Atuação da SBD contra a invasão de competências em dermatologia foi destacada em evento no Rio Grande do Sul




5 de novembro de 2019 0

O amplo trabalho de combate à invasão da área da dermatologia por profissionais não-médicos foi destacado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sérgio Palma, durante a solenidade de abertura do IV Simpósio Internacional de Cabelos e Unhas, da 27ª Jornada Sul Brasileira de Dermatologia e da 44ª Jornada Gaúcha de Dermatologia. Todos os eventos aconteceram, simultaneamente, em Gramado (RS). 

“Nossa Sociedade está presente de diversas formas como, por exemplo, na Frente Parlamentar na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, no Ministério Público e no Ministério da Saúde. São mais de 80 projetos de lei que tramitam em defesa da Medicina. Importante destacar ainda o apoio recebido pelas regionais, como acontece nos três estados do Sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, afirmou. 

Os eventos ocorreram entre 31 de outubro e 2 de novembro e contaram com a participação de mais de mil especialistas. Na abertura, a dermatologista Dóris Maria Hexsel (RS), que assumiu a presidência da Sociedade Internacional de Cirurgia Dermatológica (com sede na Alemanha), recebeu uma homenagem da SBD e de sua filiada no Rio Grande do Sul (SBD-RS). É a primeira vez que um médico latino-americano lidera a entidade, que congrega médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos de mais de 40 países.

Também participaram da abertura os coordenadores dos eventos que ocorrem de forma paralela: Leonardo Spagnol Abraham (Departamento de Cabelos da SBD) e Taciana Dal´Forno Dini (representando a coordenação da 27ª Jornada Sul-brasileira de Dermatologia e da 44ª Jornada Gaúcha de Dermatologia). Ainda estiveram presentes os presidentes das outras duas Regionais do Sul: Anarosa Sprenger, da SBD Paraná, e Rafael Lenzi, da SBD Santa Catarina.

Debates – Após a abertura oficial, o primeiro bloco de debates trouxe, entre outros temas, o uso de tecnologias para o rejuvenescimento facial e o uso combinado de preenchedores e bioestimuladores na face. Dóris Hexsel fez apresentação sobre as novas tendências em toxina botulínica. 

As características da queda de cabelos em negros e terapias emergentes foram alguns tópicos abordados durante a tarde pela assessora do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, Bruna Duque-Estrada (abaixo), e pela médica Mariya Miteva (acima), dos Estados Unidos. Alessandra Anzai falou sobre a tricoscopia, exame realizado para análise de pelos, abordando a importância do procedimento para auxílio no diagnóstico das doenças do couro cabeludo.

O bloco dedicado às unhas iniciou com palestra sobre cosmética. Débora Cadore de Farias detalhou o uso de unhas em porcelana, gel e acrílico. Eckart Haneke discorreu sobre o uso da terbinafina oral no tratamento da tinha ungueal – formas de administração, tempo de tratamento e resultados.

Ao final do dia, os temas foram relacionados ao câncer de pele, desde o planejamento de cirurgias, passando por indicações da Cirurgia de Mohs e dicas práticas para o dia a dia e tratamentos não cirúrgicos. O IV Simpósio Internacional de Cabelos e Unhas da SBD, a 27ª Jornada Sul Brasileira de Dermatologia e a 44ª Jornada Gaúcha de Dermatologia foram uma realização da SBD, em parceria com a Secção RS (SBD-RS). 

* Com informações da assessoria de imprensa SBD-RS


25 de outubro de 2019 0

Como parte das comemorações pelo Dia do Médico (18 de outubro), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) capitaneou no fim de semana uma ação social que levou atendimento qualificado para os moradores do povoado de Araras, no Noroeste de Goiás, uma comunidade rural que parece perdida no tempo e é castigada pelo sol escaldante do Cerrado. Em poucos menos de 48 horas (sexta-feira e sábado), 12 dermatologistas realizaram dezenas de consultas, exames e cirurgias para uma população que apresenta uma condição patológica atípica: são portadores de uma mutação genética que leva ao desenvolvimento do xeroderma pigmentoso (XP).
 
Um caminhão com consultórios e salas de cirurgia foi levado até o local, inclusive com equipamentos de alta tecnologia, como microscopia confocal e fotofinder, além de dermatoscópios, para fazer a identificação e retirada de tumores de pele com maior precisão. Durante dois dias a equipe da SBD acompanhou 16 atendimentos médicos em pacientes com XP, mesmo média alcançada em edições anteriores da expedição Recanto das Araras, que acontece pela terceira vez, sempre em parceria com o laboratório La Roche Posay.


 
Além desses atendimentos, foram realizadas 12 cirurgias, com a retirada de 40 tumores (32 cânceres de pele carcinoma basocelular e 8 cânceres de pele melanoma) em decorrência do xeroderma pigmentoso. Outros 12 pacientes, ainda sem diagnóstico de XP, também passaram por cirurgias com a remoção de 16 lesões de câncer de pele (todos do tipo carcinoma basocelular). A ação solidária é realizada a cada dois anos desde 2015. Os testes genéticos já realizados na comunidade identificaram 85 moradores com o gene modificado que pode causar o xeroderma pigmentoso, sendo que 23 já têm a manifestação da doença.
 
Compromisso – Para o presidente da SBD, Sergio Palma, que integrou a equipe, é prova do compromisso social da especialidade. “A medicina deve ser sempre humanizada e a dermatologia tem essa característica. É importantíssimo esse cuidado e o acolhimento do paciente. O trabalho da dermatologia nesse povoado tem sido muito gratificante. É um crescimento pessoal imenso e uma experiência riquíssima que eu vou levar para a vida toda”, disse.  


 
A partir de Goiânia, onde o grupo se reuniu, foram percorridos cerca de 250 km até a comunidade, sendo 40 deles em estradas de terra. “O resultado foi excelente. Fizemos muitos diagnósticos e conseguimos tratar muitas lesões. A sensação é de que esse esforço precisa continuar. Essa comunidade não pode ficar desassistida. No que depender da SBD, essas ações devem ser mantidas e aprimoradas para trazer novos benefícios para essa população”, disse a secretária-geral da SBD, Cláudia Carvalho Alcântara Gomes, que atuou diretamente na organização da caravana.


 
O xeroderma pigmentoso (XP) é uma doença de origem genética e sem cura, caracterizada pela pele seca, pigmentada e extremamente sensível à luz solar em decorrência de uma mutação. Por ser rara e pouco conhecida, a cada mutirão as amostras dos tumores retirados dos pacientes são colhidas para análise no Laboratório de Reparo de DNA do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP), que tem aprofundado os estudos sobre a doença, como explicou a geneticista Juliana Vilar, que também fez parte da equipe.


 
Parceiros – Nesta edição, novos parceiros institucionais se agregaram à iniciativa, num total de 15 instituições. Por exemplo, o laboratório de Métodos de Extração e Separação do Instituto de Química, da Universidade Federal de Goiás, colheu amostras para um trabalho que realiza com o objetivo de desenvolver técnicas para o diagnóstico simplificado do câncer.

Ao avaliar a iniciativa, a 1ª secretaria da SBD, Flávia Vasques Bittencourt, ressaltou ainda a importância do trabalho realizado pelas dermatologistas de Goiás que dão assistência contínua aos pacientes de Araras. As especialistas Fernanda Rocha Lima, Ana Maria Ribeiro e Larissa Pimentel se desdobram para que a comunidade tenha a orientação necessária no tratamento da doença. 

“São profissionais comprometidas com o atendimento dessa população. Graças ao empenho de cada uma, que rodam centenas de quilômetros todos os meses e nem sempre contam com as condições adequadas para exercer seu papel, que os moradores dessa comunidade têm acesso ao cuidado especializado. Elas são um exemplo do compromisso do dermatologista com a saúde pública”, disse Flávia Bittencourt.

Com o apoio dessas três especialistas goianas, o trabalho foi conduzido, nesta edição, com o apoio de médicos que vieram de Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RS). Além dos membros da diretoria da SBD, também contribuíram os dermatologistas Carlos Barcaui (coordenador do Departamento de Imagem da SBD), Joaquim José Teixeira de Mesquita Filho (coordenador do Departamento de Cirurgia da SBD) e Vanessa Mussupapo. 


 
Especialidades – Além do atendimento dermatológico, a expedição possibilitou ainda aos moradores o acesso a médicos de outras especialidades, como oftalmologia, e até assistência jurídica e apoio psicológico. Houve a distribuição de kits com filtro solar e outros dermacosméticos, bem como palestras sobre aconselhamento genético para que os jovens, entre outros cuidados com o XP, se casem com mais segurança.
 
O vice-presidente da SBD, Mauro Yoshiaki Enokihara, vê na ação a materialização de como deve ser a rotina nos consultórios. “É fundamental esse relacionamento entre o médico e o paciente. A dermatologia está em várias áreas de atuação. A estética, por exemplo, é importante, mas não pode ser mais importante do que o cuidado e a prevenção das doenças, principalmente as que são estigmatizantes. Eu também aprendo com os pacientes, mas não dessa maneira no contado com a realidade deles. Isso aqui para mim tem sido uma lição de vida para que a gente possa tomar como exemplo e aplicar em outros momentos”, afirmou.

Para os especialistas, mutirões de saúde como o de Araras melhoram a qualidade de vida dos moradores e também enriquecem a experiência de vida dos participantes. É o que pensa Leonardo Mello Freire, secretário da SBD. Segundo destacou, “sempre ajudamos, ensinamos e aprendemos. Há muitas pessoas que precisam de ações como essa. Ao realizarmos uma, como essa, em Araras, conseguimos fazer alguma diferença e acabamos aprendendo muito também”.

É assim que pensa também Sulamita Chaibub – a dermatologista que diagnosticou o primeiro paciente com XP em Araras –, que, mesmo aposentada, fez questão de acompanhar de perto a missão de combate ao câncer em Araras. Segundo ressaltou, “esse time atingiu, mais uma vez, seu objetivo de assistência médica e social com excelência”.

Com um envolvimento de vários anos com esse trabalho, Sulamita é reconhecida pela especialidade por sua dedicação à causa. Contudo, ela compartilha com os participantes da missão essa gratidão: “ a generosidade demonstrada pelos estimados colegas é comovente, deixando nítida a escolha pela prática médica. Vocês abdicaram de seu precioso tempo no conforto de seus consultórios, de sua casa e da presença de seus familiares para olharem e cuidarem daqueles que sofrem com essa doença. Ela não perdoa e mutila seus portadores cada vez mais. A sensibilidade humana do médico foi demonstrada por vocês no atendimento, no diagnóstico, na cirurgia e na discussão científica”, concluiu. 
 


3 de outubro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sergio Palma, representou a especialidade em dois importantes atos nesta semana, em Brasília. Na manhã de quarta-feira (1º de outubro), ele acompanhou a posse do novo procurador Geral da República, Augusto Aras. Na noite do dia anterior (30), participou da solenidade em que o médico Mauro Luiz de Britto Ribeiro assumiu o comando do Conselho Federal de Medicina (CFM).

“Foi importante acompanharmos essa solenidade. Tanto o CFM quanto o MPF são parceiros dos dermatologistas na luta em favor de seus pleitos. No Conselho, temos participado ativamente da Câmara Técnica que se dedica a nossa especialidade, onde temos apresentado nossas preocupações, inclusive a atualização das regras de publicidade médica. No âmbito do Ministério Público, há inúmeras denúncias encaminhadas pela SBD e, em diversas oportunidades, essa instância tem apoiado a Sociedade em suas críticas à invasão de competências contra o ato médico”, disse Sérgio Palma.

O procurador Augusto Aras defendeu a continuidade da “lavajato" e o combate à corrupção. “Nosso trabalho terá ênfase no enfrentamento de toda criminalidade. Esse é o compromisso que assumimos neste momento para velarmos pela Constituição", disse na cerimônia. Ele afirmou, ainda, que tudo será feito para que o Brasil seja elevado ao status que merece, com valores e garantias, respeito ao meio ambiente e às minorias. “Como representante legítimo, estou consciente da importância e da gravidade do cargo. Terei como objetivo a busca da pacificação para fazer um país dos sonhos, com desenvolvimento e justiça", reiterou.

Por sua vez, o novo presidente do CFM fez um discurso emocionado, de mais de 30 minutos, durante o qual agradeceu o apoio da família e dos amigos e elencou uma série de desafios e de prioridades que serão enfrentados pelo Conselho Federal de Medicina. Em sua fala, ele enfatizou a necessidade de união das entidades médicas e de todos os conselheiros (efetivos e suplentes) para o enfrentamento dos desafios impostos.

“A crise na medicina brasileira é tão grave, que, neste momento, temos de nos despir de nossas vaidades, sentarmo-nos juntos e fazermos realmente algo que faça a diferença”, enfatizou. A abertura indiscriminada de escolas médicas, a defesa do Revalida e a realização do exame de proficiência para os egressos dos cursos de medicina foram alguns dos pontos destacados por Mauro Ribeiro em seu discurso.

Confira alguns trechos do discurso

Escolas médicas – No governo da presidente Dilma Rousseff, foi vendido para a imprensa e para a sociedade brasileira que havia falta de médicos no Brasil. Com base nessa falácia, o governo autorizou a abertura de inúmeras escolas médicas, com o objetivo de popularizar a medicina, formar médicos a granel e levá-los para o interior, e, assim, oferecer saúde para a população. Nada mais falso do que isso. Nós podemos pegar o médico mais capaz, colocá-lo numa cidadezinha no interior do meu Mato Grosso do Sul, mas ele não fará diferença nos indicadores de saúde daquela comunidade. O que devemos ter é uma equipe de profissionais naquele local, com condições mínimas de atendimento, medicamentos, um mínimo de exames. Só assim será possível fazer a interiorização da saúde.

Demografia médica – Há seis anos, formávamos 14 mil médicos no Brasil; hoje, são 24 mil médicos formados anualmente. E, quando todas essas faculdades abertas estiverem formando, daqui a 8 anos, serão 35 mil novos médicos no Brasil todos os anos. Levando em conta que os médicos trabalham por 44 anos, segundo levantamento feito pelo professor Milton de Arruda Martins, daqui a 40 ou 50 anos, teremos 1,5 milhão de médicos no Brasil. E, se houver flexibilização para esses brasileiros que foram estudar no exterior, serão mais 500 mil médicos. Ou seja, em 40 ou 50 anos chegaremos à marca inacreditável de 2 milhões de médicos para uma população de 230 milhões de pessoas. É a popularização total da medicina. Sem ser catastrofista, será o fim da nossa profissão. Estarei morto até lá, mas este é um legado que temos de resolver agora.

Residência médica – O que a presidenta Dilma Rousseff e seu ministro Alexandre Padilha fizeram foi uma expansão absurda no número de vagas, em lugares sem a menor condição de um processo de ensino e aprendizagem. Só hoje temos 35% de vagas ociosas, em termos gerais, nesses programas de residência médica. No caso da Medicina de Família e Comunidade, há 74% de vagas ociosas. Em terapia intensiva, que agora passamos para o acesso direto, a ociosidade é de 50%. Não existe infraestrutura hospitalar, no Brasil, que permita um aumento no número de vagas na residência médica para acompanhar esse aumento exponencial de vagas de graduandos. Esse é o tamanho do problema que temos de resolver. Temos de desarmar essa bomba.

União das entidades médicas – É intenção dessa gestão atuar junto da Associação Médica Brasileira, da Fenam, da FMB, que são nossas grandes parceiras. Muitas vezes esse relacionamento é prejudicado por razões políticas, mas a crise na medicina brasileira é tão grande, tão grave, que neste momento temos de nos despirmos de nossas vaidades, sentarmo-nos, e fazermos realmente alguma coisa que faça a diferença na medicina brasileira.

Críticas ao CFM – Muito do que o CFM foi criticado – em relação à vinda dos médicos cubanos para o Brasil, em relação ao Revalida e à abertura de escolas médicas, como se fosse omisso nesses pontos –  é justamente o conjunto de grandes bandeiras pelas quais mais batalhou, em todos os níveis, junto com as outras entidades médicas. As críticas não deixaram qualquer tipo de sequela, qualquer tipo de sentimento negativo. Pelo contrário, nos fizeram refletir no sentido de que como nós nos comunicamos mal com os médicos brasileiros. Porque se nós trabalhamos tanto, inclusive no setor de comunicação, e não conseguimos passar nem aquilo que são as nossas bandeiras, é um momento de refletirmos e de darmos um passo adiante.

Fiscalização – Um dos pilares das competências legais dos conselhos de medicina é a fiscalização, que vai estar mais uma vez sob a responsabilidade do conselheiro Emmanuel Fortes, que faz um trabalho brilhante há dez anos. Existem resistências, por isso vamos aprimorar, dialogar com os conselhos regionais. O CFM está pronto para mudar o que for necessário, mas uma vez que cheguemos a um consenso, vamos pedir para que os conselhos regionais sigam o que estiver determinado pelo CFM em resolução. Isso é fundamental, não para o CFM, mas para o próprio Ministério da Saúde. Precisamos juntar todas as informações para podermos encaminhar as políticas dentro do CFM. Os dados também serão úteis até nas políticas públicas dentro do Ministério da Saúde, no sentido de fazermos um raio-X de como está a saúde no Brasil, tanto a básica quanto hospitalar no Brasil.

Cubanos – A posição do CFM é clara, não só para médicos cubanos, mas para os brasileiros formados no exterior também. O CFM não admite, nunca admitiu, médicos trabalhando neste país sem CRM. Quer trabalhar? Formou no exterior? É estrangeiro, ou é brasileiro, não tem problema. O nosso único pedido, sem arrogância e sem prepotência, é que essas pessoas façam o Revalida. Que eu sempre repito, não é um exame aplicado pelo CFM, nem pelas outras entidades médicas, é um exame do MEC, aplicado pelo Inep. Qual a culpa das entidades médicas e do CFM se as pessoas formadas no exterior não conseguem passar no Revalida? No Revalida de 2017, que terminou agora em 2019, eram quase 8.500 candidatos, passaram 300 e pouco, 4%. Que culpa que nós temos disso?

Revalida – O Revalida é uma luta: por três vezes, em negociações no Inep, o CFM, com o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), esteve a ponto de ser o responsável pela aplicação do Revalida, mas infelizmente, em todos esses momentos, houve troca no governo. Em todos os países do mundo (Estados Unidos, Europa ocidental, Canadá, Austrália, Nova Zelândia), quem defende a sociedade em relação a quem quer imigrar para lá são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. E aqui no Brasil é o contrário, são as entidades médicas que ficam lutando com nossos representantes dentro do Congresso Nacional para que essas barbaridades não ocorram. Agora, há um movimento dentro do Congresso Nacional para flexibilizar a revalidação de títulos, o que é inconcebível para todas as entidades médicas´. Nisso estamos juntos, estamos unidos, porque é inconcebível. Não por uma questão de mercado, mas de defesa da sociedade. E é essa a mensagem que tentamos passar dentro do Congresso Nacional.

 


17 de setembro de 2019 0

A relação entre rosácea e outras comorbidades foi o tema apresentado pela coordenadora da Biblioteca da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Clívia de Oliveira Carneiro, durante o DermatoRio2019. O tema foi debatido em simpósio que discutiu os diferentes aspectos da doença inflamatória crônica da pele, que envolve diversos fatores genéticos, emocionais e ambientais, sendo mais prevalente em pessoas acima de 30 anos, sobretudo em mulheres, com fototipos mais baixos. Ao todo, cerca de 300 congressistas acompanharam o simpósio.

De acordo com a especialista, as características fisiopatológicas responsáveis pelas manifestações típicas da rosácea – inflamação, vasodilatação e angiogênese – são basicamente três: a ruptura da barreira física da pele, a anormalidade da resposta imune nata e a desregulação vascular e dos neuromoduladores. No entanto, a doença, que anteriormente era descrita como exclusivamente cutânea, atualmente vem sendo associada a outras comorbidades.

“A partir de 2015, estudos publicados em revistas conceituadas começaram a relacionar a rosácea com determinadas comorbidades, como doenças neurológicas – por ex. enxaqueca, Alzheimer e Parkinson –, doenças gastrointestinais, cardiovasculares, autoimunes e alguns tipos de câncer. As pesquisas vêm descrevendo a rosácea como uma inflamação crônica sistêmica, por vezes com similaridade à psoríase. A comparação entre as duas patologias se deve a propriedade comum da alteração da imunidade inata, visto através do aumento das catelicidinas, da proteína C reativa e da diminuição da atividade da paraoxonase, que são preditores de eventos cardiovasculares”, explicou ela.

Consenso – O simpósio contou também com a palestra do dermatologista Luiz Maurício Costa Almeida, que apresentou uma atualização para a classificação ROSacea COnsensus (ROSCO), com novas recomendações para diagnóstico, classificação e manejo. Segundo o especialista, a atualização parte da superposição das diferentes formas de manifestação da doença em um mesmo paciente como principal parâmetro de categorização.

“O fato da pessoa ter uma rosácea fimatosa não excluí a possibilidade de ela ter pápulas e pústulas. O novo consenso vem justamente fazer essa transição de uma classificação que tinha como referência os subtipos, para outra que utiliza fenótipos, ou seja, as características observáveis de um indivíduo. No novo sistema, cada padrão é provisório, uma vez que essas características podem ser modificadas em função do meio-ambiente e de condições genéticas”, afirmou Luiz Maurício.

Tratamento – As abordagens práticas para o tratamento tópico e oral foram conduzidas pela dermatologista Daniela Antelo. Em sua avaliação, a condução da rosácea deve tomar como base os sintomas do paciente, sendo fundamental manter uma rotina diária de cuidados da pele para obter uma melhora.

“Os especialistas devem perder ao menos alguns minutos da consulta explicando a importância de efetuar adequadamente a limpeza, hidratação e proteção da pele, em especial para os homens, que muitas vezes não têm tanta paciência para esses procedimentos”, salientou.

Na ocasião, a dermatologista Rosa Matos falou ainda sobre o uso de novas tecnologias e da toxina botulínica no controle da rosácea. Para ela, já existem evidências suficientes na literatura médica que justificam a adoção de lasers e luz pulsada nas condutas terapêuticas. “Após um número pequeno de sessões, os resultados já são visíveis e têm durabilidade considerável. Além disso, a toxina botulínica também é eficaz, uma vez que a patogênese da doença é mediada do ponto de vista imune e neurológico”, disse.


16 de setembro de 2019 0

A Comissão Organizadora agradece a presença de todos os 4 mil congressistas, palestrantes, coordenadores, parceiros e patrocinadores no 74º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o DermatoRio 2019.

Trabalhamos com afinco e dedicação para que este encontro entrasse para a história por meio do resgate da especialidade em todas as suas áreas: clínica, cosmiátrica, cirúrgica, oncológica e sanitária.

A revelação de novos talentos foi outro objetivo desafiador estruturado pela Comissão Científica.

Chegamos ao fim do evento com a certeza de missão cumprida. Foi um sucesso!
Obrigada!

Até 2020 no 75° CSBD, em São Paulo!

 

Clique na foto para assistir ao vídeo de agradecimento

 


16 de setembro de 2019 0

Salas lotadas e grande movimentação marcaram o 74º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (DermatoRio 2019), realizado de 11 a 14 de setembro, no Rio de Janeiro. Resultado de trabalho conjunto, participativo e democrático entre Diretoria da SBD, Comissão Organizadora e dermatologistas associados, o encontro mostrou a força da dermatologia brasileira ao reunir 4 mil congressistas para atualização, confraternização e networking. Sob o título “Rio de todos os tons. Hora de renovar, inovar e resgatar”, o Congresso abordou temas importantes de toda a área da dermatologia, (cosmiatria, laser e tecnologias, cirurgia dermatológica, rotina clínica) por meio de palestras e cursos práticos ministrados por renomados convidados nacionais e internacionais, como Gottfried Lemperle, da Alemanha, Toby Maurer e Hema Sudaram, dos Estados Unidos, Martin Sangueza, da Bolívia, e outros. 

“Desde o início dos trabalhos, a Comissão Organizadora implementou questionários para ouvir o associado e coletou informações nas mídias sociais para buscar do dermatologista o que em sua opinião merecia ser melhorado na parte científica. Os interesses coletivos foram atendidos neste Congresso e o que mais ouvimos dos médicos foi o orgulho de estarem presentes nesse encontro de aprendizagem e congraçamento", disse o presidente da SBD, Sérgio Palma, na cerimônia de encerramento, ocorrida na tarde de sábado (14).
 

Apesar da dificuldade encontrada nos últimos anos para a realização de grandes eventos, a resposta positiva do público mostrou que o DermatoRio 2019 trouxe a característica de acolher quem está chegando, resgatando o conceito de um grande congresso organizado e múltiplo, para discutir as atualizações em salas com estrutura e porte, em que as pessoas se sentissem confortáveis e pudessem absorver o conteúdo da melhor forma. O desafio motivou os organizadores a fazer e a conseguir excelentes resultados. 

"Foram inúmeros comentários positivos dos dermatologistas sobre a qualidade das sessões clínicas, então esse resgate da clínica dermatológica nos dá muito orgulho. Transmitir conhecimento para que o médico possa atender, tratar e cuidar melhor seu paciente, foi um objetivo traçado e conquistado. Bom também ver uma nova geração de dermatologistas brilhando. A força dessa dermatologia integral está viva e tenho certeza de que isso será levado para os futuros congressos brasileiros de dermatologia”, comentou Sérgio Palma.

Presidido por Marcio Serra, o Congresso ocorreu no Windsor Convention & Expo Center, na Barra da Tijuca, um local de fácil acesso, seguro, e que proporcionou maior conforto aos congressistas, com a possibilidade de ter momentos de descanso e diversão durante os quatro dias de atividades. Já a programação científica, coordenada pela dermatologista Luna Azulay, abriu espaço para os novos talentos da dermatologia. Um respiro bem-vindo para o programa científico do maior evento da especialidade.

“A grade do encontro foi totalmente pensada para que os participantes pudessem aproveitar cada momento do DermatoRio. A programação científica, por exemplo, focou nos temas do dia a dia do consultório, o que é fundamental para os médicos. Tivemos também menos palestrantes por sessão, para que pudesse haver mais tempo de exposição e discussão em torno de cada assunto; além da volta dos cursos práticos e da apresentação de diversos trabalhos de investigação com discussão dos casos clínicos relatados”, informou o presidente. 

Em sua fala durante o encerramento, Márcio agradeceu o envolvimento de toda equipe: Diretoria da SBD, Comissões e funcionários da instituição: "Não conseguiria fazer esse Congresso sozinho. O encontro se concretizou dessa maneira, porque estiveram ao meu lado amigos que trabalham, e que me deram muita força para realizar com sucesso esse evento. Agradeço toda minha equipe, a diretoria do DermatoRio (Flávio Luz, Abdiel Figueira, Egon Daxbacher e outros), os coordenadores dos cursos práticos (Fabiano Leal e outros), a coordenação científica (Luna Azulay), a gerência da SBD (Priscila Rudge) e todos os funcionários que se dedicaram arduamente até o último momento", afirmou. 

O presidente da SBD, Sérgio Palma, também agradeceu a presença de palestrantes, coordenadores e indústria farmacêutica e afirmou que foi muito proveitoso esse trabalho conjunto para a dermatologia brasileira. "Foram dias felizes, de clima leve e de alto astral em um evento que não só na minha opinião, mas na de todos os congressistas, cumpriu seus objetivos".

A importância dos Congressos para o aperfeiçoamento e valorização profissionais

A SBD representa uma sociedade médica que é a dermatologia, e organiza anualmente um evento científico para trazer informações mais atuais das diferentes áreas dentro da especialidade. É o momento em que os médicos que vêm para um congresso desse porte, conseguem se atualizar em sessões com os principais experts do Brasil e estrangeiros e têm a possibilidade de discutir com esses especialistas casos do seu dia a dia do seu consultório, clínica, hospital. É oportunidade ainda para o médico conhecer novos caminhos para doenças com características difíceis de serem lidadas, como a hanseníase, o melanoma, a psoríase e se inteirar dos equipamentos mais modernos para tratamentos cosmiátricos, como o laser e tecnologias, por exemplo. No entanto, todas as funções do encontro levam para um mesmo caminho que é prestar o melhor atendimento para o paciente.

Em diversos momentos do DermatoRio 2019, a ética médica foi abordada, por meio de fórum e simpósios, que levaram ao público informações sobre o trabalho desenvolvido pela SBD de forma eticamente correta e cientificamente comprovada, a fim de coibir a invasão da especialidade por não médicos. Em várias sessões e em momentos diferentes isso aconteceu.

"Acredito que uma importante forma de valorização do dermatologista é participar de um evento como este. Mostrar nosso orgulho de ser dermatologista. Essa é a luta que a SBD tem encampado há bastante tempo pelo reconhecimento profissional”, considerou Palma. 

Muitos dermatologistas passaram no estande da SBD para fotografar o totem ‘#Sou dermato SBD’ e postaram em suas redes sociais o orgulho de ser dermatologista. “Isso traz um impacto positivo, sem dúvida, porque os pacientes estão vendo. A SBD acredita nesse resgate de valorização do dermatologista e clamamos para que os dermatologistas não associados à SBD participem, prestem a prova do Título de Especialista em Dermatologia (TED) e estejam mais próximos da nossa sociedade", salientou o presidente.

O 75º Congresso Brasileiro de Dermatologia ocorrerá em São Paulo, na primeira semana de setembro. Captaneado pelo dermatologista Cyro Festa Neto, o encontro está sendo estruturado com dedicação para repetir o sucesso do Rio.


 

Premiação – Durante a cerimônia de encerramento, ocorreu ainda a premiação dos três melhores trabalhos de cada categoria. Ao todo, foram recebidos 949 trabalhos, dos quais 786 foram aprovados e 62 foram apresentados oralmente. O secretário-geral do evento, Abdiel Figueira Lima, parabenizou os dermatologistas pela produção cientifica recebida e apresentada no evento. Os congratulados receberam seus certificados das mãos de Luna Azulay.

“Gostaria de congratular os alunos que participaram dessas pesquisas e também aos orientadores pelos trabalhos de alto qualidade apresentados”, disse. 

Confira abaixo a lista completa dos homenageados: 

Categoria Minicomunicação 

1ª lugar: “Tumor glômico exatradigital como diagnóstico diferencial de Sarcoma de Kaposi no paciente com HIV”. Autores: Maria Cristina Arci Santos, Milvia Maria Simões e Silvia Enokihara e Camila Arai Seque. 

2º lugar: “Lúpus eritematoso discoide no couro cabeludo em paciente com lúpus eritematoso sistêmico: relato de um caso com repilação completa”. Autores: Cleide Garbelini-Lima, Andrea Cavalcante de Souza, João Gabriel Nogueira de Oliveira, Monique Freire Santana, Sidharta Quercia Gadelha, Wanessa da Costa Lima e Virginia Vilasboas Figueiras. 

3ª lugar: “Síndrome Stiff Skin: Relato de Caso”. Autores: Paula Baréa, Angélica Bauer, Michele Caroline dos Santos Garcia, Nathália Hoffmann Guarda, Bianca Lopes Nogueira, André Cartell e Renata Heck. 

Categoria Trabalhos de Investigação 

1º lugar: “Dimensionalidade e análise psicométrica do DLQI em uma população brasileira”. Autores: Marília Jorge, Bianca Paiva, Mayra Ianhez, Juliana Boza, Juliano Schmitt, Daniel Nunes e Hélio Miot. 

2º lugar: “Identificação do risco cardiovascular em pacientes com psoríase e artrite psorisíaca comparados com controles”. Autores: Mara Diane Lisboa Tavares Mazzillo, Patrícia Medeiros Gusmão Acioly, Cláudia Camargo, Maria Alice Penetra, Maria Isabel Noronha Neta, Márcia Ramos-e-Silva e Sueli Carneiro. 

3º lugar: “Prevalência e fatores associados à depressão e ansiedade em portadores de psoríase no Brasil: um estudo transversal”. Autores: Camila Pollo, Ticiane Matos, Jennifer Souza, Marilia Jorge, Luciane Miot, Silmara Meneguin e Hélio Miot. 

Categoria Dissertação/Tese 

1º lugar: “Criocirurgia no tratamento da esporotricose: experiência de uma década”. Autores: Vivian Fichman Monteiro de Souza, Antônio Carlos Francesconi do Valle, Dayvison Francis Saraiva Freitas, Priscila Marques de Macedo, Rodrigo de Almeida Paes, Raquel de Vasconcellos Carvalhaes de Oliveira e Maria Clara Gutierrez Galhardo. 

2º lugar: “Recidiva em hanseníase após o término da poliquimioterapia padrão entre 2013-2018 em um centro de referência brasileiro: introduzindo e atualizando conceitos”. Autores: Ana Cláudia Mendes do Nascimento, Diogo Fernandes dos Santos, Douglas Eulálio Antunes, Maria Aparecida Gonçalves, Luiz Ricardo Goulart Filho e Isabela Maria Bernardes Goulart. 

3º lugar: “Distribuição territorial dos casos de Hanseníase com grau 2 de incapacidade física em um município endêmico do Brasil: uma análise do programa de controle”. Autores: Aline de Souza Busnardo, Gustavo Palmares Gomes da Costa, Bruno da Rocha Porciúncula, Antônio José Ledo Alves da Cunha, Samanta Cristina das Chagas Xavier e Maria Kátia Gomes.


14 de setembro de 2019 0

Os dermatologistas brasileiros exigem respeito e valorização pelo importante papel que ocupam na assistência à população nas redes pública e privada. Essa foi a tônica dos debates promovidos no Fórum de Defesa Profissional, encontro que integrou a programação do 74º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Ao abrir as discussões, o presidente da SBD, Sérgio Palma, apresentou aos participantes as ações de defesa do Ato Médico e empreendidas pela instituição no âmbito do Legislativo e Judiciário, por meio do reforço estratégico na comunicação institucional e da atuação conjunta com outras entidades médicas.

Na ocasião, ele citou a forte atuação da assessoria jurídica da SBD, que desde 2017, denunciou quase mil casos que envolvem procedimentos estéticos e dermatológicos realizados por profissionais não médicos. Muitas dessas denúncias, explicou Palma, se desdobraram em inquéritos policiais e ações na Justiça. “A SBD tem trabalhado ativamente para coibir a atuação ilegal na medicina e mostrar as consequências de procedimentos feitos por esse grupo. Importantes vitórias, como as liminares que suspenderam os efeitos de resoluções de outros Conselhos profissionais, já foram alcançadas e seguiremos nessa missão de defender os dermatologistas”, pontuou.

O presidente da SBD também salientou a performance de sua assessoria parlamentar, que permanentemente tem monitorado o cenário político e a tramitação dos principais projetos de lei de interesses da especialidade no Congresso Nacional. “Participamos de diversas audiências com parlamentares, em Brasília, com o intuito de sensibilizá-los e esclarecer que, embora o cuidado estético seja multiprofissional, é exclusividade do médico a atuação em procedimentos invasivos”.

No campo da comunicação, Palma destacou ainda o aumento da exposição da SBD na mídia em temas que extrapolam esclarecimentos sobre prevenção e tratamentos de doenças, inserindo-a no debate sobre o Ato Médico. “Por meio dos nossos canais próprios de comunicação e pela chamada mídia espontânea, buscamos defender a profissão, ao mesmo tempo em que demonstramos os inúmeros riscos que a sociedade corre quando a Medicina é invadida por não médicos”, disse.

Reconhecimento – A luta da SBD contra a invasão de competências promovida por profissionais de outras áreas da saúde foi reconhecida pelo 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, que prestigiou o evento. “Quem dera se todas as especialidades fossem atuantes como a SBD”, afirmou, ao agradecer o convite e parabenizar a SBD pela promoção do Fórum dentro do maior Congresso nacional da especialidade.

O elogio público coroa o êxito das estratégias adotadas pela atual Diretoria. Para o representante do CFM, a SBD tem demonstrado ser uma das entidades mais presentes junto ao Congresso Nacional, sendo referência para as sociedades de especialidades na luta contra a pressão que outras categorias profissionais fazem junto a senadores e deputados. “Esse é um trabalho que precisa do comprometimento e engajamento de todos os médicos brasileiros. Só assim conseguiremos aprimorar e fortalecimento as ações de defesa da medicina”, conclamou.

Ato médico – Mauro Ribeiro ainda esclareceu dúvidas dos congressistas a respeito da Lei nº 12.842/13, a Lei do Ato Médico. Aprovada após 12 anos de tramitação e mobilização das entidades médicas, a lei é uma das mais importantes referências legislativas da atualidade para a área médica.

Segundo o representante do CFM, num primeiro momento, os vetos do Executivo foram vistos com apreensão e pareciam prejudicar a comunidade médica. No entanto, sucessivas decisões judiciais favoráveis nos últimos anos cristalizaram o entendimento de que essa lei foi benéfica para os médicos e para a sociedade.

“A legislação nos protege e a Justiça também nos tem dado respaldo em diversas ocasiões. Não temos dúvidas de que continuaremos ganhando causas na Justiça. O grande problema, porém, é o tempo que se leva para a conclusão desses processos. Precisamos discutir alternativas e o CFM está totalmente aberto às sociedades de especialidades e aos médicos brasileiros para debater essas estratégias”, conclui.


14 de setembro de 2019 0

Com sala lotada e muita participação dos congressistas, a mesa sobre Saúde LGBT – inédita em congressos brasileiros de dermatologia – movimentou a manhã do terceiro dia do DermatoRio 2019, no Rio de Janeiro. As principais ISTs na população LGBT, aspectos dermatológicos no paciente transgênero e procedimentos estéticos nessa população foram abordados por especialistas de São Paulo e Rio, entre eles, Felipe Aguinaga (foto acima), do ambulatório de Dermatologia e Diversidade de Gênero, do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay.

Em sua fala, o médico esclareceu conceitos e definições do campo de gênero e sexualidade, bem como a terminologia atualmente utilizada na literatura científica e a identidade de gênero como um determinante social de saúde. No campo da dermatologia clínica, explicou as complicações da hormonioterapia em homens e mulheres trans, as relacionadas ao uso de binders e de silicone industrial, dermatoses das neogenitálias, entre outros pontos. 

Novidades científicas também foram apresentadas na mesa "Mitos e verdades na fotoproteção e vitamina D" e no simpósio sobre envelhecimento cutâneo, alguns dos destaques da tarde desta sexta-feira (13/9).


Sala cheia na sessão sobre envelhecimento cutâneo

Outro tema de interesse neste dia foi o simpósio "Ética e marketing no consultório", sob a coordenação do presidente da SBD, Sérgio Palma e do dermatologista Hugo Guimarães Scotelaro Alves. A mesa de discussão contou com a presença dos palestrantes Débora Ormond, membro da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD, Juliana Fernandes de Mendonça Figueiredo, do Departamento de Psicodermatologia da SBD, e do vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro.


Juliana Figueiredo, Mauro Ribeiro (vice-presidente do CFM), Hugo Alves, Sérgio Palma (presidente da SBD) e Débora Ormond

Ainda na parte da tarde, o Fórum Marketing e Defesa Profissional chamou a atenção de muitos dermatologistas associados, que tiraram suas dúvidas em nova participação de Mauro Ribeiro, Sérgio Palma e Débora Ormond. Este debate contou ainda com a presença do dermatologista Erico Pampado.


Os médicos Erico Pampado, Mauro Ribeiro, Sérgio Palma e Débora Ormond


Por uma medicina unida: o presidente da SBD, Sérgio Palma, e o vice-presidente do CFM, Mauro Ribeiro

AGO
Neste sábado (14) será realizada a Assembleia Geral Ordinária (AGO) a partir das 11h. A SBD conta com a presença dos associados.

A movimentação completa do evento será publicada na próxima edição do JSBD.


12 de setembro de 2019 0

A continuidade do trabalho empreendido ao longo dos anos por diferentes diretorias em prol da dermatologia, especialmente por meio da integralidade dos cuidados com a pele, unhas e cabelos, foi um dos principais pontos celebrados pelo presidente da Sociedade Brasileira de dermatologia (SBD), Sérgio Palma, durante a solenidade de abertura do 74º Congresso da Sociedade SBD, o DermatoRio2019, na noite desta quarta-feira (11/9). “Todas as ações promovidas pela atual gestão da entidade são resultado de uma colaboração coletiva, construída de modo progressivo pelos gestores que já conduziram a instituição”, destacou.

Segundo o presidente (foto), o grande encontro anual dos dermatologistas brasileiros será marcado pelo congraçamento, confraternização e, sobretudo, muito aprendizado. “Com a realização do 74º Congresso, o intuito da SBD é reforçar seu compromisso com a formação dos dermatologistas que atuam nas esferas pública e privada, fornecendo subsídios para fortalecer a prática clínica e as diferentes áreas de atuação da especialidade, além de promover o envolvimento dos médicos mais jovens em procedimentos complexos".

Com o auditório do Windsor Barra, no Rio de Janeitro (RJ), repleto de congressistas, a solenidade de abertura também foi palco para homenagens e agradecimentos à Comissão Organizadora do DermatoRio2019, além de notáveis da especialidade. A cerimônia contou ainda com a participação especial da Orquestra Maré do Amanhã, formada por jovens da comunidade da Maré, que conduziram clássicos da música popular brasileira.

Além do presidente da SBD, participaram da mesa inaugural integrantes da Diretoria da SBD Nacional, o presidente do Congresso, Marcio Serra, e a representante da Associação Médica Brasileira (AMB), Débora Cavalcanti.

Homenagens – O presidente do 74º Congresso, Marcio Soares Serra, foi o responsável por conduzir as homenagens, com a entrega de placas ao presidente de honra do evento, José Alvimar Ferreira; e às professoras Márcia Ramos-e-Silva e Luna Azulay. Além disso, também foi homenageado in memorian o patrono do evento, Antar Padilha Gonçalves.


Luna Azulay e Marcio Serra


Marcia Ramos-e-Silva e Marcio Serra

"Quando penso na representação de referências da profissão, são estes os nomes que me veem à cabeça. Além de médicos excepcionais, eles são responsáveis por auxiliar centenas de dermatologistas em seus primeiros passos, incentivando e demonstrando o lado mais belo da especialidade. É uma honra poder demonstrar nossa gratidão àqueles que tanto contribuíram para que todos nós chagássemos aqui", disse Marcio Serra.

Defesa profissional – Na ocasião, a diretora de assuntos parlamentares da Associação Médica Brasileira (AMB), Débora Cavalcanti (foto acima), salientou o relevante trabalho conduzido pela atual Diretoria-executiva da SBD na defesa dos direitos e prerrogativas dos dermatologistas, em especial na luta contra a realização de procedimentos por não médicos.  

"A AMB tem acompanhado de perto os diferentes projetos de lei que visam diminuir o espaço de atuação dos médicos e tomado todas as medidas cabíveis contra esses abusos. E temos na atuação dos dermatologistas um exemplo de união e força, que deve inspirar outras especialidades médicas. Qualquer procedimento médico conduzido por outro profissional de saúde, que não foi devidamente capacitado para esse fim, representa um risco para os pacientes", afirmou.

Fotos: Torch


12 de setembro de 2019 0

O total de casos de hanseníase voltou a crescer no Brasil, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan). Em 2016, foram registrados 25.218 novos casos da doença. Em 2018, esse total subiu para 28.660, o equivalente a um aumento de 13,6%, motivado pelo reforço das ações de detecção da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 mil novos casos de hanseníase são detectados em todo o mundo anualmente, sendo que Brasil, Índia e Indonésia concentram 80% desse total.

Diante do quadro epidemiológico, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) atua em múltiplas frentes (atendimento, auxílio na definição de políticas públicas junto ao Ministério da Saúde e formação de profissionais para diagnosticar a doença, entre outros pontos). Segundo o presidente da entidade, Sergio Palma, a prevenção e o combate à hanseníase dependem de um enfoque amplo para que os resultados positivos apareçam.

Estratégias – Para contribuir com a formulação de novas estratégias sobre o assunto, a SBD decidiu incluir uma mesa-redonda sobre essa doença, considerada negligenciada pelas políticas públicas de saúde, na programação do 74º Congresso Brasileiro da especialidade, que teve início nesta quarta-feira (11) e segue até o próximo sábado (14), na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

As discussões aconteceram no primeiro dia do evento, em mesa-redonda sobre diferentes aspectos relacionados ao transtorno, que, geralmente, afeta populações de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social. Na ocasião, em parceria com o Ministério da Saúde e a Novartis, a SBD capacitou cerca de 80 médicos de família na identificação da doença.

“Esse é um tema urgente. O aumento da detecção de novos casos demonstra que a doença precisa ser vista como um importante problema de saúde pública, pois a cada ano são detectados casos que já poderiam ter sido identificados antes. Quando isso acontece, ocorre aumento da detecção naquele ano, em comparação com anos anteriores”, enfatiza Sérgio Palma.

Para Egon Daxbacher, diretor da SBD que tem se dedicado ao tema, é preciso falar da hanseníase cada vez mais. Para ele, é necessário capacitar cada vez mais os profissionais de saúde no reconhecimento da doença e investir em informações e campanhas em relação aos seus sinais e sintomas.

Assistência – Por sua vez, no campo do atendimento, em parceria com o Ministério da Saúde e o laboratório Novartis Brasil, a Sociedade vem apoiando o Projeto Roda Hans. A iniciativa que acontece no Estado do Rio de Janeiro, desde agosto com previsão de término no fim de setembro, tem levado atendimento especializado à população e capacitação a profissionais para identificar casos da doença.

Além da conscientização e da assistência qualificada, o foco está no início do tratamento precoce. Participam da atividade as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a Regional da SBD no Estado e o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

ACESSE O ITINERÁRIO DO PROJETO RODA HANS

Até o momento, 13 localidades da região Metropolitana do Rio de Janeiro, Baixada Litorânea, Norte e Noroeste do Estado foram visitadas. Até o fim de setembro, outras seis cidades da Região Serrana, Centro-Sul, Médio Paraíba e Baía da Ilha Grande receberão a caravana. Em agosto, foram realizados 1.301 atendimentos, com o diagnóstico de 39 casos, e realizados 23 exames de baciloscopia e treinamento de técnicos. No mesmo mês, o projeto capacitou 304 profissionais, mas a meta é treinar 800 especialistas.

Na prática, uma carreta com seis consultórios tem visitado diferentes municípios dando aos pacientes acesso a dermatologistas especialistas em hanseníase que, durante o trabalho, contam com o suporte de residentes de serviços de dermatologia credenciados pela SBD.

O projeto Roda Hans já percorreu outros estados, como Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Piauí, entre 2014 e 2018. Os resultados acumulados incluem a cobertura por quase 500 municípios, realização de cerca de 70 mil atendimentos e o diagnóstico de 2.369 casos. Depois do Estado do Rio de Janeiro, a caravana seguirá para a Bahia, São Paulo e Espírito Santo.

Capacitação – A coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, Sandra Durães, ressalta que de alguns anos para cá houve o processo de descentralização do atendimento, isto é, os pacientes que antes eram atendidos em unidades de especialistas em dermatologia, atualmente são atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Programa de Saúde da Família (PSF). “Para isso ser possível, os dermatologistas trabalham incessantemente na capacitação dos médicos da Atenção Básica e de Saúde da Família para diagnosticar e tratar a doença”, destaca Sérgio Palma.

Para tanto, a SBD tem treinado médicos de família no reconhecimento da doença em vários locais no Brasil, conforme destacou o presidente da Sociedade, que no serviço público onde atua, em Recife (PE), também atende em ambulatório especializado nessa doença. “É preciso garantir recursos para a pesquisa e o desenvolvimento de novas ferramentas de combate à doença, principalmente em áreas pobres, distantes e vulneráveis. O Brasil ainda tem em torno de 25 mil casos todo ano, sendo que de 8 a 10% desses pacientes terão algum tipo de sequela”, alerta.

Agente etiológico – Doença infectocontagiosa potencialmente curável e que tem como agente etiológico o bacilo Micobacterium leprae, a infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, mas é de difícil adoecimento, já que é necessário um longo período de exposição à bactéria, motivo pelo qual apenas uma pequena parcela da população infectada chega a adoecer.

Está classificada entre as doenças ditas negligenciadas que atingem populações com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Brasil, apesar de estar entre as grandes economias mundiais, apresenta grande desigualdade social, com grandes bolsões de pobreza nas periferias de suas metrópoles.

“A maioria da população é resistente à doença e ao entrar em contato com a bactéria consegue desenvolver uma boa imunidade e, automaticamente, resistência à bactéria. Um pequeno percentual de pessoas pode adoecer”, explica Sandra Durães.

O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico e feito, em sua maioria, pelo exame físico e a história clínica do paciente. A partir daí um médico capacitado pode diagnosticar a doença. “Exames complementares como a baciloscopia, que mede a carga bacilar do paciente, e a biópsia da pele podem ser realizados, porém não são de extrema necessidade. Na maioria dos casos, o diagnóstico pode ser feito apenas pelo exame clínico”, destaca Sandra Durães.





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