de óbitos decorrentes de complicações dessa doença, 57,5% (20.959) ocorreram na população masculina. Entre as mulheres foram 42,5% (15.517 mortes). Os dados analisados são os fornecidos pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e pelo Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) – ambos do Ministério da Saúde.

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O trabalho revela outra situação preocupante no que se refere à saúde da população masculina: a prevenção ao câncer da pele não tem muita repercussão dentro deste segmento. Um exemplo é o que revelam números de exames realizados na rede pública para diagnóstico do câncer da pele. No período de janeiro de 2012 a abril de 2021, do total de pacientes que fizeram exames para diagnosticar a doença, somente 28% (567.940) eram do sexo masculino, em oposição a 45% (914.090) de mulheres, sendo que em 27% dos exames o sexo não foi informado/exigido no prontuário.

"O câncer da pele é um exemplo dos problemas de saúde no campo da dermatologia que são mais prevalentes entre os homens. Mas há outros, como a sífilis e a hanseníase. Todas essas são doenças com prevalência maior dentro da população masculina. Infelizmente, esse grupo ainda tem resistência em buscar orientação e ajuda nos consultórios médicos", afirma Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD.

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Carcinomas – O crescimento descontrolado das células que compõem a pele provoca o câncer de pele, que tem diferentes tipos. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Porém, mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele, devido à alta possibilidade de provocar metástase.

Segundo Heitor Gonçalves, os homens desenvolvem mais chances de desenvolver o câncer da pele por conta de hábitos que o colocam em risco. "O homem sai muito mais de casa para trabalhar e para lazer. Assim, acaba se expondo muito mais ao sol, principalmente na zona rural”, destacou o vice-presidente. No entanto, esse não é o único problema de saúde relacionado à assistência dermatológica envolvendo a população masculina.

Sífilis – Números analisados pela SBD revelam que entre janeiro de 2010 e junho de 2020 um total de 468.759 homens foram diagnosticados com sífilis no Brasil. Segundo as informações do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, até o ano passado, a quantidade de homens contaminados era quase duas vezes maior do que de mulheres.

Em 2020, do total de casos de sífilis diagnosticados 62,6% eram na população masculina e 37,4% na feminina. "Essa doença é mais comum no homem, provavelmente, porque são indivíduos que adotam um comportamento de risco do ponto de vista sexual. Isso aumenta a possibilidade de adquirir a infecção pelo treponema, que é o causador da sífilis", explica Heitor Gonçalves.

Hanseníase – As bases analisadas pela SBD ainda revelam que a população masculina também se destaca nas estatísticas de hanseníase. No Brasil, os homens representam 55% do total de casos novos detectados na última década. Os números são informados pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

O vice-presidente da SBD reitera que "a hanseníase acomete mais o homem no mundo todo. Não há nenhuma diferença imunológica, genética e hormonal que justifique esse fenômeno. Acredita-se que esta alta incidência decorre de fatores como o homem ter que sair mais de casa para trabalhar e sua maior exposição em aglomerações, o que facilita contágio desta doença. Por exemplo, isso ocorre nos meios de transporte urbanos”.

Para prevenção dessas doenças, Gonçalves é enfático em afirmar que a mudança de hábitos é essencial. "Neste sentido, o homem deve evitar comportamento de risco. No campo sexual, deve ter o hábito de usar o preservativo. Quando o assunto é câncer de pele a grande estratégia é usar o filtro solar logo ao acordar, aliado à redução da exposição sol, sobretudo no período de 9h às 15h”.

Queixas – Mas câncer de pele, sífilis e hanseníase não são os únicos problemas dermatológicos que afetam os homens. Os especialistas também citam outros que costumam levar homens aos consultórios. Segundo Fabiane Mulinari Brenner, coordenadora do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, um dos principais motivos é a necessidade de tratar alopecias.

"Esse quadro se divide em dois tipos: cicatriciais e não cicatriciais. As mais comuns são a androgenética, conhecida popularmente como calvície, e a areata. Além dos eflúvios telógenos, que são períodos temporários de queda e rarefação", explica a especialista. Ela destacou ainda que há manifestações que têm origem genética, autoimune ou decorrentes de episódios de estresse, por remédios ou outras doenças, como a covid-19. No entanto, afirmou Fabiane Brenner, em geral, o tratamento para a alopecia é longo. “Por isso, é importante o paciente ir ao dermatologista, para que o médico o acompanhe", frisou.

Ela explica ainda que todo paciente, independentemente da alopecia, deve manter cuidados rotineiros para ter cabelos saudáveis. "Entre as medidas, estão: usar xampu adequado ao tipo de cabelo; evitar tratamentos químicos, como alisamento e tintura; cortar o cabelo de forma frequente; desembaraçar os fios no banho e adotar pentes de dentes largos na hora de se arrumar”, disse.

Procedimentos estéticos – Além do tratamento da calvície, as linhas de expressão preocupam o público masculino. Melhorar a qualidade de pele, amenizar a perda de volume facial e remover os pelos também são demandas frequentes em consultórios dermatológicos, relatam os especialistas. Outra dúvida comum é como fazer uma boa hidratação.

"O uso frequente de hidratantes auxilia na manutenção da barreira cutânea íntegra, amenizando o ressecamento da pele. A fotoproteção também não deve ser esquecida pelos homens. O uso diário e contínuo dos filtros solares ajuda a evitar envelhecimento precoce e o câncer da pele", assinalou a coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da SBD, Edileia Bagatin.

Segundo a médica, as alterações relacionadas à idade e à exposição solar incluem a flacidez da pele e o aparecimento de rugas e manchas. De maneira geral, Edileia afirma que tratamentos voltados para o público masculino podem ser associados aos cuidados diários. No entanto, para evitar efeitos adversos e complicações é importante que os procedimentos sejam prescritos por médicos, em especial dermatologistas ou cirurgiões plásticos, após uma avaliação clínica e definição de diagnóstico.

 

 


15 de julho de 2021 0

Evitar a exposição do paciente a procedimentos desnecessários ou que podem causar danos à saúde e dar suporte aos médicos na escolha das opções terapêuticas para diferentes problemas de saúde que afetam a pele. Esses são os objetivos de uma série de dez recomendações que estão sendo divulgadas pelo projeto Choosing Wiley Brasil, que conta com o apoio e participação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

ACESSE AQUI O CONJUNTO DE RECOMENDAÇÕES

A campanha é uma iniciativa da American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation), dos Estados Unidos, que, desde 2012, já rendeu parcerias com entidades médicas de 25 países. Em 2020, a SBD foi convidada a analisar uma série de procedimentos e abordagens clínicas para identificar aquelas que podem representar risco nos tratamentos ou possuem baixo valor terapêutico.

O presidente da SBD, Mauro Enokihara, considera este projeto relevante ao divulgar de forma ampla critérios que ampliam a segurança e a eficácia nos cuidados oferecidos aos pacientes. “Além disso, fica fortalecido o papel de uma sociedade médica – como a de dermatologia – como fonte confiável de informação. Trata-se de uma contribuição para qualificar a assistência em saúde para a população”, ressaltou.

Benefícios – Nesta primeira participação da SBD, o foco recaiu sobre tratamentos e condutas referentes à dermatologia clínica. Entre as recomendações estão: não prescrever antibióticos tópicos como monoterapia para o tratamento de acne e não usar antibiótico sistêmico para eritema e edema bilateral de membros inferiores sem evidência de infecção.

Além disso, há outras sugestões úteis à clínica dermatológica. Por exemplo, no caso da condução da acne, se necessário, o uso de antibiótico tópico deve ser associado a agentes como retinoides e peróxido de benzoíla, por curto período. Psoríase vulgar, hipovitaminose D, tínea do couro cabeludo, herpes zoster, rosácea e úlceras crônicas são outras doenças abordadas pelas recomendações da campanha.

Riscos – Para chegar à lista de dez recomendações, 13 especialistas convidados pela SBD se dedicaram nos últimos meses a avaliar os temas que compõem o relatório final a partir das percepções de médicos e pacientes sobre as práticas analisadas. O processo foi rigorosamente documentado, com prioridade a testes, procedimentos ou tratamentos utilizados com bastante frequência.

Na primeira fase do trabalho, o grupo de especialistas – que contou com dermatologistas de todo o país, bem como residentes dos Serviços de Dermatologia da Santa Casa de Curitiba e do Rio Grande do Sul – elaborou uma lista com 50 recomendações. Posteriormente, essa relação foi submetida à avaliação dos associados da SBD por meio de votação aberta, restando as dez que estão sendo divulgadas.

O grupo teve a coordenação do médico dermatologista Hélio Miot e participação dos seguintes especialistas: Andrea Ramos (Minas Gerais), Clívia Carneiro (Pará), Paulo Criado e Luciana Abbade (São Paulo), Caio de Castro (Paraná), Magda Weber e Renan Bonamigo (Rio Grande do Sul), Mayra Ianhez (Goiás) e Pedro Dantas (Sergipe).

Também participaram os residentes Camila Saraiva Almeida, do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Paula Hitomi Sakiyama e Thiago Augusto Ferrari, ambos do Serviço de Dermatologia do Hospital Santa Casa de Curitiba.

“O trabalho foi feito com muito critério. Todos devem colaborar com este trabalho, divulgando as orientações entre médicos e pacientes. Desta forma, teremos uma melhor assistência para toda a população”, concluiu Mauro Enokihara.





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