SBD promove debate para esclarecer dúvidas sobre sinais e sintomas na pele relacionados à Covid-19




27 de maio de 2020 0

Cerca de 1,5 mil inscritos acompanharam atividade online promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) durante a qual foram abordadas as manifestações cutâneas relacionadas à Covid-19. A transmissão contou com a participação dos professores Paulo Ricardo Criado, pesquisador Pleno da Pós-Graduação do Centro Universitário Saúde ABC (FMABC) e coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, e Hélio Miot, professor da Unesp, em Botucatu, e coordenador científico da SBD. A moderação do debate foi de Sergio Palma, presidente da entidade.

“Desde que iniciamos este tipo de evento, o retorno tem sido muito positivo. Para os dermatologistas, esses espaços de debates têm ajudado a esclarecer dúvidas cotidianas. A resposta tem funcionado como um estímulo para a Gestão 2019-2020, que já prepara outros projetos, como elaboração de documentos com foco no período pós-pandemia”, disse Palma. 

SBD Live – Durante o SBD Live, realizado na terça-feira (26/5), foram esclarecidas dúvidas sobre sinais e sintomas na pele relacionados ao novo coronavírus. Os especialistas trouxeram informações sobre as características do vírus Sars-CoV-2 e apresentaram achados relatados, até o momento, na literatura médica a respeito das manifestações dermatológicas referidas em associação com a doença. O evento, organizado pela SBD, contou com o patrocínio da Bayer e o apoio da Manole. 

“Nosso objetivo foi demonstrar que essas manifestações existem, mas elas não têm uma frequência superior a 7,4% dos pacientes admitidos em ambiente hospitalar. Inclusive, algumas delas podem inferir gravidade, especialmente o livedo racemoso, a púrpura retiforme e necrose de extremidades. Essas doenças estão mais associadas a provável ativação do sistema complemento de forma generalizada e ao envolvimento multiorgânico grave”, destacou Paulo Criado.

Para ele, o tema debatido tem extrema relevância, uma vez que, para esses casos, os dermatologistas são capazes de contribuir para o diagnóstico e uma possível tomada de decisão de medida terapêutica conjuntamente com um médico intensivista ou de emergências.

Levantamento – Helio Miot apresentou o resultado de levantamento feito com 1986 casos confirmados pelo novo coronavírus no Brasil. Os dados apontam que 30% deles tinham lesões de pele, sendo a mais comum o prurido e depois a descamação do couro cabeludo. Ele disse ainda que a Covid-19 pode apresentar manifestações cutâneas bastante inespecíficas, mas que diante da epidemiologia positiva é preciso suspeitar de infecção por coronavírus a partir dos achados. 

Miot conta que em menos de 5% dos casos desse estudo houve lesão vesicular, lesão papulosa, erupção maculopapular, afta oral e as pápulas digitais (chamadas de perniose). “Os dermatologistas devem estar atentos a essas lesões, que são inespecíficas e presentes em várias outras condições. Num momento de pandemia têm que suspeitar da possibilidade de infecção pelo coronavírus”, ressaltou.

A repercussão da SBD Live entre os associados foi positiva. “Trabalho como médica dermatologista e clínica intensivista. Atendo casos de Covid-19 regularmente e é uma honra poder assistir às aulas sensacionais como essas. Elas não deixaram nada a desejar em relação às aulas dos colegas pneumologistas, infectologistas e intensivistas que estão no enfrentamento da pandemia”, ressaltou Ellene Papazis, de Volta Redonda. Segundo ela, atividades desse tipo mostram que o dermatologista desempenha papel importante no combate à pandemia.

Diante de percepções como a dela, a Gestão 2019-2020 reforça que, no momento atual, aumenta a importância do acesso ao conteúdo publicado na landing page da SBD com informações relacionadas ao coronavírus e a leitura do boletim eletrônico, site e Jornal da SBD, além das e-news enviadas aos associados por e-mail. Com a continuidade da série SBD Live, a entidade informa que a íntegra de todos os programas está no ambiente restrito aos associados, com o mesmo login e senha. 

Análises – Para auxiliar os especialistas, a SBD tem publicado, periodicamente, artigos que fazem a revisão sistemática de estudos divulgados, inclusive no exterior. O trabalho, conduzido por Paulo Criado, está à disposição na plataforma criada pela Sociedade, na qual se encontram informações sobre a Covid-19. 

Acesse a plataforma da SBD sobre Covid-19

No último artigo, publicado em 4 de maio, Paulo Criado analisou uma publicação do British Journal of Dermatology, assinado pela professora Cristina Galván Casas e sua equipe da Academia Espanhola de Dermatologia e Doenças Venéreas (AEDV). O trabalho sugere a associação do corononavírus com cinco tipos de manifestações cutâneas diferentes. Além disso, os pesquisadores apontam indícios da relação entre o tipo de complicação dermatológica e a gravidade da contaminação pela Covid-19.

Segundo Criado, esse trabalho constitui o estudo prospectivo e multicêntrico com a maior casuística até agora. No entanto, alerta, apesar da farta documentação fotográfica, não houve, estudo histopatológico, o que fragiliza suas conclusões.

Acesse a íntegra do artigo da SBD 

Além disso, ele prossegue: “se considerarmos, mesmo que subnotificados os casos diagnosticados com lesões na pele, a frequência destas alterações cutâneas na Covid-19 continua extremamente baixa (em torno de 0,1569% dos 239 mil doentes com esse diagnóstico naquele país). Assim, lesões na pele por essa doença existem, porém não devem criar ansiedade e expectativas de que sejam indicadoras precisas de sua ocorrência”.
 

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27 de maio de 2020 0

Cerca de 1,5 mil inscritos acompanharam atividade online promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) durante a qual foram abordadas as manifestações cutâneas relacionadas à Covid-19. A transmissão contou com a participação dos professores Paulo Ricardo Criado, pesquisador Pleno da Pós-Graduação do Centro Universitário Saúde ABC (FMABC) e coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, e Hélio Miot, professor da Unesp, em Botucatu, e coordenador científico da SBD. A moderação do debate foi de Sergio Palma, presidente da entidade.

“Desde que iniciamos este tipo de evento, o retorno tem sido muito positivo. Para os dermatologistas, esses espaços de debates têm ajudado a esclarecer dúvidas cotidianas. A resposta tem funcionado como um estímulo para a Gestão 2019-2020, que já prepara outros projetos, como elaboração de documentos com foco no período pós-pandemia”, disse Palma.

SBD Live – Durante o SBD Live, realizado na terça-feira (26/5), foram esclarecidas dúvidas sobre sinais e sintomas na pele relacionados ao novo coronavírus. Os especialistas trouxeram informações sobre as características do vírus Sars-CoV-2 e apresentaram achados relatados, até o momento, na literatura médica a respeito das manifestações dermatológicas referidas em associação com a doença. O evento, organizado pela SBD, contou com o patrocínio da Bayer e o apoio da Manole.

“Nosso objetivo foi demonstrar que essas manifestações existem, mas elas não têm uma frequência superior a 7,4% dos pacientes admitidos em ambiente hospitalar. Inclusive, algumas delas podem inferir gravidade, especialmente o livedo racemoso, a púrpura retiforme e necrose de extremidades. Essas doenças estão mais associadas a provável ativação do sistema complemento de forma generalizada e ao envolvimento multiorgânico grave”, destacou Paulo Criado.

Para ele, o tema debatido tem extrema relevância, uma vez que, para esses casos, os dermatologistas são capazes de contribuir para o diagnóstico e uma possível tomada de decisão de medida terapêutica conjuntamente com um médico intensivista ou de emergências.

Levantamento – Helio Miot apresentou o resultado de levantamento feito com 1986 casos confirmados pelo novo coronavírus no Brasil. Os dados apontam que 30% deles tinham lesões de pele, sendo a mais comum o prurido e depois a descamação do couro cabeludo. Ele disse ainda que a Covid-19 pode apresentar manifestações cutâneas bastante inespecíficas, mas que diante da epidemiologia positiva é preciso suspeitar de infecção por coronavírus a partir dos achados.

Miot conta que em menos de 5% dos casos desse estudo houve lesão vesicular, lesão papulosa, erupção maculopapular, afta oral e as pápulas digitais (chamadas de perniose). “Os dermatologistas devem estar atentos a essas lesões, que são inespecíficas e presentes em várias outras condições. Num momento de pandemia têm que suspeitar da possibilidade de infecção pelo coronavírus”, ressaltou.

A repercussão da SBD Live entre os associados foi positiva. “Trabalho como médica dermatologista e clínica intensivista. Atendo casos de Covid-19 regularmente e é uma honra poder assistir às aulas sensacionais como essas. Elas não deixaram nada a desejar em relação às aulas dos colegas pneumologistas, infectologistas e intensivistas que estão no enfrentamento da pandemia”, ressaltou Ellene Papazis, de Volta Redonda. Segundo ela, atividades desse tipo mostram que o dermatologista desempenha papel importante no combate à pandemia.

Diante de percepções como a dela, a Gestão 2019-2020 reforça que, no momento atual, aumenta a importância do acesso ao conteúdo publicado na landing page da SBD com informações relacionadas ao coronavírus e a leitura do boletim eletrônico, site e Jornal da SBD, além das e-news enviadas aos associados por e-mail. Com a continuidade da série SBD Live, a entidade informa que a íntegra de todos os programas está no ambiente restrito aos associados, com o mesmo login e senha.

Análises – Para auxiliar os especialistas, a SBD tem publicado, periodicamente, artigos que fazem a revisão sistemática de estudos divulgados, inclusive no exterior. O trabalho, conduzido por Paulo Criado, está à disposição na plataforma criada pela Sociedade, na qual se encontram informações sobre a Covid-19.

Acesse a plataforma da SBD sobre Covid-19

No último artigo, publicado em 4 de maio, Paulo Criado analisou uma publicação do British Journal of Dermatology, assinado pela professora Cristina Galván Casas e sua equipe da Academia Espanhola de Dermatologia e Doenças Venéreas (AEDV). O trabalho sugere a associação do corononavírus com cinco tipos de manifestações cutâneas diferentes. Além disso, os pesquisadores apontam indícios da relação entre o tipo de complicação dermatológica e a gravidade da contaminação pela Covid-19.

Segundo Criado, esse trabalho constitui o estudo prospectivo e multicêntrico com a maior casuística até agora. No entanto, alerta, apesar da farta documentação fotográfica, não houve, estudo histopatológico, o que fragiliza suas conclusões.

Acesse a íntegra do artigo da SBD 

Além disso, ele prossegue: “se considerarmos, mesmo que subnotificados os casos diagnosticados com lesões na pele, a frequência destas alterações cutâneas na Covid-19 continua extremamente baixa (em torno de 0,1569% dos 239 mil doentes com esse diagnóstico naquele país). Assim, lesões na pele por essa doença existem, porém não devem criar ansiedade e expectativas de que sejam indicadoras precisas de sua ocorrência”.


22 de maio de 2020 0

A pandemia de Covid-19 tem levado à adoção de medidas de prevenção ao redor do mundo. No Brasil, não é diferente. Todos os esforços estão sendo conduzidos para reduzir a incidência dessa doença, mesmo que para tanto alguns sacrifícios tenham que ser realizados.

Individualmente, todos nós já temos nossas histórias para relatar. Temos sido privados de contatos com amigos e familiares e obrigados a reduzir nosso volume de atendimentos, entre outros pontos.

Ao longo das últimas semanas, a SBD também pode relatar a influência da Covid-19 em sua rotina. Ela aparece, por exemplo, na suspensão de inúmeras reuniões ordinárias, na postergação de projetos e em mudanças no funcionamento de sua sede, no Rio de Janeiro.

Agora, por conta da Covid-19, a SBD vem compartilhar com você, amigo (a) associado (a), uma decisão importante, decorrente do atual cenário. Depois de muita análise, a Gestão 2019-2020 e a Diretoria do Congresso optaram por transferir o Congresso Brasileiro, em São Paulo, para o ano que vem.

Assim, o encontro, que inicialmente ocorreria de 5 a 8 de setembro de 2020, foi reprogramado para acontecer de 4 a 7 de setembro de 2021, ainda na capital paulista. Em decorrência, o 76º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que aconteceria no ano de 2021, em Belém, foi transferido para o ano de 2022.

Os que já se inscreveram estão automaticamente com suas vagas confirmadas para 2021. Inclusive, poderão participar – sem custos extras – nos dias 5 e 7 deste ano de uma proposta inovadora da SBD.

Nesse período, acontecerá um inédito pré-congresso online somente para os já inscritos no Congresso, onde cursos e temas relevantes serão abordados. Será o pontapé para os trabalhos visando 2021. Porém, aqueles que preferirem poderão solicitar o cancelamento de sua inscrição até 30 de junho, com direito a receber o valor que foi pago.

Ao comunicar essa decisão, a SBD lamenta eventuais transtornos e assume o compromisso de tornar o Congresso Brasileiro de 2021 inesquecível. Para atingir essa meta, contamos com o apoio de todos os associados, tradicionais parceiros e apoiadores.

Na ocasião, juntos, festejaremos a superação da Covid-19, reforçaremos nossos laços fraternos e daremos o testemunho de que, juntos, os dermatologistas são capazes de vencer todos os limites.
 

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA
Gestão 2019 – 2020

Sergio Palma
Presidente da SBD

Cyro Festa Neto
Presidente do 75º CSBD

Para mais detalhes, acesse a página do 75º Congresso Brasileiro de Dermatologia, aqui no site da SBD.


22 de maio de 2020 0

Como forma de esclarecer dúvidas sobre sinais e sintomas na pele e a Covid-19, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) organizará no próximo dia 26 de maio (terça-feira), a partir de 19h, uma atividade online voltada à discussão sobre possíveis manifestações cutâneas relacionadas à doença. Será mais uma Live SBD oferecendo aos associados informação e conhecimento úteis à atividade profissional. 

Nesse encontro virtual, os participantes poderão interagir com os professores Paulo Ricardo Criado, pesquisador Pleno da Pós-Graduação do Centro Universitário Saúde ABC (FMABC) – SP e coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, e Hélio Miot, professor da Unesp, em Botucatu, e coordenador Científico da SBD. A moderação do debate ficará sob a responsabilidade de Sergio Palma, presidente da entidade. 

Desde o início da pandemia de Covid-19, a SBD tem estimulado suas diferentes áreas a produzirem trabalhos que auxiliem os dermatologistas na sua tomada de decisões. Além de documentos e notas informativas a respeito de outras temáticas, a Sociedade já produziu e encaminhou aos associados dois artigos de revisão de literatura científica sobre a possível relação de sintomas e sinais na pele com a contaminação pelo coronavírus. 

Diagnóstico – “Neste momento, o estimulo à pesquisa e à investigação científica, conduzidas com rigor e método, é fundamental. Somente, assim poderemos ter a percepção clara do que é Covid-19 e de seu impacto sobre a saúde dos indivíduos. Inclusive, no que se refere às manifestações cutâneas, com a avaliação da existência ou não de associação e de relação causal entre coronavírus e lesões dermatológicas”, disse Sergio Palma.

Nesse sentido, o presidente da SBD estimula os dermatologistas a documentarem com fotos, exames, biópsias e relatos – peças importantes para a elucidação diagnóstica – todos os casos de pacientes com manifestações cutâneas, independentemente de estarem em unidades de atendimento específico para Covid-19. Assim, lembra, será possível produzir conteúdo útil ao aperfeiçoamento da assistência e ao avanço científico.

Com a interação, durante a Live SBD, um grupo maior de especialistas se familiarizará com questões como a prevalência das lesões cutâneas e sua associação com gravidade e temporalidade da doença, levando-se em conta diferentes grupos populacionais, no Brasil e no mundo. 

Essa será a terceira live realizada pela SBD em maio. No dia 7 de maio, a entidade convidou o 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Giamberardino, para falar sobre os desafios no uso dos recursos da telemedicina durante a pandemia. Também foram abordadas as perspectivas de regulamentação da norma do conselho que trata sobre o assunto. “A partir de agora, ofereceremos esse recurso interativo com mais frequência”, afirmou Sergio Palma, indicando a ação como um compromisso da Gestão 2019-2020.

Para participar do webinar gratuito, acesse: https://sbd.manoleeducacao.com.br/.

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22 de maio de 2020 0

Como forma de esclarecer dúvidas sobre sinais e sintomas na pele e a Covid-19, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) organizará no próximo dia 26 de maio (terça-feira), a partir de 19h, uma atividade online voltada à discussão sobre possíveis manifestações cutâneas relacionadas à doença. Será mais uma Live SBD oferecendo aos associados informação e conhecimento úteis à atividade profissional.

Nesse encontro virtual, os participantes poderão interagir com os professores Paulo Ricardo Criado, pesquisador Pleno da Pós-Graduação do Centro Universitário Saúde ABC (FMABC) – SP e coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, e Hélio Miot, professor da Unesp, em Botucatu, e coordenador Científico da SBD. A moderação do debate ficará sob a responsabilidade de Sergio Palma, presidente da entidade.

Desde o início da pandemia de Covid-19, a SBD tem estimulado suas diferentes áreas a produzirem trabalhos que auxiliem os dermatologistas na sua tomada de decisões. Além de documentos e notas informativas a respeito de outras temáticas, a Sociedade já produziu e encaminhou aos associados dois artigos de revisão de literatura científica sobre a possível relação de sintomas e sinais na pele com a contaminação pelo coronavírus.

Diagnóstico – “Neste momento, o estimulo à pesquisa e à investigação científica, conduzidas com rigor e método, é fundamental. Somente, assim poderemos ter a percepção clara do que é Covid-19 e de seu impacto sobre a saúde dos indivíduos. Inclusive, no que se refere às manifestações cutâneas, com a avaliação da existência ou não de associação e de relação causal entre coronavírus e lesões dermatológicas”, disse Sergio Palma.

Nesse sentido, o presidente da SBD estimula os dermatologistas a documentarem com fotos, exames, biópsias e relatos – peças importantes para a elucidação diagnóstica – todos os casos de pacientes com manifestações cutâneas, independentemente de estarem em unidades de atendimento específico para Covid-19. Assim, lembra, será possível produzir conteúdo útil ao aperfeiçoamento da assistência e ao avanço científico.

Com a interação, durante a Live SBD, um grupo maior de especialistas se familiarizará com questões como a prevalência das lesões cutâneas e sua associação com gravidade e temporalidade da doença, levando-se em conta diferentes grupos populacionais, no Brasil e no mundo.

Essa será a terceira live realizada pela SBD em maio. No dia 7 de maio, a entidade convidou o 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Giamberardino, para falar sobre os desafios no uso dos recursos da telemedicina durante a pandemia. Também foram abordadas as perspectivas de regulamentação da norma do conselho que trata sobre o assunto. “A partir de agora, ofereceremos esse recurso interativo com mais frequência”, afirmou Sergio Palma, indicando a ação como um compromisso da Gestão 2019-2020.

Para participar do webinar gratuito, acesse: https://sbd.manoleeducacao.com.br/.


20 de maio de 2020 0

Médico dermatologista do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)/Hospital de Base comenta sobre principais recomendações para prevenção de contágio e tratamentos para pacientes que necessitam de atenção especial neste período

Durante as últimas semanas e nos próximos meses, hospitais de todo o mundo estarão voltados para o atendimento às pessoas infectadas pela Covid-19. Entretanto, a sociedade e a comunidade médica têm se perguntado como ficarão os tratamentos que já estão em andamento e os que precisam começar devido a doenças específicas, sobretudo as crônicas, seja em unidades hospitalares, clínicas e até mesmo em consultórios. Com participação em importantes pesquisas clínicas nas áreas de psoríase, imunobiológicos e urticária crônica espontânea – esta última no Centro Integrado de Pesquisas (CIP) do Hospital de Base, de São José do Rio Preto –, o dermatologista Carlos Eduardo de Mathias, coordenador dos ambulatórios de oncologia dermatológica, de cosmiatria e de cabelos e unhas do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)/Hospital de Base, disse se encontrar em um dilema, assim como muitos de seus colegas de profissão: como lidar com tratamentos que não podem ser interrompidos durante a pandemia?
 
Para lidar com a situação de crise epidemiológica de forma segura, Mathias conta que no trabalho sua equipe tem seguido todas as recomendações propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde (MS) e pela própria Funfarme, afastando os docentes do grupo de risco e ampliando as medidas de segurança com relação a residentes, funcionários e pacientes nos atendimentos de casos emergenciais. “Mantivemos os atendimentos de todos os casos oncológicos, das urgências e emergências dermatológicas, assim como as primeiras consultas de pacientes que não se enquadram nos grupos de risco”, disse o médico dermatologista que foi aluno do Professor João Antonio durante sua residência na Famerp.

Para isso, as consultas foram espaçadas física e temporalmente, sendo obrigatório por todos o uso de máscara. As recomendações para prevenção de contágio também estão sendo constantemente reforçadas, como o distanciamento social; a higienização frequente das mãos; o não toque a face e mucosas; e o uso de máscara em ambientes públicos. “Também esclarecemos que é de suma importância que o paciente avise ao seu médico caso teste positivo para Covid-19 ou até mesmo sobre o aparecimento de sintomas associados, como febre e falta de ar, para que a pessoa seja rapidamente conduzida aos tratamentos adequados para todas as comorbidades”, esclarece.
 

Telemedicina: o uso da tecnologia para auxiliar pessoas que precisam de cuidados rotineiros

É possível usar a telemedicina para tratar pacientes, sobretudo os que apresentam maior chance de infecção, sem colocar em risco sua saúde e a do médico, bem como promovendo o distanciamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora esta seja uma importante aliada em situações de atendimento, é necessário se atentar para algumas questões como a transparência, a segurança de dados e a privacidade do paciente, assim como a limitações de conectividade.

“Quando alguma condição não permite o atendimento presencial, o acesso ao médico deve ser facilitado e garantido, mesmo que por telemedicina, mas de maneira bastante criteriosa e conforme as diretrizes do Ministério da Saúde (MS). Precisamos atentar para as limitações da alternativa, já que uma parcela dos nossos pacientes não possui sinal de internet nos seus aparelhos telefônicos, dependendo basicamente da chamada de voz, o que na dermatologia impacta sobremaneira a semiologia básica da visualização das lesões de pele”, pontua. O médico afirma que, ainda no caso dos pacientes que não encontram problemas ao fazer chamadas por áudio ou vídeo, partes importantes do exame físico dermatológico são perdidas, como a palpação e a dermatoscopia. “Mas no futuro, acredito que a telemedicina será mais uma grande ferramenta para a qual devemos estar preparados e integrados, ainda mais com o progresso da inteligência artificial”, completa.
 

Atenção especial a pacientes vulneráveis

Ainda que assegurados todos os cuidados na hora do atendimento, é fundamental lembrar que, especificamente em relação aos pacientes dermatológicos, há quatro grupos que exigem especial atenção durante esta pandemia, com as respectivas recomendações adicionais, baseadas na análise das mais recentes publicações e nas recomendações da SBD e do MS.

“Em portadores de hanseníase, o tratamento poliquimioterápico (PQT) preconizado deve ser mantido. Merecem especial atenção aqueles em uso de terapia imunomoduladora (corticosteroides) para o tratamento das reações hansênicas, que não deve ser interrompida abruptamente, mas, na medida do possível, ter diminuição gradativa da dosagem. É importante salientar que não há, até o presente momento, orientação para suspensão da talidomida. Com relação a pacientes em uso de imunobiológicos, não há estudos suficientes que correlacionem o real risco de Covid-19 para eles, que devem manter seu tratamento e procurar imediatamente um serviço de saúde em caso de manifestações compatíveis com a doença viral, em especial falta de ar e febre. Além disso, tais pacientes devem ter um canal de comunicação eficaz e seguro com o Serviço e com os médicos prescritores”, salienta.

Quanto ao uso da isotretinoína para o tratamento de acne durante a pandemia, até o momento não foram verificados nos estudos sérios de riscos de infecção ou de alteração na evolução do Sars Cov-2. “Nesses casos o tratamento deve ser mantido, acompanhando-se os efeitos colaterais já conhecidos. E em pacientes em tratamento oncológico, o tratamento cirúrgico das neoplasias malignas de pele deve ser assegurado. Caso o paciente faça uso de alguma quimioterapia, radioterapia e/ou imunoterapia, a conduta mais apropriada deve ser decidida junto ao oncologista clínico”.
 
Outro ponto importante é frisar, é que a regulação do sistema imunológico, essencial para o clearance viral e produção de anticorpos específicos eficazes contra o Sars Cov-2, pode sofrer influência de fatores emocionais, assim como ocorre no curso de doenças imunomediadas, como a psoríase. Por isso, o bem-estar psicossocial pode também ser um importante aliado contra essa pandemia.

“A sociedade médica está sendo a cada dia munida de mais informações sobre a Covid-19. Sabemos, entretanto, que sua fisiopatologia ainda não é totalmente compreendida, e muito menos há um protocolo fixo de tratamento curativo. O bom senso, portanto, sempre deve prevalecer, acompanhado de assistência multidisciplinar para pacientes com doenças crônicas. E, tão importante quanto, deve haver constante e eficaz comunicação entre os médicos que estão na linha de frente da pandemia com aqueles que já assistem tais indivíduos”, frisou Carlos Eduardo de Mathias, que também atua em consultório privado nas áreas de dermatologia clínica e cirúrgica.
 

* Matéria publicada na edição março/abril do JSBD


19 de maio de 2020 0

Nesta edição de março/abril, o JSBD oferece conteúdo especial e diversificado sobre a pandemia do novo coronavírus. Uma das matérias refere-se à realização pela Gestão 2019/2020 de um webinar sobre telemedicina e Covid-19, no qual centenas de dermatologistas esclareceram dúvidas importantes sobre assistência médica e debateram sobre como será o cenário pós-pandemia. Essa reportagem abre a série de notícias sobre o assunto. Ainda há textos sobre o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda; soluções sem custo oferecidas pela SBD em telemedicina e prescrição e prontuários eletrônicos, entre outros temas relevantes.

Além disso, você também poderá conferir o resultado das eleições para os cargos da Diretoria Executiva Gestão 2021/2022, realizada em abril. Os novos representantes da Nacional, Mauro Enokihara (presidente), Heitor de Sá Gonçalves (vice-presidente) e equipe, assumirão a entidade a partir de janeiro de 2021, com planos de trabalho que objetivam fortalecer as ações implementadas pelos gestores anteriores, incentivar o desenvolvimento da pesquisa científica na dermatologia e valorizar os médicos associados da SBD em sua atividade profissional. 

Outros assuntos que podem interessar são a publicação dos Consensos Brasileiros de Tratamento em Dermatologia, a serem lançados ainda este ano; a recente adesão da SBD à iniciativa internacional Choosing Wisely; e a entrevista exclusiva com a médica psiquiatra Carmita Abdo, que aborda a saúde mental em tempos de pandemia.

Acesse a plataforma de publicações na área restrita do site da SBD e boa leitura.
 

 

 


19 de maio de 2020 0

O enfrentamento de uma pandemia como a da Covid-19 causa danos na vida de todos: tanto da população, que muitas vezes se sente solitária devido ao confinamento e confusa em relação às informações divulgadas pela imprensa, quanto de quem está na linha de frente nos hospitais, como médicos e demais profissionais de saúde, que a cada dia recebem mais pessoas com a doença. Seguir os protocolos do Ministério da Saúde e se informar por meio dos órgãos oficiais e de sociedades médicas de especialidades são ações fundamentais para que menos pessoas se infectem pelo novo coronavírus. Entretanto, mesmo sabendo que a adoção de tais medidas é importante para evitar a propagação, muitos – médicos incluídos – acabam desenvolvendo estresse, ansiedade e até depressão devido ao distanciamento, às incertezas quanto ao futuro e ao medo de contrair a doença. E como não abalar a saúde mental com tantas dúvidas e inseguranças?

O Jornal da SBD conversou com a médica psiquiatra Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Hospital das Clínicas da FMUSP e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria(ABP) no triênio 2017-2019, para saber como é possível amenizar os reflexos desse período na vida de profissionais da saúde e pacientes. A entrevista foi publicada na edição de março/abril do periódico.

JSBD: O que pode ser feito para minimizar o estresse do confinamento? Atividades de lazer e o estímulo à criatividade são importantes tanto para a população quanto para médicos em geral?
Carmita Abdo: O confinamento, por si só, pode gerar estresse, porque nos sentimos tolhidos, limitados. É ainda pior para aquelas pessoas que não encontram em casa atividades com que se envolver ou que estão em relacionamentos conflituosos. Quanto maior o desconforto doméstico, maior o estresse do confinamento; obviamente atividades, sejam elas de lazer ou de trabalho, ajudam a lidar com essa situação. Prática de exercícios físicos, uma agenda balanceada com entretenimento e tarefas diárias, cuidados com a aparência, contatos virtuais, brincadeiras com as crianças da casa são medidas protetivas. Mas cada um deve buscar preencher seu tempo com escolhas pessoais, para não criar uma rotina mais entediante do que o próprio ócio.

JSBD: E como lidar com a solidão? Especificamente com relação às pessoas que moram sozinhas sejam elas jovens ou idosas.
CA: Estar só pode ser uma preciosa oportunidade de organização interna, de resgate do equilíbrio. Por outro lado, vale salientar que confinamento não é sinônimo de isolamento. Bons filmes, bons livros, papos pela internet, culinária, jardinagem, cuidado com os animais são alternativas para se contrapor ao distanciamento físico das pessoas queridas. É até possível programar um happy hour ou um almoço, cada um na sua casa, num encontro virtual, com direito a fundo musical e boa conversa.

JSBD: No caso de pessoas que já possuem transtornos de estresse agudo, bem como manias e compulsões, em momentos como este os sintomas podem se acentuar? Como agir?
CA: Os sintomas podem se acentuar em quem já apresenta esses transtornos. Nesses casos, uma ajuda especializada deverá ser retomada ou intensificada. Além disso, procurar manter-se ocupado, evitar dormir demais (como fuga) ou de menos (privação do sono é nociva à saúde mental), evitar também a ociosidade absoluta, o sedentarismo, as bebidas em excesso são atitudes que ajudam.

JSBD: Como lidar com as situações de estresse pós-traumático após quarentena tanto na população como também nos profissionais de saúde?
CA: Durante a quarentena, o equilíbrio emocional pode se romper pelo medo da pandemia, pela insegurança econômica, pelo distanciamento físico de pessoas queridas, pela sobrecarga de trabalho (dos profissionais de saúde e dos home office sem hora para começar nem para acabar), pelos hábitos forçosa e repentinamente modificados. A melhor forma de lidar é admitir que se fragilizou, fazer do cuidado pessoal a prioridade, até se restabelecer por meio de relaxamento, mindfulness, exercícios físicos, hobbies, terapias e medicamentos, quando for o caso.

JSBD: Uma vida financeira desequilibrada pode afetar muito o psicológico. E em um país com tantos autônomos, a pandemia fez seus lucros certamente caírem. Como fazer essa equação para não afetar a saúde mental?
CA: A pandemia está nos ensinando que podemos viver com menos e que os desafios nos mantêm vivos. Se de um lado, sofremos perdas; de outro, constatamos que essa perda é geral, o que nos impulsiona a separar o essencial do supérfluo, a socorrer os menos favorecidos do que nós. Estamos reaprendendo que dependemos uns dos outros para conseguir vencer. Vitória é sair saudável dessa guerra. Terminar materialmente mais pobre é o preço que vamos pagar.

JSBD: Muita gente está fazendo lives para manter contato com parentes e amigos. No início, pareceu uma forma de interagir. Mas acredita que com o tempo possa não fazer bem, já que pode gerar algum tipo de ansiedade? Fale sobre isso.
CA: Por enquanto as lives estão cumprindo o seu papel de aproximar as pessoas e propiciar a interação possível. Quando essa alternativa se esgotar, não tenho dúvida de que nossa criatividade já terá descoberto outras formas tão ou mais eficazes. Vamos evoluir num ritmo eletrizante para superar a ansiedade. Pode crer, novos meios de contato serão descobertos e praticados, a cada dia de confinamento. Por exemplo? Cantar e dançar nas varandas dos apartamentos, brindar à distância com cálices presos a hastes, registrar e divulgar cenas pitorescas das nossas ruas quase desertas. Muita gente já começa a se interessar por costumes de países dos quais nunca antes ouviu falar. Estamos ampliando os horizontes e o jeito de fazer as mesmas coisas, confirmando que a criatividade é filha da adversidade.

JSBD: Médicos que estão na linha de frente do combate à Covid-19 tendem a se deprimir mais rapidamente que os demais? Explique por que, uma vez que, em tese, médicos já estão acostumados a lidar com a morte.
CA: Se as circunstâncias nos exigem  acima de nossas forças; se nos sentimos desafiados e desarmados, apesar de nossa coragem; se há falta de perspectiva a curto e médio prazo; se compaixão pelos pacientes é o sentimento possível no momento, não há como o médico não se entristecer ou até deprimir (se a predisposição for para tal). Acostumado a lidar com a morte, ele se mantém hígido, quando sabe o que fazer para curar ou minimizar a doença. Diante de um inimigo praticamente desconhecido, contando com poucas armas para defesa e pouca ou nenhuma munição para o ataque, os médicos que estão na linha de frente da Covid-19 vivem a dolorosa experiência de dias frustrantes e a insana luta por dias mais promissores para si e, em especial, para seus pacientes.

JSBD: Há hoje algum tipo de curso ou atualização para os médicos que estão trabalhando com esses pacientes com corona nos hospitais?
CA: Sim, há inúmeros cursos, palestras, debates e lives sendo oferecidos online para que o médico se instrumentalize melhor e se atualize. E estão sendo divulgados pelas redes sociais. Diversificados quanto às temáticas, contemplam diferentes especialidades e interesses.

JSBD: A crise, pelo que se diz, está apenas começando. Tanto que profissionais das mais diversas áreas de saúde estão sendo convocados. O que diria, neste momento para os médicos de consultório, que não estão acostumados à rotina de hospitais? Como se preparar para isso?
CA: O consultório nem sempre é um lugar mais protegido do que o front de uma pandemia. A crise se alastra para além dos hospitais e será combatida com a experiência que o médico adquiriu no exercício da medicina, em tempos de não crise. Para qualquer situação, o preparo deve ser não só técnico, mas especialmente emocional. Ser verdadeiramente útil, vai depender de estar saudável. Recomendo fortemente que os colegas se protejam com EPIs adequadas e respeitando os seus limites. Não negligenciem de sua integridade física e mental. Só assim estarão aptos para continuar salvando vidas. O certo é que a cada dia saberemos um pouco mais sobre o novo coronavírus, o que nos tornará dia a dia mais habilitados para combatê-lo e vencer.

JSBD: Alguns médicos, pelo fato de estar na linha de frente, vêm-se afastando de suas famílias. Como manter a mente ativa, o trabalho fluindo, quando a vida pessoal está tão destroçada?
CA: Quando está nessa atividade, tenho certeza de que o médico se concentra e nem percebe o quanto (em tempo e espaço) está afastado de sua própria vida. Nos raros momentos de descanso, essa consciência volta. É nesses momentos que o pensamento deve se desapegar do presente. Nada é para sempre! Nem mesmo uma pandemia da magnitude da Covid-19. Sua vida de volta depende de você resistir (recordando os momentos felizes) e acreditar (a cada vida que salva).

JSBD: E os parentes dos doentes? Algum protocolo que esteja sendo seguido pelos médicos para dar amparo a essas pessoas?
CA: Sim, temos protocolos já elaborados e divulgados. Sugiro, por exemplo, acessar o site da Associação Médica Brasileira (AMB) para conhecer as recomendações de como lidar com a Covid-19: https://amb.org.br/. Há outras excelentes diretrizes elaboradas, divulgadas e diariamente atualizadas, à medida que mais vamos sabendo sobre essa doença.

JSBD: A solidariedade entre as pessoas diante de uma pandemia reforça os laços de afeto e é capaz de transformar a maneira como a sociedade enxerga a vida daqui para frente?
CA: A solidariedade é um diferencial que preserva vidas. Só quando pensamos e agimos na direção de proteger o outro, conseguimos proteger a população e, por conseguinte, a nós mesmos. O planeta havia se esquecido disso. A pandemia nos roubou a convivência com nossos pares para que recobrássemos essa consciência.

JSBD: Quando a senhora acha que a vida vai voltar à normalidade de fato?
CA: Essa previsão é difícil de se fazer. Pode ser de repente, porque o acaso ajudou e foi descoberta uma vacina, um remédio. Pode demorar, porque as pesquisas dependem de tempo para um desfecho confiável. De qualquer forma, não há como voltar ao ponto de onde partimos. A normalidade será outra, quando essa verdadeira guerra terminar. Estaremos menos crédulos e menos confiantes em nossa imunidade, porém mais sábios e mais felizes.


18 de maio de 2020 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança nesta segunda-feira (17/5) uma cartilha com foco nos profissionais da saúde que atuam na linha de frente de combate à Covid-19. Trata-se de um conjunto de orientações para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e equipes de apoio reforcem seus cuidados com o manuseio de equipamentos de proteção individual (EPIs) e com o próprio corpo, evitando-se, assim, o risco de contaminação pelo coronavírus e aumentando a percepção de bem-estar individual. 

O documento, que já se encontra disponível para download no site da SBD, será encaminhado para todos os conselhos profissionais e sociedades de especialistas para que façam a distribuição entre seus membros. Por uma questão de agilidade e economia, optou-se pela divulgação do trabalho em formato digital, o que permitirá que mesmo por plataformas de troca de mensagens chegue às equipes que estão nos serviços de saúde. 

Acesse a íntegra da cartilha da SBD

O texto apresenta uma série de recomendações e ações preventivas para médicos e trabalhadores da saúde no que se refere ao uso adequado de máscaras e óculos de proteção, entre outros. Também destaca cuidados que cada profissional deve adotar para evitar a contaminação pelo coronavírus e para preservar a pele, cabelos e unhas de desgastes devidos ao uso recorrente de EPIs e mesmo de produtos de higiene e limpeza.

Números – A iniciativa da SBD tem pertinência no contexto de aumento significativo do número de contaminados pelo novo coronavírus nas equipes. Dados do Ministério da Saúde, anunciados na quinta-feira (14/5), informavam a existência de 31.790 profissionais de saúde infectados. Além deles, 114.301 testes para a doença aguardavam resultados. 

O levantamento tem sido feito por meio de um sistema específico, em que as unidades de saúde, notificam casos de profissionais com quaisquer sintomas de gripe. De acordo com os registros, técnicos e auxiliares de enfermagem lideram a lista das categorias com mais contaminados (68.250). Em seguida, aparecem enfermeiros, 33.733; médicos, 26.546; recepcionistas, 8.610; outros agentes de saúde, 5.013; agentes comunitários, 4.917, entre outras profissões.

São Paulo, epicentro da doença no país, está no topo da lista de estados com mais profissionais com suspeita (65.507) e infectados (14.831). No Rio de Janeiro, há 29.413 casos em investigação e 4.451 confirmados. Além dos times em atuação, o Ministério da Saúde informa que o programa Brasil Conta Comigo, que capacita profissionais para o enfrentamento à pandemia e identifica voluntários para irem a campo, já recebeu cerca de 500 mil inscrições das 14 áreas da saúde. Dentre eles, estão cerca de 30 mil médicos. 

Rotinas – As orientações – elaboradas pelo coordenador do Departamento de Medicina Interna da SBD, Paulo Ricardo Criado – são úteis na medida em que ajudam médicos e outros profissionais da saúde a incorporarem em suas rotinas atitudes que estimulam o autocuidado, amplificam a percepção de conforto e evitam o surgimento de sinais e sintomas indesejados, além de reforçar a prevenção contra a Covid-19. Com o documento, a SBD se solidariza com as equipes, oferecendo-lhes informação e compartilhando conhecimento, destaca o autor.

“As sugestões englobam questões relacionadas à higiene pessoal, como o uso de aplicação de álcool em gel (65%-70%) nas mãos. Também são reforçadas recomendações sobre a etiqueta adequada ao espirrar ou tossir (colocar a parte interna do cotovelo ou um tecido na frente das vias aéreas – nariz e boca) e sobre a necessidade de manter distância de pelo menos de um metro de pessoas com sintomas respiratórios”, destacou Cláudia Alcantara, secretária da SBD, que acompanhou a elaboração do documento. 

De modo específico, aos profissionais que trabalham na linha de frente de combate à Covid-19, a SBD recomenda que o uso das máscaras deve ser precedido de cuidados na hora de colocá-las. O artigo adverte ainda que o uso de máscaras do tipo N95 ou FFP2 por períodos maiores que quatro horas pode causar desconforto e deve ser evitado. 

Pesquisas realizadas na China mostram que médicos e profissionais da saúde relatam sintomas como queimação, prurido ou pinicação na pele após o uso prolongado de EPI, no contexto de combate à Covid-19. Os padrões mais relatados de erupções foram ressecamento da pele ou descamação, pápulas e eritema (vermelhidão), além de maceração.

Cuidados específicos – Para reduzir o desgaste decorrente do uso de EPIs e de álcool na desinfecção das mãos, a SBD sugere que os profissionais façam, por exemplo, a aplicação de cremes específicos após cada higienização. Em caso de permanecer com luvas por tempo prolongado, deve-se aplicar emolientes contendo ácido hialurônico, ceramida, vitamina E ou outros ingredientes reparadores. 

Com relação ao uso de máscaras faciais e óculos de proteção por tempo prolongado, sugere-se a aplicação de hidratantes, loções cremosas, cremes em peles secas ou géis em peles acneicas ou oleosas antes de colocar o EPI. “Milhares de médicos e demais profissionais da saúde estarão diretamente envolvidos no atendimento das vítimas de Covid-19. Cuidar para que esse grupo saiba como se proteger e ter maior bem-estar é fundamental. Com esse documento, que faremos chegar aos nossos colegas de todo o país, a SBD reforça seu papel nesta batalha contra o coronavírus”, disse o presidente da SBD, Sérgio Palma.


18 de maio de 2020 0

É com pesar que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) comunica o falecimento, no dia 17 de maio (domingo), da médica dermatologista Thereza Lúcia Prata de Almeida, de Fortaleza (CE), aos 65 anos. 

Profissional dedicada e apaixonada pela dermatologia, foi professora da Universidade Federal do Ceará e responsável pela formação de inúmeros talentosos colegas que hoje atuam pelo Brasil e pelo mundo. Sua reconhecida capacidade técnica e rara sensibilidade para resolução dos casos clínicos, sua humanidade e amor ao próximo, são marcas indeléveis que pontuaram sua trajetória. 

"A Dra.Thereza com sua cativante meiguice e humildade, para muito além do compromisso profissional, tinha como missão de vida ajudar ao próximo. Ela sempre será lembrada com muito carinho por todos nós, amigos, colegas e pacientes", considera o médico dermatologista de Fortaleza e membro da Comissão de Título de Especialista da SBD, Heitor de Sá Gonçalves.





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