SBD alerta sobre as doenças da pele, cabelos e unhas mais comuns em crianças no período pós-férias




29 de janeiro de 2019 0

Durante o verão, as crianças costumam intensificar as atividades ao ar livre, ficam mais expostas ao sol e visitam locais com aglomeração de pessoas, desencadeando algumas doenças da pele, cabelos e unhas. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda que os pais/responsáveis levem seus filhos ao dermatologista para avaliação clínica e proteção antes de voltarem à rotina.

"É sempre importante redobrar a atenção e cuidados com as crianças no retorno às aulas. Muitas voltam das férias com doenças que podem ser transmitidas durante o contato com as outras crianças em escolas e creches", comenta a dermatologista Ana Mósca, coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A médica explica que uma forma de não ter contágio de doenças é evitar o compartilhamento de toalhas, escovas de cabelo, água de banho e roupas.

Conheça as principais doenças da pele, cabelos e unhas que acometem as crianças e como preveni-las.

Doenças contagiosas:

Pediculose (piolho)

Conhecida popularmente como piolho, é uma doença parasitária causada por insetos sugadores de sangue que vivem e se reproduzem na superfície da pele e dos pelos. A transmissão da doença ocorre por contato direto e os sintomas são coceiras que podem provocar ferimentos. Para prevenir, é necessário evitar o compartilhamento de escovas, roupas, bonés, toalhas e contato direto com o cabelo das crianças infestadas. Outra dica é não ir com o cabelo molhado para a escola, porque a umidade favorece a proliferação do inseto.

Molusco

É uma infecção comum, causada por vírus. Se confunde com pequenas espinhas, cravos ou bolinha branca de gordura e pode se espalhar. O contato direto é a forma de contágio mais comum para esse tipo de infecção. Uma dica é evitar coçar e mexer nas lesões. Recomenda-se que os responsáveis procurem um dermatologista para tratar com medicamentos ou remover as lesões.

Impetigo

É uma infecção bacteriana superficial, altamente contagiosa e muito comum na face ou extremidades da pele de crianças. O verão é a estação propícia para o desenvolvimento da doença, uma vez que o calor e a umidade favorecem a instalação e o desenvolvimento dos agentes infecciosos. Também pode ocorrer após picadas de inseto, ferimentos superficiais (arranhões e pequenos cortes) ou como infecção secundária aos quadros de dermatite ou alergia a picada de inseto. Causa crostas e, por vezes, bolhas. Para prevenção é preciso manter a pele limpa e evitar “coçar” as lesões.

Micoses

São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e o cabelo. A transpiração, o calor e a umidade são alguns fatores que favorecem o surgimento das micoses superficiais. Uma boa higiene é fundamental para não aparecer as micoses oportunistas. Ficar de olho na criançada que gosta de “se virar sozinha” na hora do banho é imprescindível para a prevenção.

Escabiose (sarna)

É uma parasitose no qual o contágio se dá somente entre humanos, por contato direto com pessoas ou roupas e outros objetos contaminados. As principais lesões na pele são pequenas crostas isoladas ou formando túneis e, nas suas extremidades, pequenas vesículas que coçam, principalmente à noite. Em geral outros membros da família também são acometidos. Importante: animais como gato e cachorro não transmitem a sarna humana.

Verrugas

São proliferações benignas da pele causadas pelo papilomavírus humano (HPV). Seu aspecto varia de acordo com o local acometido. Costumam se apresentar sem sintomas. Porém, não é anormal que, ocasionalmente, haja sangramento ou dor. Frequentemente são vegetantes (aspecto de couve-flor), ásperas, da cor da pele, mas também podem ser planas, macias e escuras. As lesões clínicas decorrentes da infecção pelo HPV podem se apresentar de diferentes formas. Para prevenir a transmissão, evitar o contato com pessoas ou objetos infectados.

Doenças não contagiosas:

Pitiríase versicolor (pano branco)

Popularmente chamada de “pano branco”, é um tipo de micose oportunista causada por uma levedura e comum nos climas quentes e úmidos. São manchas brancas que descamam, especialmente nas áreas muito oleosas do corpo e no couro cabeludo. Geralmente, o indivíduo já tem a doença, e quando se bronzeia, nota essa característica de manchas arredondadas ou ovais, ou muitas vezes de aspecto geográfico, esbranquiçadas e menos comumente rosadas. A família deve ficar atenta aos sintomas na criança e procurar um dermatologista para cuidados.

Brotoeja

São bolinhas de água e/ou vermelhas que podem apresentar coceira. Aparece com maior frequência no verão ou em situações que elevem a temperatura. Excesso de roupas, suor e febre alta podem ser fatores desencadeantes. Para prevenção, o ideal é manter as crianças em ambientes frescos e arejados.

Hiperidrose

A hiperidrose nada mais é do que uma a produção excessiva de suor. Durante o verão, por conta das férias e atividades ao ar livre, é muito comum o aparecimento dessa condição nas crianças. A desidratação é o principal sintoma, então é aconselhável que os responsáveis pelas crianças fiquem atentos ao oferecimento frequente de líquidos para ingestão.

Alergia

Doença comum em meninas que utilizam maquiagem e esmalte de adulto ou pintam os cabelos para irem às aulas. Isso porque a pele da criança tende a ser mais fina e porosa, sendo assim absorve mais as substâncias químicas dos produtos, com maior risco de reações alérgicas graves. Por isso, a SBD recomenda que crianças utilizem apenas produtos infantis e específicos para a sua faixa etária. A tintura ou descoloramento dos cabelos das crianças é outro motivo das alergias. Nesse caso, a SBD não recomenda nenhum tipo de tintura.

A SBD alerta que a melhor forma de evitar as doenças da pele é a prevenção. Procure um dermatologista associado à SBD para saber que tipo de tratamento é melhor indicado para você e/ou seu filho.

Encontre um dermatologista da SBD aqui no nosso site: http://www.sbd.org.br/associados

 


26 de janeiro de 2019 0

Para comemorar o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase, será realizada uma ação neste sábado, na Cinelândia, no Centro do Rio. O evento, chamado de Janeiro Roxo, conta com equipes para fornecer atendimento e orientação à população sobre a doença, além de distribuir material a respeito. A ação vai acontecer das 9h às 13h. é realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBD-RJ), as secretarias municipal e estadual de Saúde, o Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase), as universidades (UFRJ, UFF, UERJ) e a Santa Casa de Misericórdia.

Carros com consultórios médicos com 12 residentes em dermatologia da UERJ, UFF, UFRJ, Hospital Naval Marcílio Dias e da Santa Casa de Misericórdia vão realizar exames clínicos. A ação é realizada em razão do Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase,neste domingo.A data tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença

A iniciativa contará também com a participação de 12 profissionais de outras áreas, como fisioterapia, terapia ocupacional, serviço social e psicologia, dando suporte ao atendimento.

Anualmente, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove o Janeiro Roxo, dentro da Campanha Nacional de Conscientização para o tratamento precoce e enfrentamento da hanseníase. A programação inclui ainda a iluminação de monumentos públicos, no dia 28, como os Arcos da Lapa, passarelas do Aterro do Flamengo, o Monumento Estácio de Sá, a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal.

Casos registrados

Em 2018, a Secretaria Estadual de Saúde foi notificada sobre 910 novos casos de hanseníase e 1.334 pessoas estão em tratamento. Foram 40 casos em menores de 15 anos e 275, em pessoas com algum grau de incapacidade física. O estado do Rio possui uma das maiores proporções de Grau de Incapacidade física 2 do Brasil, de 13,2% – estágio mais avançado e irreversível de incapacidade motora. De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, essa proporção é considerada alta.

No município do Rio, houve uma queda no número de casos da doença de 2013 a 2016. No entanto, a partir de 2017, os registros mostraram aumento e foram diagnosticados 335 novos casos, fechando o ano com 430 pacientes em tratamento.

Cerca de 30 mil brasileiros contraem hanseníase anualmente, o que faz com que o país concentre mais de 90% dos casos da América Latina. Anualmente, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove o Janeiro Roxo, dentro da Campanha Nacional de Conscientização para o tratamento precoce e enfrentamento da hanseníase.

Fonte: O Dia

Veja como foi a ação no Rio de Janeiro.

 


25 de janeiro de 2019 0

A SBD lança em janeiro a nova fase da campanha de valorização do médico dermatologista que tem a marca “Sua pele sua vida: um alerta da Sociedade Brasileira de Dermatologia”.

O objetivo da iniciativa é buscar engajar o público leigo e a classe médica no reconhecimento do papel do médico dermatologista no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças da pele, cabelos e unhas, incluindo procedimentos estéticos médicos e invasivos.

Clique para assistir ao vídeo protagonizado pela atriz Maria Clara Gueiros.

 


24 de janeiro de 2019 0

A coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, Sandra Durães, comenta sobre a Campanha Janeiro Roxo, de Combate e Prevenção da Hanseníase, no Jornal da Vida. A médica ressalta a importância do diagnóstico precoce.

"O antibiótico utilizado no tratamento é capaz de fazer com que a doença não progrida e o paciente não seja mais contagiante, no entanto, essa terapia não é capaz de reverter o dano neural. Então, é fundamental que a população conheça os sinais e sintomas da doença para o diagnóstico e tratamento precoces", disse.

Assista a reportagem:

 

 


23 de janeiro de 2019 0

Você sabia que o Brasil tem cerca de 30 mil casos de hanseníase por ano, e é o segundo país em números de casos? É curável, mas se não tratada, pode agravar-se. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente. Conhecer sobre a doença e consultar regularmente um médico dermatologista é muito importante! Clique para assistir ao vídeo disponível no Facebook Oficial da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

 

 

 


21 de janeiro de 2019 0

Entraram em vigor nesta sexta-feira (18) as novas diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM) que norteiam o registro para exercício médico no Brasil quando o requerente, brasileiro ou não, tiver se formado em faculdade de medicina estrangeira. O Diário Oficial da União desta sexta-feira (18) trouxe publicada a resolução, editada sob o número 2.216/18 (acesse aqui), que revoga a norma anterior sobre o tema (Resolução CFM nº 1.832/08) e especifica pontos como as condições para que médicos sem diplomas revalidados no Brasil frequentem cursos de formação e possam realizar atos médicos com finalidade de aprendizado, bem como regras para que estrangeiros possam exercer plenamente a profissão no País.

"O objetivo da autarquia foi adequar essas regras à Lei nº 13.445/17, chamada Lei de Migração. Esta revogou o Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/80), que por quase quatro décadas definiu a situação jurídica do estrangeiro no Brasil", explica o relator da diretriz, Aldemir Humberto Soares.

Conforme o conselheiro explica, a nova lei não mais reconhece o chamado "visto permanente", passando o tema a ser regulamentado por Autorização de Residência, que pode ser concedida por diferentes razões: com finalidade de pesquisa, ensino ou extensão acadêmica, bem como estudo, trabalho etc.

A lei vigente não mais proíbe o estrangeiro de exercer atividade remunerada, e a Resolução CFM nº 2.216/18 atualiza essa questão: estabelece que, para se registrar no Conselho Regional de Medicina (CRM) e exercer a profissão no Brasil, o médico deve ter visto temporário e Autorização de Residência no País, além de apresentar declarações e documentos necessários para a inscrição, previstos no Decreto nº 44.045/58, incluindo a revalidação do diploma.

A apresentação do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) nível intermediário também aparece como requisito para registro de estrangeiros no CRM. A novidade é que médicos oriundos de países de língua portuguesa (Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal e Timor-Leste) e aqueles cuja graduação em medicina tenha ocorrido no Brasil ficam dispensados da apresentação desse certificado.

As regras para médicos com diplomas obtidos no exterior não revalidados que ingressam no Brasil para participar de cursos de formação continuam similares. Esses profissionais devem atender exigências como apresentar o certificado Celpe-Bras e comprovar a conclusão de graduação em medicina no país onde foi expedido o diploma.

Já as instituições de ensino que admitem estrangeiros também devem cumprir uma série de requisitos em relação aos seus programas e estar atentas a certas medidas, como comunicar aos CRMs, de maneira formal e obrigatória, os nomes dos seus alunos que têm diploma obtido no exterior não revalidado.

Fonte: CFM

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21 de janeiro de 2019 0

A Campanha Janeiro Roxo, que incentiva o diagnóstico e o tratamento de hanseníase, tem início nesta segunda-feira (21), com ações gratuitas no Grande Recife. Até a sexta-feira (25), estão previstas consultas médicas, busca ativa de pacientes, além de orientações sobre a doença.

Segundo dados parciais da Secretaria de Saúde de Pernambuco, em 2018, foram registrados 2.157 casos de hanseníase. Isso representa uma redução de 10%, em relação a 2017, quando ocorreram 2.410 notificações. No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, ocorrem 25 mil registros por ano.

No Recife, a campanha prevê ações de busca ativa de casos suspeitos e atividades educativas em Unidades de Saúde da Família (USFs). A programação completa em cada área da cidade está disponível no site da prefeitura.

Ao longo da semana, profissionais de saúde realizam teste de sensibilidade e encaminham os casos para atendimento clínico.

Nesta segunda, ocorrem ações, de manhã e à tarde, em Santo Amaro, na área central, com avaliação de manchas suspeitas. Também está programada busca ativa de pacientes em Campina do Barreto, na Zona Norte.

Também na Zona Norte, os profissionais de saúde atuam, nesta segunda, na USF Alto dos Coqueiros, na Linha do Tiro e no Alto do Capitão, em Dois Unidos.

Em Coqueiral, na Zona Oeste, estão previstos atendimentos clínicos e orientações. Ações semelhantes ocorrem nem unidades da UR-12, Pantanal e Três Carneiros, na Zona Sul.

Paulista

Em Paulista, no Grande Recife, estão previstas ações de diagnóstico e busca ativa de pacientes, das 9h ao meio-dia desta segunda. As iniciativas ocorrem na Paróquia Nossa Senhora do Ó, em Pau Amarelo.

Essas atividades são realizadas em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, Coordenação de Hanseníase do Paulista, Centro Social da Mirueira e o Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

Fonte: G1

 


18 de janeiro de 2019 0

A programação e inscrições para o Curso de Anatomia em Cadáver Fresco 2019 estão abertas. O encontro ocorrerá no primeiro dia do 12º Simpósio de Cosmiatria e Laser da SBD e 2º Simpósio de Envelhecimento da SBD, a serem realizados de 28 a 30 março, no Rio de Janeiro. Para participar, é necessário estar inscrito no evento.

Coordenado pelos médicos dermatologistas Eliandre Costa Palermo (SP), Sergio Schrader Serpa (RJ), André Vieira Braz (RJ) e Alfredo Jacomo (SP), o curso em vídeo fará uma revisão dos aspectos importantes da anatomia facial relacionada aos procedimentos injetáveis. Para isso, serão abordados os principais pontos e planos de aplicação para os tratamentos com toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores, bem como uma revisão da anatomia do envelhecimento e áreas de risco.

O curso foi projetado utilizando peças de cadáver fresco dissecadas e preparadas para a demonstração das estruturas anatômicas relevantes de cada região da face, como musculatura, irrigação e inervação; pontos de bloqueios da face; compartimentos de gordura e envelhecimento; principais estruturas anatômicas e áreas de risco nos tratamentos injetáveis.

Confira a programação completa do evento e aproveite para se inscrever com antecedência.

 


17 de janeiro de 2019 0

 “Falei que tinha hanseníase e colega deu passo atrás”, conta Marines Uhde, 44, enfermeira precocemente aposentada devido à doença.

Ela trabalhou durante anos em contato direto com pacientes acometidos pela hanseníase, nomenclatura utilizada desde a década de 1980 para a lepra. O contato direto e prolongado é a principal forma de contágio.

 Marines faz parte dos 30 mil brasileiros que contraem a doença anualmente no país, onde ela é endêmica.

O Brasil concentra mais de 90% dos casos de hanseníase da América Latina, sendo o segundo país no mundo com a maior incidência, ficando atrás apenas da Índia, de acordo com a Dahw Brasil, ONG alemã de assistência a hanseniamos com 61 anos existência e atuação em 21 países.

"A hanseníase está classificada entre as doenças negligenciadas, que são doenças da pobreza, junto com a leishmaniose, esquistossomose, tracoma. A rigor, todas as pessoas estão em risco. O que acontece é que a maior parte dos seres humanos apresentam uma resistência natural à doença. Portanto, mesmo entrando em contato com a bactéria que causa a hanseníase, não adoecem", afirma a dermatologista Sandra Durães, Coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

 Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de casos passou de 25 mil em 2016 para 26 mil em 2017, o que corresponde a um aumento de 5,8%. Mas, para a pasta, isso não representa um crescimento da doença, mas sim um reflexo de sua maior detecção.

“Esses números refletem as ações desenvolvidas para melhorar a detecção de casos novos, visando o tratamento precoce para prevenir o surgimento de incapacidades físicas decorrentes da hanseníase”, afirmou a pasta, por meio de nota.

Hanseníase é prima da tuberculose

A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma micobactéria considerada “prima” da tuberculose. Entra no organismo pelas vias respiratórias e se instala na pele e nos nervos.

Na pele, manifesta-se como manchas brancas, rosas e vermelhas que podem ser apresentar de forma mais elevada ou também como caroços vermelhos, segundo a dermatologista.

Ela explica que outros sintomas são nariz entupido, pois atinge a mucosa nasal, e diminuição da sensibilidade, tanto nas manchas, quanto em braços e pernas, mesmo na ausência de lesões. Nestes casos, segundo a dermatologista, a doença costuma ser diagnosticada mais tarde, como ocorreu com Marines.

 A hanseníase é curável – os medicamentos matam a bactéria – no entanto, é incapacitante. Os medicamentos não revertem os danos neurais. “O problema crucial é que não atinge somente a pele. Ela é principalmente uma doença dos nervos periféricos. Isso faz com que o paciente se lesione nos afazeres dia-a-dia, o que potencializa infecções na pele. É possível perder fragmentos das pontas dos pés e das mãos. Isso não é folclore. Se o paciente não se tratar ou tiver diagnostico tardio, pode ocorrer”, diz a dermatologista.

A doença raramente causa morte.

No Centro-Oeste e Norte, hanseníase é hiperendêmica

A maior incidência da doença ocorre no Maranhão, Pará e Mato Grosso. "No Centro-Oeste e Norte, a hanseníase é hiperendêmica. Já em alguns Estados, parece que a doença não existe, mas isso não é real. A doença existe, só não é vista", afirma o historiador Reinaldo Bechler, diretor-executivo da Dahw Brasil.

Marines trabalhava em Nova Mutum, no Mato Grosso. “Mesmo trabalhando em contato com hanseníase, levei 9 anos para ter o diagnóstico, pois não tive uma única mancha na pele. Desenvolvi a forma mais rara que afeta só os nervos. Fiz tratamento durante um ano. Hoje estou curada, mas ficaram sequelas”, afirma.

Marines tem dificuldade para movimentar os braços e as pernas, sendo mais atingido o lado direito, além de falta de sensibilidade na pele. A doença alterou também sua voz, visão e audição. “Tenho imensa dificuldade para escrever, segurar as coisas e identificar quando tenho um corte na pele, pois não sinto. Tenho que fazer tudo devagar”, conta.

Os primeiros sintomas foram dor nos punhos e no cotovelo direito, o que foi confundido pelos médicos, segundo ela, por tendinite. “Colocava bolsa quente, bolsa fria e não resolvia. E o tempo foi passando”, diz.

Doença carrega carga de preconceito

Além das limitações físicas, ela enfrentou o preconceito e a própria tristeza. “Durante o tratamento, senti tristeza, mas atribuo isso aos medicamentos, que dão um mal-estar horrível, no estômago, e reações que podem levar a pessoa a pensar em suicídio. Por isso é importante tem um acompanhamento. Está tratando algo que tem um preconceito forte, que é a questão da lepra”, diz.

O surgimento da hanseníse remete há mais de 2 mil anos, segundo Bechler. "Há cerca de 50 anos ainda havia um desconhecimento total sobre a doença. Não se sabia o que causava e como tratá-la. E a única alternativa era o isolamento", explica.

Na década de 1930, o Brasil criou uma política pública de isolamento a partir de um conceito pensado na Europa. Havia 18 leprosários públicos. "Além desses leprosários, havia uma polícia que buscava os doentes em casa, o que gerava um medo muito grande na população", afirma o historiador.

 Segundo ele, a doença carrega também um estigma religioso. "Era comum em uma família com 10 pessoas, por exemplo, apenas uma desenvolver a doença, o que era visto como uma maldição. Somente bem mais tarde descobriu-se que 92% das pessoas são resistentes à bactéria. É um fator genético do ser humano", diz ele.

A doença deixou de ser assustadora, e de ser chamada de lepra, a partir dos anos 1980, quando surgiu sua cura. "A doença é a mesma de antigamente, o que mudou foi o tratamento, que é eficaz. Na década de 1980, foi instituída a poliquiometerapia (PQP), ou seja, o uso de mais de um medicamento para tratá-la, o que mudou a doença no mundo”, afirma a dermatologista.

Desde então, extinguiu-se o isolamento. "Na primeira dose de medicamento, a carga bacilar cai em 90%. Faz parte das ações de controle da doença examinar todas as pessoas próximas ao paciente, que devem tomar a vacina BCG, a mesma utilizada contra tuberculose. Não é uma vacina especifica para hanseníase. Trata-se da primeira vacina que o ser humano toma, antes de sair da maternidade", diz ela.

A BCG é feita de micobactéria atenuada. Quando aplicada, estimula a ação imunológica do corpo contra as micobactérias, que incluem a tuberculose e a hanseníase. “A BCG não impede que a pessoa tenha tuberculose, mas impede as formas graves da doença. O mesmo ocorre com a hanseníase”, afirma.

Incubação pode chegar a até sete anos

A hanseníase apresenta um período longo de incubação – de três a sete anos. “Acredita-se que, mesmo antes de o paciente apresentar quadro clínico ele já possa transmitir a doença, embora ainda não haja comprovação científica sobre isso”, explica Sandra.

O diagnóstico é feito por exame clínico. São considerados exames complementares o exame baciloscópico, que mede a carga bacilar, e a biópsia. Os graus de incapacidade da doença são classificados em zero (nenhuma alteração), 1 (apenas alterações sensitivas) e 2 (alterações motoras, úlceras e problemas na visão).

“Nos lugares onde a incidência da hanseníase é baixa, por exemplo, na região Sul do Brasil, o número de pacientes diagnosticados com o grau 2 é maior que em locais onde a incidência é alta. Entre os 30 mil novos casos a cada ano no Brasil, apenas 7% deles são de grau 2”, diz.

O diagnóstico e o tratamento da hanseníase são oferecidos pelo SUS. A prevenção consiste em ficar atento aos sintomas para o diagnóstico precoce.

"Já existem estudos que mostram que o medicamento utilizado para o tratamento, criado nos anos 1940 e massificado nos anos 1980,  não será mais eficaz em 10 ou 15 anos. Como se trata de uma bactéria, ela vai criando naturalmente resistência aos medicamentos e não existe investimento para a melhoria desse remédio. É preciso que se volte a investir nisso", alerta Bechler.

Fonte: R7

 





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