Sociedade Brasileira de Dermatologia lança campanha com orientações sobre a dermatite atópica




14 de agosto de 2018 0

A dermatite atópica é uma doença da pele comum na população brasileira. Até 25% das crianças podem apresentar episódios da doença e até 7% dos adultos podem ser acometidos. Trata-se de uma doença crônica, hereditária e não contagiosa, que em decorrência das lesões na pele e coceiras, pode afetar a autoestima do paciente e sua interação social.

Em campanha veiculada nas redes sociais (Facebook, Instagram e YouTube) a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) orienta a população sobre o que é a doença, causas, diagnóstico, fatores desencadeantes e cuidados. Nas peças divulgadas, a população também é lembrada da importância de procurar o médico dermatologista, profissional qualificado e capacitado para realizar o diagnóstico e o tratamento da doença.

Pacientes com dermatite atópica não possuem a barreira protetora da pele e convivem com alergia cutânea que pode desencadear pele seca, erupções que coçam e crostas, principalmente nas dobras do corpo, como pescoço, cotovelo e atrás do joelho, áreas mais espessas e secas. Outras características da doença são esfoliações causadas por coceira, alterações na cor, vermelhidão ou inflamação da pele, que também podem surgir após irritações prolongadas, gerando eczemas.

“Na maioria dos casos, os pacientes com dermatite atópica não possuem na pele a substância que auxilia no fator natural de hidratação que todas as pessoas possuem, sendo assim, é como se faltasse uma película gordurosa na pele do indivíduo e é essa película que protege das agressões externas. Uma das queixas mais comuns de quem tem a doença é o impacto na vida social, embora com alguns cuidados seja bastante possível aumentar o bem-estar do paciente”, explica a Dra. Ana Mósca, médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A doença é controlada com a identificação e controle dos fatores desencadeantes, além de medicação adequada. Alguns dos fatores para o desenvolvimento da doença são: contato com materiais ásperos, poeira, detergentes e produtos de limpeza em geral, roupas de lã e tecido sintético, temperaturas extremas, infecções, alguns alimentos e o estresse emocional.

“Qualquer contato com superfícies ásperas, pelos, exposição solar ou produtos de higiene/limpeza tem efeito desencadeador. É importante que o paciente atópico viva em um ambiente limpo, sem odores e livre de objetos que possam acumular poeira. O apoio psicológico também pode ser útil ao paciente e à sua família”, afirma o Dr. Samuel Mandelbaum, médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O tratamento da doença visa melhorar os sintomas que interferem diretamente na qualidade de vida do paciente e no controle da coceira, a redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências. “Para combater a pele seca, o tratamento é feito com hidratantes, que devem se reaplicados no mínimo duas vezes por dia, e de preferência após o banho para que o produto segure ao máximo a umidade da pele”, afirma Ana Mósca. O uso de imunomoduladores da calcineurina podem ser indicados.  Cremes e pomadas de cortisona também são eficazes no controle da doença, no entanto, devem ser indicados e usados corretamente para se evitar efeitos colaterais a longo prazo.

A fototerapia é outra opção de tratamento, mas seu uso requer cautela e deve ser discutido com o médico. “Tratamentos com raios ultravioletas costumam ficar restritos apenas aos casos especiais e de difícil controle em razão dos efeitos colaterais da terapia”, salienta Samuel Mandelbaum.

Sempre procure um médico para saber qual é o melhor tratamento para o seu caso. Uma relação de parceria com o médico contribui muito para o tratamento da dermatite atópica. Busque um médico dermatologista associado da SBD: http://www.sbd.org.br/associados/.

Busque um médico dermatologista associado da SBD aqui no nosso site: http://www.sbd.org.br/associados

Saiba mais sobre o assunto: Dermatologista da SBD fala sobre dermatite atópica nos canais digitais do Dr. Drauzio Varela

 

 


10 de agosto de 2018 0

A importância do envelhecimento já é percebida por todos não só como uma forma de combater preconceitos, mas também como maneira de debater iniciativas que visam a melhores cuidados e atenção com a saúde da pele, do corpo e da mente. No dia 21 de agosto, das 9h às 13h, um seminário realizado pela SBD em parceria com o jornal O Globo unirá profissionais de diferentes áreas para falar sobre o assunto e apresentar ideias voltadas para melhor qualidade de vida da população durante o envelhecimento. O encontro ocorrerá na sede do jornal, no Rio de Janeiro, e está aberto ao público mediante inscrição gratuita no site oficial do evento: www.alemdasrugas.com.br.

Dividido em três sessões, o “Envelhecimento Além das Rugas” começará com a mesa “Como estamos envelhecendo”, com a presença, entre os líderes da discussão, do presidente da SBD, José Antonio Sanches, da gerente de estimativas e projeção de população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Izabel Marri, da coordenadora-geral de política de envelhecimento ativo e saudável da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos, Márcia Gebara, e do médico e comentarista de rádio e TV Luis Fernando Corrêa.

Na sequência, o assessor do Departamento de Dermatologia Geriátrica, Luiz Alberto Gameiro Júnior, o diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati-Uerj), Renato Veras e o médico Alexandre Kalache, responsável durante 14 anos pelo programa global de envelhecimento da OMS, debaterão a “Como o idoso pode ser mais saudável e resistente às doenças”.

O encontro se encerrará com o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma, o maquiador e fotógrafo Fernando Torquatto, dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus, em ampla abordagem do tema “A beleza do envelhecimento”. A programação está em fase de conclusão e novos nomes poderão ser confirmados.

Clique para ler o anúncio do Seminário Envelhecimento Além das Rugas publicado neste sábado (11/8) pelo O'Globo.

Transmissão ao vivo – Será realizada uma transmissão ao vivo no Facebook no dia 14 de agosto, às 15h, com a participação do dermatologista assessor do Departamento de Dermatologia Geriátrica, Luiz Alberto Gameiro Júnior. Fique atento para fazer suas perguntas nos comentários.

Mais detalhes do encontro serão disponibilizados nos canais de comunicação da SBD.

Saiba mais: https://oglobo.globo.com/saber-viver/envelhecimento-com-qualidade-de-vida-autonomia-tema-de-seminario-no-globo-22969645

 

 

 

 


7 de agosto de 2018 0

A SBD apoia o VI Simpósio Internacional de Melanoma, a ocorrer nos dias 24 e 25 de agosto, em São Paulo.

Serão oferecidas cinco inscrições gratuitas para os associados da Sociedade que tenham interesse em comparecer ao evento e que ainda não estão inscritos. Para participar, basta enviar um e-mail para Jefferson Torres (jefferson@sbd.org.br).*

Confira a programação e outras informações no site oficial do encontro: http://www.simposiomelanoma.com.br/

* A SBD informa que as vagas já foram preenchidas.

 


6 de agosto de 2018 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia Secção RS vem a público manifestar o descontentamento com a conduta levada a efeito pela Magª Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no âmbito da realização do assim denominado “I Curso de Estética da UFRGS”, destinado a não médicos.

Além de inusitado ao prestígio e a qualidade técnico-científico-acadêmica que historicamente identificam a Universidade em seus mais de 120 anos de existência, causa estranheza a ausência da sequer análise e manifestação quanto ao pedido formalizado pela SBD-RS para o imediato cancelamento do curso.

A SBD-RS entende que a realização do curso pode representar disseminação de conhecimento médico de forma inadequada, contribuindo com a preocupante e crescente atuação de não especialistas na área e com o aumento público e notório de complicações graves de procedimentos estéticos invasivos realizados por não médicos ou médicos não especialistas em Dermatologia ou Cirurgia Plástica.

A SBD-RS considera que a saúde é o bem maior do indivíduo e, portanto, não medirá esforços na proteção à população.

Diretoria SBD-RS 2017/2018
Presidente
Clarissa Prati


3 de agosto de 2018 0

Planejada pela Associação dos Amigos da Biblioteca em 1931 e inaugurada no Pavilhão São Miguel da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1933, a Biblioteca da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é considerada uma das mais ricas da América Latina na área da dermatologia, aproximando-se dos 30 mil itens, incluindo livros, teses, periódicos, acervo raro e especializado datado do século 18, além documentos relativos à especialidade e sua história. No mês de outubro, completará 85 anos de criação, e o acervo permanece em ampliação contínua.

“Vejo com muito carinho a biblioteca que muitos ilustres dermatologistas ajudaram a criar e destaco a competência de todos os coordenadores anteriores desse espaço histórico e tão importante para quem busca ampliar o saber dermatológico”, observou Luna Azulay, a atual e 35ª coordenadora da Biblioteca da SBD.

Em 21 de fevereiro de 1994, a SBD inaugurou a atual sede, na Avenida Rio Branco (RJ), ocasião em que também foi feita a mudança da Biblioteca. A pedido dos ex-presidentes da SBD, Profs. Rubem David Azulay e Sebastião Sampaio, o espaço foi equipado com novos móveis e providenciados normas técnicas, manuais e catálogos. Atualmente, a Biblioteca conta com a assinatura de duas bases importantes para auxiliar seus usuários nas pesquisas, a EBSCO e a Rima, além do catálogo online e dos recursos Bireme e SciELO.

Também disponibiliza uma série de serviços, incluindo a comutação bibliográfica, referente a documentos técnico-científicos que não estão disponíveis no acervo, mas que podem ser encontrados em outras bibliotecas e centros de documentação brasileiros e em serviços de informação internacionais (ver detalhes no quadro Serviços e Bases).

O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira das 9h30 às 18h, e o contato pode ser feito pelo telefone (21) 2253-6747 ou pelo e-mail biblioteca@sbd.org.br. “Convidamos a comunidade dermatológica a utilizar nossos espaços e acervo para localização das obras existentes nas prateleiras das bibliotecas e/ou disponíveis em meio eletrônico”, completa a coordenadora.

Matéria originalmente publicada na edição de maio-junho do JSBD.

 


3 de agosto de 2018 0

Casos recentes de erros médicos e óbitos decorrentes de cirurgias plásticas expuseram os riscos de uma atividade que tem atraído uma parcela crescente da população, sobretudo feminina. Dados do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) mostram uma explosão de queixas envolvendo a especialidade. Em 2015, foram 10 denúncias. O número saltou para 27 em 2016 e chegou a 68 no ano passado. Apesar do aumento, as reclamações ainda não refletem a realidade: muitos pacientes prejudicados preferem o silêncio. Não denunciam seus médicos e nem ingressam com ação judicial, mesmo quando há comprovação de erro durante o procedimento. As razões para não levar processos adiante são muitas.

“Há descrença no Judiciário, indisposição para enfrentar um processo que pode ser custoso e demorado, além da falta de estrutura emocional para as vítimas reviverem os fatos infelizes e trágicos pelos quais passaram”, diz Fernando Polastro, voluntário responsável pelos primeiros atendimentos, triagem e direcionamento de pacientes que procuram a Associação Brasileira de Vítimas de Erro Médico (Abravem). “Outros não denunciam por desconhecimento de seus direitos ou dúvida sobre ter havido ou não erro médico em seu caso”.

Como resultado dessa omissão, mais e mais pessoas se tornam sujeitas a procedimentos inseguros, negligência, imperícia e imprudência de médicos. A falta de bom sendo na busca por um corpo perfeito, modelado por implantes de silicone ou lipoesculturas é outro fator que contribui para o aumento de casos sem final feliz. Para atender a uma crescente demanda por transformações estéticas, surgiram no País até sociedades médicas clandestinas, que colocam em risco a vida de pacientes.

Código ultrapassado

A divulgação de procedimentos cirúrgicos por meio de redes sociais deve ser vista com desconfiança. “Cirurgia plástica só com cirurgião plástico. Procedimento estético pode ser com dermatologista”, afirma Alexandre Senra, cirurgião do Hospital Albert Einstein e membro da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética (ASAPS).

“Não existe mágica. Desconfie de preços muito abaixo da média, afinal é a sua vida”, adverte. Segundo ele, o código de 1957 sobre o exercício da medicina que diz que após os seis anos de formação o médico pode exercer qualquer especialidade está ultrapassado. “Existe uma jurisprudência que diz que o médico que faz procedimento sem estar habilitado pode ser penalizado. A relação médico-paciente continua primordial, mas está se perdendo. O médico precisa conhecer o paciente e vice-versa. Sem isso, somos apenas técnicos.”

A filosofia da cirurgia plástica é gerar bem-estar, auto-estima e contribuir para a harmonia da auto-imagem do paciente. Bem diferente da venda de fantasias e ilusões feita por profissionais não habilitados colocando em risco pacientes. O presidente da SBCP, Níveo Steffen, afirma que a Sociedade é frontalmente contra a banalização dos procedimentos cirúrgicos. “Cabe ao cirurgião plástico ser honesto ao examinar e escutar o paciente para identificar a indicação ou não da cirurgia plástica, informando sobre as reais possibilidades de resultado, riscos cirúrgicos e pós-operatório”. Segundo Steffen, a SBCP tem cerca de 6.500 membros. Apenas seis cirurgiões plásticos e um dermatologista estão entre os 289 médicos processados por problemas em procedimentos relacionados à cirurgia plástica entre 2001 e 2008.

Corporativismo

Ainda que poucos cometam erros, o corporativismo da classe costuma proteger os negligentes. Uma empresária de Campo Grande de 36 anos, que pediu para não ser identificada, tem vivido esse drama. Ela colocou prótese nas mamas em 2006. No ano passado, depois de amamentar dois filhos, achou que os seios estavam um pouco assimétricos e consultou um renomado cirurgião plástico da cidade, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, indicado por várias pessoas. “Combinamos a retirada das próteses com correção estética no mesmo procedimento.” Segundo ela, consta no prontuário médico que foi uma cirurgia de retirada de implantes mamários com correções estéticas. “Não sei no que ele errou, mas sei que o resultado foi um pesadelo na minha vida”.

Segundo a paciente, o cirurgião se negou a dar fotos do pós-cirúrgico e a cópia do contrato de prestação de serviço. Ele disse que após seis meses suas mamas voltariam ao normal, o que não aconteceu. Quando ela voltou a procurar o médico, ele deixou de atendê-la e a bloqueou no WhatsApp. A empresária consultou outros médicos que constataram lesão muscular em uma das mamas, mas quando pedia um laudo, se negavam, por serem colegas do renomado cirurgião e não quererem se comprometer. “O que vai valer é a avaliação judicial, mas os peritos serão os colegas do cirurgião que fez minha plástica. Será difícil encontrar um que aceite se comprometer.” Depois da perícia médica, ela fará a cirurgia reparadora nos Estados Unidos. “Não confio mais nos médicos daqui”, diz, frustrada.

Precauções que salvam vidas

Casos atuais de erros e mortes em procedimentos estéticos chamam a atenção para escolha criteriosa do profissional, esclarecimento do paciente sobre possíveis riscos e os cuidados no pós-operatório.

Certifique-se de que o profissional é registrado como cirurgião plástico ou dermatologista no site do Conselho Regional de Medicina de sua localidade e/ou nos sites da SBCP e da SBD, respectivamente.

Fonte: Isto É

 


2 de agosto de 2018 0

Uma agenda pública, composta por medidas prioritárias e exequíveis, que tem como objetivo maior assegurar os direitos dos pacientes e a qualidade do exercício da medicina e do atendimento em saúde no País. Esta é a intensão do Manifesto dos Médicos em Defesa da Saúde do Brasil, documento elaborado pelas entidades médicas nacionais durante o XIII Encontro Nacional de Entidades Médicas (XIII Enem) e que a partir desta quinta-feira (2) passará a ser encaminhado aos candidatos à Presidência da República devidamente registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). CONHEÇA AQUI A ÍNTEGRA DO MANIFESTO.

O objetivo dos signatários do manifesto – Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Federação Médica Brasileira (FMB), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) – é exigir respostas e soluções aos problemas que comprometem os rumos da saúde e da Medicina. O documento também será entregue pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) aos candidatos ao Governo dos Estados, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados e às Assembleias Legislativas Estaduais e Distrital.

“Nossa intenção é a melhor assistência à saúde da população, com a correção das distorções que temos diagnosticado e denunciado constantemente à sociedade”, destaca o presidente do CFM, Carlos Vital. O mais importante – ressalta o dirigente – “é estabelecermos canais de diálogo e trabalharmos junto aos tomadores de decisão para sensibilizá-los sobre a importância de mudar os rumos da saúde no Brasil com atenção aos princípios legais que regulam a assistência nas redes pública, suplementar e privada no País”.

Para o presidente da Fenam, Jorge Darze, “este momento pode representar a bússola do movimento médico, ao se constituir em uma importante plataforma de debate, especialmente para orientar o próximo presidente da República sobre as pautas dos médicos e da saúde”.

Problemas urgentes – Entre as questões consideradas mais urgentes e importantes pelas entidades médicas estão itens como a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS); uma maior participação da União no investimento e no custeio da saúde no País; a qualificação da gestão para a melhoria da infraestrutura para atendimento a pacientes; e a criação de políticas de recursos humanos que valorizem profissionais brasileiros, estimulando sua migração e fixação em áreas de difícil provimento – como uma carreira de Estado, sob responsabilidade da União, para médicos que atuam na rede pública.

Outros pontos considerados fundamentais são o fortalecimento de mecanismos efetivos de fiscalização, controle e avaliação dos gastos públicos em saúde; o fim da abertura desenfreada de escolas médicas e da oferta de cursos e programas em condições precárias de funcionamento; e a exigência de uma atuação isenta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) contra os abusos praticados por operadoras de planos de saúde.

A melhoria da formação médica é outro ponto de destaque no documento. As entidades médicas votaram e aprovaram no XIII Enem a criação do Exame Nacional Obrigatório de Proficiência em Medicina. De acordo com as lideranças, médicos sem a formação adequada representam riscos à segurança do paciente, além de sobrecarregar o sistema.

“A criação do exame de proficiência em Medicina é uma luta antiga da AMB. Inclusive em março, o assunto foi levado ao Conselho Deliberativo da entidade, quando ficou definido, por unanimidade, que a Associação atuaria em prol da aprovação de lei para instituir o exame nacional obrigatório de proficiência em Medicina. O Exame é urgente e necessário para protegermos os pacientes de serem atendidos por médicos sem formação de qualidade. As escolas médicas precisam ser avaliadas e os alunos também. E quem não estiver preparado não poderá exercer a medicina”, ressalta Lincoln Lopes, presidente da AMB.

Já o presidente da FMB, Waldir Cardoso, ressaltou que “as entidades médicas nacionais e as lideranças médicas presentes ao XIII Enem deram uma demonstração de organização e compromisso público. Para além da questão meramente corporativa, as propostas aprovadas refletem o compromisso dos médicos com a medicina e com a atenção à saúde de qualidade para todos”.

Contexto nacional – O Manifesto dos Médicos em Defesa da Saúde do Brasil retoma o cenário de crise que aflige a assistência em saúde, evidenciado em diferentes estudos, pesquisas e levantamentos divulgados pelo Conselho Federal de Medicina ao longo dos últimos anos. O mais recente deles foi apresentado em agosto, quando o CFM apresentou os resultados das quase cinco mil fiscalizações realizadas em postos de saúde da rede pública, no período de 2014 a 2017.

 O balanço, resultado do intenso trabalho do sistema nacional de fiscalização dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), indica a existência de inúmeras inconsistências que desrespeitam normas de funcionamento determinados pelos órgãos de fiscalização sanitária ou não contam com recursos para resolver problemas de infraestrutura e insumos, entre outros.

Em junho, a pesquisa encomendada pelo CFM ao Instituto Datafolha revelou ainda que 55% dos brasileiros classifica a saúde (pública ou privada) como péssima ou ruim. Além disso, 26% dos entrevistados pediram dos escolhidos nas Eleições Gerais de 2018 que combatam a corrupção na área da saúde; 18% pediram a redução do tempo de espera por consultas, exames, cirurgias; e 13% querem o aperfeiçoamento da fiscalização dos serviços na rede pública – entre outras demandas.

Outro problema significativo que compõe o atual contexto da saúde no Brasil é o fechamento de mais de 34,2 mil leitos de internação na rede pública de saúde nos últimos oito anos. Também se destacam as deficiências no controle, prevenção e tratamento do câncer, que já é a principal causa de morte em 516 dos 5.570 municípios brasileiros; e a má qualidade da gestão financeira na saúde pública, que deixou de contar com cerca de R$ 174 bilhões não aplicados pelo Ministério da Saúde entre os anos de 2003 e 2017, segundo dados apurados pela organização Contas Abertas, a pedido do CFM.

Confira os principais pontos do Manifesto dos Médicos aos candidatos às Eleições Gerais de 2018:


2 de agosto de 2018 0

Um título em Dermatologista foi concedido de forma irregular pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES). O médico que recebeu a titulação – que já foi cancelada  – é sócio do atual vice-presidente da instituição. Os dois possuem uma empresa que está sendo investigada por concessão de diplomas com irregularidades.

As informações vieram à tona após a divulgação de uma reportagem pela Rádio CBN de São Paulo, que aponta que duas instituições paulistas – o Instituto BWS e o Instituto Superior de Medicina (ISMD) – fornecem diplomas com horas infladas. Elas são maiores do que as efetivamente cursadas pelo alunos. As demincias foram encaminhadas para a Policia Federal, Conselho Federal de Medicina e Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Dentre os sócios do Instituto BWS está o médico Aloízio Faria de Souza, atual vice-presidente do CRM-ES. Na época em que foi presidente do conselho, entre os anos de 2008 e 2013, ele registrou o título de especialista em Dermatologia do seu sócio, o médico paulista Valcinir Bedin.

Ocorre que esta titulação, cujo processo foi iniciado em 2011, foi considerada irregular pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Após a realização de um procedimento administrativo a instituição decidiu pelo cancelamento da titulação de Bedin.

O fato foi confirmado em ofício interno do CRM-ES, a que A GAZETA teve acesso, enviado para o Conselho Federal em abril deste ano. No documento é dito: "O registro de qualificação de especialista em Dermatologia concedido ao Dr. Valcinir Bedin, em gestão anterior, após decisão desse Conselho Federal de Medicina, foi devidamente cancelado", diz o texto assinado pelo atual presidente do conselho capixaba, Carlos Magno Pretti Dalapícola.

Ele explicou que uma Resolução do CFM, de abril de 1989, estabeleceu as regras para a concessão do título de especialização. A partir desta data é necessário ser feito residência médica em curso credenciado pelo MEC ou uma prova em uma sociedade de especialização, como por exemplo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Após a conclusão, o médico faz o registro de sua especialização.

Antes de 1989, bastava reunir documentos que comprovassem a atuação na área, como declarações de concurso público, registros de prontuários, currículo, dentre outros documentos. "Era a situação de Bedin, que apresentou os documentos comprovando atuação na área. Eles foram analisados e feito o registro da especialidade dele. Mas ele foi questionado pelo CFM, que fez outra análise", relatou Dalapícola.

O fato foi comunicado ao CRM-ES que enviou os documentos para a Comissão de Título de Especialista. "Ern nova análise, o titulo foi mantido, com base nos documentos constantes no processo", explicou Dalapícola, acrescentando que novamente o CFM entendeu que os documentos não eram suficientes e determinou o cancelamento do registro.

De acordo Dalapícola, este vai e vem entre os conselhos federal e regional é natural. "O CFM é uma instância de recursos e pode mudar as decisões do regional. Não é algo incomum o que aconteceu", disse.

OUTRO

Além de Bedin e Aloizio, o BWS também tem como sócio outro médico, Wilma Jorge Accursio. Os três figuram como sócios-administradores, segundo o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, e respondem pelo instituto.

A instituição nega a venda de cursos com menos horas do que o previsto nos diplomas, conforme as denúncias.

 MÉDICO DIZ QUE CURSOS CUMPREM CARGA HORÁRIA

Vice-presidente do CRM afirma que denúncia não procede

O atual vicepresidente do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-ES), Aloízio Faria de Souza, afirma que a denúncia contra o Instituto BWS, de São Paulo, sobre a concessão de diplomas de pós-graduação com irregularidade, não procede. Ele é sócio da instituição.

Aloizio diz que todos os cursos de graduação e pós-graduação oferecidos cumprem as exigências do Ministério da Educação (MEC). E que o curso de pós-graduação em dermatologia, apresenta carga horária de 2.980 horas entre atividades práticas e teóricas e no mínimo dois anos de duração, acima das 360 horas mínimas exigidas pelo MEC e das 2.800 horas exigidas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Ern relação ao registro do título de especialista em Dermatologia concedido para o médico paulista Valcinir Bedin, Aloizio afirma que o que fez foi "de forma equivocada, mas não errada".

Segundo ele, na mesma época, em 2011, foi feito o registro de outra médica de Colatina, também com a apresentação o de documentos que comprovassem a atuação na área. "Para os dois casos olhei a documentação e entendi que havia o direito adquirido por eles e mandei fazer o registro." Mas o Conselho Federal de Medicina (CFM), após receber denúncias, discordou da decisão, avaliando que não havia comprovação suficiente de que Bedin tinha atuado na área. "Disseram que eu havia pulado etapas, que não tinha submetido o processo à Comissão de Título de Especialista. Determinei que eles fizessem a avaliação dos dois casos e eles entenderam que os médicos tinham o direito ao registro", relatou Aloizio.

Ao final, segundo o vice-presidente do CRM-ES, o registro da especialização da médica foi mantido pelo CFM mas o mesrno não aconteceu com Bedin. "A análise é feita de forma subjetiva. Tenho convicção de que ele (Bedin) tem o direito mas o Conselho Federal entendeu de forma diferente e mandou cancelar o título, o que foi cumprido", relatou.

Aloizio diz que conhece o médico Bedin há mais de 20 anos e que após o fato, o paulista acabou optando apenas por ensinar. "Ele tem uma produção científica enorme, é uma referência em dermatologia", ponderou.

Ele explicou ainda que a opção por fazer obter o registro de especialização no Espírito Santo decorreu das circunstâncias. Na época, em 2011, a BWS, da qual Bedin é sócio junto com Aloizio, realizava um curso de pós-graduação em Vitória, em parceira com a Univix.

O atendimento prático era oferecido no Centro Saúde de Jardim América. "O Bedin vinha para fazer esta parte de ensino teórico e prático, e não poderia exercé-los sem o registro secundário de especialização. Por isso, os documentos foram apresentados ao CRM-ES", explicou Aloizio.

Ele avalia ainda que sua inexperiência na presidência do conselho, na época, pode ter sido a responsável. "Cometi um equívoco na condução do caso, talvez pela própria inexperiência. Mas depois do que aconteceu, me julguei por impedido e passei a função de registro de títulos na época para o vice-presidente, até por discordar da forma como é feito. Há casos em que o CFM concede os títulos, em outros não", assinalou.

OUTRO LADO

O médico Bedin no foi localizado pela reportagem. A informação é de que ele viajou de férias para os Estados Unidos.

SOCIEDADE DE DERMATOLOGIA: SITUAÇÃO GRAVE

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) considera graves as denúncias referentes a conclusão de diplomas de forma irregular. O vice-presidente da instituição, Sergio Palma, destaca que "A SBD tem o total interesse em que os fatos sejarn apurados".

Relata que as denúncias recebidas pela SBD foram encaminhadas ao Ministério Público e o Ministério da Educação. "A SBD está acompanhando e colaborando com todos os entes competentes para que os fatos citados nas denúncias sejam efetivamente investigados com a devida conclusão e providências", destaca Palma.

Sobre o título de especialização concedido ao médico paulista Valcinir Bedin, a SBD informa que teve conhecimento apenas de que ele foi cancelado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

De acordo com Palma, não há limitação ao exercício da profissão por médicos regularmente inscritos no CRMs locais. Mas ele pondera que considerando a realidade e os desatios relacionados as recomendacões de segurancça nos procedimentos médicos, visando a proteção dos pacientes, a titulação é importante. "O exercício de especialidades médicas reconhecidas pela complexidade se faz com efetiva capacidade técnica e científica pelos portadores de titulo de especialista e/ou área de atuação". O CFM não respondeu à demanda da reportagem.

Fonte: A Gazeta – ES – 2/8/2018





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