Nota de falecimento Dr. Osmar Rotta



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30 de julho de 2024

Com pesar, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa o falecimento do médico dermatologista e professor Osmar Rotta, ocorrido nesta segunda-feira (29).

Dr. Osmar se graduou em Medicina em 1973 e cursou residência médica em 1975 na Universidade de São Paulo, aonde se formou.

Ele se tornou especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, além de ser associado a Associação Médica Brasileira e ao Conselho Federal de Medicina desde 1976. Ganhou o título de Mestre em Dermatologia pela Universidade de São Paulo no ano de 1979 e de doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo em 1986.

Dr. Osmar foi ainda Professor Associado da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), atuando como Chefe da Disciplina de Dermatologia Geral (1995-2005) e Chefe do Departamento de Dermatologia. Também participou ativamente das atividades da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional do Estado de São Paulo (SBD-RESP). Além disso, integrou o Conselho Deliberativo da SBD e foi Membro do Conselho Decisório da SBD-RESP, Membro da Comissão de Título de Especialista da SBD e Presidente da Comissão de Título de Especialista.

“Foi exemplo de verdadeiro mestre e professor, por sua didática e ter formado vários mestres e doutores, competentíssimo profissional, além de ter sido um grande amigo e muito apegado e querido por seus familiares e amigos”, diz o médico dermatologista e ex-presidente da SBD, Mauro Y. Enokihara.

O velório ocorre nesta terça-feira (30/07), de 10h às 14h, na Velar Unidade Morumbi, localizada na Av. Giovanni Gronchi, n° 1358, Morumbi (SP).

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29 de julho de 2024

A Associação Médica Brasileira (AMB) reconheceu que a dermatologia pediátrica já faz parte da matriz de competência da formação do dermatologista. O parecer se deu após pedido da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para que a Dermatologia Pediátrica fosse reconhecida como área de atuação da pediatria e dermatologia. Porém, por meio da Comissão de Ensino Médico de Pós-graduação (CEMPG), o pedido foi indeferido.  

“A Sociedade Brasileira de Dermatologia entende que o parecer da CEMPG está correto, já que a Matriz de Competência da Especialidade de Dermatologia prevê 3 anos de Residência Médica, onde são abordadas várias doenças da pele, seus métodos diagnósticos e tratamentos, seja de criança ou de adulto, já sendo, portanto, a Dermatologia Pediátrica contemplada nessa formação”, explica o presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves.  

Para a coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD, Dra. Elisa Fontenelle, a notícia do indeferimento veio com grande satisfação. 

 “Parabenizamos o presidente Heitor de Sá Gonçalves por essa conquista. A dermatologia é uma especialidade complexa, diversa e rica em detalhes. É o dermatologista de formação o profissional capaz e habilitado a avaliar e conduzir todo e qualquer caso dermatológico. Não há vantagens na criação de área de atuação em dermatologia pediátrica sem a formação completa e necessária que os dermatologistas têm”, conclui ela. 

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26 de julho de 2024

O dia 26 de julho é dedicado aos avós e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta para o cuidado mútuo entre avós e netos. Estar atento aos mínimos detalhes ao olhar para quem você ama pode ajudar a prevenir doenças de pele.

“A pele é o maior órgão do corpo humano e prestar atenção nas mudanças que ocorrem com o tempo é fundamental. Não podemos banalizar o surgimento de pintas, manchas ou lesões por menores que sejam. É preciso entender que cuidar da pele está longe de ser uma vaidade, mas uma necessidade”, alerta o presidente da SBD Heitor de Sá Gonçalves.

Pintas e manchas na pele, por exemplo, podem parecer a mesma coisa, mas vale lembrar que não são sinônimos. As pintas podem nascer com a pessoa ou serem adquiridas ao longo da vida, surgindo até mesmo na infância e na adolescência. Na fase adulta é importante observar o surgimento de novas pintas ou a alteração daquelas já existentes, consultando o médico dermatologista.

As manchas são lesões por causas variadas, que podem ir desde exposições ao sol a doenças autoimunes, infecções de pele e até mesmo câncer de pele.

“É importante estar atento aos sinais e sintomas não só da sua pele, mas também de quem você convive, e caso perceba algo diferente busque o médico dermatologista para tirar a sua dúvida. Caso não seja nenhum problema, ótimo, mas se for alguma doença, você terá a oportunidade de tratá-la logo no início e evitar complicações. Não tenha medo do diagnóstico, quando mais cedo a descoberta, maior são as chances de cura”, diz a coordenadora do Departamento de Dermatologia Geriátrica da SBD, Ana Cláudia de Brito Soares.

Dica para os avós sobre como envelhecer com uma pele bonita e saudável

O envelhecimento é um processo natural que ocorre com o tempo e na pele, ele se traduz por perda da hidratação, da oleosidade, da elasticidade e aumento de sua fragilidade, tanto física quanto de defesa imunológica. Ocorre ainda à diminuição de alguns componentes da pele, como o colágeno e a elastina.

Alguns fatores como radiação ultravioleta, poluição, tabagismo, alimentação inadequada, álcool, doenças dermatológicas e estilo de vida, também contribuem para esse envelhecimento.

Para favorecer o envelhecimento de uma pele saudável a SBD preparou as dicas abaixo:

– Manter a pele limpa, seca e hidratada;
– Evitar banhos quentes e muito demorados; evitar se ensaboar demais e usar buchas, que também contribuem para alterar a composição do manto hidrolipídico (hidratante natural produzido pelo organismo) que protege a pele;
– Usar creme hidratante em toda superfície corporal logo após sair do banho, o que ajuda na sua absorção;
– Secar bem as áreas de dobras, como virilhas, axilas e espaços entre os dedos das mãos e pés;
– Usar protetor solar nos momentos de exposição ao sol;
– Os lábios também costumam ressecar. É importante usar hidratantes específicos para essa região para evitar rachaduras.

É importante lembrar que essas dicas não excluem uma consulta com o médico dermatologista. A pele do idoso necessita ser examinada ativamente, pelo menos uma vez por ano, com o objetivo de diagnosticar e tratar precocemente as doenças da pele, evitando assim, procedimentos maiores e mais traumáticos.

Confira mais dicas na cartilha da SBD sobre cuidados com a pele do idoso. Clique aqui.

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22 de julho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estará presente no 2º Congresso de Medicina Geral promovido pela Associação Médica Brasileira (AMB), de 25 a 27 de julho, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP). A programação do evento conta com palestras de 8 especialistas da SBD. 

“A participação da SBD no Congresso traduz a grande importância que a nossa Sociedade Brasileira dá à atenção básica, ao papel do clínico, do pediatra, como aquele médico que primeiro vê a doença dermatológica. Assim, passando o conhecimento das doenças mais comuns do ponto de vista da pele, estaremos capacitando o clínico, atualizando o pediatra, o médico da atenção básica, da família e comunidade, para que eles aumentem a sua resolutividade e consigam resolver boa parte dos problemas dermatológicos”, explica Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD. 

Na quinta-feira (25), Dra. Rosana Lazzarini, membro da diretoria da SBD, irá coordenar a mesa redonda que abordará as afecções prevalentes em dermatologia. Os médicos dermatologistas Dr. Lucas Campos Garcia e Dra. Roberta Buense Bedrikow também participarão da discussão. 

“Vamos falar de erupções medicamentosas, ou farmacodermias mais comuns, das piodermites e de urticária. É extremamente importante podermos cooperar com o aprimoramento de médicos do atendimento básico de uma maneira geral, mostrando alguns pontos essenciais da dermatologia”, diz Lazzarini. 

Na sexta-feira (26), é a vez do Dr. Heitor coordenar a mesa redonda de dermatologia. Também participam o vice-presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui, e a coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, Dra. Aparecida Moraes.  

Entre os assuntos, vamos abordar as reações a medicamentos, infecções bacterianas, urticárias agudas, hanseníase e câncer de pele, seja ele melanoma ou não melanoma. Essas são realmente as grandes demandas da dermatologia no Brasil”, diz Heitor de Sá. 

No sábado (27), o presidente da SBD também modera a apresentação de casos clínicos de complicações da hanseníase, que terá como debatedores os médicos dermatologistas Dr. Walter Belda Junior e Dr. Marcos Cesar Florian, concluindo assim o último dia do evento.  

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19 de julho de 2024

Após receber denúncias de que um biomédico, atuante no Distrito Federal, publicou um vídeo em rede social simulando a realização de preenchimento labial com médicas dermatologistas, resultando, supostamente, em necrose nos seus lábios, o Departamento Jurídico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ajuizou, nesta quinta-feira (18), uma ação civil pública sob o nº 0715087-83.2024.8.07.0020, em trâmite na 2ª Vara Cível de Águas Claras, exigindo do biomédico o pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), além de realizar a devida retratação. Também foi exigido que ele seja impedido de continuar com a prática de procedimentos privativos dos profissionais médicos.

A SBD entende que houve um ataque direto a toda a classe, uma vez que o biomédico encenou situações como se fossem realizadas por dermatologistas durante procedimentos estéticos, entre elas deixar a seringa cair e continuar o processo, espirrar sobre o paciente e insinuar que os médicos não prestariam o devido suporte após o procedimento.

“O canal de denúncia da SBD está tendo grande importância no nosso trabalho de valorização e defesa profissional do médico dermatologista. Contamos cada vez mais com a participação de nossos associados para que possamos, além de fazer valer a Lei do Ato Médico, zelar pela saúde da população. Devido à desinformação, muitos pacientes acabam se submetendo a procedimentos invasivos com profissionais que não possuem formação em medicina, colocando em risco a própria vida”, diz Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

Clique aqui e entenda o passo a passo que deve ser seguido para que a SBD receba sua denúncia e tome as medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis a cada caso.

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8 de julho de 2024

A 16ª edição do Teraderm, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), contou com a participação de aproximadamente dois mil médicos dermatologistas que se reuniram em São Paulo, no último final de semana, aonde abordaram temas voltados para a dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.

“O evento, tradição anual, reuniu médicos dermatologistas de todo o Brasil que buscam por capacitação no tratamento de seus pacientes, além de aprimoramento das técnicas voltadas para a estética”, explica dr. John Verrinder Veasey, um dos coordenadores do Teraderm.

Mais de 130 especialistas, entre coordenadores e palestrantes, deram em torno de 30 aulas, entre elas, a “Dermatologia do paciente com tatuagem”. Para a coordenadora da sessão, Rosana Lazzarini, muitos pacientes nem imaginam a profunda relação entre os temas. “Os pacientes que possuem vitiligo e psoríase, por exemplo, ao se tatuarem, podem desencadear as doenças ou piorá-las. Indivíduos que possuem muitas pintas também precisam de uma avaliação prévia com um dermatologista. As pintas precisam de acompanhamento e a tatuagem pode dificultar a análise, especificamente quando a tinta ou o traço é aplicado sobre elas”, explica Rosana Lazzarini.

O bloco também abordou as reações precoces que podem ocorrer na região tatuada. Caso os cuidados não sejam adequados no momento do procedimento, o paciente pode ter infecção por bactéria, além das reações tardias, como, por exemplo, formação de queloides e até mesmo processos inflamatórios. “As reações agudas como a inflamação inicial pela tinta podem ser tratadas com medicamentos tópicos e as infecções com o uso de antibióticos. Já reações crônicas podem exigir condutas mais complexas, como biópsias da lesão para definir a origem do problema”, completa Lazarini.

Outro bloco do evento foi o “Skincare e a maquiagem na infância: o que pode e o que não pode?”, coordenado pela dra. Carolina Gonçalves Contin Proença. Ela destaca que as mídias sociais mostram rotinas exageradas de skincare para crianças, com produtos não indicados, além de tutoriais de maquiagens. “O uso de maquiagem deve ser feito apenas com produtos infantis para o momento de brincadeira e festas a fantasia, mas não como apelo de beleza. Os produtos podem ser prejudiciais tanto para a pele, causando dermatite de contato, como também alteração no eixo hormonal”, diz.

Segundo a especialista, as recomendações de skincare para crianças devem contemplar apenas orientações de banho – breve, com água morna e sabonetes adequados. “Pode ser feito o uso de creme hidratante para pele ressecada ou sensível, além de fotoproteção com roupas e filtros solares indicados. Também há orientações de como prevenir de picadas de inseto, além de bons hábitos alimentares”, explica Carolina.

Ao longo dos blocos os médicos dermatologistas participantes puderam contribuir com as suas experiências, o que foi um grande diferencial. “Sempre buscamos promover a maior participação e interação possível dos médicos participantes. Essa é a essência da nossa Sociedade, afinal, acreditamos que só dessa forma é possível encontrar melhores perspectivas de tratamentos que gere qualidade de vida ao paciente”, diz Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

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4 de julho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lamenta o óbito ocorrido no Distrito Federal após a injeção de Polimetilmetacrilato (PMMA) para correção estética de glúteos com profissional não habilitada.

A SBD alerta que antes de realizar qualquer procedimento estético invasivo, é preciso certificar-se se o profissional escolhido é médico, habilitado e com situação regular no Conselho Regional de Medicina (CRM), evitando situações de risco decorrentes de possível atendimento por pessoas sem a devida qualificação e sem competência legal para tanto. Vale ressaltar que biomedicina e medicina são profissões distintas, ambas regulamentadas e com suas competências estabelecidas por lei.

Procedimentos que necessitam da utilização da substância PMMA devem ser indicados e realizados por médicos, pois podem produzir resultados imprevisíveis e indesejáveis, incluindo reações incuráveis e persistentes. O uso da substância pode causar reações imediatas ou em curto prazo, como: edemas locais, processos inflamatórios, reações alérgicas e formação de granuloma; e tardias, muitos anos após a realização da injeção.

É essencial ressaltar que o PMMA não é recomendado para fins estéticos generalizados por diversas entidades médicas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia reconhece que, apesar dos efeitos adversos, o PMMA continua a ser uma ferramenta valiosa para o tratamento de lipoatrofias severas, como por exemplo em alguns pacientes que convivem com HIV/AIDS, desde que administrado por profissionais qualificados. A importância de procedimentos estéticos invasivos realizados por médicos capacitados é enfatizada como medida crucial na prevenção e manejo de complicações potenciais.

Ressalta-se ainda que os procedimentos estéticos invasivos envolvem avaliação prévia do paciente e não podem estar separados de um atendimento médico responsável. Do ponto de vista da saúde pública, vale destacar que a prática da medicina e realização de tratamentos devem ser feitos em estabelecimentos de saúde, como consultórios médicos, clínicas e hospitais, locais onde é possível observar os quesitos de biossegurança dos procedimentos.

Quanto à regulamentação, todos os produtos utilizados em procedimentos médicos e estéticos no Brasil devem possuir registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), garantindo segurança, eficácia e qualidade. A aplicação do PMMA é restrita a profissionais médicos habilitados, seguindo rigorosas orientações de dosagem e técnicas de aplicação estabelecidas pela Agência.

Por fim, este parecer destaca a responsabilidade dos médicos na avaliação criteriosa dos pacientes, na indicação, aplicação e seguimento adequado da injeção de PMMA, visando sempre a segurança e o bem-estar dos indivíduos submetidos a esses procedimentos estéticos.

Um parecer técnico conjunto a partir do entendimento entre SBD e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica está em andamento e será apresentado ao Conselho Federal de Medicina para definir os rumos desse procedimento estético, sempre visando a segurança dos pacientes.

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2 de julho de 2024

Neste Dia do Hospital, celebrado em 2 de julho, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) destaca o papel do médico dermatologista no ambiente hospitalar e alerta para a importância do diagnóstico, manejo e condução adequada desses pacientes.

“A atuação do dermatologista no hospital envolve o diagnóstico e condução de doenças cutâneas em formas graves, tais como hanseníase e pênfigo(“fogo selvagem “); o diagnóstico e conduta de interconsultas a outros serviços do hospital e o diagnóstico precoce e conduta de reações medicamentosas graves ocorridas dentro ou fora do hospital”, explica Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

Uma das complicações e manifestações mais associadas a infecções no paciente que está internado é a candidíase cutânea, que provoca sintomas como vermelhidão e coceira, principalmente nas áreas de dobras do corpo.

“Surge em pacientes que estão acamados, pacientes que são diabéticos, obesos, que estão utilizando antibióticos de largo espectro por via oral ou por via intravenosa. O tratamento deve ser feito não somente no local afetado como também através do uso sistêmico de antifúngicos”, explica o médico dermatologista Paulo Roberto Lima Machado, coordenador do departamento de doenças infecciosas e parasitárias da SBD.

Além dos problemas dermatológicos que podem surgir durante a hospitalização de um paciente, existem aquelas dermatoses que necessitam de internação para serem tratadas, como as doenças bolhosas, que se manifestam com o aparecimento de vesículas e/ou bolhas, podendo afetar a pele e as mucosas.

“Há algumas indicações para a internação hospitalar no caso das doenças bolhosas: os pacientes com área extensa de acometimento da pele que necessitam de uma resposta terapêutica mais rápida, aqueles que possuem dificuldade importante para se alimentar ou desnutrição e aqueles com infecção bacteriana com maior risco de evoluírem para quadros graves, como infecção generalizada. Outros fatores devem ser levados em consideração, como idade, sinais vitais (temperatura corporal, pulso, pressão arterial e frequência respiratória), estado geral, contexto social e presença de outras doenças”, explica Oscar Cardoso Dimatos, coordenador do departamento de doenças bolhosas da SBD.

Outras doenças dermatológicas podem apresentar indicação para a realização de tratamento com o paciente internado em ambiente hospitalar. São indicações de internação: o herpes-zóster em pacientes que apresentam complicações ocular e/ou neurológica, os casos de erisipela com progressão rápida da vermelhidão, ausência de melhora após 48 horas de antibioticoterapia via oral, com acometimento na face e em pacientes imunocomprometidos. As reações graves a medicamentos, os casos de eritrodermias (vermelhidão e descamação generalizados) graves e alguns pacientes com psoríase podem necessitar de cuidados intensivos em algum momento do tratamento.

“Em relação a todas essas doenças, ressalto que os dermatologistas são médicos preparados e capacitados para diagnosticá-las e tratá-las. Frequentemente, são necessárias avaliações de outras especialidades médicas e de outras profissões da saúde, que são os acompanhamentos multidisciplinar e multiprofissional”, explica Oscar.

Alguns procedimentos estéticos também devem ser feitos em ambiente hospitalar, como é o caso do peeling de fenol, indicado para tratar casos de envelhecimento facial severo, caracterizados por rugas profundas e textura da pele comprometida. Por ser considerado um procedimento estético invasivo demanda extrema cautela, sendo essencial que seja conduzido, preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente anestesiado e sob monitoramento cardíaco.

“O peeling de fenol faz uma necrose, ou seja, uma destruição tanto da epiderme, a camada mais superficial da pele, quanto da derme, a mais profunda. Por existir uma troca completa de todas as estruturas da pele esse é considerado um peeling profundo. Apesar de consagrado desde a década de 50, com muita literatura científica, ele traz alguns riscos, já que o fenol é tóxico para o coração, para os rins e para o fígado. Então, o paciente, antes do procedimento, precisa fazer uma série de exames e durante o procedimento é necessário que tenha monitoramento cardíaco, já que com a substância fenol em contato com a pele do indivíduo ele pode fazer algumas alterações no eletrocardiograma, podendo ter arritmias. Também é indicado uma indução venosa com soro para reduzir os impactos da substância no organismo”, explica a coordenadora do departamento de cosmiatria dermatológica da SBD, Elisete Crocco.

 

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26 de junho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), considera um grande equívoco a Resolução RE n° 2384/2024, publicada nesta terça-feira (25), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em que proíbe a comercialização, importação e uso de produtos contendo fenol para todos os procedimentos de saúde, dando a entender que está proibida a utilização do fenol para procedimentos invasivos pelos médicos.  

Há diversas evidências de eficácia e de segurança do fenol, quando indicado corretamente e realizado com os cuidados imprescindíveis, como monitoramento cardíaco, hepático, renal, conhecimento da técnica, controle do pós, da possibilidade de infecção cutânea ou até de infecção grave.  

 A SBD reitera que é veementemente contra a proibição para uso de fenol pelos médicos habilitados e capacitados, de preferência dermatologista ou cirurgião plástico. 

 

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25 de junho de 2024

O “2º Imunoderma”, simpósio promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, contou com a participação de aproximadamente 500 médicos dermatologistas de todo o Brasil, que se reuniram em Campinas (SP), no último final de semana. Entre os assuntos tratados estava o vitiligo, doença caracterizada pela perda da coloração da pele, que tem como data de conscientização o dia 25 de junho.  

“No evento foram abordadas as doenças imunomediadas na prática médica, onde os especialistas apresentaram diversos casos clínicos. Uma excelente oportunidade de troca de conhecimento no diagnóstico e tratamento dessas patologias. Neste mês, também marcado pelo Dia Mundial do Vitiligo, não podíamos, no nosso encontro, deixar de falar desse tema, o qual afeta crianças e adultos”, diz o presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves. 

O encontro teve intensa programação e contou com aproximadamente 70 especialistas entre palestrantes, moderadores e apresentadores. “Discutimos os avanços terapêuticos em relação a diferentes doenças imunomediadas incluindo o vitiligo, psoríase, dermatite atópica, alopecias, entre outras doenças. Os principais destaques foram as apresentações dos casos clínicos com a utilização de novas drogas com alto perfil de eficácia e segurança dos medicamentos. Muitas delas já acessíveis para a população brasileira”, explica o médico dermatologista Ricardo Romiti, coordenador do evento.   

Os médicos dermatologistas da SBD, Caio César Silva de Castro, do Paraná, e Ivonise Follador, da Bahia, abordaram o módulo “Vitiligo na Infância”. “Trata-se de uma doença genética autoimune, onde as células de defesa do indivíduo atacam seus próprios melanócitos, responsáveis por produzir a melanina, que dá cor à pele. O vitiligo tem componentes genéticos e inflamatórios”, explica Dr. Caio, coordenador do Departamento de Biologia Molecular Genética e Imunologia da SBD.  

Sintomas e Diagnóstico 

O vitiligo, na maioria das vezes, não tem sintoma, porém alguns pacientes podem ter prurido, ou seja, uma coceira leve quando as lesões estão começando. O diagnóstico é feito pela observação clínica das manchas que podem ser evidenciadas no escuro com a lâmpada de wood, que destaca bastante as manchas brancas do vitiligo. Quando ainda há dúvidas se o paciente tem ou não a doença é feita uma biópsia. 

Tratamento 

O principal tratamento é a fototerapia com radiação ultravioleta B. “Elas emitem um comprimento de onda capaz de matar as células que estão na pele, denominadas linfócitos T, que mataram os melanócitos. Dessa forma, os melanócitos conseguem voltar para as lesões do vitiligo e repigmentar a pele. Podemos também fazer tratamentos com medicações orais ou tópicas, além de remédios inibidores”, explica o médico. O especialista também destacou que ainda não foi possível impedir que o vitiligo não se instale em determinados locais, mas em áreas pequenas, como nas mãos, já é possível evitar.  

“Nesse caso, por exemplo, é preciso tomar cuidado ao fazer a unha e retirar a cutícula, porque o traumatismo pode ser um gatilho para novas lesões, então, é melhor empurrar a cutícula, do que tirá-la. O paciente também não deve fazer depilação a laser, pois a destruição dos pelos faz com que se perca a reserva de melanócito e reduza o potencial de repigmentação. Também não é recomendada a utilização de clareadores a base de hidroquinona ou peeling de fenol porque retira toda a camada da pele, podendo desencadear o vitiligo”, conclui.  

O dermatologista é o médico especialista para a avaliação e conduta das queixas de pele, cabelos e unhas, portanto, para o diagnóstico e tratamento do paciente com vitiligo é indispensável uma análise dermatológica.    

 





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