Assistência farmacêutica: Consulta pública para oferta de imunobiológicos por planos de saúde pode trazer alívio para milhões de pacientes com psoríase




30 de outubro de 2020 0

Milhões de brasileiros que vivem com psoríase estão atentos a uma consulta pública em andamento na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cujo desfecho pode ser a senha para sua maior qualidade de vida. Até 21 de novembro, está aberto o processo que receberá sugestões para atualização do rol de procedimentos da ANS, que entra em vigência em 2021. Dentre os itens em análise, está a oferta pelos planos de saúde dos chamados medicamentos imunobiológicos.

O novo texto definirá procedimentos, exames e tratamentos que são de cobertura mínima obrigatória pelas operadoras de planos de saúde. “É uma oportunidade para profissionais de saúde, pacientes, gestores e cuidadores opinarem sobre a inclusão, exclusão e alteração de tecnologias no novo rol. No caso de quem vive com a psoríase ou trata pacientes com essa doença, participar desse processo é um dever”, ressalta o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Imunobiológicos – No Brasil, mais de 5 milhões de pessoas que vivem com a psoríase dependem da melhora da assistência farmacêutica. Segundo Palma, um dos autores do novo Consenso Brasileiro de Psoríase 2020 e Algoritmo de Tratamento da SBD, o documento – lançado em 29 de outubro – estabelece um novo padrão para atendimento de pacientes com essa doença. Dentre as mudanças, traz vários avanços com relação a sua versão anterior, divulgada em 2012. Destacam-se a definição de novos desfechos, de metas de tratamento e de critérios de gravidade, bem como o uso de medicamentos imunobiológicos, o que está sendo tema da consulta pública da ANS.

Essas substâncias terapêuticas consideradas de última geração têm grande eficiência no tratamento de doenças autoimunes, como é o caso da psoríase, afirmam os especialistas. Produzidos por sistemas biológicos vivos, com estrutura molecular complexa, de alto peso molecular e homóloga às proteínas humanas, esses medicamentos são capazes de atuar em locais específicos das vias imunológicas e inflamatórias.

Na prática, com a possível mudança, os pacientes portadores de psoríase, com planos de saúde, que não apresentem resposta ou tenham contraindicação às terapias tradicionais, terão acesso a esses medicamentos junto às operadoras, como já ocorre com algumas substâncias no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “Dar ao portador da psoríase o tratamento adequado e combater o preconceito em torno da doença são prioridades da SBD, bandeiras que levantamos há mais de 10 anos”, afirma o presidente da entidade.
 
Medicamentos – A SBD tem atuado para estimular a aprovação de todos os medicamentos disponíveis para o tratamento da psoríase, nos setores público e privado. A única condição é que o dermatologista possa indicar a melhor opção para cada paciente, considerando seu quadro geral. “Essas medicações são muito eficazes, pois levam ao desaparecimento de lesões cutâneas. A meta atual do tratamento da psoríase, segundo os guias internacionais, é manter o paciente com poucas ou livre de lesões”, justifica Paulo Oldani, que representa a Sociedade nas reuniões no Ministério da Saúde para discutir o tema.

No âmbito do SUS, a inclusão de novos fármacos depende de análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec), vinculada ao Ministério. Em 2019, após gestões da SBD, esse grupo aprovou para tratamento da psoríase a oferta pela rede pública de medicamentos biológicos: na primeira linha, adalimumabe; na segunda linha, ustequinumabe e secuquinumabe; e, para crianças, etanercepte.

Recentemente, o risanquizumabe também foi incorporado ao rol de medicações disponíveis no SUS, conforme aponta o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT) para a psoríase, já aprovado pela Conitec. A inclusão também se deveu ao trabalho de convencimento feito pela SBD. “São medicações que apresentam alta eficácia e excelente perfil de segurança”, afirma Oldani.

O PCDT estabelece critérios de diagnóstico e indica possibilidades de tratamento com medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; assim como posologias recomendadas, mecanismos de controle clínico e formas de verificação de resultados terapêuticos a serem seguidos pelos gestores do SUS.  No momento, esse documento, com foco na psoríase, se encontra em fase de revisão, com envolvimento direto da SBD por meio de seus representantes. O lançamento do Consenso de Psoríase pela entidade deve influenciar os debates.

Custos – Porém, eventuais avanços na ampliação da oferta de medicamentos para psoríase no SUS esbarram em um obstáculo: a exigência de mais recursos para incorporar novas drogas. Isso porque as novas medicações em exame são do grupo dos chamados imunobiológicos, que possuem produção e estrutura molecular complexas. Essas características os diferenciam dos medicamentos sintéticos e implicam em custos elevados.

A solução encontrada pelo Ministério da Saúde, até o momento, tem gerado insegurança entre os dermatologistas. Como houve quebra de patente de alguns destes imunobiológicos, laboratórios começaram a produzir biossimilares para reduzir despesas. Contudo, segundo os técnicos da SBD, diferentemente dos genéricos, em teoria, é impossível se produzir uma cópia fiel dos imunobiológicos por conta de sua complexidade molecular e de produção.

“Por isso, a substituição indiscriminada dos produtos de referência pelos biossimilares gera discussão em torno de potenciais efeitos colaterais e dificuldade de sua rastreabilidade”, salientou Sérgio Palma. Ele ressaltou, inclusive, que, recentemente, o Ministério da Saúde publicou nota técnica na qual informa que o biossimilar do adalimumabe será disponibilizado no SUS ainda em 2020.

Porém a SBD, faz uma crítica: a norma prevê a troca automática do imunobiológico sem o consentimento do médico prescritor e do paciente, o que vai contra nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que orienta que essa decisão deve envolver ambos.

“Deve-se evitar a troca em pacientes em uso do produto de referência pelo biossimilar. Caso isso aconteça, deve ser uma única vez. No entanto, médico e paciente precisam estar cientes e concordar com a mudança. Outro cuidado importante é fortalecer a farmacovigilância para rastrear possíveis efeitos adversos”, destacou Palma.

Desconhecida – A psoríase é uma doença inflamatória, crônica, imunomediada, sistêmica e não contagiosa, que acomete principalmente pele e articulações. Ela afeta mais frequentemente joelhos, cotovelos e couro cabeludo com lesões arredondadas, vermelhas e descamativas, gerando coceira e desconforto, dentre outros sintomas. É um transtorno de saúde que muitas vezes gera preconceito e diminui a qualidade de vida dos pacientes.  

A SBD estima que, no Brasil, 1,31% da população tenha psoríase, doença cuja causa ainda é desconhecida, mas que pode ser desencadeada em decorrência de traumas físicos, fumo, infecções, estresse emocional, e uso de determinadas medicações. “O tratamento da doença evoluiu bastante nos últimos anos com surgimento de medicações de alta eficácia e bom perfil de segurança”, comenta Paulo Oldani. Segundo ele, o atendimento dos casos de ser individualizado.

Para Sergio Palma, a psoríase é uma doença desvalorizada. “Ainda tem muita gente que pensa que é uma doença psicológica e o paciente demora a conseguir tratamento adequado”, comenta. “Uma pele sem lesão faria diferença em todos os aspectos da vida do paciente. Nossa luta é para dar qualidade de vida para o paciente”.

 


30 de outubro de 2020 0

Apenas no estado de São Paulo, mais de 11,5 milhões de procedimentos para atendimento de pacientes com psoríase foram realizados por serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos 10 anos. Desse total, 97,9% se referem à entrega de medicamentos. O restante se divide em exames de diagnóstico, cuidados clínicos e cirúrgicos e ações complementares de atenção, promoção e prevenção em saúde. Os dados, obtidos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA – SUS), se referem ao período entre janeiro de 2010 e agosto de 2020.

A população com idades entre 50 e 59 anos é a que mais tem utilizado esse serviço disponível na rede pública. Os pacientes nessa faixa representam em torno de 25% do total de ações realizadas no período analisado. Na sequência, aparecem os seguimentos de 60 a 69 anos, com 20%; de 40 a 49 anos, com 18%; e de 30 a 39 anos (12%). Os mais jovens, com até 19 anos, representam apenas 4% do volume total.

Dez mais – Os três municípios com retiradas mais expressivas foram: São Paulo, que somou 33% dos procedimentos; Campinas, com 10,3%; e Santo André, com 7,2%. Na sequência, completando a lista dos dez mais, aparecem Sorocaba, Osasco, Botucatu, Santos, Mogi das Cruzes e Piracicaba.

Ao longo do período analisado, de 2010 a agosto de 2020, o volume de recursos do SUS dispensado para o custeio das ações relacionadas aos pacientes com psoríase, incluindo entrega de medicamentos, somou R$ 30.284.250,92. Para o presidente da SBD, Sérgio Palma, os números confirmam a importância do fortalecimento da política de assistência farmacêutica da psoríase. “As estatísticas apontam o peso que o acesso aos medicamentos, muitas vezes inacessíveis para a população de baixa renda, tem para o controle e monitoramento dessa doença”.

Suporte – Na sua avaliação, a procura significativa por medicamentos, dentre todos os serviços disponíveis, revela que para o paciente contar com o suporte terapêutico no âmbito do SUS é essencial, sobretudo para os grupos mais vulneráveis economicamente. Apesar de reconhecer o impacto dos gastos com a compra das substâncias no orçamento público, Sérgio Palma entende que o Governo – em níveis federal, estadual e municipal – pode avançar. “O bem-estar e a qualidade de vida oferecida pelo uso dos remédios certos não têm preço. Essa conta vale o investimento”, ressaltou.
Como os números referentes aos procedimentos disponíveis se referem apenas a São Paulo, a SBD informa que solicitará ao Ministério da Saúde acesso às informações de outros estados e municípios para permitir a visualização do quadro nacional. Palma alega que o conhecimento desses números permitirá aos gestores entenderem as demandas existentes para oferecerem soluções que as contemplem.

 


29 de outubro de 2020 0

Os dermatologistas brasileiros têm, agora, um Manual Prático de Fototerapia que lhes oferece parâmetros para o emprego dessa ferramenta terapêutica em distintos cenários. O documento, elaborado a partir de contribuições de 11 especialistas convidados, tem como proposta fazer uma atualização com base técnica e científica sobre o tema. Com textos objetivos e didáticos, tem uso garantido em consultório, clínicas e hospitais que atendem pacientes em busca desse procedimento.

A elaboração desse trabalho foi iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), na Gestão 2019 – 2020, como uma ação voltada ao aperfeiçoamento das práticas profissionais. Na coordenação geral, estão a professora Ivonise Follador, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e o presidente da entidade, Sérgio Palma. Ambos acompanharam os autores dos capítulos – de diferentes gerações de dermatologistas –, os quais tiveram autonomia para desenvolver os temas sob sua responsabilidade, demonstrando conhecimento teórico e técnico, bem como sua vivência na medicina.

Iniciativa pioneira – “Este Manual Prático de Fototerapia é um projeto idealizado há alguns anos que finalmente se concretiza. Sinto-me muito honrada e alegre em poder coordenar este trabalho. Trata-se de uma iniciativa pioneira com o envolvimento de colegas dedicados e integrados na proposta de oferecer, aos associados da SBD e aos membros dos Serviços Credenciados e Especializados de Fototerapia, o acesso a um conhecimento qualificado, que certamente será de grande ajuda, no dia a dia, no exercício da dermatologia”, ressaltou Ivonise Follador.

Na dermatologia, a fototerapia se consolidou como abordagem terapêutica nos anos 1970, com a introdução do psoraleno, antes do procedimento com luz artificial. Atualmente, esse método é adotado na especialidade para cuidados com inúmeras dermatoses, muitas de alta incidência e difícil controle. Como informa o Manual, além dos cuidados nas indicações e protocolos corretos, deve-se assegurar que as revisões médicas periódicas, também fundamentais para o êxito dos tratamentos, transcorram regularmente. É essencial observar questões, como: melhora clínica, necessidade de associação ou mudança de terapêutica associada, coleta de documentação fotográfica, entre outras.

“Doenças como a dermatite atópica, o vitiligo e a psoríase se beneficiam de tratamentos com fototerapia, que melhoram a qualidade de vida dos pacientes, com a redução dos sinais e sintomas causados pelos diferentes transtornos. O método também é indicado para diversas dermatoses com período crônico de evolução, como linfomas cutâneos de células T e eczemas crônicos”, disse Sérgio Palma.

Padronizado – Além disso, ele conta, a fototerapia pode ser utilizada como monoterapia ou associada a algumas drogas, com objetivo de diminuir o tempo de tratamento e as doses de medicações. Por conta dos bons resultados terapêuticos alcançados, “entende-se que essa ferramenta, da qual a dermatologia lança mão regularmente, deve ter seu manejo orientado e padronizado”, acrescentou o presidente da SBD.

Segundo Ivonise Follador, é fundamental, para que um serviço de fototerapia funcione bem, que os técnicos – preferencialmente da área de enfermagem, que fazem diariamente o manejo das máquinas – sejam muito bem treinados. “Devem ser orientados e preparados para atuarem com cuidado e dedicação, adotando, igualmente, postura ética e humanizada na sua relação com pacientes e outros profissionais”, disse.

Os coordenadores do Manual Prático de Fototerapia lembram, ainda, que como esses procedimentos estão vinculados a tratamentos longos, geralmente com idas aos serviços duas a três vezes na semana, durante meses, alguns pontos não podem ser ignorados. Eles destacam a necessidade de preenchimento da ficha clínica e conversas explicativas, com os esclarecimentos aos pacientes, que devem ser frequentes.

“Os dermatologistas e os membros de suas equipes devem participar do processo ativamente, mantendo contato regular com os pacientes nas visitas, para a interação adequada entre eles, favorecendo, assim, excelentes resultados e segurança na prática dessa modalidade terapêutica”, concluiu Palma.

 


29 de outubro de 2020 0

Na semana do Dia Mundial da Psoríase, o BandNews DOCs apresenta edição especial totalmente voltada para o tema. Clique na imagem para assistir ao documentário, que conta com a participação do coordenador da Campanha Nacional de Psoríase da SBD, Ricardo Romiti.


29 de outubro de 2020 0

Além de desencadear problemas emocionais, devido, sobretudo, ao isolamento social, a pandemia do novo coronavírus também tem agravado problemas de pele. O estresse e a falta de sol, causados pelo tempo dentro de casa, são um gatilho para desencadear um aumento e o agravamento de doenças de pele, principalmente a psoríase, doença inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta diretamente milhares de pessoas no Brasil e pode atingir todas as idades. A prevalência da psoríase na população brasileira é de aproximadamente 1,3% e na população mundial é de cerca de 2%.

— A tensão emocional e a ansiedade, relacionadas à pandemia do novo coronavírus, tendem a agravar doenças psicodermatológicas, como a psoríase. Medicações como a cloroquina, por exemplo, também podem exacerbar a doença. Além disso, por estarem em casa, muitas pessoas não se expuseram ao sol ou a atividades ao ar livre, mesmo sabendo que a luz UVB é benéfica para controle da doença — apontou a Dra. Renata Magalhães, médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A causa da psoríase ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que é uma doença imunomediada (quando o sistema de defesa do organismo ataca células saudáveis do próprio corpo) que tem relação com fatores genéticos. Alguns gatilhos podem desencadear ou agravar o quadro, como estresse, tabagismo, infecções e uso de algumas medicações.

Geralmente, a doença é percebida através do aparecimento de lesões avermelhadas e elevadas, com escamas esbranquiçadas na superfície. Coceira e dor associada a rachaduras na pele são outros sintomas. Os locais mais atingidos são o couro cabelo, cotovelos, joelhos e as costas, podendo também aparecer em outras regiões do corpo como nas unhas (ungueal), mãos e pés (palmo-plantar) e articulações (artropática ou artrite psoriásica). Existem também variantes graves com lesões com pus (pustulosa) e aquelas que se espalham por todo corpo (eritrodérmica).

De acordo com a Dra. Renata Magalhães, a melhor forma de prevenir ou melhorar o quadro de psoríase é manter hábitos de vida saudáveis, usar hidratantes, tomar banhos de sol — de forma moderada —, evitar o traumatismo da pele, além de se consultar com um dermatologista periodicamente.

— Um terço dos pacientes com psoríase desenvolve artrite psoriásica. Além disso, obesidade, diabetes, hipertensão, enfermidades coronarianas e doença inflamatória intestinal, como a Doença de Crohn, podem estar associadas à psoríase. Condições psiquiátricas, como ansiedade, depressão e abuso de substâncias, também podem acometer grande parte dos pacientes — declarou a especialista.

A escolha do tratamento é feita pelo dermatologista, tendo em vista a gravidade e o tipo do quadro. Existem tratamentos tópicos com pomadas e cremes para formas leves e localizadas, fototerapia com luz UV controlada, medicamentos orais e medicamentos injetáveis (imunobiológicos).
 

Dia Mundial de Combate à Psoríase

No dia 29 de outubro, é comemorado o Dia Mundial de Combate à Psoríase. Tendo em vista a data, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) começou mais uma campanha de conscientização para a população.

Neste mês de outubro, estão sendo divulgadas informações sobre a psoríase, doença crônica inflamatória, não contagiosa e que tem tratamento, apesar de ser recorrente. Coordenada pelo médico dermatologista Ricardo Romiti, Coordenador da Campanha Nacional de Psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a iniciativa tem como objetivo orientar e esclarecer as dúvidas da população. Este ano, a campanha foi pensada para dar dicas, as #TopTipsemPsoríase, para pacientes com a doença. A psoríase provoca alterações na pele, nas unhas, no couro cabeludo e até nas articulações (artrite psoriásica).

Mesmo não sendo contagiosa, os pacientes com a doença sofrem muito preconceito por causa das lesões aparentes na pele. O impacto da doença não fica restrito ao corpo e também pode causar depressão, ansiedade e ganho de peso. “Um acompanhamento multidisciplinar é importante para a melhora da qualidade de vida do paciente”, reforça Dr. Ricardo Romiti.

Não deixe de procurar um médico dermatologista para diagnóstico e tratamento no site da SBD (www.sbd.org.br) ou nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais informações em www.psoriasetemtratamento.com.br.

Fonte: Observatório da Saúde do RJ


29 de outubro de 2020 0

Para a campanha mundial do ano de 2020 a International Federation of Psoriasis Associations (IFPA), escolheu o tema "Informe-se". Através de informações confiáveis, é possível coletar dados, criar ferramentas e outros recursos para melhorar a qualidade de vida das pessoas com psoríase, promovendo conscientização, empoderamento e ação.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) abre oficialmente em outubro, desde 2016, a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase. Nesse período, elabora ações anuais de esclarecimento para mostrar que os pacientes podem conviver com a doença, considerada crônica, sistêmica, autoimune e não contagiosa. Afeta a pele de cerca de 3% da população mundial, isto é, 125 milhões de pessoas em todo o mundo.

No Brasil, a prevalência da doença é de 1,3%, variando entre 0,9 a 1,1% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 1,9% no Sul e Sudeste, o que representa 5 milhoões de pessoas.
A psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa, caracterizada pela presença de manchas róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas esbranquiçadas. Sua causa é ainda desconhecida e embora exista uma predisposição familiar, não é necessariamente transmitida aos descendentes.

Atinge homens e mulheres, em qualquer idade, podendo ocorrer desde formas localizadas e discretas, até formas muito severas acometendo grande área da superfície corporal. A psoríase está sujeita a melhoras dos sintomas e a recaídas, relacionadas a diversos fatores: traumas (físico, químico, queimadura solar), infecções, drogas, estresse emocional, etc.

Os locais mais atingidos são o couro cabeludo, cotovelos, joelhos, palmas das mãos, plantas dos pés, unhas e tronco, com lesões em ambos os lados do corpo.

Tipos e sintomas:

– Psoríase Vulgar: lesões de tamanhos variados, delimitadas e avermelhadas, com escamas secas, aderentes, prateadas ou acinzentadas que surgem no couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

– Psoríase Invertida: lesões mais úmidas, localizadas em áreas de dobras como couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

– Psoríase Gutata: pequenas lesões localizadas, em forma de gotas, associadas a processos infecciosos. Geralmente, aparecem no tronco, braços e coxas (bem próximas aos ombros e quadril) e ocorrem com maior freqüência em crianças e adultos jovens.

– Psoríase Eritrodérmica: lesões generalizadas em 75% ou mais do corpo.

– Psoríase Ungueal: surgem depressões puntiformes ou manchas amareladas, principalmente nas unhas das mãos.

– Psoríase Artropática: além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.

– Psoríase Pustulosa: aparecem lesões com pus nos pés e nas mãos (forma localizada) ou espalhadas pelo corpo.

– Psoríase Palmo-Plantar: as lesões aparecem como fissuras nas palmas das mãos e solas dos pés.

Tratamento:

A psoríase é uma doença de evolução crônica e não há como preveni-la, sendo possível controlar sua reincidência. O tratamento procura principalmente reduzir o número e a gravidade das lesões e vai depender das características do paciente.

Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase.

Cada tipo e gravidade de psoríase podem responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra, dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado.

Os medicamentos utilizados podem ser tópicos (para passar no corpo) ou sistêmicos (devem ser ingeridos). Casos leves e moderados (cerca de 80%) podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol.

É importante salientar que qualquer tratamento deve ser feito sob rigorosa orientação médica, de forma persistente, sendo necessário, em alguns casos, suporte psicológico para uma melhor adaptação ao impacto provocado pela doença.

Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde – MS


29 de outubro de 2020 0

Cinco milhões de brasileiros que vivem com psoríase passam a contar, a partir de agora, com um novo fluxograma de tratamento e um delineamento atualizado nas estratégias para ajustes em suas terapias. O documento, elaborado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), orientará o manejo dos pacientes com essa doença em diferentes fases de cuidados, prevendo a incorporação de avanços científicos e tecnológicos ocorridos ao longo dos últimos oito anos, data da edição de texto anterior (2012).

Do total de pessoas com diagnóstico de psoríase em torno de 3,7 milhões (73,4%) têm sua qualidade de vida comprometida. Isso em decorrência de manifestações dessa doença na pele que comprometem movimentos, causam desconforto e geram exposição dos portadores a situações de preconceito por conta de desconhecimento da população. Para o presidente da SBD, Sérgio Palma, muitos pacientes desenvolvem quadros de depressão e outros transtornos de saúde mental devido à reação de alguns diante das lesões.  “Por isso, é essencial levar informações sobre a psoríase e suas implicações aos brasileiros. É o que a SBD fez em campanha recém encerrada sobre o tema”, destacou.

Medicamentos – Entre as mudanças que são trazidas pelo Consenso Brasileiro de Psoríase 2020 e Algoritmo de Tratamento da SBD estão a definição de novos desfechos, de metas de tratamento e de critérios de gravidade, bem como o uso de medicamentos imunobiológicos. Essas substâncias terapêuticas consideradas de última geração têm grande eficiência no tratamento de doenças autoimunes, como é o caso da psoríase. Produzidos por sistemas biológicos vivos, com estrutura molecular complexa, de alto peso molecular e homóloga às proteínas humanas, esses medicamentos são capazes de atuar em locais específicos das vias imunológicas e inflamatórias.

O Consenso da SBD servirá como referência para formulação de protocolos de atendimento e de políticas públicas voltadas aos pacientes com psoríase – de moderada à grave, apostam os dirigentes da entidade. Segundo Sérgio Palma, esse documento terá grande repercussão nas práticas adotadas em serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela área privada, com a incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias. “Por meio dele, fica estabelecido um parâmetro moderno de assistência para pessoas com psoríase, o qual deve ser agregado à prática clínica para trazer maior efetividade, segurança e conforto no manejo dessa doença que não tem cura, mas que, com as orientações e suporte terapêutico corretos, pode causar menos desconforto aos seus portadores”, disse Palma.

Doença – Grande parte da população ainda desconhece a psoríase. Trata-se de uma doença inflamatória crônica da pele e das articulações, de caráter imunomediado e não contagioso, que afeta cerca de 125 milhões de indivíduos em todo o mundo. Pelo menos 5 milhões estão no Brasil. Lesões nos joelhos, cotovelos, couro cabeludo e genitais são as manifestações clínicas mais comuns.

“Entende-se que os cuidados com portadores de psoríase, principalmente os mais jovens, devem ser entendidos como tema prioritário para a agenda pública de saúde. Por conta de seu caráter sistêmico, essa doença, antes vista como agravo de pele, passou a ser relacionada a doenças do sistema cardiovascular, ou seja, o portador tem maior risco de desenvolver outros transtornos. Por isso, esse Consenso deve ser um instrumento de consulta voltado a quem enfrenta essa doença, seja como paciente ou como médico assistente responsável”, disse o dermatologista Ricardo Romiti, professor da Universidade São Paulo (SP) e responsável pela publicação.

Epidemiologia – Na avaliação dos especialistas da SBD, no Brasil, a composição étnica, aumento da longevidade, além de características climáticas e de insolação podem implicar em dados epidemiológicos únicos e diferentes prevalências regionais de psoríase. Essas características também influenciam, no País, as manifestações graves dessa doença e sua resposta às terapêuticas disponíveis.

Dados recentes da SBD estimam a prevalência da psoríase, no Brasil, em 1,31% da população, sendo 1,15%, em mulheres; e 1,47%, em homens. Houve, ainda, a identificação de um aumento da prevalência de psoríase quanto à faixa etária: abaixo dos 30 anos, de 0,58%; entre 30 e 60 anos, de 1,39%; e entre maiores de 60 anos, 2,29%. As regiões do país também diferem quanto à prevalência da doença, com maiores indicadores nas regiões Sul e Sudeste, em contraste com Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

O tratamento desse transtorno visa a redução do desconforto que causa. Em pacientes com quadros leves, o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT), do Ministério da Saúde, ainda em vigor, orienta a prescrição de medicamentos externos, como cremes e pomadas com corticosteroides, calcipotriol e ácido salicílico. Nos casos moderados e graves, a opção prioritária é a fototerapia ultravioleta B (UVB) ou ultravioleta A (PUVA), assim como medicamentos orais sistêmicos. A SBD inova ao propor que seja agregado ao PCDT os chamados imunobiológicos e terapias-alvo, considerados os tratamentos mais modernos, pois atuam como anticorpos, bloqueando a proteína que causa a inflamação.

Apesar de não ter cura, é possível reduzir o aparecimento de episódios da doença em seus portadores, alertam os especialistas. Para tanto, recomenda-se a adoção de hábitos de vida saudáveis, como: alimentação equilibrada, prática de atividade física, não fumar e evitar situações de estresse emocional. Também é recomendado o uso de hidratante e controlar a exposição diária ao sol. No entanto, alerta Ricardo Romiti, “é essencial sempre contar com suporte de médico dermatologista para fazer o diagnóstico e acompanhar o paciente para fazer ajustes na terapêutica, caso necessário”.

O Consenso Brasileiro de Psoríase 2020 e Algoritmo de Tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia foi elaborado sob a coordenação dos especialistas Sérgio Palma (PE), Ricardo Romiti (SP), André Vicente E. de Carvalho (RS) e Gleison V. Duarte (BA). O documento tem 35 capítulos e reúne a produção de 80 colaboradores, que fizeram a estratificação de níveis de evidência e seu grau de recomendação sobre diferentes tópicos relacionados à doença.

 


29 de outubro de 2020 0

O dia 29 de outubro é marcado como data de conscientização, tratamento e combate ao preconceito relacionados a doença psoríase, uma enfermidade inflamatória crônica da pele caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em forma de placas, não transmissível e que não tem cura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a enfermidade afeta cerca de 3% da população mundial, isto é, 125 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 5 milhões apenas no Brasil. A psoríase atinge pessoas de qualquer faixa etária, com maior incidência entre 30 e 40 anos e 50 e 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. No Brasil, a prevalência média da doença é de 1,3%, variando entre 0,9 a 1,1% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 1,9% no Sul e Sudeste.

As causas da psoríase ainda são desconhecidas, mas sabe-se que envolvem questões autoimunes e genéticas. Também já está confirmado que alguns fatores externos podem causar o surgimento ou a piora das lesões, como o tempo frio, as infecções e o estresse. O hábito de coçar ou de mexer nas lesões e os banhos quentes e prolongados pioram o quadro, provocando, muitas vezes, até ressecamento e coceiras da pele.

O médico dermatologista do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE) e Diretor da SBD, Egon Daxbacher, alerta sobre o preconceito que pacientes diagnosticados com a psoríase sofrem.

“Toda doença que afeta a pele de forma intensa, e que leva a prejuízo na imagem, acaba sendo alvo de preconceito, infelizmente. Isso faz com que as pessoas diagnosticadas possam se sentir mal com a doença mais do que ela própria já cause problemas e, com isso, até dificultar a resposta ao tratamento”, opina o especialista.

Daxbacher também associa as doenças crônicas (hipertensão arterial, diabetes e obesidade) e os problemas emocionais, e até psicológicos, como uma forma de desencadear ou agravar a psoríase. O médico ressalta a complexidade de casos mais graves.

“Casos muito extensos de psoríase, que afetem quase ou totalmente a pele do corpo, podem facilitar infecções e desidratação. Em casos que as articulações sejam afetadas, podem ocorrer deformidades de mãos e pés”, explica.

A psoríase é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença inflamatória crônica, grave e não transmissível. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realizam, anualmente, a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, com objetivo de reduzir a falta de informações sobre a doença e, em especial, extinguir o preconceito vivido por pacientes que receberam este diagnóstico. O Dia Mundial da Psoríase surgiu justamente para tentar solucionar esta questão. A data, celebrada sempre em 29 de outubro, nasceu em 2004 a partir da união de várias organizações mundiais para tratar do tema.

Sintomas

A psoríase apresenta um conjunto de sintomas confundíveis com outras doenças de pele. Os mais comuns são:

• Lesões róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas esbranquiçadas, que afetam a pele, especialmente em cotovelos, joelhos, couro cabeludo, unhas, palmas das mãos e plantas dos pés;
• Manchas, coceira, queimação e dor, unhas grossas, sulcadas ou com caroços;
• Em casos mais graves e avançados, a doença pode causar danos às articulações, com dor e inflamação articular.

Diagnóstico

Os dermatologistas são, habitualmente, os médicos que realizam os diagnósticos e iniciam o tratamento da psoríase. Não há exames de sangue que comprovem a enfermidade, e por esta razão, o diagnóstico é realizado por exame clínico por meio de uma avaliação profissional dos sinais e sintomas do paciente ou, eventualmente, por biópsia.

Tratamento

Nos casos mais leves, normalmente são prescritos medicamentos como pomadas, loções, xampus ou gel. Em casos mais avançados, são indicadas sessões de fototerapia por ultravioleta, com ou sem remédio, medicamentos de uso oral ou injetável. O tratamento deve ser sempre indicado por um médico. Uma das principais diretrizes da data é ressaltar as perspectivas de tratamento da psoríase para uma melhor qualidade de vida aos pacientes. A importância do diagnóstico correto e do acesso à informação – uma das principais armas para combater o preconceito – se tornam essenciais para que o paciente não sofra abalos psicológicos, aprenda a se cuidar e a gerenciar sua doença.

Prevenção

Não existe hoje uma forma de prevenir o surgimento da doença em quem tem predisposição. Apesar disso, existem tratamentos que podem manter a doença controlada ou mesmo ausente da pele, parecendo que a pessoa não a possui.

A SES pede para que a população não deixe de procurar um médico dermatologista para diagnóstico e tratamento no site da SBD (www.sbd.org.br) ou nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais informações em www.psoriasetemtratamento.com.br.

Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro





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