Congresso é iluminado para reforçar campanha de conscientização sobre psoríase



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27 de outubro de 2021 0

Em poucos minutos, você vai ter acesso a uma atualização sobre abordagens terapêuticas para o vitiligo. Neste episódio do SBDcast, o assessor do Departamento de Biologia Molecular, Genética e Imunologia da SBD, Caio Cesar Silva de Castro, apresenta informações úteis para os associados sobre o tema, ajudando a melhorar a prática clínica diária.

Dentre os tópicos tratados na conversa com Beni Grinblat, 2º secretário da SBD, estão os tipos de exames solicitados para a definição do diagnóstico; as medicações tópicas recomendadas; e as orientações para prescrição de fototerapia.  Atento aos avanços da ciência, o convidado do SBDcast ainda aponta as novidades que podem surgir nos próximos anos, com chances de trazer qualidade de vida e bons resultados para os pacientes com vitiligo. O bate-papo flui de forma ágil e dinâmica, tornando o aprendizado ainda mais prazeroso.

Lançado em fevereiro deste ano, o SBDcast é uma iniciativa da Gestão 2021-2022 que apresenta novidades sobre assuntos de interesse para a dermatologia em formato de podcast. Todas as semanas, sempre às quartas-feiras, há um episódio novo e exclusivo para os associados. Para conferir este programa e edições anteriores, basta acessar o aplicativo da SBD ou a área restrita no portal.

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22 de outubro de 2021 0

A cantora e modelo Kelly Key se tornou uma das porta-vozes na luta pela conscientização sobre a psoríase, doença de pele relativamente comum, crônica e não contagiosa, mas que causa problemas para milhões de brasileiros. Preocupada com o tema, ela gravou mensagem de apoio aos pacientes e familiares dentro de campanha lançada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A campanha, que alcançou repercussão nas redes sociais, traz informações sobre a psoríase e orienta a população a respeito da importância do diagnóstico e do tratamento precoces. A iniciativa também explica como ter acesso a medicamentos em serviços de saúde públicos e privados.

Kelly Key ajuda neste esforço até em função de sua experiência de vida. Recentemente, ela revelou nas redes sociais que sofreu as consequências desse problema de saúde. “Existe uma doença chamada psoríase, que ataca nossa pele e afeta a nossa autoestima. Sei disso por experiência própria. Mas tenho boas notícias: apesar de não ter cura, a psoríase tem tratamento e pode ser controlada”, avisa.

Na mensagem, a cantora também faz um alerta contra o preconceito causado pela doença, que deixa marcas visíveis na pele: “acima de tudo: Não baixe a cabeça e nem a sua autoestima. Você merece o respeito e o apoio de todos. Cuide de sua pele, cuide de sua saúde, cuide de você”.

Além dela, a campanha desenvolvida pela SBD conta com o apoio do jornalista Fernando Rocha, conhecido pelo trabalho que faz na cobertura em saúde e medicina. O ex-apresentador do Programa Bem-Estar (TV Globo) demonstrou familiaridade com o tema ao mostrar que se trata de uma doença que, muitas vezes, passa despercebida.

“Saúde é um assunto que deve ser prioridade na vida de todo mundo. A psoríase é uma doença que ataca a pele e muita gente tem e nem sabe. Por isso fique atento a sinais e sintomas. Fique atento a sua pele.  Ao menor sinal de problemas, procure um médico dermatologista para fazer uma consulta. Esse profissional vai fazer o diagnóstico e prescrever o tratamento para tratar a psoríase”, disse.

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22 de outubro de 2021 0

Alertar a população sobre uma doença de pele que afeta cerca de 5 milhões de pessoas no País, em especial nos grupos de 30 e 40 anos e 50 e 70 anos, sem distinção quanto ao gênero. Esse é o objetivo da Campanha Nacional de Conscientização sobre a Psoríase, lançada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A iniciativa engloba uma série de ações que ocorrerão durante o mês de outubro e tem como alvo também atualizar os médicos sobre as opções existentes para o diagnóstico e o tratamento dessa doença.

“Queremos deixar claro para todos que a psoríase tem tratamento, pode ser controlada. O melhor de tudo: graças ao trabalho da SBD e de outras organizações da sociedade, o SUS e os planos de saúde diponibilizaram para os pacientes acesso a medicamentos de alta eficácia, os chamados imunobiológicos. Ao contrário de anos anteriores, em 2021, temos um motivo para comemorar”, resumiu o coordenador Nacional da Campanha, André Carvalho.

A estratégia desenvolvida pela SBD inclui postagens (textos e vídeos) nas redes sociais, o compartilhamento de vídeos de especialistas com esclarecimentos sobre a doença e a participação de celebridades com depoimentos sobre o tema. A cantora Kelly Key, que tem o diagnóstico de psoríase, e o jornalista Fernando Rocha estão entre as personalidades que emprestaram sua imagem e voz para alertar os brasileiros sobre os cuidados.

A SBD também preparou uma live para a população, no dia 29 de outubro, quando interessados poderão interagir com especialistas. Além disso, vários prédios e monumentos também vão iluminar suas estruturas em roxo e laranja, as cores da psoríase. Entre eles, estão o Congresso Nacional, e o Palácio do Buriti (sede do Governo do Distrito Federal), em Brasília; a sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista; a prefeitura de Belo Horizonte e a Fonte Cruzeiro do Sul, na Praça da Liberdade, ambos na capital mineira;  e o Teatro Amazonas, em Manaus. Prefeituras órgãos públicos e outras entidades também vão compartilhar as mensagens de prevenção em seus canais de comunicação.

Para os dermatologistas, a SBD desenvolveu duas abordagens. A primeira é a realização de uma live, durante a qual serão compartilhadas as mais recentes atualizações científicas e terapêuticas para o diagnóstico e o tratamento da psoríase. Da mesma forma, os profissionais serão alertados, por meio de mensagens, sobre a disponibilidade de medicamentos modernos e de alta performance na rede pública e nos planos de saúde.

Psoríase – A psoríase é uma doença da pele, relativamente comum, crônica, não contagiosa e que tem tratamento. Trata-se de um quadro autoinflamatório, no qual por predisposição genética, surgem lesões avermelhadas e que descamam na pele. Aspectos ambientais e emocionais podem funcionar como gatilho para o início de crise, que podem ser controladas com a ajuda de dermatologistas.

O combate ao preconceito contra as pessoas que têm psoríase é um ponto importante na assistência aos pacientes, lembra André Carvalho. Segundo ele, por não ser contagiosa, o contato com os pacientes não precisa ser evitado. Além disso, ele destaca que a confirmação dessa doença significa que seu portador tem mais chances de desenvolver outras comorbidades.

“Em até 30% dos pacientes com psoríase, inflamação similar pode acontecer nas articulações, levando à artrite psoriásica, outra forma de manifestação da doença. Também existe associação de psoríase com doenças cardiometabólicas e gastrointestinais, assim como com diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor, o que diminui a qualidade de vida do paciente e pode também, dependendo da gravidade, diminuir a expectativa de vida, se não tratados”, explicou.

Ciclos – Segundo André Carvalho, a psoríase se caracteriza por apresentar ciclos, ou seja, sintomas aparecem, desaparecem e reaparecem periodicamente. Entre eles, estão: manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; pequenas manchas brancas ou escuras residuais após melhora das lesões avermelhadas; pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; coceira, queimação e dor; unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações da sua forma (sulcos e depressões); inchaço e rigidez nas articulações; e em casos mais graves, destruição das articulações e deformidades. As manifestações variam, conforme a gravidade.

“Em casos de psoríase leve pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas, mas nas formas graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes”, enfatizou André Carvalho.

Alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles: histórico familiar, estresse, obesidade, tempo frio, infecções diversas, uso de medicamentos, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo. “Há vários tipos de psoríase, sendo necessário procurar um dermatologista especializado no tratamento da doença para poder identificar, classificar e indicar a melhor opção terapêutica caso a caso”, salientou o coordenador da Campanha da SBD.

Tratamento – Há inúmeras opções de tratamento (tópicos, sistêmicos, biológicos e com fototerapia) para a psoríase. A escolha terapêutica da melhor para cada caso deve sempre ser feita por um médico dermatologista. De acordo com André Carvalho, “cada situação pode de forma diferente a um tipo diferente de tratamento (ou combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra. Dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado. Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase”.

Outro ponto importante, destacado pelo coordenador, é a necessidade de adesão ao tratamento por parte do paciente. “Nunca se deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação. É fundamental estar atento. Caso perceba qualquer um dos sintomas, procure o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais precoce será o tratamento e menores os riscos de impacto da doença sobre a qualidade e quantidade de vida”, finalizou.


20 de outubro de 2021 0

Você tem gostaria de conhecer mais sobre a técnica da cirurgia micrográfica de Mohs, quais são suas indicações e o motivo dela ser utilizada no tratamento do carcinoma de alto risco? Então, acompanhe o episódio do SBDcast onde estes e outros assuntos serão abordados.

Nossa convidada especial, Mariana Meirelles, coordenadora do Departamento de Cirurgia Micrográfica, conversou com o presidente da SBD, Mauro Enokihara, trazendo uma série de informações que ajudam a esclarecer dúvidas sobre o tema. 

Neste bate-papo ágil e rico em conteúdo, os associados terão acesso, inclusive, à história de criação dessa abordagem e vão entender como ocorre a capacitação para quem pretende empregá-la na prática clínica. 

Para ouvir este episódio completo, acesse a área do associado no site ou o aplicativo da Sociedade. Toda quarta-feira, o SBDcast disponibiliza um novo episódio, onde entrevistas com especialistas oferecem atualização útil para a rotina de atendimento


15 de outubro de 2021 0

Vamos falar sobre toxina botulínica na prática clínica? Ao acompanhar este episódio do SBDcast é possível ficar atualizado sobre o uso dessa substância. Para tratar desse assunto, o programa contou com a participação de Ana Paula Meski, do Ambulatório de Cosmiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. 

A especialista fala sobre a evolução dessa técnica nos últimos anos que aparece, por exemplo, na inclusão de tratamentos na região do terço inferior e na busca por resultados mais naturais. Na conversa de Ana Paula Meski com o Beni Griblat, segundo secretário da SBD, será possível ainda entender como abordar o paciente que se queixa de menor duração de um procedimento, inclusive para reduzir as chances de efeitos indesejados.  Além disso, ela aborda dúvidas recorrentes nos consultórios, como o uso do gelo e de microdoses e a diluição recomendada.

Lançado em fevereiro deste ano, o SBDcast é uma iniciativa da Gestão 2021-2022 que traz exposições sobre assuntos de interesse para a dermatologia semanalmente, todas as quartas-feiras, exclusivamente para os associados. Para conferir este programa e edições anteriores, basta acessar o aplicativo da SBD ou a área do associado, no portal.

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7 de outubro de 2021 0

O Brasil acumulou mais de 360 mil casos de sífilis entre janeiro de 2018 e junho de 2020, revelam os últimos dados disponíveis sobre o assunto. O problema é que este quadro pode não retratar a realidade do País. Especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que fizeram o levantamento a partir de bases do Ministério da Saúde, com a pandemia de covid-19, que tem impactado negativamente na realização de consultas e de exames de prevenção, estima-se que milhares de pacientes não procuraram os serviços de saúde ao manifestarem sinais e sintomas dessa doença.

CONFIRA OS DADOS COMPLETOS DE 2010 A 2020

Para os dermatologistas, são altas as chances de um quadro instalado de subnotificação, o que compromete as estratégias de enfrentamento desse problema de saúde pública. Os últimos números disponibilizados pelo Ministério da Saúde, referentes ao intervalo de janeiro a junho de 2020, dão conta de 49 mil ocorrências de sífilis adquirida. Isso corresponde a uma média de 8,2 mil casos registrados por mês, ou seja, uma queda de 36% em comparação ao que foi informado a cada 30 dias em 2019.

Vigilância – Já entre janeiro e dezembro de 2019, o sistema de vigilância epidemiológica apontou a existência de 152,9 mil casos de sífilis adquirida, o que representa uma média mensal de 12,8 mil registros. Em 2018, o acumulado no ano havia sido de 158,9 mil ocorrências, ou 13,2 mil por mês. Apesar da constatação de uma tendência de queda – de um ano para outro -, essa variação não chegou a 4% no pré-pandemia (2018-2019).

“Mesmo que os números continuassem a cair, que é o desejado por todos, dificilmente isso ocorreria numa proporção em torno de 30%. A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que tem preocupado muito os médicos pela forma endêmica como se instalou no Brasil, muito em função de padrões de comportamento e de lacunas nas políticas de prevenção e tratamento”, afirma Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD.

O quadro da sífilis se agrava quando se amplia a série histórica. Entre 2010 e 2020, o Brasil alcançou a soma de 783 mil casos de sífilis adquirida, seguindo uma proporção de crescimento exponencial. Há 11 anos (2010), foram registradas 3.925 ocorrências dessa infecção. Uma década depois, esse número foi 39 vezes maior (152,9 mil). A taxa de detecção seguiu o mesmo ritmo. Ela cresceu 34 vezes: foi de 2,1 registros por grupo de 100 mil habitantes, em 2010, para 72,8, em 2019.

Mulheres grávidas – Pelos dados do Ministério da Saúde, essa infecção afeta principalmente a população masculina. Entre 2010 e 2020, dos quase 800 mil casos registrados 59,8% eram homens. As mulheres representavam 40,2%. No entanto, mesmo com um percentual menor, elas agregam um fator a mais de preocupação, pois muitas manifestam sintomas durante a gestação, com alto risco de contaminação dos recém-nascidos, dando origem à sífilis congênita.

No período de 2010 a 2020, foram 357,1 mil mulheres diagnosticadas com sífilis adquirida durante a gravidez. A maioria delas estava na faixa etária dos 20 aos 29 anos (53% dos casos). Na sequência, apareciam, respectivamente, pacientes de 15 a 19 anos (25%); e de 30 a 39 anos (19%). Outros períodos etários somavam apenas 3%.  Outro indicativo relevante é a baixa escolaridade das infectadas.

Ensino e poder aquisitivo – Do total de mulheres grávidas com sífilis, 29% tinham o ensino fundamental incompleto, o que sugere a maior prevalência em populações socioeconomicamente mais vulneráveis. Em seguida, estavam os grupos com ensino médio completo (17%); médio incompleto (14%); e fundamental completo (10%). Aquelas com ensino superior representavam apenas 2% e as analfabetas 1%. No entanto, 27% não informaram escolaridade.

Outro dado que reforça o maior risco ao qual a população com menor poder aquisitivo ou grau de instrução está exposta é o de origem étnica das infectadas. Mais da metade (55,9%) das mulheres com sífilis adquirida, entre 2010 e 2020, eram pardas e 9,9% pretas. Por sua vez, as grávidas da cor branca somavam 23,7% dos registros; amarelas e indígenas, juntas, eram apenas 0,4% do total. As que não fizeram declaração de cor/raça chegam a 9,7%.

Segundo os dados oficiais, a sífilis congênita – relacionada diretamente à contaminação de mulheres – também é um problema em crescimento. Nos primeiros seis meses de 2020, o País registrou 8,9 mil diagnósticos da doença em recém-nascidos, ou seja, 1,5 mil pacientes a cada mês. Onze anos antes, em 2010, a média era bem menor e girava em torno de apenas 579 registros mensais. Na comparação do período de 2010 a 2019, os casos saltaram de 6.946 para 24.130 diagnósticos ao ano.

Subnotificação – Para o coordenador do Departamento de IST & Aids da SBD, Márcio Soares Serra, o quadro de subnotificação deve ser observado com bastante atenção, uma vez que pode agravar a situação em longo e médio prazos. “Muita gente não tem conseguido ou tem receio de agendar consultas por causa da covid-19. Há, por exemplo, a diminuição de pré-natal entre as mulheres. Outro ponto é que não temos uma busca ativa de contactantes no Brasil. Além disso, apesar da sífilis ser uma doença de notificação obrigatória, nem sempre isso é feito. Somados, todos esses fatores podem complicar ainda mais nossa situação epidemiológica”, disse.

Segundo Márcio Serra, o diagnóstico precoce faz com que o paciente tenha mais chances de não desenvolver formas mais graves da doença. “A sífilis primária e a secundária podem evoluir sem tratamento. Caso o paciente permaneça com síndrome latente por muito tempo, vai continuar transmitindo. Acho que esse é um dos piores fatores que pode agravar ainda mais o que temos visto atualmente”, enfatizou. Ele também alerta para a falta de campanhas de conscientização de doenças sexualmente transmissíveis. “Antigamente, tínhamos campanhas de ISTs durante o Carnaval e outros períodos. Agora, nem isso”, lamentou.

Tendência – A alta prevalência dessa infecção sexualmente transmissível aparece também em outros países. Nos Estados Unidos, na última década, a sífilis se consolidou como um problema de saúde pública. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), em 2019, foram notificados 129.813 casos naquele país. Desde que atingiu uma baixa histórica em 2000 e 2001, a taxa de sífilis entre os norte-americanos vem aumentando anualmente, com variação de 11% a mais nos números, quando se comparam 2018 e 2019 (último dado disponível).

“Essa é uma tendência internacional e o Brasil faz parte do grupo de nações com números alarmantes. Por ser uma doença com evolução grave, até mesmo fatal se não tratada adequada e precocemente, é fundamental que médicos e autoridades públicas permaneçam em alerta, atuando em ações educativas de prevenção e apoiando as fases de diagnóstico e tratamento”, avalia Heitor de Sá Gonçalves.

Sinais e sintomas – Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) com diferentes estágios de evolução e variados sintomas clínicos, entre eles, manifestações dermatológicas. Conforme salienta o vice-presidente da SBD, embora ainda seja altamente prevalente, a doença tem tratamento simples e eficaz, por meio do uso de penicilina benzatina, que é administrada de acordo com o estágio clínico do paciente.

A sífilis pode ser classificada como sífilis primária, secundária, latente ou terciária. No estágio primário, ela geralmente se apresenta como uma pequena ferida, no local de entrada da bactéria (pênis, vagina, colo uterino, ânus ou boca), que aparece alguns dias após o contágio. A ferida normalmente é indolor e desaparece sozinha, depois de poucas semanas.

Estágios – Quando a infecção não é tratada, a bactéria permanece no organismo e a doença evolui para os estágios de sífilis secundária (quando podem ocorrer manchas, pápulas e outras lesões no corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas) ou então sífilis latente (fase assintomática, quando não aparece mais nenhum sinal ou sintoma).

Após o período de latência, que pode durar de dois a 40 anos, a doença evolui para a sífilis terciária, condição grave que leva à disfunção de vários órgãos e pode causar a morte do paciente, costumando apresentar lesões ulceradas na pele, além de complicações ósseas, cardiovasculares e neurológicas.

Além da sífilis adquirida, outra forma de manifestação dessa IST é a sífilis congênita, transmitida por via placentária da mãe para o filho. A condição provoca diferentes sintomas no recém-nascido, como: baixo peso ao nascer ou dificuldade de ganhar peso; sequelas neurológicas; inflamação articular; dores nos ossos; perda visual; audição reduzida ou surdez; entre outros. A doença comumente é responsável por abortos espontâneos, prematuridade e óbito neonatal.

Prevenção – O uso do preservativo masculino ou feminino durante a relação sexual é a forma mais segura de prevenção contra a sífilis. Todo paciente que mantem atividades sexuais de risco ou se expõe a relações desprotegidas deve procurar o mais rápido possível uma unidade de saúde para realizar o teste rápido de detecção da sífilis. O exame é de graça na rede pública.

As gestantes também devem testar para a sífilis. Se a grávida receber o diagnóstico e realizar tratamento adequado, é possível prevenir a transmissão para a criança. “Por isso, é de suma importância insistir na testagem de pacientes com vida sexual ativa. Aos dermatologistas, a recomendação da SBD é para que redobrem a atenção, uma vez que as manifestações na pele são sinais relevantes e recorrentes neste tipo de infecção”, concluiu Sá Gonçalves.

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1 de outubro de 2021 0

17/09/2021 03:12


 

Milhares de crianças brasileiras manifestam sinais e sintomas de dermatite atópica, um problema de saúde que causa desconforto dos pequenos e tira o sono de pais e responsáveis. Diante da alta incidência de dermatite atópica (DA) na população infantil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta os adultos sobre a importância de ficarem atentos às queixas e ao surgimento de manifestações na pele que possam ser indícios do aparecimento deste problema, que pode ter origem genética, não é contagioso e pode ser atenuado ou controlado com a ajuda de medicamentos e mudança de hábitos.

Este é um dos temas abordados pela campanha “Dermatite atópica: atenção e cuidado com a sua pele”, que a SBD promove até o fim do mês de setembro. A iniciativa tem o apoio institucional da Sanofi, Lilly, Abbvie e Pfizer. Para esclarecer dúvidas sobre os quadros que afetam o público infantil, a SBD realizará uma live voltada para a população em 23 de setembro, data em que será celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre Dermatite Atópica.

O evento, que será realizado em parceria com a revista Crescer, será transmitido entre 19h30 e 20h30, nos perfis da publicação no Facebook e no Instagram. No encontro, as médicas dermatologistas Carolina Contin Proença, da Dermatologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, e Silvia Assumpção Soutto Mayor, coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD e responsável pelo Setor de Dermatologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, abordarão o tema “Por dentro da dermatite atópica: do diagnóstico ao tratamento”. A mediação ficará sob a responsabilidade da editora-chefe da Crescer, Ana Paula Pontes.

Fatores desencadeantes – A DA pode aparecer em qualquer idade, geralmente na primeira infância, em bebês a partir dos três meses. A doença costuma desaparecer em aproximadamente 70% dos pacientes na adolescência. Alguns casos podem ter início na adolescência ou já na idade adulta. Silvia Soutto Mayor indica fatores que merecem atenção: “em geral, os sinais mais precoces de dermatite atópica são uma pele muito seca e a presença de coceira. Como o bebê ainda não tem coordenação motora desenvolvida, fica agitado, inquieto e chora”.

Como se trata de uma doença com várias causas, o surgimento de quadros em crianças pode decorrer de alterações genéticas, de disfunções da barreira cutânea, resposta imunológica alterada, disbiose ou alteração do microbioma da pele. Também entram nesta lista alterações emocionais e ambientais, que funcionam como “gatilhos” para as crises.

De acordo com a coordenadora do Departamento da SBD, banhos quentes e demorados, sabonetes que “desengorduram” muito a pele, uso de buchas ou esponjas no banho, roupas de lã ou sintéticas e alimentos alergênicos, como castanhas em geral, ovo e leite, podem agir como fatores que desencadeiam ou agravam as crises da DA. Além disso, o estresse emocional pode complicar o quadro e até mesmo ser gatilho para as crises.
“Os pais devem se manter atentos e conversar com os filhos, principalmente quando há uma piora repentina da dermatite. Ao identificar a causa do estresse emocional fica mais fácil combatê-lo e, se necessário, lançar mão da ajuda de psicólogos ou até psiquiatras”, avalia.

Impactos psicológicos – Outro ponto levantado por Silvia Soutto Mayor são os impactos psicológicos que as crianças sofrem após serem diagnosticadas com dermatite atópica. Uma das consequências é o comprometimento da autoimagem do paciente por conta das lesões que aparecem no rosto e nas extremidades do corpo, como mãos, pés, orelhas, pescoço e nas dobras dos braços e joelhos.

“Por conta disso, muitos jovens se tornam vítimas de bullying. É preciso orientar seu filho sobre o fato de que a dermatite não é contagiosa, não impede o convívio escolar e nem que ele brinque e socialize com outras crianças”, enfatiza. Essa doença também afeta o processo de aprendizagem, pois a coceira impede a concentração e leva a distúrbios do sono.  “O aluno acorda várias vezes à noite, o que o faz se sentir cansado nas aulas. Além disso, ele pode sofrer com sonolência indesejada pelo uso de medicamentos para tratar a dermatite, como antialérgicos (anti-histamínicos).

Para prevenir o agravamento de quadros ou o surgimento de crises, a especialista da SBD recomenda a aplicação constante de hidratantes, entre outros itens. “Os pais devem evitar o ressecamento excessivo da pele das crianças, dando banhos rápidos e mornos, hidratando a pele logo após o banho e evitando a transpiração excessiva, optando por tecidos leves, preferencialmente, de algodão”, aconselha.

Campanha em setembro – O lançamento desse alerta e a realização de várias ações durante o mês de setembro fazem parte da campanha que a SBD desenvolve sobre o tema da dermatite atópica. Para os dermatologistas membros da SBD será feita outra live, no dia 21 de setembro, que será transmitida no site do Conexão SBD.

A campanha contará ainda com vídeos – voltados para o público leigo – em que médicos responderão as dúvidas sobre a dermatite. Também serão distribuídas peças em redes sociais, esclarecimentos sobre causas, sintomas e tratamentos serão publicados no site e redes sociais da SBD.  A SBD também criou um site dedicado a sanar dúvidas sobre a doença.





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