Dermatologistas fazem alerta contra os riscos da harmonização facial feita por dentistas




23 de setembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Um alerta para os riscos dos procedimentos de harmonização facial realizados por odontólogos deixou o País chocado nesta sexta-feira (20). Em reportagem, o programa Bom Dia Brasil (TV Globo) mostrou o drama de duas mulheres jovens que, atraídas por promessas de alguns profissionais não-médicos, aceitaram se submeter a tratamentos que deixaram sequelas profundas em seus rostos. Essas histórias emolduraram denúncia feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), preocupada com os riscos à saúde da população.

O dermatologista Egon Daxbacher, diretor da SBD, afirmou que esses procedimentos estéticos invasivos devem e só podem ser realizados por médicos, pela Lei do Ato Médico. Segundo relatou, é necessário conhecimento aprofundado sobre pele e tecidos, pois preenchimentos faciais são atos com riscos possíveis.

“Você –  dermatologista – está ultrapassando camadas da pele até a gordura, chegando até próximo do osso, injetando algum tipo de substância que não é própria do organismo”, afirmou Daxbacher, que destacou, ainda, o fato de que se houver alguma intercorrência, é o médico que terá condições de agir em situação de emergência, garantindo a vida do paciente.

Efeitos colaterais – Nos procedimentos apresentados pelo Bom Dia Brasil, as pacientes, que atualmente buscam sua recuperação com a ajuda de dermatologistas, fizeram aplicações com ácido hialurônico, um gel que ameniza a perda de volume da pele. O resultado foram efeitos colaterais graves: uma delas sofreu uma necrose no nariz e a outra ficou com rosto deformado.

“Não é adequado achar que é um procedimento simples e que pode ser feito em qualquer lugar. É importante fazer em ambiente seguro, em um consultório médico, e de preferência com um profissional completamente habilitado para fazer o procedimento”, afirmou o médico André Maranhão, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também ouvido pela reportagem.

O presidente da SBD, Sergio Palma, espera que o alerta ajude a esclarecer a população sobre os riscos aos quais muitos se submetem. Na sua avaliação, com promessas de resultados e ofertas de valores baixos, alguns profissionais arrebanham interessados em fazer procedimentos estéticos.

“O problema é que essas pessoas não têm conhecimento e nem capacitação para diagnosticar e manejar as complicações graves que estes procedimentos estéticos invasivos podem acarretar, como necroses, cicatrizes, embolia e infecções”, pontua.  Segundo ele, os dermatologistas passam por um treinamento que pode levar até nove anos para ser concluído. “Não é um curso de fim de semana ou de poucos dias que substituirá esse preparo. Além disso, algumas complicações necessitam de atendimento médico de urgência, diagnóstico imediato e tratamento com medicações injetáveis”, ressaltou.

Justiça  Além da denúncia na imprensa, a SBD, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também está atuando no campo jurídico contra os abusos cometidos, em especial por parte dos dentistas.

Em fevereiro, as entidades protocolaram na Justiça Federal uma ação civil pública contra o Conselho Federal de Odontologia (CFO) que, contrariando a legislação, editou Resolução para os profissionais de sua área, autorizando-os a realizarem procedimentos de caráter invasivo e estético que são exclusivos dos médicos.

Diante dos excessos administrativos e dos riscos inerentes, as entidades médicas pediram à Justiça Federal a concessão de liminar com a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do CFO, com informe da decisão à população por meio de publicação no Diário Oficial da União e informes no site do Conselho Federal de Odontologia e junto à imprensa.

Em 29 de janeiro, a Resolução nº 198/2019, do CFO, reconheceu a harmonização orofacial como especialidade odontológica, permitindo aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

No entendimento da SBD e das outras entidades médicas, essa é mais uma tentativa de ampliar irregularmente o escopo de atuação de dentistas, invadindo a esfera de atuação exclusiva dos médicos, segundo disposições expressas da Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013), o que pode causar um prejuízo considerável à saúde da população a longo prazo e aumento de custo no atendimento destas complicações no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Infelizmente, há categorias profissionais da área da saúde que tentam extrapolar suas atribuições e praticar atos exclusivos aos médicos, com o intuito de se beneficiarem da demanda da sociedade por procedimentos estéticos. No entanto, ignoram o potencial risco de causar sérios danos irreversíveis aos pacientes ou até a morte, como já vimos recentemente no Brasil”, afirmou o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Abusos – Na ação civil pública, as entidades descrevem o abuso praticado pelo CFO, inclusive ressaltando a impossibilidade de alteração de escopo de atuação profissional por decisão administrativa e sem respaldo da legislação que regula a atividade. A Resolução CFO n. 198/2019 destoa expressamente da Lei nº 5081/66, que estabelece os limites de atuação dos dentistas, com consequente desvirtuamento completo da atuação desses profissionais, trazendo prejuízo à saúde da população como um todo.

De acordo com a Lei dos Dentistas, em nenhum momento (salvo autópsia/necrópsia) se permite a realização de atos na face, pescoço e cabeça, tampouco se outorga ao cirurgião dentista a prática de atos invasivos em tais partes do corpo, já que tais atos são praticados exclusivamente por médicos, na forma da Lei n. 12.842/2013, pois demandam perícia profissional e possuem potencial de complicações clínicas.


20 de setembro de 2019 0

Um alerta para os riscos dos procedimentos de harmonização facial realizados por odontólogos deixou o País chocado nesta sexta-feira (20). Em reportagem, o programa Bom Dia Brasil (TV Globo) mostrou o drama de duas mulheres jovens que, atraídas por promessas de alguns profissionais não-médicos, aceitaram se submeter a tratamentos que deixaram sequelas profundas em seus rostos. Essas histórias emolduraram denúncia feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), preocupada com os riscos à saúde da população.

O dermatologista Egon Daxbacher, diretor da SBD, afirmou que esses procedimentos estéticos invasivos devem e só podem ser realizados por médicos, pela Lei do Ato Médico. Segundo relatou, é necessário conhecimento aprofundado sobre pele e tecidos, pois preenchimentos faciais são atos com riscos possíveis.

“Você –  dermatologista – está ultrapassando camadas da pele até a gordura, chegando até próximo do osso, injetando algum tipo de substância que não é própria do organismo”, afirmou Daxbacher, que destacou, ainda, o fato de que se houver alguma intercorrência, é o médico que terá condições de agir em situação de emergência, garantindo a vida do paciente.

Efeitos colaterais – Nos procedimentos apresentados pelo Bom Dia Brasil, as pacientes, que atualmente buscam sua recuperação com a ajuda de dermatologistas, fizeram aplicações com ácido hialurônico, um gel que ameniza a perda de volume da pele. O resultado foram efeitos colaterais graves: uma delas sofreu uma necrose no nariz e a outra ficou com rosto deformado.

“Não é adequado achar que é um procedimento simples e que pode ser feito em qualquer lugar. É importante fazer em ambiente seguro, em um consultório médico, e de preferência com um profissional completamente habilitado para fazer o procedimento”, afirmou o médico André Maranhão, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também ouvido pela reportagem.

O presidente da SBD, Sergio Palma, espera que o alerta ajude a esclarecer a população sobre os riscos aos quais muitos se submetem. Na sua avaliação, com promessas de resultados e ofertas de valores baixos, alguns profissionais arrebanham interessados em fazer procedimentos estéticos.

“O problema é que essas pessoas não têm conhecimento e nem capacitação para diagnosticar e manejar as complicações graves que estes procedimentos estéticos invasivos podem acarretar, como necroses, cicatrizes, embolia e infecções”, pontua.  Segundo ele, os dermatologistas passam por um treinamento que pode levar até nove anos para ser concluído. “Não é um curso de fim de semana ou de poucos dias que substituirá esse preparo. Além disso, algumas complicações necessitam de atendimento médico de urgência, diagnóstico imediato e tratamento com medicações injetáveis”, ressaltou.

Justiça  Além da denúncia na imprensa, a SBD, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também está atuando no campo jurídico contra os abusos cometidos, em especial por parte dos dentistas.

Em fevereiro, as entidades protocolaram na Justiça Federal uma ação civil pública contra o Conselho Federal de Odontologia (CFO) que, contrariando a legislação, editou Resolução para os profissionais de sua área, autorizando-os a realizarem procedimentos de caráter invasivo e estético que são exclusivos dos médicos.

Diante dos excessos administrativos e dos riscos inerentes, as entidades médicas pediram à Justiça Federal a concessão de liminar com a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do CFO, com informe da decisão à população por meio de publicação no Diário Oficial da União e informes no site do Conselho Federal de Odontologia e junto à imprensa.

Em 29 de janeiro, a Resolução nº 198/2019, do CFO, reconheceu a harmonização orofacial como especialidade odontológica, permitindo aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

No entendimento da SBD e das outras entidades médicas, essa é mais uma tentativa de ampliar irregularmente o escopo de atuação de dentistas, invadindo a esfera de atuação exclusiva dos médicos, segundo disposições expressas da Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013), o que pode causar um prejuízo considerável à saúde da população a longo prazo e aumento de custo no atendimento destas complicações no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Infelizmente, há categorias profissionais da área da saúde que tentam extrapolar suas atribuições e praticar atos exclusivos aos médicos, com o intuito de se beneficiarem da demanda da sociedade por procedimentos estéticos. No entanto, ignoram o potencial risco de causar sérios danos irreversíveis aos pacientes ou até a morte, como já vimos recentemente no Brasil”, afirmou o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Abusos – Na ação civil pública, as entidades descrevem o abuso praticado pelo CFO, inclusive ressaltando a impossibilidade de alteração de escopo de atuação profissional por decisão administrativa e sem respaldo da legislação que regula a atividade. A Resolução CFO n. 198/2019 destoa expressamente da Lei nº 5081/66, que estabelece os limites de atuação dos dentistas, com consequente desvirtuamento completo da atuação desses profissionais, trazendo prejuízo à saúde da população como um todo.

De acordo com a Lei dos Dentistas, em nenhum momento (salvo autópsia/necrópsia) se permite a realização de atos na face, pescoço e cabeça, tampouco se outorga ao cirurgião dentista a prática de atos invasivos em tais partes do corpo, já que tais atos são praticados exclusivamente por médicos, na forma da Lei n. 12.842/2013, pois demandam perícia profissional e possuem potencial de complicações clínicas.


18 de setembro de 2019 0

O Ministério da Saúde publicou portaria que fixa os parâmetros com as diretrizes nacionais para diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos indivíduos com hidradenite supurativa no País. Trata-se de mais uma conquista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que trabalhou durante anos pelo estabelecimento dessa norma que qualifica a assistência e oferece melhores condições de atendimento para médicos e pacientes. Há poucos dias a entidade comemorou outro resultado positivo, com a publicação dos critérios para atendimento da psoríase

O texto foi publicado pelo Diário Oficial da União semana passada, no dia 11 de setembro, e foi assinado conjuntamente pelo secretário de Atenção Especializada à Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, e pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Denizar Vianna. “Esse é um tema de interesse da saúde pública que contou com grande empenho da SBD. Nossos especialistas foram fundamentais na formatação desse documento, pois conhecem as dificuldades na rotina dos consultórios e as implicações na vida dos pacientes”, ressaltou o presidente da entidade, Sérgio Palma.

Conforme ele destacou, a portaria levou em conta relatório produzido, em agosto desse ano, pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e uma extensão revisão da literatura científica sobre o tema, dentre outras fontes. Para ter acesso à integra do protocolo, é preciso acessar o seguinte endereço: http://portalms.saude.gov.br/protocolos-e-diretrizes.

Para a médica dermatologista Maria Cecília da Matta Rivitti Machado, que acompanhou o processo de elaboração junto ao Ministério da Saúde, esse protocolo é um marco na história da dermatologia brasileira, uma vez que está muito bem alinhado ao já publicado Consenso sobre tratamento da hidradenite supurativa – Sociedade Brasileira de Dermatologia e às principais diretrizes internacionais. “Essa via possibilita aos pacientes acesso a opções de tratamento até então eram disponibilizados para essa indicação”, observou.

Nacional – As diretrizes recém-publicadas têm caráter nacional e devem ser utilizadas pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na regulação do acesso assistencial, autorização, registro e ressarcimento dos procedimentos correspondentes. Um dos pontos que o documento destaca é a obrigatoriedade de que os pacientes, ou seus responsáveis legais, sejam informados sobre os potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados ao uso de procedimentos ou medicamentos preconizados para o tratamento da hidradenite supurativa. 

Além de observarem a norma, os gestores estaduais, distrital e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), em função de suas competências e pactuações, ficam obrigados a estruturarem suas redes assistenciais, definirem serviços referenciais e estabelecerem os adequados fluxos para o atendimento de pessoas com essa doença em todas as etapas descritas na Portaria.

A hidradenite supurativa (HS) uma doença inflamatória, crônica e recorrente dos folículos pilosos. De causa multifatorial, a HS é influenciada por fatores intrínsecos como predisposição genética, a resposta inflamatória sistêmica exacerbada; e fatores extrínsecos relacionados com obesidade, tabagismo e atrito mecânico, entre outros.

Folículo piloso  As lesões são originadas a partir de hiperqueratose e oclusão folicular, seguido de dilatação pilossebácea, ruptura e extrusão do conteúdo folicular, o que desencadeia reação inflamatória secundária e afluxo de células inflamatórias com liberação de novas citocinas o que torna o processo contínuo, com a formação de abscessos e fístulas. 

Estudos demonstram que o microbioma da lesão de pele lesional e perilesional da HS é diferente de controles saudáveis e a população de bactérias pode variar, conforme a gravidade da doença. Fístulas e tratos sinusais contribuem para a formação do biofilme, colonização bacteriana e infecção secundária que são responsáveis pela exacerbação da doença, supuração e extensão das lesões.

A HS se manifesta geralmente após a puberdade, durante a segunda ou terceira décadas de vida dos pacientes. Afeta com maior frequência em mulheres, principalmente nas regiões das axilas, da virilha, mamárias e infra-mamárias, com atenuação da atividade da doença com o início da menopausa. Nos homens afeta com maior frequência as regiões glútea, perianal, nuca e retroauricular, com maior atividade da doença até a quinta década de vida.

Recorrência e dor – A recorrência da dos surtos de inflamação pode acarretar cicatrizes graves e limitação ou incapacidade de movimento. As lesões tendem a ser intensamente dolorosas, contribuindo para a dificuldade de movimentação, gerando grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. 

As lesões podem apresentar odor fétido impactando diretamente na vida social dos pacientes com HS. A longo prazo, a HS está associada com complicações graves como fístulas na uretra, bexiga ou intestino reto, assim como espondiloartrite, infecções, abscesso epidural, sacral, obstrução linfática, anemia, hipoproteinemia, amiloidose renal,  depressão e suicídio.

Essa é a segunda conquista da SBD junto à Conitec em poucos dias. Em 6 de setembro, pouco antes da realização do 74º Congresso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, foi lançado protocolo clínico com diretrizes terapêuticas para o atendimento de pacientes com psoríase. A portaria nº 10/2019 também resultou do esforço da entidade, por meio de seus representantes, para sensibilizar o Governo acerca dessa necessidade.

“O esforço dos dermatologistas para sensibilizar o Governo sobre a necessidade de estabelecer parâmetros mínimos para o atendimento de pacientes com psoríase, na rede pública, envolveu membros de diferentes gestões da entidade que levaram seu dever adiante, comprometidos com o bem-estar da população e em oferecer condições de atendimento aos especialistas”, ressaltou Sergio Palma, que acompanhou os debates.
 


17 de setembro de 2019 0

A relação entre rosácea e outras comorbidades foi o tema apresentado pela coordenadora da Biblioteca da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Clívia de Oliveira Carneiro, durante o DermatoRio2019. O tema foi debatido em simpósio que discutiu os diferentes aspectos da doença inflamatória crônica da pele, que envolve diversos fatores genéticos, emocionais e ambientais, sendo mais prevalente em pessoas acima de 30 anos, sobretudo em mulheres, com fototipos mais baixos. Ao todo, cerca de 300 congressistas acompanharam o simpósio.

De acordo com a especialista, as características fisiopatológicas responsáveis pelas manifestações típicas da rosácea – inflamação, vasodilatação e angiogênese – são basicamente três: a ruptura da barreira física da pele, a anormalidade da resposta imune nata e a desregulação vascular e dos neuromoduladores. No entanto, a doença, que anteriormente era descrita como exclusivamente cutânea, atualmente vem sendo associada a outras comorbidades.

“A partir de 2015, estudos publicados em revistas conceituadas começaram a relacionar a rosácea com determinadas comorbidades, como doenças neurológicas – por ex. enxaqueca, Alzheimer e Parkinson –, doenças gastrointestinais, cardiovasculares, autoimunes e alguns tipos de câncer. As pesquisas vêm descrevendo a rosácea como uma inflamação crônica sistêmica, por vezes com similaridade à psoríase. A comparação entre as duas patologias se deve a propriedade comum da alteração da imunidade inata, visto através do aumento das catelicidinas, da proteína C reativa e da diminuição da atividade da paraoxonase, que são preditores de eventos cardiovasculares”, explicou ela.

Consenso – O simpósio contou também com a palestra do dermatologista Luiz Maurício Costa Almeida, que apresentou uma atualização para a classificação ROSacea COnsensus (ROSCO), com novas recomendações para diagnóstico, classificação e manejo. Segundo o especialista, a atualização parte da superposição das diferentes formas de manifestação da doença em um mesmo paciente como principal parâmetro de categorização.

“O fato da pessoa ter uma rosácea fimatosa não excluí a possibilidade de ela ter pápulas e pústulas. O novo consenso vem justamente fazer essa transição de uma classificação que tinha como referência os subtipos, para outra que utiliza fenótipos, ou seja, as características observáveis de um indivíduo. No novo sistema, cada padrão é provisório, uma vez que essas características podem ser modificadas em função do meio-ambiente e de condições genéticas”, afirmou Luiz Maurício.

Tratamento – As abordagens práticas para o tratamento tópico e oral foram conduzidas pela dermatologista Daniela Antelo. Em sua avaliação, a condução da rosácea deve tomar como base os sintomas do paciente, sendo fundamental manter uma rotina diária de cuidados da pele para obter uma melhora.

“Os especialistas devem perder ao menos alguns minutos da consulta explicando a importância de efetuar adequadamente a limpeza, hidratação e proteção da pele, em especial para os homens, que muitas vezes não têm tanta paciência para esses procedimentos”, salientou.

Na ocasião, a dermatologista Rosa Matos falou ainda sobre o uso de novas tecnologias e da toxina botulínica no controle da rosácea. Para ela, já existem evidências suficientes na literatura médica que justificam a adoção de lasers e luz pulsada nas condutas terapêuticas. “Após um número pequeno de sessões, os resultados já são visíveis e têm durabilidade considerável. Além disso, a toxina botulínica também é eficaz, uma vez que a patogênese da doença é mediada do ponto de vista imune e neurológico”, disse.


16 de setembro de 2019 0

A Comissão Organizadora agradece a presença de todos os 4 mil congressistas, palestrantes, coordenadores, parceiros e patrocinadores no 74º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o DermatoRio 2019.

Trabalhamos com afinco e dedicação para que este encontro entrasse para a história por meio do resgate da especialidade em todas as suas áreas: clínica, cosmiátrica, cirúrgica, oncológica e sanitária.

A revelação de novos talentos foi outro objetivo desafiador estruturado pela Comissão Científica.

Chegamos ao fim do evento com a certeza de missão cumprida. Foi um sucesso!
Obrigada!

Até 2020 no 75° CSBD, em São Paulo!

 

Clique na foto para assistir ao vídeo de agradecimento

 


16 de setembro de 2019 0

Salas lotadas e grande movimentação marcaram o 74º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (DermatoRio 2019), realizado de 11 a 14 de setembro, no Rio de Janeiro. Resultado de trabalho conjunto, participativo e democrático entre Diretoria da SBD, Comissão Organizadora e dermatologistas associados, o encontro mostrou a força da dermatologia brasileira ao reunir 4 mil congressistas para atualização, confraternização e networking. Sob o título “Rio de todos os tons. Hora de renovar, inovar e resgatar”, o Congresso abordou temas importantes de toda a área da dermatologia, (cosmiatria, laser e tecnologias, cirurgia dermatológica, rotina clínica) por meio de palestras e cursos práticos ministrados por renomados convidados nacionais e internacionais, como Gottfried Lemperle, da Alemanha, Toby Maurer e Hema Sudaram, dos Estados Unidos, Martin Sangueza, da Bolívia, e outros. 

“Desde o início dos trabalhos, a Comissão Organizadora implementou questionários para ouvir o associado e coletou informações nas mídias sociais para buscar do dermatologista o que em sua opinião merecia ser melhorado na parte científica. Os interesses coletivos foram atendidos neste Congresso e o que mais ouvimos dos médicos foi o orgulho de estarem presentes nesse encontro de aprendizagem e congraçamento", disse o presidente da SBD, Sérgio Palma, na cerimônia de encerramento, ocorrida na tarde de sábado (14).
 

Apesar da dificuldade encontrada nos últimos anos para a realização de grandes eventos, a resposta positiva do público mostrou que o DermatoRio 2019 trouxe a característica de acolher quem está chegando, resgatando o conceito de um grande congresso organizado e múltiplo, para discutir as atualizações em salas com estrutura e porte, em que as pessoas se sentissem confortáveis e pudessem absorver o conteúdo da melhor forma. O desafio motivou os organizadores a fazer e a conseguir excelentes resultados. 

"Foram inúmeros comentários positivos dos dermatologistas sobre a qualidade das sessões clínicas, então esse resgate da clínica dermatológica nos dá muito orgulho. Transmitir conhecimento para que o médico possa atender, tratar e cuidar melhor seu paciente, foi um objetivo traçado e conquistado. Bom também ver uma nova geração de dermatologistas brilhando. A força dessa dermatologia integral está viva e tenho certeza de que isso será levado para os futuros congressos brasileiros de dermatologia”, comentou Sérgio Palma.

Presidido por Marcio Serra, o Congresso ocorreu no Windsor Convention & Expo Center, na Barra da Tijuca, um local de fácil acesso, seguro, e que proporcionou maior conforto aos congressistas, com a possibilidade de ter momentos de descanso e diversão durante os quatro dias de atividades. Já a programação científica, coordenada pela dermatologista Luna Azulay, abriu espaço para os novos talentos da dermatologia. Um respiro bem-vindo para o programa científico do maior evento da especialidade.

“A grade do encontro foi totalmente pensada para que os participantes pudessem aproveitar cada momento do DermatoRio. A programação científica, por exemplo, focou nos temas do dia a dia do consultório, o que é fundamental para os médicos. Tivemos também menos palestrantes por sessão, para que pudesse haver mais tempo de exposição e discussão em torno de cada assunto; além da volta dos cursos práticos e da apresentação de diversos trabalhos de investigação com discussão dos casos clínicos relatados”, informou o presidente. 

Em sua fala durante o encerramento, Márcio agradeceu o envolvimento de toda equipe: Diretoria da SBD, Comissões e funcionários da instituição: "Não conseguiria fazer esse Congresso sozinho. O encontro se concretizou dessa maneira, porque estiveram ao meu lado amigos que trabalham, e que me deram muita força para realizar com sucesso esse evento. Agradeço toda minha equipe, a diretoria do DermatoRio (Flávio Luz, Abdiel Figueira, Egon Daxbacher e outros), os coordenadores dos cursos práticos (Fabiano Leal e outros), a coordenação científica (Luna Azulay), a gerência da SBD (Priscila Rudge) e todos os funcionários que se dedicaram arduamente até o último momento", afirmou. 

O presidente da SBD, Sérgio Palma, também agradeceu a presença de palestrantes, coordenadores e indústria farmacêutica e afirmou que foi muito proveitoso esse trabalho conjunto para a dermatologia brasileira. "Foram dias felizes, de clima leve e de alto astral em um evento que não só na minha opinião, mas na de todos os congressistas, cumpriu seus objetivos".

A importância dos Congressos para o aperfeiçoamento e valorização profissionais

A SBD representa uma sociedade médica que é a dermatologia, e organiza anualmente um evento científico para trazer informações mais atuais das diferentes áreas dentro da especialidade. É o momento em que os médicos que vêm para um congresso desse porte, conseguem se atualizar em sessões com os principais experts do Brasil e estrangeiros e têm a possibilidade de discutir com esses especialistas casos do seu dia a dia do seu consultório, clínica, hospital. É oportunidade ainda para o médico conhecer novos caminhos para doenças com características difíceis de serem lidadas, como a hanseníase, o melanoma, a psoríase e se inteirar dos equipamentos mais modernos para tratamentos cosmiátricos, como o laser e tecnologias, por exemplo. No entanto, todas as funções do encontro levam para um mesmo caminho que é prestar o melhor atendimento para o paciente.

Em diversos momentos do DermatoRio 2019, a ética médica foi abordada, por meio de fórum e simpósios, que levaram ao público informações sobre o trabalho desenvolvido pela SBD de forma eticamente correta e cientificamente comprovada, a fim de coibir a invasão da especialidade por não médicos. Em várias sessões e em momentos diferentes isso aconteceu.

"Acredito que uma importante forma de valorização do dermatologista é participar de um evento como este. Mostrar nosso orgulho de ser dermatologista. Essa é a luta que a SBD tem encampado há bastante tempo pelo reconhecimento profissional”, considerou Palma. 

Muitos dermatologistas passaram no estande da SBD para fotografar o totem ‘#Sou dermato SBD’ e postaram em suas redes sociais o orgulho de ser dermatologista. “Isso traz um impacto positivo, sem dúvida, porque os pacientes estão vendo. A SBD acredita nesse resgate de valorização do dermatologista e clamamos para que os dermatologistas não associados à SBD participem, prestem a prova do Título de Especialista em Dermatologia (TED) e estejam mais próximos da nossa sociedade", salientou o presidente.

O 75º Congresso Brasileiro de Dermatologia ocorrerá em São Paulo, na primeira semana de setembro. Captaneado pelo dermatologista Cyro Festa Neto, o encontro está sendo estruturado com dedicação para repetir o sucesso do Rio.


 

Premiação – Durante a cerimônia de encerramento, ocorreu ainda a premiação dos três melhores trabalhos de cada categoria. Ao todo, foram recebidos 949 trabalhos, dos quais 786 foram aprovados e 62 foram apresentados oralmente. O secretário-geral do evento, Abdiel Figueira Lima, parabenizou os dermatologistas pela produção cientifica recebida e apresentada no evento. Os congratulados receberam seus certificados das mãos de Luna Azulay.

“Gostaria de congratular os alunos que participaram dessas pesquisas e também aos orientadores pelos trabalhos de alto qualidade apresentados”, disse. 

Confira abaixo a lista completa dos homenageados: 

Categoria Minicomunicação 

1ª lugar: “Tumor glômico exatradigital como diagnóstico diferencial de Sarcoma de Kaposi no paciente com HIV”. Autores: Maria Cristina Arci Santos, Milvia Maria Simões e Silvia Enokihara e Camila Arai Seque. 

2º lugar: “Lúpus eritematoso discoide no couro cabeludo em paciente com lúpus eritematoso sistêmico: relato de um caso com repilação completa”. Autores: Cleide Garbelini-Lima, Andrea Cavalcante de Souza, João Gabriel Nogueira de Oliveira, Monique Freire Santana, Sidharta Quercia Gadelha, Wanessa da Costa Lima e Virginia Vilasboas Figueiras. 

3ª lugar: “Síndrome Stiff Skin: Relato de Caso”. Autores: Paula Baréa, Angélica Bauer, Michele Caroline dos Santos Garcia, Nathália Hoffmann Guarda, Bianca Lopes Nogueira, André Cartell e Renata Heck. 

Categoria Trabalhos de Investigação 

1º lugar: “Dimensionalidade e análise psicométrica do DLQI em uma população brasileira”. Autores: Marília Jorge, Bianca Paiva, Mayra Ianhez, Juliana Boza, Juliano Schmitt, Daniel Nunes e Hélio Miot. 

2º lugar: “Identificação do risco cardiovascular em pacientes com psoríase e artrite psorisíaca comparados com controles”. Autores: Mara Diane Lisboa Tavares Mazzillo, Patrícia Medeiros Gusmão Acioly, Cláudia Camargo, Maria Alice Penetra, Maria Isabel Noronha Neta, Márcia Ramos-e-Silva e Sueli Carneiro. 

3º lugar: “Prevalência e fatores associados à depressão e ansiedade em portadores de psoríase no Brasil: um estudo transversal”. Autores: Camila Pollo, Ticiane Matos, Jennifer Souza, Marilia Jorge, Luciane Miot, Silmara Meneguin e Hélio Miot. 

Categoria Dissertação/Tese 

1º lugar: “Criocirurgia no tratamento da esporotricose: experiência de uma década”. Autores: Vivian Fichman Monteiro de Souza, Antônio Carlos Francesconi do Valle, Dayvison Francis Saraiva Freitas, Priscila Marques de Macedo, Rodrigo de Almeida Paes, Raquel de Vasconcellos Carvalhaes de Oliveira e Maria Clara Gutierrez Galhardo. 

2º lugar: “Recidiva em hanseníase após o término da poliquimioterapia padrão entre 2013-2018 em um centro de referência brasileiro: introduzindo e atualizando conceitos”. Autores: Ana Cláudia Mendes do Nascimento, Diogo Fernandes dos Santos, Douglas Eulálio Antunes, Maria Aparecida Gonçalves, Luiz Ricardo Goulart Filho e Isabela Maria Bernardes Goulart. 

3º lugar: “Distribuição territorial dos casos de Hanseníase com grau 2 de incapacidade física em um município endêmico do Brasil: uma análise do programa de controle”. Autores: Aline de Souza Busnardo, Gustavo Palmares Gomes da Costa, Bruno da Rocha Porciúncula, Antônio José Ledo Alves da Cunha, Samanta Cristina das Chagas Xavier e Maria Kátia Gomes.


16 de setembro de 2019 0

Na fase avançada e metastática da doença, o câncer melanoma causou a morte de Roberto Leal, cantor português, de 67 anos. Com pesar, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lamenta a perda e faz um alerta: o câncer de pele não deve ser subestimado. Se diagnosticado e tratado precocemente, o melanoma não provoca metástases e tem enormes chances de cura.

Segundo o dermatologista Elimar Gomes, coordenador da Campanha do Câncer de Pele da SBD, “o melanoma não é o tipo mais comum de câncer da pele mas, sua alta capacidade de se espalhar para outros órgãos, determina casos graves e letais”, enfatiza o médico. Os fatores de risco para a doença são: pele clara, exposição exagerada ao sol, pintas que mudam de cor, forma e tamanho e outros casos da doença na família. “O mais comum é o aparecimento do melanoma em qualquer lugar da pele humana, incluindo unhas e couro cabeludo; mas esse tumor também pode surgir nas mucosas, olhos e sistema nervoso central”, disse Elimar.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% de todos os tumores malignos do Brasil correspondem ao câncer da pele, o que mais acomete o ser humano. Para o biênio 2018/2019, a estimativa é que o número de câncer da pele não melanoma seja de 165.580 mil novos casos e de câncer melanoma, estimam-se 6.260 casos. “Temos um problema de saúde pública e a SBD transformou esse problema numa causa: a luta contra o câncer da pele através do Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre a doença, explica Dr. Sergio Palma, presidente da instituição. Segundo ele, “um país com menos casos de câncer da pele é uma meta alcançável e a Sociedade Brasileira de Dermatologia está comprometida em reduzir sua incidência e mortalidade”. 

Sobre o câncer da pele

O câncer da pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos de câncer da pele que podem se manifestar de formas distintas, sendo os mais comuns denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular – chamados de câncer não melanoma – e que apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o tipo de câncer da pele mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal. Quando descoberto no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura.

“Em todos os tipos, a exposição excessiva e sem proteção ao sol é o principal fator de risco que pode ser prevenido para o câncer da pele, que  pode se manifestar como uma pinta ou mancha, geralmente acastanhada ou enegrecida; como uma pápula ou nódulo avermelhado, cor da pele e perolado (brilhoso); ou como uma ferida que não cicatriza”, diz Jade Cury Martins, coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD.

Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta que as pessoas se examinem com periodicidade, consultando um dermatologista em caso de suspeita. Também é importante que se examine familiares, pois muitas vezes os cânceres podem aparecer em regiões que não é possível ver sozinho. Ao se expor ao sol, é importante que as áreas descobertas estejam protegidas, mesmo em dias frios e nublados.

A SBD também lembra que a melhor forma de evitar a doença é a prevenção! Vale reforçar que o autoexame não substitui a consulta ao dermatologista da Instituição. Encontre um dermatologista associado à SBD aqui no site.

Fique atento aos  #sinaisdocancerdepele  e participe do #dezembrolaranja.  


Recomendações do Consenso Brasileiro de Fotoproteção – medidas gerais 

1. Não existe medida fotoprotetora que, isoladamente, garanta uma fotoproteção adequada; por isso, a SBD recomenda a combinação do maior número possível de medidas como a estratégia mais correta; 

2. Em todas as condições, a SBD não recomenda a exposição ao sol no período entre 10 e 16 horas (considerar o horário de verão quando necessário). A depender da época do ano (verão) e da localidade da exposição, deve-se considerar um período ainda maior de restrição ao sol; 

3. O uso de roupas e chapéus ou bonés deve sempre ser estimulado;

4. O uso de óculos de sol é recomendado para a prevenção do dano solar nos olhos; 

5. A utilização de sombras naturais (cobertura de árvores) ou artificiais (guarda-sóis, tendas, coberturas de edificações ou outras) é sempre medida adicional a ser orientada;

6. O uso correto do protetor solar, FPS mínimo de 30, é uma medida essencial e sua seleção e orientação de uso são responsabilidades do dermatologista.

Foto: G1


14 de setembro de 2019 0

Os dermatologistas brasileiros exigem respeito e valorização pelo importante papel que ocupam na assistência à população nas redes pública e privada. Essa foi a tônica dos debates promovidos no Fórum de Defesa Profissional, encontro que integrou a programação do 74º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Ao abrir as discussões, o presidente da SBD, Sérgio Palma, apresentou aos participantes as ações de defesa do Ato Médico e empreendidas pela instituição no âmbito do Legislativo e Judiciário, por meio do reforço estratégico na comunicação institucional e da atuação conjunta com outras entidades médicas.

Na ocasião, ele citou a forte atuação da assessoria jurídica da SBD, que desde 2017, denunciou quase mil casos que envolvem procedimentos estéticos e dermatológicos realizados por profissionais não médicos. Muitas dessas denúncias, explicou Palma, se desdobraram em inquéritos policiais e ações na Justiça. “A SBD tem trabalhado ativamente para coibir a atuação ilegal na medicina e mostrar as consequências de procedimentos feitos por esse grupo. Importantes vitórias, como as liminares que suspenderam os efeitos de resoluções de outros Conselhos profissionais, já foram alcançadas e seguiremos nessa missão de defender os dermatologistas”, pontuou.

O presidente da SBD também salientou a performance de sua assessoria parlamentar, que permanentemente tem monitorado o cenário político e a tramitação dos principais projetos de lei de interesses da especialidade no Congresso Nacional. “Participamos de diversas audiências com parlamentares, em Brasília, com o intuito de sensibilizá-los e esclarecer que, embora o cuidado estético seja multiprofissional, é exclusividade do médico a atuação em procedimentos invasivos”.

No campo da comunicação, Palma destacou ainda o aumento da exposição da SBD na mídia em temas que extrapolam esclarecimentos sobre prevenção e tratamentos de doenças, inserindo-a no debate sobre o Ato Médico. “Por meio dos nossos canais próprios de comunicação e pela chamada mídia espontânea, buscamos defender a profissão, ao mesmo tempo em que demonstramos os inúmeros riscos que a sociedade corre quando a Medicina é invadida por não médicos”, disse.

Reconhecimento – A luta da SBD contra a invasão de competências promovida por profissionais de outras áreas da saúde foi reconhecida pelo 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, que prestigiou o evento. “Quem dera se todas as especialidades fossem atuantes como a SBD”, afirmou, ao agradecer o convite e parabenizar a SBD pela promoção do Fórum dentro do maior Congresso nacional da especialidade.

O elogio público coroa o êxito das estratégias adotadas pela atual Diretoria. Para o representante do CFM, a SBD tem demonstrado ser uma das entidades mais presentes junto ao Congresso Nacional, sendo referência para as sociedades de especialidades na luta contra a pressão que outras categorias profissionais fazem junto a senadores e deputados. “Esse é um trabalho que precisa do comprometimento e engajamento de todos os médicos brasileiros. Só assim conseguiremos aprimorar e fortalecimento as ações de defesa da medicina”, conclamou.

Ato médico – Mauro Ribeiro ainda esclareceu dúvidas dos congressistas a respeito da Lei nº 12.842/13, a Lei do Ato Médico. Aprovada após 12 anos de tramitação e mobilização das entidades médicas, a lei é uma das mais importantes referências legislativas da atualidade para a área médica.

Segundo o representante do CFM, num primeiro momento, os vetos do Executivo foram vistos com apreensão e pareciam prejudicar a comunidade médica. No entanto, sucessivas decisões judiciais favoráveis nos últimos anos cristalizaram o entendimento de que essa lei foi benéfica para os médicos e para a sociedade.

“A legislação nos protege e a Justiça também nos tem dado respaldo em diversas ocasiões. Não temos dúvidas de que continuaremos ganhando causas na Justiça. O grande problema, porém, é o tempo que se leva para a conclusão desses processos. Precisamos discutir alternativas e o CFM está totalmente aberto às sociedades de especialidades e aos médicos brasileiros para debater essas estratégias”, conclui.


14 de setembro de 2019 0

Com sala lotada e muita participação dos congressistas, a mesa sobre Saúde LGBT – inédita em congressos brasileiros de dermatologia – movimentou a manhã do terceiro dia do DermatoRio 2019, no Rio de Janeiro. As principais ISTs na população LGBT, aspectos dermatológicos no paciente transgênero e procedimentos estéticos nessa população foram abordados por especialistas de São Paulo e Rio, entre eles, Felipe Aguinaga (foto acima), do ambulatório de Dermatologia e Diversidade de Gênero, do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay.

Em sua fala, o médico esclareceu conceitos e definições do campo de gênero e sexualidade, bem como a terminologia atualmente utilizada na literatura científica e a identidade de gênero como um determinante social de saúde. No campo da dermatologia clínica, explicou as complicações da hormonioterapia em homens e mulheres trans, as relacionadas ao uso de binders e de silicone industrial, dermatoses das neogenitálias, entre outros pontos. 

Novidades científicas também foram apresentadas na mesa "Mitos e verdades na fotoproteção e vitamina D" e no simpósio sobre envelhecimento cutâneo, alguns dos destaques da tarde desta sexta-feira (13/9).


Sala cheia na sessão sobre envelhecimento cutâneo

Outro tema de interesse neste dia foi o simpósio "Ética e marketing no consultório", sob a coordenação do presidente da SBD, Sérgio Palma e do dermatologista Hugo Guimarães Scotelaro Alves. A mesa de discussão contou com a presença dos palestrantes Débora Ormond, membro da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD, Juliana Fernandes de Mendonça Figueiredo, do Departamento de Psicodermatologia da SBD, e do vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro.


Juliana Figueiredo, Mauro Ribeiro (vice-presidente do CFM), Hugo Alves, Sérgio Palma (presidente da SBD) e Débora Ormond

Ainda na parte da tarde, o Fórum Marketing e Defesa Profissional chamou a atenção de muitos dermatologistas associados, que tiraram suas dúvidas em nova participação de Mauro Ribeiro, Sérgio Palma e Débora Ormond. Este debate contou ainda com a presença do dermatologista Erico Pampado.


Os médicos Erico Pampado, Mauro Ribeiro, Sérgio Palma e Débora Ormond


Por uma medicina unida: o presidente da SBD, Sérgio Palma, e o vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro

AGO
Neste sábado (14) será realizada a Assembleia Geral Ordinária (AGO) a partir das 11h. A SBD conta com a presença dos associados.

A movimentação completa do evento será publicada na próxima edição do JSBD.


13 de setembro de 2019 0

O simpósio coordenado pelo vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mauro Enokihara, a respeito do "melanoma" – câncer de pele extremamente agressivo – foi um dos destaques do segundo dia de atividades científicas do 74º Congresso da SBD, que acontece no Rio de Janeiro até o dia 14 de setembro. Na oportunidade, os palestrantes do simpósio apresentaram tópicos sobre conceituação, métodos diagnósticos e tratamentos disponíveis para a doença.
 
Em sua participação, Mauro Enokihara ressaltou a importância do caráter interdisciplinar na assistência ao paciente com melanoma e abordou aspectos relacionados ao desenvolvimento da inteligência artificial, com foco na capacidade dos sistemas de interpretar corretamente dados e transformá-los em informações úteis, que podem auxiliar no diagnóstico do melanoma.

 
"A introdução de aparelhos na dermatologia vem ocorrendo já faz alguns anos. Em 2017, ocorreu a primeira publicação científica sobre a classificação das lesões dermatológicas feitas por computador. Redes neurais artificiais analisaram cerca de 130 mil imagens, com sucesso na diferenciação entre lesões benignas e malignas, demonstrando alto nível de competência", informou.
 
De acordo com o vice-presidente da SBD, o auxílio de computadores de alto desempenho tende a ser uma realidade no futuro. No entanto, garante ele, não há motivos para preocupação por parte dos especialistas, pois as máquinas – além de serem passíveis de falhas – não podem substituir a relação médico-paciente, hoje ancorada na afetividade, no acolhimento integral do indivíduo doente e na compreensão dos diversos aspectos inerentes à natureza humana.
 
Já a oncologista clínica e Chefe da Divisão de Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Andreia Melo, comentou o atual estado do tratamento sistêmico do melanoma. Segundo ela, muitos avanços aconteceram recentemente e diferentes substâncias com eficácia balizada por pesquisas e com perfis de toxicidade já estão disponíveis para os pacientes.
 
"Os estudos sobre melanoma têm conseguido trazer respostas para dúvidas a respeito das alterações moleculares, das mutações de genes, entre outros fatores sobre o modo como esses tumores se desenvolvem. As evidências têm indicado a utilização de terapia alvo combinadas como uma das alternativas (imunoterapia) mais eficazes para tratar a doença e garantir qualidade de vida aos pacientes", disse.


Melanoma acral – Também na coordenação do simpósio, Carlos Barcaui ministrou palestra sobre temas clínicos do melanoma acral, tipo raro de câncer, mais frequente em peles morenas e sem relação direta com a exposição ao sol. "Cerca de 30% desses casos recebem um diagnóstico equivocado. Os dermatologistas devem investir mais em examinar a região plantar e ter em mente essa patologia nos episódios de lesão acral inespecífica", salientou.


O encontro contou ainda com a participação de Juan Piñeiro-Maceira, docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comentando a histopatologia do melanoma acral. Para o palestrante, os dermatologistas precisam estar capacitados para reconhecer as características de lesões e diferenciar manifestações benignas e malignas.
 
"No melanoma, é importante atentar ao padrão de cristas paralelas durante a dermatoscopia. No entanto, qualquer diagnóstico preciso deve ser fundamentado no comprometimento da junção da derme e epiderme e, em alguns casos, pela extensão da proliferação para a derme superior, atestada por um patologista", explicou.

 

 





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