Campanha contra câncer de pele é estendida até o fim do verão




8 de janeiro de 2020 0

Com a radiação solar cada vez mais forte nos primeiros meses do ano, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) resolveu estender a campanha Dezembro Laranja, agora chamada de Verão Laranja, por toda a estação, que é a mais quente do ano no Brasil. Segundo o dermatologista Elimar Gomes, coordenador da campanha contra câncer de pele da SBD, o ideal, porém, é a população proteger-se dos raios ultravioletas durante o ano inteiro.

“O Brasil é um país tropical e tem níveis de radiação altos mesmo no inverno. A campanha é lançada em dezembro, primeiro mês do verão, mantém sua mensagem ativa e daí segue para a frente com o mote Verão Laranja, mas o ideal é que as pessoas se protejam o ano inteiro”, disse o dermatologista à Agência Brasil.

A primeira recomendação do médico é reduzir a exposição desprotegida ou exagerada ao sol, evitando o horário de maior pico do sol que, sem o horário de verão, vai das 9h às 15h. O filtro solar deve ter fator de proteção superior a 30. Para as pessoas de pele mais clara, o ideal é usar protetor com fator 50 ou 70, além de óculos e chapéu. “E ficar na sombra sempre que possível.”

Na praia, Elimar Gomes recomenda o uso do guarda-sol de lona, que protege muito mais que o de plástico. O dermatologista alerta que, como a areia também reflete a radiação, o filtro solar deve ser usado também sob o guarda-sol – estudos comprovam que, mesmo embaixo do guarda-sol, a pele fica vermelha por causa da reflexão.

Gomes aconselha ainda a reaplicação do protetor solar quando a pessoa transpirar ou sair da água, caso esteja no mar ou na piscina. “Se a pessoa se cuidar bem, dá para evitar [maiores danos].”

De acordo com Gomes, os níveis de radiação no inverno no Brasil são similares aos do verão no Hemisfério Norte. Pela inclinação da Terra, o sol passa por cima do Trópico de Capricórnio no verão. “Estamos na incidência direta do sol. Isso faz com que os níveis de radiação ultravioleta no Brasil sejam superiores.”

O site do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra o índice de radiação diária no Brasil e no mundo. “Na maioria das vezes, no Brasil, o índice é muito alto. Quando isso acontece, o melhor é que a pessoa nem se exponha ao sol”, ressalta o especialista.

Cânceres de pele

Segundo Elimar Gomes, a radiação ultravioleta provoca uma série de danos à pele: os benignos, que não estão relacionados ao câncer, e os malignos, relacionados a essa doença.

Os danos benignos incluem o envelhecimento da pele, perda de elasticidade, rugas mais profundas, aparecimento de manchas, diminuição da produção de colágeno e alterações da imunidade da pele.

“Algumas pessoas, quando se expõem em um período demasiado prolongado ao sol, podem desencadear crises de herpes labial, por exemplo, porque têm uma diminuição da imunidade e uma ativação do vírus do herpes. Há também algumas alergias provocadas pelo sol. Quando se está exposto à radiação, podem ocorrer reações alérgicas relacionadas a isso”, lembra o médico.

Entre os danos malignos, destacam-se os cânceres de pele, alguns relacionados à exposição ao sol. O melanoma, por exemplo, um câncer de maior gravidade, relaciona-se com episódios em que a pessoa se expõe ao sol e fica vermelha. Os carcinomas, mais comuns e não tão graves quanto o melanoma, são outro grupo de cânceres de pele, provocados tanto pela exposição crônica ao sol quanto por episódios de queimadura.

“Uma pessoa mais idosa, que é branquinha e ao longo da vida tomou muito sol, mesmo não sendo na praia, se no trabalho do dia a dia ficou exposta ao sol, tem chance muito alta de desenvolver câncer nas áreas do corpo expostas, como rosto, orelha, mão”, diz Elimar Gomes.

O médico destaca que, por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia aproveita essa época do ano para falar sobre a campanha, lembrando sempre que o ideal é as pessoas se protegerem.

A campanha Verão Laranja vai até abril.

Fonte: Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão – Agência Brasil


7 de janeiro de 2020 0

O diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Egon Daxbacher concedeu entrevista ao Programa RJ TV para falar sobre a importância do uso regular e na frequência adequada do filtro solar, inclusive em dias nublados, como forma reduzir a incidência dos danos solares cumulativos relacionados ao câncer de pele.

A exposição à radição ultravioleta é uma das principais causas da doença, que pode ter seu risco minimizado com o uso de protetores solares, e por meio de outros tipos de fotoproteção, como o uso de chapéus, roupas apropriadas, óculos escuros e escolha adequada do horário de exposição ao sol. 

De acordo com dados da Campanha Nacional do Câncer da Pele da SBD realizada em dezembro, mais de 60% dos brasileiros não usam nenhum tipo de proteção no dia a dia (Clique e saiba mais).

Segundo Daxbacher, o filtro com fator de proteção solar (FPS) 30 pode ser utilizado diariamente por pessoas de todos os tipos de pele. Já as pessoas com risco e histórico de câncer da pele na família e que possuem a pele e os olhos mais claros, devem fazer uso do filtro com fator de proteção 60, ou seja, mais alto, sobretudo nas idas à praia ou piscina.

Clique na imagem para acessar a íntegra da entrevista. O programa foi ao ar no dia 4 de janeiro.

 


6 de janeiro de 2020 0

Ação social coordenada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) na cidade de Araras, Noroeste de Goiás, foi destaque na revista eletrônica Fantástico, da TV Globo, em sua edição de 5 de janeiro. A reportagem especial destacou o mutirão realizado pela entidade para prevenir e tratar casos de câncer de pele, com ênfase nos moradores da região que têm diagnóstico de xeroderma pigmentoso (XP). 

Assista aqui a íntegra da reportagem

“O xeroderma pigmentoso é uma doença genética rara onde os pacientes possuem hipersensibilidade da pele à exposição da radiação ultravioleta da exposição solar. Então, muito precocemente eles desenvolvem tumores da pele, que vão evoluindo para as lesões de câncer de pele”, explicou, ao Fantástico, Sérgio Palma, presidente da SBD e líder da comitiva em Goiás.

O Fantástico mostrou a angústia de quem convive com a doença em Araras, localizada a 200 quilômetros de Goiânia (GO), onde está a maior quantidade de pessoas portadoras dessa doença no mundo inteiro. A média de casos em Araras é de 1 para cada 400 nascimentos, sendo que no Brasil é de 1 caso para cada 200 mil nascimentos.

Atendimentos – Para realizar o mutirão, a SBD utilizou um caminhão com consultórios e salas de cirurgia com equipamentos de alta tecnologia, tais como microscopia confocal e fotofinder, além de dermatoscópicos, para fazer a identificação e a retirada de tumores de pele com maior precisão. Durante dois dias, uma equipe de 12 dermatologistas acompanhou os pacientes, realizando consultas, exames – foram retirados cerca de 60 tumores. 

A ação solidária é realizada a cada dois anos desde 2015, sempre em parceria com o laboratório La Roche Posay. Os testes genéticos já realizados na comunidade identificaram 85 moradores com o gene modificado que pode causar o xeroderma pigmentoso, sendo que 23 já têm a manifestação da doença. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desencadearam estudos a fim de que o tratamento desses pacientes seja mais eficaz. 

Origem – Os moradores de Araras ainda acreditavam terem sido acometidos por uma peste ou praga que os havia condenado ao isolamento, ao preconceito e à morte. No entanto, com a ajuda da dermatologista Sulamita Chaibub, do Hospital Geral de Goiânia, hoje aposentada, eles tiveram o primeiro diagnóstico da doença através de teste genético.

Os fatores genéticos, que causam extrema sensibilidade aos raios solares, tornam as pessoas com XP muito mais suscetíveis ao câncer de pele e mutilações causadas pela retirada dos sucessivos tumores. Alguns usam próteses nas áreas do corpo mais expostas ao sol e afetadas pelo câncer, principalmente rosto e olhos. 

Atualmente, Sulamita coordena o Grupo de Apoio Permanente às Pessoas com Xeroderma Pigmentoso (Grape), que atua em várias frentes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com XP e acompanha a evolução da doença mesmo fora do ambulatório.

O Grape é vinculado à Sociedade Brasileira de Dermatologia. Trata-se de um projeto da Coordenação de Ações Institucionais da entidade, criado com o propósito de promover o apoio contínuo no âmbito psicoemocional e educativo para portadores de doenças de pele que possam comprometer sua qualidade de vida, ser excludentes ou discriminatórias nos âmbitos social, profissional e até familiar.

Compromisso – Para a secretária-geral da SBD, Cláudia Carvalho Alcântara Gomes, o resultado da ação foi excelente. “Fizemos muitos diagnósticos e conseguimos tratar muitas lesões. A sensação é de que esse esforço precisa continuar. Essa comunidade não pode ficar desassistida. No que depender da SBD, essas ações serão mantidas e aprimoradas para trazer novos benefícios para essa população”, disse.

Além do atendimento dermatológico, a expedição possibilitou ainda aos moradores o acesso a médicos de outras especialidades, como oftalmologia, e até assistência jurídica e apoio psicológico. Houve a distribuição de kits com filtro solar e outros dermocosméticos, bem como palestras sobre aconselhamento genético. 

O vice-presidente da SBD, Mauro Yoshiaki Enokihara, vê na ação a materialização de como deve ser a rotina nos consultórios. “A dermatologia está em várias áreas de atuação. A estética, por exemplo, é importante, mas não pode ser mais importante do que o cuidado e a prevenção das doenças, principalmente as que são estigmatizantes”, afirma.

Para os especialistas, mutirões de saúde, como o de Araras, também enriquecem a experiência de vida dos participantes. É o que destacou Leonardo Mello Freire, secretário da SBD: “sempre ajudamos, ensinamos e aprendemos. Ao realizarmos uma atividade, como essa, em Araras, conseguimos fazer alguma diferença e acabamos aprendendo muito também”.

Parceiros – Ao avaliar a iniciativa, a 1ª secretaria da SBD, Flávia Vasques Bittencourt, ressaltou ainda a importância do trabalho realizado pelas dermatologistas de Goiás que dão assistência contínua aos pacientes de Araras. As especialistas Fernanda Rocha Lima, Ana Maria Ribeiro e Larissa Pimentel se desdobram para que a comunidade tenha a orientação necessária no tratamento da doença. 

Com o apoio dessas três especialistas goianas, o trabalho foi conduzido, nesta edição, com o apoio de médicos que vieram de Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RS). Além dos membros da diretoria da SBD, também contribuíram os dermatologistas Carlos Barcaui (coordenador do Departamento de Imagem da SBD), Joaquim José Teixeira de Mesquita Filho (coordenador do Departamento de Cirurgia da SBD) e Vanessa Mussupapo.
 


6 de janeiro de 2020 0

Com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a equipe do Fantástico acompanhou a rotina de portadores de xeroderma pigmentoso no povoado de Araras. A reportagem mostrou não só a dificuldade desses pacientes e suas famílias, mas também o trabalho dos médicos dermatologistas e geneticistas que trabalham em pesquisa e assistência para melhorar a qualidade de vida desses homens e mulheres.

Acesse a íntegra da reportagem divulgada no Fantástico deste domingo (5/1). 


6 de janeiro de 2020 0

Estudos mostram que 70% ou mais da radiação solar que recebemos durante a vida é adquirida no dia a dia e, somente 30% da radiação é obtida durante momentos de lazer. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia reforça a necessidade do uso de chapéus, blusas e óculos com proteção UV, barracas e protetores solares, sendo essas algumas das medidas fotoprotetoras básicas que precisam ser praticadas durante o ano, mesmo em dias nublados ou durante o trabalho. O protetor solar deve ter sempre um fator de proteção (FPS) 30 ou maior.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia lembra ainda que o brasileiro ama sol e que, com a chegada do verão e das altas temperaturas, todos devem redobrar os cuidados para prevenir o tumor de pele. Os grupos de maior risco são indivíduos de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

O Brasil é um dos países com maiores índices de radiação solar ultravioleta. Mas afinal, o que é isso?

É a mais forte radiação eletromagnética emitida pelo sol e, portanto, oferece muitos perigos para os seres vivos presentes no planeta. Quando os raios UV atingem a pele, podem alterar suas células e provocar envelhecimento precoce, reações fotoalérgicas, alterações imunológicas e câncer de pele. A superfície terrestre recebe uma incidência menor desses raios graças à camada de ozônio, que nos protege de seus malefícios, atuando como um escudo.

E vale um alerta: não importa se o dia está claro ou nublado, os raios UV atingem a pele da mesma forma. Isso acontece porque as nuvens não filtram os raios ultravioletas. Além disso, como no mormaço as pessoas não sentem calor, elas costumam ficar mais tempo expostas ao raios UV.

Aproveite a chegada de 2020 para adotar novos hábitos. Comece o ano praticando uma rotina de proteção solar diária. Além disso, converse com seus familiares e amigos sobre os riscos da exposição solar desprotegida, as medidas fotoprotetoras para a prevenção dos raios ultravioletas, estimule o diagnóstico dos #sinaisdocancerdepele no seu início e incentive a consulta a um médico dermatologista pelo menos uma vez ao ano para avaliação e possível identificação do câncer e outras doenças da pele, cabelos e unhas.

Fique atento aos #sinaisdocancerdepele e participe do #veraolaranja.


4 de janeiro de 2020 0

A campanha de prevenção do câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que chegou a sua 21ª edição, divulgou os dados das ações realizadas em dezembro. Das 22.749 pessoas atendidas, 4.197 foram diagnosticadas com a doença.

A ação fez parte do Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre a enfermidade, que busca informar o público e incentivar os cuidados necessários. Os atendimentos gratuitos foram realizados por dermatologistas em 123 serviços de saúde no país.

"É preciso conscientizar as pessoas sobre o câncer de pele a partir da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado com o médico dermatologista", disse Sérgio Palma, presidente da SBD.

Fonte: Estadão

 


30 de dezembro de 2019 0

Dezembro, férias, praia, sol e um dado alarmante: 33.339 pessoas morreram no Brasil em uma década (2008-2017) em decorrência do câncer de pele, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) obtidos com exclusividade pelo GLOBO.

O levantamento mostra que o número de óbitos subiu 48% de 2008 para 2017. Hoje, o câncer de pele é o mais frequente e responde por 30% dos diagnósticos de tumores malignos no país.

De acordo com o Painel Oncologia, base de dados coordenada pelo Ministério da Saúde, São Paulo foi o estado brasileiro com o maior número de mortes em decorrência do câncer de pele nos últimos 10 anos, com 7.668 casos, seguido por Rio Grande do Sul, com 3.753, e Minas Gerais, com 2.822. Em quarto lugar, aparece o Paraná, com 2.800 casos. O Rio de Janeiro está em 5º, com 2.747 mortes.


 

Embora associado à exposição inadequada ao sol, dos 20 municípios que registraram o maior número de diagnósticos da doença entre 2013 e 2019, somente três estão no litoral brasileiro: Fortaleza, na 4ª posição; Salvador, na 10ª posição, e Natal, na 12ª posição.

Veja ainda: Entenda quais são os tipos de câncer de pele

Segundo o presidente da SBD, Sérgio Palma, o número é um alerta para que a população tome cuidados diários em relação à exposição aos raios ultravioletas, não apenas quando forem à praia ou à piscina durante o verão.

— A radiação ultravioleta está presente no país inteiro sempre. O Centro Oeste, por exemplo, tem uma radiação imensa, como não há em Recife. Temos no Brasil a cultura do bronzeado, e todo câncer de pele tem uma assinatura da radiação ultravioleta em sua essência. É preciso usar filtro solar, roupa adequada, óculos com fotoproteção e evitar o sol em horários de pico.


 

Pessoas de pele clara, sensíveis à ação do sol e com histórico familiar deste câncer costumam ser as mais atingidas.

Dois tipos de tumor

Há dois principais tipos de câncer de pele: o mais frequente é o não melanoma que, apesar de maligno, tem grandes chances de cura se detectado precocemente. Quando diagnosticado ainda no início, ele pode ser tratado no próprio consultório do dermatologista, com uma pequena cirurgia.
 


 

O outro é o melanoma, que representa apenas 3% dos cânceres malignos da pele e é o mais grave, devido ao alto potencial de provocar metástase (a disseminação para outros órgãos).

No caso, a cirurgia é o tratamento mais indicado, mas radioterapia e quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio.

Uma dentista moradora do Rio, que preferiu não se identificar, conta que conseguiu fazer o tratamento adequado de um caso mais simples da doença antes de ter grandes complicações.

— Fui fazer outros procedimentos na dermatologista e, em uma das rotinas, comentei sobre o nódulo no nariz.Passei por mais de três médicos e ninguém diagnosticava. Quando entenderam o que era, retirei uma parte no consultório, fiz biópsia e depois uma pequena cirurgia para retirar toda a área atingida pelo câncer — conta a dentista.

Depois do susto, afirma, o protetor solar tornou-se algo essencial em sua rotina.

— Até os 27 anos, tomava muito sol sem proteção. E o nariz é uma área que, mesmo não querendo, a gente acaba expondo. Hoje, o cuidado é redobrado.

Mal parecido acometeu recentemente o técnico Vanderlei Luxemburgo, que descobriu um câncer maligno em um sinal no nariz e também o eliminou em uma cirurgia simples, de raspagem.
 


 

Efeito acumulativo

Mais de 77 mil pessoas foram diagnosticadas com tumores malignos de pele entre 2013 e 2019. Os idosos são os mais atingidos, com 67% do total.

 — O efeito da radiação ultravioleta é acumulativo. Na prática, a luz ultravioleta atravessa a pele, chega nas células, lesiona o DNA e causa alterações que levam a um crescimento desordenado dessas células, o que dá origem ao câncer de pele — explica Sérgio Palma.

Para ajudar no diagnóstico precoce, explicam os especialistas, é necessário ficar de olho e procurar um médico se uma lesão na pele se enquadra nos chamados “critérios A, B, C, D e E”.

O “A” está relacionado à assimetria da lesão. O “B”, a bordas irregulares. Já o “C” é referente a cores difusas, e o “D”, ao diâmetro, que deve ser superior a 6 milímetros.

Por último, deve-se levar em consideração o fator “E”, referente à evolução do quadro, como casos em que a lesão se modifica ao longo do tempo.
 

Tratamento adotado após diagnóstico

— Costumo dizer que o melhor tratamento é o primeiro. É muito importante ter o diagnóstico correto e não fazer tratamentos paliativos. O câncer de pele é facilmente curado, a verdade é essa —— afirma Flávio Luz, diretor médico do Centro de Cirurgia da Pele e professor de dermatologia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Ele afirma que o carcinoma basocelular (um dos tipos mais comuns) tem 98% de chance de cura quando diagnosticado precocemente e tratado em centros de referência, e que, mesmo o tipo mais complicado, tem um índice de cura enorme.

Apesar do crescimento no número de diagnósticos e mortes em decorrência do câncer de pele no Brasil, especialistas acreditam que as pessoas ainda dão pouca importância aos cuidados com o maior órgão do corpo.

— Vejo muitos casos de pacientes que chegam com um câncer em estágio avançado porque não encontraram atendimento adequado. As pessoas não têm ideia da gravidade do câncer de pele. Se fizessem um exame dermatológico completo anualmente para identificar casos em estágio precoce, a mortalidade seria muito menor — alerta Jade Cury, coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD.

Fonte: O Globo

 

 


28 de dezembro de 2019 0

No Brasil, entre 2008 e 2017, foram identificados 33.339 óbitos causados pelo câncer de pele. Os registros de internação trazem dados ainda mais significativos: de janeiro de 2009 a setembro de 2019, houve 394.770 internações por conta dessa doença em todo o país, gerando uma despesa de R$ 454,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), em valores correntes. 

“Esses números mostram que o câncer de pele, ao contrário do que muitos pensam, é um problema de saúde que, se não for bem tratado, pode ter consequências sérias para o bem-estar do paciente”, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sérgio Palma. Para ele, além de serviços que ofereçam acesso ao atendimento qualificado no diagnóstico e no tratamento do câncer de pele, é preciso investir em estratégias de prevenção. 

Com essa preocupação, a Sociedade Brasileira de Dermatologia desencadeou mais uma edição do Dezembro Laranja, campanha nacional criada em 2014 para a prevenção e combate ao câncer de pele. Durante esse mês, em parceria com instituições públicas e privadas, a entidade fará ações para discutir formas de prevenção e alertar a população da importância de buscar o diagnóstico e o tratamento com um médico especialista. 

Dezembro – A cada ano, a SBD escolhe um tema para o Dezembro Laranja – em 2019, o foco está nos principais sintomas do câncer de pele para diagnóstico precoce.  A mobilização iniciada pela entidade envolve uma ampla campanha nas redes sociais, disseminando informação qualificada para a população com as hashtags #dezembrolaranja e #sinaisdocâncerdepele. Ações e campanhas de prevenção ao câncer de pele estão no calendário da SBD desde 1998.

Dados de morbidade e mortalidade decorrentes desse tipo de neoplasia, compilados pela SBD, indicam que os idosos compõem o grupo etário mais vulnerável: 71% dos óbitos (23.810) registrados entre 2008 e 2017 foram de pacientes a partir dos 60 anos. No segmento com idades de zero a 19 anos (crianças e adolescentes), representaram pouco mais de 0,5% (173) das mortes. 

“Esse quadro indica a letalidade do câncer de pele e a importância de reforçarmos ações para a sua prevenção. Quando descoberta no início, essa doença tem 90% de chances de cura”, afirma Sérgio Palma. Conforme destaca, “é preciso conscientizar a população da necessidade de buscar o diagnóstico precoce, assim como o sistema de atendimento à saúde para a necessidade da notificação dos casos para que possamos contribuir com políticas públicas que aumentem as chances de tratamento e cura dos pacientes”. 

 

Diagnóstico – O Painel Oncologia, uma base de dados coordenada pelo Ministério da Saúde, indica que entre 2013 e 2019, 77.200 pessoas foram diagnosticadas com melanoma e outras neoplasias (tumores) malignas da pele. Os idosos formam o público principal no diagnóstico da doença, com 67% de todos os casos. A faixa etária com o menor número de diagnósticos foi a de 20 a 24 anos, com 507 casos, o que representa menos de 1% do total. Separados por sexo, o número de diagnósticos é ligeiramente maior entre as mulheres, com 38.695; e depois os homens, com 38.505. 

Os estados com maior volume de notificação de diagnóstico do câncer de pele foram: São Paulo (20.820), Paraná (11.444) e Rio Grande do Sul (9.079). Estados como Acre (29), Amapá (16) e Roraima (15) registraram os menores números de casos de câncer de pele no período pesquisado. Em relação às regiões, no período de 2013 a 2019, o Sudeste (31.059) registrou o maior volume de diagnósticos, seguido do Sul (26.133), Nordeste (13.092), Centro Oeste (5.150) e Norte (1.766). 

Embora associado à exposição inadequada ao sol, dos 20 municípios que registraram o maior número de diagnósticos de câncer de pele entre 2013 e 2019, somente 3 estão no litoral brasileiro: Fortaleza (CE), na 4ª posição; Salvador (BA), na 10ª posição, e Natal (RN), na 12ª posição. Para a coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, Jade Cury, no entanto, certamente os números estão aquém do real cenário epidemiológico do câncer de pele no País, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

“O número de diagnósticos com certeza é maior, pois as bases de dados existentes ainda sofrem com a subnotificação e as cidades com falta de acesso a serviços qualificados de diagnóstico. Além das fragilidades no preenchimento das notificações, em muitos lugares, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, o acesso ao serviço de saúde especializado ainda é difícil, retardando e dificultando o diagnóstico da doença. Com isso, muitos pacientes acabam se deslocando para os grandes centros, em busca do atendimento”, enfatizou Jade.
 

Internações – O mapa brasileiro do câncer de pele permite, também, identificar o impacto do câncer de pele sobre o atendimento hospitalar. No que se refere às internações, São Paulo é o Estado que registrou o maior volume de ocorrências (103.635), representando 26% do total. Após, vêm Paraná (59.914) e Rio Grande do Sul (38.412). No período analisado (janeiro de 2009 a setembro de 2019), segundo o levantamento da SBD as unidades da federação com menores registros desse tipo foram Acre (345), Roraima (321) e Amapá (157). 

Do ponto de vista regional, o Sudeste (162.587) foi o que teve o maior número de internações, representando 41% do total, seguida pelo Sul (121.854), Nordeste (71.938), Centro Oeste (30.749) e Norte (7.642). No período avaliado, 65% das internações foram de pacientes idosos, a partir de 70 anos. 

Crianças e jovens (zero a 19 anos), representaram apenas 2% do total de internações. A maioria dos pacientes atendidos foram homens, com 204.697 casos (52%). As mulheres acumularam 90.073 (48%) ocorrências. A pesquisa também demonstra que 62% das pessoas hospitalizadas com câncer de pele são brancas (245.239), seguida de pardos (83.878). Pacientes negros representaram apenas 1% do total.
 

 


26 de dezembro de 2019 0

Irritação, queimadura, descamação, queda de cabelo e até câncer. Esses são alguns dos inúmeros problemas ocasionados pelo uso do formol e de substâncias que podem liberá-lo em procedimentos estéticos capilares. O alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) preocupada com a exposição indevida de milhares de pessoas ao produto. Atraídos por falsas promessas e ludibriados pela ocultação de dados importantes sobre os procedimentos, não são incomuns casos de efeitos adversos decorrentes de um alisamento, por exemplo. Há situações em que os desdobramentos podem ser graves. 

Para melhor orientar a população sobre o assunto, a SBD lançou uma cartilha onde detalha riscos da exposição ao formol, como identificar produtos que o contenham em sua composição e como denunciar irregularidades. “Nesse período de festas, mulheres de todas as idades e homens recorrem aos salões de beleza ou clínicas de estética em busca de uma imagem idealizada. Nesse momento, adentram uma zona cinzenta, onde são convidados a testar na pele e no couro cabeludo técnicas e produtos de origem desconhecida ou formalmente proibidos”, ressaltou o presidente da SBD, Sergio Palma. 

 

Acesse aqui a cartilha elaborada pela SBD sobre os riscos do formol

Apesar dos riscos, o formol continua sendo utilizado de forma irregular em salões de beleza. Já foram encontrados traços da substância em vários procedimentos, como as chamadas escovas inteligente, marroquina, egípcia, de chocolate, selagem, botox capilar etc. Outro aspecto importante citado pela SBD e a inadequação de uso de alisantes com formol por gestantes e mulheres que amamentam. Também não se recomenda sua aplicação em crianças. 

Proibição – Desde junho de 2009, a Resolução RDC nº 36, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proibiu a venda do formol em drogarias, farmácias, supermercados e lojas de conveniência. Essa Resolução visa restringir o acesso da população ao produto, coibindo o desvio do seu uso, como alisante capilar, com o intuito de proteger a saúde tanto de profissionais cabeleireiros quanto dos consumidores. A legislação atual permite 0,2% do formol na composição de cosméticos, incluindo os alisantes. Segundo a Anvisa, neste percentual, o formol somente conserva, não tendo potencial para alisar os cabelos. A Agência diz ainda que o produto também é permitido para endurecedores de unhas na concentração de 5%. 

A Anvisa salienta que qualquer adição de formol em produtos já prontos é crime – previsto na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 – e que tal prática acarreta graves riscos à saúde da população. A aplicação do formol somente é permitida durante a fabricação do produto, na devida proporção, com a função de conservante, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 162. Já a de nº 58/2009 elenca as substâncias de ação conservante permitidas para produtos de limpeza, mantendo o formol fora da listagem.

Cancerígeno – Em 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relacionou o formol ao aparecimento de tumores no nariz, na boca, na faringe, na laringe e na traqueia. No mesmo ano, mediante o alerta da OMS e de outras instituições internacionais de pesquisa, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) classificou o formol como um agente cancerígeno.

“Se o formol for inalado, pode provocar efeitos colaterais agudos como, falta de ar, tosse, dor de cabeça, além de provocar ardência nas vias respiratórias. Em longo prazo, outras complicações podem aparecer, como o câncer de nariz, boca, laringe e também hematológicos, como a leucemia, sendo que os profissionais que trabalham diariamente com o produto estão mais propícios a esses problemas”, alerta o coordenador do Departamento de Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Regional Rio de Janeiro, Rodrigo Pirmez.

Novos alisantes – Os ativos para alisantes permitidos no Brasil estão descritos nas Resoluções RDC nº 3/2012 e 15/2013 (veja a tabela I). Em 2018, a Anvisa incorporou novas substâncias. Contudo, durante a avaliação de segurança dos ativos “Ácido Glioxílico” e “Glioxiloil de Proteína de Trigo Hidrolisada e Sericina” foi observada a necessidade de encaminhamento de mais dados para comprovar a inexistência de riscos à saúde. 

Por isso, outros ativos inicialmente liberados – como “Cisteamina HCL”, “Cisteína HCL” e “Glioxiloil de Aminoácidos da Queratina e Carbocisteína” – novamente entraram em suspeição e não estão sendo mais aprovados registros de alisantes com essas substâncias.

Em nota, a Agência informou à SBD que a documentação faltante já foi solicitada às empresas e, após o fim da análise, será decidido se os novos ativos vão continuar sendo permitidos. A Anvisa disse ainda que o até então permitido “Pirogalol” também está sendo reavaliado para verificar sua segurança.

Conforme destaca Leonardo Spagnol Abraham, coordenador do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, a entidade observa com preocupação e atenção esses novos alisantes. “Material divulgado pelo Inca e testes amplamente noticiados na mídia sugerem que estas novas substâncias podem liberar formol quando aquecidas, no momento em que é feita a escova ou chapinha. A Anvisa registrou e liberou em um primeiro momento, porém agora solicitou novos estudos. Neste período de incerteza, sabendo que nenhuma outra agência reguladora no mundo libera estes produtos, é importante cautela no uso. Aguardamos novas evidências científicas, principalmente sobre o efeito em gestantes, crianças e mulheres que estão amamentando”, disse.

Ferramenta – Para ajudar na identificação dos itens de risco, a SBD elaborou um quadro para facilitar esse trabalho. Na tabela (ver a seguir), formulada com informações de dezembro de 2019, estão os nomes das substâncias utilizadas em produtos alisantes, conforme descritos nos rótulos de forma padronizada. Ao lado, dos nomes científicos dos principais ativos – proibidos e permitidos no Brasil – aparecem as formas como são citados nas embalagens de alisantes, shampoos e outros cosméticos com a função de “domar as madeixas”. Além disso, está a situação de cada uma junto à Anvisa. 

Fiscalização – A dermatologista Bruna Duque-Estrada, assessora do Departamento, frisa ainda que há uma grande quantidade de produtos com substâncias alisantes sendo indevidamente registrados na Anvisa, como shampoos, condicionadores ou outros.

“Há empresas que para burlar a fiscalização lançam shampoos com efeito alisante. Porém, na verdade são alisantes disfarçados e geralmente contém ativos proibidos. Essas substâncias podem causar danos à córnea, queimaduras graves no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos cabelos. Além disso, a aplicação de produtos com adição de formol acima do permitido torna o fio de cabelo rígido, podendo estar mais suscetível à quebra ao pentear e prender os cabelos”, destaca ela.

Sempre que o consumidor identificar shampoo, creme de pentear ou outro produto indevidamente identificado que contenha algum ativo alisante, deve fazer uma denúncia por meio da ouvidoria da Agência: http://portal.anvisa.gov.br/contato.

Orientações – O dermatologista Leonardo Abraham adverte também que alguns salões de beleza inventam os mais diversos nomes ou destacam o termo “sem formol” para os alisamentos, mesmo quando os produtos contêm a substância ou seus derivados escondidos em sua fórmula. “É importante que os clientes verifiquem se o produto usado pelo cabeleireiro tem ou não registro na Anvisa”, alerta.

A Agência listou algumas recomendações que os profissionais e consumidores devem ter antes de comprar ou usar um alisante, dentre as quais estão a conferência no rótulo do produto do modo de uso; prazo de validade, advertências e restrições. Sugere verificar ainda se o produto é indicado para uso profissional, sendo indicado seguir as orientações do fabricante.

Para saber se um alisante de cabelo é registrado na Anvisa, basta clicar aqui. Essa consulta também pode ser realizada aqui. Nesses espaços de consulta online desenvolvidos pela Agência, é preciso ter em mãos uma das seguintes informações: número do processo ou número de registro, nome do produto, nome da empresa detentora do registro ou CNPJ para ter acesso às informações. 

O consumidor que encontrar irregularidades não deve utilizar o produto e poderá entrar em contato com a Vigilância Sanitária Municipal, Estadual ou com a própria Anvisa através do e-mail cosmeticos@anvisa.gov.br. Em caso de suspeita de reações adversas causadas pelo uso de cosméticos, envie o relato para o e-mail cosmetovigilancia@anvisa.gov.br. A Agência também possui um FAQ (Perguntas Frequentes) sobre o uso do formol, cujas respostas podem ser acessadas aqui.

Pesquisa – O levantamento inédito realizado pela Anvisa junto aos seus fiscais (em estados e municípios) ajuda a mensurar o tamanho do problema. A pesquisa solicitou que os agentes sanitários respondessem a um questionário com perguntas que revelam a experiência deles com cosméticos. 

Entre os participantes da pesquisa, 35% relataram ter encontrado o uso irregular de formol em alisantes. Denúncias de mesmo teor recebidas pela Anvisa alcançaram percentual semelhante (32%) dentre os relatos relacionados à salões de beleza nos anos de 2016 e 2017.

O levantamento revela ainda que 61,6% dos fiscais suspeitam que os produtos utilizados para alisar os fios contenham um teor de formol superior ao permitido pela Anvisa na sua fórmula.  Também foi questionado qual foi o tipo de irregularidade identificada pela Anvisa. Para 61,6% dos respondentes, é a suspeita de que o produto contenha formol adicionado pelo fabricante; 22,4% mencionaram que houve adição/manipulação de formol pelo profissional cabeleireiro; e 15,9% identificaram as duas situações.

“O formol se popularizou no Brasil, em 2003, com a escova progressiva, já que ele consegue ser aplicado em um cabelo que já foi colorido, por exemplo. Além disso, o mecanismo de alisamento deste produto dá um aspecto brilhoso e também é compatível com outros tipos de alisamentos. Após relatos de casos de efeitos adversos, a Anvisa passou a investigar os malefícios do formol”, explica Rodrigo Pirmez.

 





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