Psoríase na Infância




4 de novembro de 2016 0

Por Ricardo Romiti, médico dermatologista associado à Sociedade Brasileira de Dermatologia

Resumo: A psoríase é doença inflamatória da pele que pode se iniciar em qualquer faixa etária. Aproximadamente um terço dos adultos acometidos refere início da doença antes dos 16 anos de idade. Em crianças, as lesões podem ser fisicamente desfigurantes, causando prejuízos psicológicos e evidente comprometimento da qualidade de vida.

Introdução A psoríase vulgar representa uma dermatose rara na infância e corresponde a cerca de 4% de todas as dermatoses observadas em doentes menores de 16 anos. A psoríase de início na infância possui alta incidência familiar. A apresentação mais comum na primeira infância se caracteriza pelo surgimento de placas eritematosas bem delimitadas envolvendo a genitália, região glútea e peri-umbilical, tendendo a ser persistente e rebelde ao tratamento. O acometimento facial não é raro. Com o passar do tempo, novas placas eritêmato-escamosas tendem a surgir, acometendo principalmente o tronco e os membros. Variantes da psoríase de início na infância incluem aquelas de acometimento peri-ungueal com graus variáveis de onicodistrofia, bem como formas restritas ao couro cabeludo.

A doença pode afetar as unhas, provocando descamação

O tratamento dependerá basicamente da gravidade de quadro, da associação com quadro articular, de eventuais co-morbidades, da idade do doente, de terapêuticas prévias e eventos adversos ocorridos. Embora a psoríase seja uma dermatose pouco relatada em crianças, a verdadeira prevalência nessa faixa etária é desconhecida. Estima-se que entre 25-45% dos casos de psoríase possam iniciar seu curso antes dos 16 anos de idade e destes, em cerca de 2% dos casos antes dos 2 anos de vida. Embora, no passado, tenha sido observada maior prevalência de psoríase em crianças do sexo feminino, estudos atuais indicam que ambos os gêneros são afetados igualmente, como ocorre nos adultos.

Quadro clínico e diagnóstico

A freqüência relativa dos tipos clínicos de psoríase e as formas de apresentação da doença diferem entre os adultos e as crianças. A psoríase em placas é a variante clínica mais freqüente em crianças e adolescentes (34 ? 84%). As lesões se caracterizam por pápulas e placas eritematosas, bem delimitadas, de tamanhos variados e com descamação prateada, dispostas, freqüentemente, de maneira simétrica. Na infância, a psoríase pode apresentar características atípicas, ou seja, placas eritematosas únicas ou pouco numerosas e ligeiramente descamativas, acometendo áreas insólitas, especialmente a região da face – incluindo a porção periorbitária, perioral e nasal ? muitas vezes dificultando o diagnóstico. As lesões de psoríase acometem, freqüentemente, o couro cabeludo, seguido da superfície extensora das extremidades e tronco. Freqüentemente ocorre distribuição simétrica das lesões e ausência de prurido. O acometimento das mãos, pés, genitália e áreas flexurais, inclusive periumbilical, também é mais comum em crianças. O acometimento do couro cabeludo, com a presença de escamas brancas, aderentes e espessas ao redor dos folículos pilosos com leve eritema é bastante típico. Porém em alguns casos pode ser indistinguível da dermatite seborréica do couro cabeludo (?caspa?). Localização característica em crianças é o acometimento na área das fraldas que ocorre em crianças com até dois anos de idade. Diferentemente da dermatite de fraldas (dermatite de contato), as lesões apresentam eritema mais claro e mais brilhante, bordas bem delimitadas e envolvimento das dobras inguinais, com prurido variável. Classicamente, estes sinais e sintomas respondem muito pouco ao tratamento convencional para dermatite de fraldas. Após uma a duas semanas do aparecimento do eritema na área das fraldas, algumas crianças desenvolvem lesões clássicas de psoríase na face, couro cabeludo, tronco e membros.

Tipos de psoríase A psoríase gutata: é uma variante clínica da psoríase que acomete doentes pediátricos e aparece de forma abrupta, geralmente, precedida por uma infecção, comumente de vias aéreas superiores. Ocasionalmente, as lesões podem persistir e aumentar de tamanho, tomando as características da psoríase em placas.

A psoríase pustulosa é rara em crianças. Caracteriza-se por múltiplas pústulas, estéreis, sobre base eritematosa. Pode ser generalizada ou localizada. Apresentações clínicas menos freqüentes nas crianças, quando comparadas aos adultos, são psoríase eritrodérmica e artrite psoriásica. A forma mais freqüente de artrite psoriásica afeta principalmente articulações das mãos e dos pés. Outras formas menos freqüentes apresentam comprometimento simétrico, axial e, até mesmo, mutilante. Quase todas as formas de psoríase podem cursar com artrite. O quadro cutâneo e articular não têm relação do ponto de vista de atividade e evolução.

Alterações ungueais são observadas entre 10-40% das crianças com psoríase, podendo preceder o aparecimento das lesões cutâneas e ser, durante anos, a única manifestação da afecção. O grau de envolvimento depende da localização do processo psoriásico no aparelho ungueal, da intensidade e do tempo de evolução da moléstia. O aspecto mais freqüente é de depressões cupuliformes, também designados de pits ungueais (unhas em dedal). Para confirmar o diagnóstico de psoríase ungueal é necessário por vezes excluir a onicomicose por exame micológico. Lembrar que ambas podem co-existir, uma vez que a psoríase ungueal aumenta a chance de contaminação por fungos. O diagnóstico da psoríase é eminentemente clínico e um exame dermatológico detalhado geralmente é o suficiente para estabelecer o diagnóstico. Não existe exame laboratorial específico para o diagnóstico de psoríase. O quadro histológico realizado por biopsia de pele não é específico, porém é bastante sugestivo.

Tratamento O tratamento da psoríase tem por objetivo o controle da enfermidade e a melhora da qualidade de vida do doente. Para se determinar o melhor esquema terapêutico, deve-se considerar sexo, idade, quadro clínico, gravidade da doença, sinais e sintomas associados, co-morbidades, medicações concomitantes, tratamentos prévios, efeitos adversos ocorridos e a participação dos pais ou responsáveis no tratamento. Inicialmente, deve-se esclarecer aos doentes e aos pais ou responsáveis sobre as características da enfermidade e o seu curso, bem como orientá-los sobre a importância da exposição solar. Para alguns doentes, o acompanhamento psicoterápico pode ser necessário.  


1 de novembro de 2016 0

O Correio Braziliense publicou, na edição do dia 1º de novembro, o artigo “A banalização de atos médicos e suas consequências”, de autoria do presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Gabriel Gontijo. No texto, o dermatologista alerta para o papel do médico e os limites legais de atuação de não especialistas: “Procedimento invasivo e procedimentos estéticos com riscos de complicações graves não são para quem não cursou medicina. Não é para quem não fez residência médica. Não é para quem não tem um título de especialista. As consequências são previsíveis e os consultórios médicos, especialmente dos dermatologistas, são procurados mais frequentemente por pacientes em busca de ajuda para tratar complicações dos mais variados procedimentos”, ressalta o presidente da entidade.

 

 

Leia a íntegra:

A cada morte anunciada depois de um procedimento estético malsucedido, realizado por um não-médico, surge certa comoção na sociedade, são publicadas algumas matérias na imprensa. E só. Logo em seguida, a tragédia é esquecida e o tema abandonado. O fato é que, no mundo do diálogo, das democráticas redes sociais, da exaltação à atuação multiprofissional, parece, no mínimo antipático, defender o ato médico. Decido eu, então, tirar o leitor da zona de conforto. Afinal, é papel da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alertar para a necessidade de se ter clareza sobre o papel do médico e sobre os limites de atuação de outros profissionais. Falar sobre isso faz bem à Saúde. Recentemente, nossa equipe técnica preparou um dossiê de 180 páginas com imagens de complicações graves e anúncios de não-médicos oferecendo procedimentos estéticos por preços mais baratos e resultados milagrosos. Uma propaganda antiética, enganosa e altamente perigosa.

O dossiê está sendo apresentado a parlamentares do Congresso Nacional e ações têm sido ajuizadas com êxito. É de se admitir. Quando se quer proteger a saúde e a vida de uma pessoa, vale pensar no que ensina a canção popular: Cada um no seu quadrado. Procedimento invasivo e procedimentos estéticos com riscos de complicações graves não são para quem não cursou medicina. Não é para quem não fez residência médica. Não é para quem não tem um título de especialista. As consequências são previsíveis e os consultórios médicos, especialmente dos dermatologistas, são procurados mais frequentemente por pacientes em busca de ajuda para tratar complicações dos mais variados procedimentos. Tais complicações acabam causando problemas psicológicos graves como depressão e baixa auto-estima. São infecções, cicatrizes, queimaduras, manchas e muitos outros problemas decorrentes de procedimentos dermatológicos e cosmiátricos assumidos por profissionais sem qualquer noção de Medicina.

 Em alguns casos, como aconteceu recentemente em Brasília com uma jovem que se submeteu a um bronzeamento em clínica clandestina, tais complicações levam à morte. Daí a importância da sentença da Justiça do Distrito Federal neste mês, proibindo biomédicos de executarem procedimentos estéticos que sejam considerados invasivos. Entre eles: a aplicação de toxina botulínica utilizada para rugas, os preenchimentos para suavizar sulcos e depressões na face, laser e peelings utilizados para rejuvenescimento. A decisão judicial é uma resposta favorável a uma ação movida pelo Conselho Federal de Medicina(CFM), com apoio da SBD e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). A dermatologia é considerada uma das especialidades mais amplas da Medicina e exige do profissional um vasto conhecimento técnico para compreender o universo das doenças da pele que afetam pessoas de todas as idades. Para ser dermatologista, é necessário, após a conclusão dos seis anos do Curso de Medicina, cumprir mais três anos de residência médica na especialidade e ainda fazer uma prova de título de especialista que deve ser registrada no Conselho Regional de Medicina. Só assim um profissional poderá exercer a especialidade. Uma importante área de atuação, que está implícita na formação do dermatologista é a cosmiatria, que deixou de ser perfumaria e passou à condição de ciência.

Os tratamentos propostos pelos dermatologistas dentro dessa área são provindos de estudos científicos realizados em centros de pesquisa e são acompanhados de orientações para evitar complicações e tratar adequadamente as que surgirem. No entanto, o que vemos hoje é a banalização dos tratamentos de pele, que alimenta uma cadeia de lucro mantenedora de profissionais não qualificados. Nos deparamos com uma profusão de ofertas de pacotes impraticáveis em grupos de desconto, salões de beleza e clínicas de estética fazendo com que a exposição ao risco seja crescente, aumentando exponencialmente as complicações graves para a saúde de centenas de pessoas. A SBD reconhece e valoriza a importância do atendimento multiprofissional para preservar e promover a saúde da população. Entretanto, repudia com veemência o desrespeito de alguns profissionais não médicos que ultrapassam os limites de sua competência, habilidade, capacitação e, principalmente, sua formação, colocando a sociedade em sério risco. Nada mais nobre e ético do que entender a própria limitação, respeitar o paciente e indicar que procure um médico. Insisto: dizer a verdade faz bem à Saúde.

*GABRIEL GONTIJO é presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)


30 de outubro de 2016 0

A psoríase é uma doença crônica que não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento correto. No entanto, muitos pacientes sofrem com depressão e baixa autoestima. Os sintomas da doença se manifestam na pele, em regiões como cotovelos, joelhos e couro cabeludo, o que evidencia as lesões. Mas cobrir a pele o tempo todo, pode piorar os sintomas. Manter a autoestima e não se intimidar ao deixar a pele à mostra são parte importante do tratamento. Veja como se proteger do preconceito e enfrentar a situação da melhor maneira possível.

 

1. Informação é o melhor remédio

A psoríase é uma doença relativamente desconhecida. Converse com seus familiares, amigos e colegas de trabalho. Explique os sintomas e deixe claro que não se trata de uma doença contagiosa;

2. Socialize

Tenha atitude positiva, e evite o isolamento. Se tiver dificuldades, procure associações ou grupos de apoio. Troque experiência com outros pacientes. Está comprovado que quem frequenta grupos de apoio responde melhor ao tratamento.

3. Não se compare

Tratamento produz efeitos diferentes em pessoas diferentes. Não se automedique. Procure um dermatologista para se informar sobre qualquer procedimento ou medicamento que acredite poder melhorar sua condição. Lembre-se que tratamentos sem comprovação científica não garantem resultados e podem colocá-lo em risco.

4. Roupas

Ao escolher suas roupas, o paciente com psoríase deve privilegiar o algodão, um tecido produzido com fibras naturais. Evite materiais que impedem a transpiração, como a lycra e o poliéster, por exemplo. Eles favorecem a proliferação de fungos. O conforto deve ser palavra de ordem. Escolha sempre peças que não limitem os movimentos. Roupas justas são desconfortáveis para os pacientes, porque atritam mais facilmente com a pele, podendo desencadear mais descamação e crises de coceira. No inverno, lembre-se de colocar uma peça de algodão sob os casacos de couro e de lã para evitar o contato direto da pele com materiais que podem ser alergênicos. Ao lavar as roupas, prefira sabão de coco ou neutro para evitar reações alérgicas. Evite amaciantes. Uma colher de vinagre na última enxaguada ajuda a amaciar as roupas. Além disso, o vinagre tem efeito bactericida. Mantenha a autoconfiança: evite cobrir as áreas afetadas pela doença sempre que possível. A psoríase não é contagiosa. A informação é a melhor arma para combater o preconceito.

5. Mantenha uma vida saudável

Cuide de sua alimentação, mantenha o peso adequado e evite álcool e cigarros. Ter um corpo saudável fortalece a imunidade e melhora a condição dos pacientes.

 

Controle a psoríase e não deixe que a doença o controle. A doença não tem cura, mas pode ser controlada, garantindo uma vida normal aos portadores.

 

 

 


29 de outubro de 2016 0

 

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Cerca de 2% da população mundial tem psoríase e sofre com o preconceito causado pela falta de informação. Em comemoração ao Dia Mundial da Psoríase (29/10), a Sociedade Brasileira de Dermatologia lança documentário, com relatos reais de pessoas que convivem todos os dias com a doença. Toda pele tem direito a saúde, a proteção e a beleza. Direito ao tratamento digno e a ouvir a palavra de um especialista.

A psoríase tem tratamento: ela começa com informação. Assista vídeo completo e saiba mais.


25 de outubro de 2016 0

  

Os depoimentos gravados pela publicitária Letícia Vitti Marçola e pela representante comercial Carin Ruela de Sá para a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase de 2016 atestam a importância do afeto e do apoio de familiares e pessoas próximas na superação da doença. A psoríase é uma doença crônica e autoimune, que se manifesta, predominantemente, por lesões avermelhadas e descamativas na pele. Tanto Letícia como Carin foram surpreendidas durante a gravação dos depoimentos com as presenças, respectivamente, do noivo e do marido e dos filhos.

O depoimento mostra o quanto elas se sentiram amparadas e queridas ao terem com quem contar durante o tratamento. Letícia revela, inclusive, ter se sentido mais aceita pelo fato de seu noivo, Fernando Cerri, fazer questão de tocar em suas feridas, o que reforça o fato de a doença não ser contagiosa. Esse apoio afetivo e psicológico por parte dos familiares tem se mostrado fundamental para que os pacientes não só se informem e adotem o tratamento adequado no combate à psoríase, como também para que não o abandonem.

Essa proximidade é também importante para enfrentar o preconceito gerado pela doença que, pelo fato de ser aparente, muitas vezes é tida, erroneamente, como contagiosa. O preconceito daí decorrente faz com que muitas pessoas comecem por esconder o corpo e acabem se isolando e deprimindo. O convívio e aceitação combatem esse processo. Outro fator fundamental do tratamento é fato de a psoríase ser uma doença que afeta o sistema imunológico como um todo, ou seja, costuma aparecer associada a outras enfermidades, como a artrite psoriásica, hipertensão, diabetes, obesidade, depressão, alcoolismo, tabagismo, alguns tipos de cânceres (faringe, pulmão) e doenças inflamatórias intestinais, entre outras.

Como lembra o dr. Paulo Oldani Felix, médico da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o conceito de que se trata de uma doença sistêmica é relativamente novo. "Tudo que é produzido de substâncias em decorrência do processo inflamatório na pele, cai na corrente sanguínea e vai agir em outros órgãos também. Essas doenças todas têm mecanismo imunológico parecido, então acabam se associando", explica.

A Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase tem apoio dos laboratórios farmacêuticos Abbvie, Janssen, Novartis e Lilly.


24 de outubro de 2016 0

O nome técnico da unha é aparelho ungueal. Ele é formado por: Lâmina ungueal(a unha propriamente dita); Leito ungueal, pele que fica logo abaixo da lâmina;  Matriz ou fábrica da unhaTecidos periungueais.

Localiza-se na ponta dos dedos das mãos e dos pés e sua principal função é proteger a região de traumas e choques. Também tem a missão de defesa e serve para apreender objetos, tem importância ornamental e o seu aspecto pode até mesmo revelar doenças sistêmicas.

A cutícula é uma estrutura de pele mais grossa que margeia toda a parte aderida da lâmina ungueal. Ela forma uma espécie de selo e não deve ser removida. Sua função principal é justamente a de impedir a entrada de substâncias e micro-organismos que possam penetrar e atingir a matriz ungueal.


24 de outubro de 2016 0

As unhas podem ser cortadas com tesoura e/ou aparadas com lixas, de preferência de uso pessoal ou descartáveis. O melhor formato é o arredondado nas mãos e quadrado nos pés. O tamanho das unhas das mãos deve levar em conta algumas particularidades, como profissão, hábitos e hobbies. Nos pés deve se evitar unhas muito compridas porque podem gerar mecanismo de alavanca e descolar as unhas do leito. Isso deixa um aspecto feio e amarelado nas unhas e pode levar ao acúmulo de acúmulo de sujeira e detritos. A cutícula não deve ser retirada, pois isso deixa a unha desprotegida e facilita a entrada de fungos e bactérias.

No mercado de cosméticos há inúmeros produtos destinados às unhas, como esmaltes, brilhos, bases, hidratantes, fortificantes etc. Alguns, no entanto, podem provocar alergia. Em caso de surgimento de coceira na pele, lesões avermelhadas ou outras complicações, interromper o uso e procurar um dermatologista. A alergia ao esmalte costuma dar vermelhidão e coceira na face, pescoço e pálpebras.

Atenção: é preciso deixar as unhas sem esmalte uma semana por mês, no mínimo. O uso ininterrupto de esmalte causa ressecamento e enfraquecimento das unhas, por isso a necessidade dessa pausa. Durante o intervalo, deve haver a aplicação de hidratantes próprios para evitar o ressecamento. Na impossibilidade dessa pausa sem esmalte, deixe pelo menos dois a três dias de intervalo entre as esmaltações.

O hábito de lixar a parte de cima da unha pode ser prejudicial, pois retira camadas de queratina e deixa as unhas mais frágeis e finas. O uso de acetona pode tornar as unhas mais frágeis e quebradiças. Se no salão de beleza a profissional fizer esse tipo de sugestão, recuse. Prefira os removedores de esmalte que não contêm acetona.

Muitos problemas nas unhas, aliás, são causados por procedimentos de manicure ou higiene feitos incorretamente. Se você percebe que as suas unhas são mais frágeis ou sensíveis, pergunte ao seu dermatologista quais procedimentos estão mais indicados para o seu caso.

Se a pessoa tiver o hábito de mexer muito com água e/ou produtos de limpeza, o uso de luvas é fundamental! O indicado é usar uma luva de algodão por baixo e de borracha por cima, para evitar que a cutícula se degenere em contato frequente com essas substâncias.


24 de outubro de 2016 0

A unha encravada, ou onicocriptose, é uma inflamação causada pelo crescimento de parte da unha em direção à pele, provocando lesão da mesma. Costuma surgir no primeiro dedo, o conhecido dedão do pé. Pode ocorrer em qualquer faixa etária e em ambos os sexos, mas é muito mais frequente dos 10 aos 30 anos, e em homens. Isso porque eles são mais propensos a praticar esportes, como corrida e futebol. Atividades que causam trauma nas unhas dos pés e podem contribuir para o surgimento do problema.

A forma correta de cortar as unhas é o corte reto, sem arredondar os cantos, mas muitas pessoas fazem justamente o contrário. Além disso, outros fatores, como anormalidades na forma da unha podem favorecer o encravamento. O excesso de suor nos pés deixa o ambiente ainda mais úmido e pode machucar a pele ao redor das unhas, contribuindo para o surgimento do problema. Sapatos apertados e meias sintéticas também ajudam no aparecimento do quadro.

O tratamento da unha encravada pode ser feito sem cirurgia, caso o quadro seja muito inicial. Nos casos mais simples, a aplicação de órteses ou chumaços de algodão para separar a espícula de unha da pele ao redor, podem resolver o problema. Em outros casos, podemos indicar o uso de banhos de imersão do pé envolvido em soluções contendo antissépticos e agentes secativos, como o permanganato de potássio. Água quente e sal também podem ajudar a reduzir a inflamação.

O granuloma piogênico é uma complicação da unha encravada e é popularmente conhecido como “carne esponjosa”. Além de provocar dor, essa lesão sangra facilmente. Esse tipo de problema deve ser tratado pelo dermatologista no consultório, com aplicações de ácidos fortes na lesão ou crioterapia, e antibioticoterapia tópica domiciliar. Caso isso não resolva o quadro, está indicada a cirurgia.

A extração completa da unha deve ser evitada, pois ela, certamente, encravará de novo quando crescer. O tratamento cirúrgico visa desobstruir a passagem da unha, retirando até sua matriz e o canto que encrava, que poderá, então, crescer livremente. Há diversas técnicas, utilizando o fenol ou não, com ou sem pontos para fechar o defeito criado. Cada caso deve ser estudado em particular para que seja indicada a melhor opção de cirurgia. Quando a intervenção é bem indicada e realizada nas condições ideais, as taxas de recidiva são baixas, desde que o paciente evite os hábitos que o levaram a desenvolver o problema.


24 de outubro de 2016 0

Onicomicose

A onicomicose é uma infecção nas unhas, causada por fungos, que se alimentam da queratina, proteína que forma a maior parte das unhas. As unhas dos pés são as mais afetadas por enfrentarem ambientes úmidos, escuros e quentes com maior frequência do que as mãos. Esse ambiente é considerado ideal para o crescimento dos fungos.

Veja alguns tipos de micoses de unhas:

Descolamento da borda livre

Forma mais frequente em que a unha se descola, geralmente iniciando pelos cantos. O espaço fica oco, podendo acumular restos de queratina e bactérias, além dos fungos. O aspecto fica amarelado ou esbranquiçado. Nem toda a unha que está descolada sofre de micose. Isso pode acontecer pelo trauma de unhas compridas nos sapatos e em pessoas que correm ou praticam esportes de impacto como tênis e futebol.

Espessamento

Ocorre quando as unhas ficam mais duras e grossas e, geralmente, também escurecem. Pode doer. A micose pode levar a unha a adquirir um aspecto grosso, que chamamos popularmente de “unha de telha” ou “unha de gavião”. Não necessariamente toda a unha com esse aspecto sofre de micose. Isso pode acontecer somente pelo uso de sapatos apertados durante muitos anos.

Leuconíquia

É quando aparecem manchas brancas na superfície da unha. Isso pode ser o início de uma micose ou pode ser decorrente do envelhecimento dos esmaltes sobre as unhas.

Destruição e deformidades

A unha fica frágil e quebradiça e isso pode levar às mais diversas deformidades.

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Paroníquia

O “unheiro” geralmente é contaminado por um tipo de fungo que chamamos de Candida. A candidose é a mesma que pode surgir em pacientes com corrimento vaginal. Trata-se de um fungo oportunista que não é o culpado do surgimento desse tipo de problema, mas ele ajuda a piorar o quadro. Inicialmente há inflamação, com dor e vermelhidão da pele ao redor da unha. Isso acaba se tornando crônico e leva à perda da cutícula, que deixa de nascer. Com o tempo, a inflamação cede e há um aumento da pele dessa região, que se torna espessada e endurecida. Nesse momento, começa a ocorrer uma alteração no formato da unha e ela cresce ondulada e com alterações de cor e na superfície.

Essa inflamação da pele ao redor da unha, ou seja, do tecido periungueal, pode ser provocada por fungos e bactérias, mas a principal causa é umidade constante da mão, principalmente em pessoas que manipulam muito a água e produtos de limpeza. Ela é popularmente conhecida como mão de lavadeira ou unheiro.

TRATAMENTO

Os tratamentos podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Em caso de acometimentos superiores a 30% de uma unha ou várias unhas acometidas ao mesmo tempo é necessário tratamento via oral também. A duração é, em média, de 6 meses, podendo chegar a 1 ano, pois depende do crescimento das unhas, que é lento. A persistência é fundamental para o sucesso do mesmo. O tratamento deve ser orientado por um dermatologista! Evite a automedicação, pois ela pode mascarar sintomas. Não interrompa o tratamento antes do tempo recomendado pelo dermatologista, mesmo que ache que a unha melhorou, pois a infecção pode ainda estar presente e isso pode levar a cura incompleta.

O tratamento da paroníquia pode requerer uma intervenção cirúrgica, por isso é muito importante evitar o contato com água e iniciar o uso de luvas o quanto antes.

As alterações nas unhas podem ser uma manifestação de uma doença sistêmica. Evite tratamentos caseiros e indicações de profissionais não médicos para tratar qualquer lesão ungueal ou periungueal. Procure um dermatologista.


24 de outubro de 2016 0

O cabelo exerce função social e de autoafirmação; determina estilos e moda, chegando a ser ícone de algumas gerações. Mas além da função estética, os cabelos são responsáveis pela proteção da pele contra a radiação solar, além de ajudar a diminuir o atrito com a pele, a proteger orifícios e, em algumas áreas do corpo, têm função tátil, de  percepção de sensibilidade.

 

folículo piloso, local no qual se originam cabelos e pelos, começa a se desenvolver ainda na fase embrionária do bebê, por volta da nona semana. Após a 22ª semana, todos os folículos do corpo já estão maduros. Isso significa que o número de folículos que uma pessoa terá já está determinado antes mesmo de ela nascer, incluindo-se na conta os do couro cabeludo.

 

Anatomicamente, o cabelo é composto por queratinócitos (células que produzem queratina) produzidos pelos folículos pilosos. A maior parte do cabelo é composta por essas células cheias de queratina, responsáveis pela força e resistência dos fios. A camada mais externa da haste capilar chama-se cutícula, é bem fina e queratinizada, atua como uma barreira protetora do fio, além de ser responsável pela textura, brilho e maciez.

 

Além disso, os pelos do corpo possuem um padrão de crescimento característico, alternando as fases de crescimento com as de repouso. A duração e intensidade dessas fases dependerão da localização do pelo. O cabelo chega a crescer, em média, um centímetro por mês. Em média, uma pessoa possui 100 mil fios de cabelo e é esperado que cerca de 100 a 200 fios caiam por dia. Vale lembrar que essa quantidade de perda pode variar muito para cada indivíduo. O ciclo de crescimento do fio dura normalmente de 2 a 7 anos.

 

A quantidade de fios que cairão depende de fatores genéticos, hormonais e da idade. Procure sempre um médico dermatologista para que possa lhe ajudar toda vez que sentir mudanças no seu padrão de queda ou diminuição na quantidade de cabelo.





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