Cuidados e segurança com procedimentos em consultório




6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

 

Já foi o tempo em que o dermatologista realizava procedimentos de portes variados em consultório. Muitos de nós aprendemos dessa forma a realizar cirurgias, mas os tempos mudaram. Os cuidados com assepsia, antissepsia e biossegurança evoluíram dramaticamente e, à luz das boas práticas atuais, não há mais espaço para a realização de cirurgias sem ambiente adequado, materiais compatíveis e corretamente esterilizados, bem como ser assistido durante o procedimento por profissional qualificado.

Uma situação, todavia, não evoluiu de acordo: muitos dos planos de saúde insistem em não ressarcir o dermatologista dos custos referente às boas práticas. A realização dos procedimentos no consultório envolve inúmeros custos, materiais descartáveis, materiais de uso, espaço adequado com equipe treinada e equipamentos de segurança. Estes devem estar cobertos, com as taxas pertinentes (de sala e de esterilização) incluídas, bem como os devidos aluguéis (material cirúrgico, bisturi elétrico, equipamentos de segurança etc.). Uma biopsia, por exemplo, envolve em torno de R$ 120 em materiais, medicamentos, taxas e aluguéis. Um retalho pode envolver até R$ 450.

Em meio a essa confusão, veio o CFM tentar estabelecer ordem no pedaço. Infelizmente, apesar da boa vontade, foi uma regulamentação que já chega defasada, exagera nos detalhes, muitos deles irrelevantes, e não se detém nos quesitos essenciais, especialmente os relacionados à biossegurança.

O dermatologista precisa valorizar seus procedimentos e ser valorizado por eles. A execução da cirurgia dermatológica deve ser feita observando os padrões modernos de assepsia, antissepsia e biossegurança com o intuito de se obterem os melhores resultados e nossa especialidade ser conhecida pelo êxito e os bons resultados de seus procedimentos

Evoluir é salutar, especialmente no que se refere à segurança e eficácia. A dermatologia está evoluindo como especialidade, assim como a maneira de realizar os procedimentos dermatológicos. Cabe à regulamentação estar de acordo com esse desenvolvimento, ajudando a zelar pelas melhores práticas, não criando exigências ineficazes, e cabe às operadoras de saúde oferecer a seus médicos os meios materiais para que eles possam agir adequadamente. Precisamos estar capacitados e preparados para atuar dentro dos preceitos do século 21, mas não há espaço para o dermatologista que trabalha nesse ambiente tão competitivo arcar sozinho com os custos da modernidade.

 


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

“Definitivamente, os brasileiros são, de forma geral, bons clínicos, só que não têm cultura na pesquisa científica. O grande talento do nosso associado é o atendimento clínico. O que é maravilhoso e não tem nenhum demérito. Mas não existe nem na graduação médica, nem na residência a cultura de gerar inovação científica”. Essas são as palavras de Hélio Miot, médico dermatologista, pesquisador da Unesp e um dos especialistas da SBD que mais fazem pesquisas no Brasil, com trabalhos publicados, especialmente, sobre doenças pigmentares, como melasma; câncer da pele e campo de cancerização; e cosmiatria. E ele está certo. Se por um lado o país está entre as três maiores comunidades de dermatologistas do mundo, o mesmo não se pode dizer quando o assunto é produção científica. A inexistência de grandes institutos de pesquisas privados e a falta de vínculo com laboratórios científicos tornam o assunto complexo e merecedor de atenção.
 
Fomentado quase sempre apenas nas pós-graduações, em mestrados e doutorados, a pesquisa científica não costuma chamar a atenção dos médicos quando ainda estudantes nas faculdades de medicina. Consequentemente, com menos especialistas interessados pela pesquisa, o Brasil acaba produzindo poucas publicações e inovações.
 
“Nós não temos pesquisadores de carreira. E os poucos, no país, são ligados às instituições de ensino. Acredito que isso aconteça por vários motivos. O primeiro problema é a cultura. Na escola médica ou durante a residência, a pesquisa científica não é promovida ou incentivada, não existe o sonho de virar cientista”, define Miot. E continua: “A remuneração da assistência privada ainda é superior à do pesquisador puro. E isso não deveria acontecer. Em países com grande volume de publicações, os pesquisadores têm remuneração mais homogênea. O segundo motivo é o pouco investimento financeiro. É importante lembrar que ainda são muito recentes as fontes de financiamento da SBD Nacional e RESP, com o Fundo de Apoio à Dermatologia (FUNADERM) e o Fundo de Apoio à Dermatologia de São Paulo – Sebastião Sampaio  (FUNADERSP) no patrocínio de pesquisas em nosso território”, pontua, enfatizando que esses incentivos devem, com o tempo, alavancar de forma efetiva a produção científica da dermatologia brasileira.
 
Para aumentar o interesse dos médicos nesse segmento e o número de trabalhos publicados na área de dermatologia, o pesquisador argumenta que algumas iniciativas devam ser tomadas para apoiar o profissional que opta por seguir no campo da pesquisa, como a premiação anual de Destaque de Pesquisa Dermatológica, que mostra para a comunidade os estudos que estão sendo realizados no país. Além disso, é fundamental que os trabalhos de pesquisa sejam divulgados nas duas mais importantes revistas brasileiras da área: os Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) e a Surgical & Cosmetic Dermatology. “A grande vitrine da pesquisa científica em dermatologia no Brasil é formada por essas duas revistas. Nós fazemos muitas coisas importantes para a medicina dermatológica no país e internacionalmente. Portanto, sempre que tivermos uma pesquisa relevante, que mude a prática clínica, isso deve, sim, ser divulgado. E não apenas em veículos impressos, mas também nas redes sociais oficiais das publicações”, complementa.
 
Miot também ressalta o papel da SBD no que tange à valorização da pesquisa. “Nossos congressos têm mudado, mas ainda são comandados, com poucas exceções, por pessoas que não são os grandes líderes nacionais de formação de inovação na área. Então, o que a SBD pode fazer é começar a divulgar mais os pesquisadores e os resultados de seus estudos, por exemplo”, afirma, acrescentando que a pesquisa científica pode, aliás, ser uma forma de diferenciação intelectual do dermatologista nesse momento de conflito, de tanta concorrência com outras áreas não médicas.
 
“Não estou dizendo que todo associado tenha que sair fazendo pesquisa. Mas quanto mais científica for a nossa atuação e nosso posicionamento, mais diferenciado e apreciado será o trabalho do dermatologista”, determina.

 


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Sinésio Talhari, editor chefe ABD

Em junho, o Journal Citation Reports aumentou o fator de impacto dos Anais Brasileiros de Dermatologia de 0,884 para 1.050. Com o resultado, a publicação melhorou quatro colocações no ranking mundial, passando para a 56a posição e fortalecendo a produção científica dermatológica do país. Para falar sobre o assunto, o JSBD convidou o editor chefe da publicação, Sinésio Talhari. Leia a entrevista a seguir.

A que atribui esse aumento do FI? Precisão científica? Rápida avaliação dos trabalhos, bem como sua relevância e originalidade? Revisão por pares?

Desde a indexação dos ABD, há aproximadamente 10 anos, todos os editores sempre trabalharam no sentido de a revista melhorar a qualidade de suas publicações, adotando critérios rigorosos para a aceitação de trabalhos e estimulando os profissionais das diversas áreas dermatológicas para a submissão de originais relacionados a pesquisas, artigos relevantes de revisão e educação médica continuada, entre outros.  

Nos últimos dois anos criamos novas seções e suprimimos outras, acompanhando a evolução das principais revistas dermatológicas internacionais. Entre as mudanças destacamos as seções voltadas para as doenças tropicais/infecciosas, carta pesquisa, aumento do número de casos para Qual o seu diagnóstico?, e carta ao editor. Reduzimos o número de casos clínicos, só aceitando aqueles de especial relevância para o aprendizado. Também reduzimos o número de publicações – a revista ficou mais condensada.

As modificações acima mencionadas, acreditamos, foram decisivas para o aumento do fator de impacto e, mais recentemente, a reclassificação da revista pela Capes – somos Qualis B2. Éramos B3. Aumento do Qualis significa mais respeitabilidade e pontuação dos trabalhos publicados.

Artigos originais recebem mais citação seguidos dos de revisão?

Sim, pelo fato de termos menor fator de impacto e sermos B3, temos recebido pequeno número de artigos inéditos, de pesquisa. Essa foi uma das principais razões para criarmos a seção de dermatologia tropical/infecciosas. Esse é um nicho em que podemos ser mais fortes em comparação com outras revistas. Além disso, estimulamos os profissionais a ficar mais atentos para essas enfermidades, a maioria negligenciada e, em muitos serviços dermatológicos de nosso país, praticamente abandonada no ensino de graduação, residência médica e pós-graduação. Por exemplo, são pouquíssimos os serviços que diagnosticam, tratam e acompanham pacientes com hanseníase. As DST/Aids, leishmanioses e outras doenças cutâneas de relevância na saúde pública não têm merecido a devida atenção no dia a dia do ensino da dermatologia. Investigar nessas áreas e publicar nos ABD certamente tornarão a revista mais visível e respeitada no universo dermatológico.

O que pode ser feito fazer para que o FI da revista aumente ainda mais, assim como o número de citações?

Além do que mencionamos acima, temos enorme potencial de publicar em outras áreas do conhecimento dermatológico. É preciso que os ABD façam parte do grupo das revistas importantes na hora de os autores fazerem a escolha para submeter seus artigos. Infelizmente, ainda não somos lembrados na hora da escolha dos bons periódicos para enviar os melhores trabalhos. É importante mencionar que, além de todas as mudanças realizadas e das conquistas obtidas até agora, teremos ainda maior visibilidade, pois, migramos para a Editora Elsevier. Teremos ahead of print, os artigos terão visibilidade similar à oferecida pelas principais revistas dermatológicas.

Qual é a importância da produção científica em dermatologia no país?
Além da respeitabilidade que os dermatologistas brasileiros merecem, é importante ressaltar que a qualidade de tudo que publicamos refletirá no melhor conhecimento dermatológico dos profissionais e, claro, nossos pacientes serão os principais beneficiados.

 


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

 

O trabalho realizado pela atual gestão da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com apoio amplo à produção de publicações científicas, tem dado resultado. Entre janeiro e maio de 2019, o grupo assegurou o lançamento de duas novas edições (nº 94, volumes 1 e 2) e um suplemento do periódico Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD), contribuiu-se para que o título alcançasse uma grande conquista em junho. 

Clique aqui para acessar o volume mais recente do periódico

Naquele mês, o Journal Citation Reports – base que apresenta indicadores bibliométricos – elevou o fator de impacto da revista ABD de 0,884 para 1.050. Com o resultado, a publicação saltou da 60º colocação no ranking mundial para a 56º posição, uma conquista significativa para a produção científica dermatológica do País. Em julho, mais uma edição (nº 94, volume 3) da revista ABD, com 27 artigos inéditos, estará disponível aos associados.

A publicação conta com artigos científicos apresentados na revista – de periodicidade bimestral e com versões em português e inglês – que já somam cerca de dez mil acessos. Entre os textos com maior número de visualizações estão os artigos: “Acne da mulher adulta: um guia para a prática clínica” (1.014); “Participação e responsabilidade” (639); “Mudanças nos Anais Brasileiros de Dermatologia. Iniciativas inadiáveis” (421); “Leishmaniose disseminada: aspectos clínicos, patogênicos e terapêuticos” (348); e “Penfigoide bolhoso” (302).

Revista – No período dos primeiros 150 dias de gestão, a SBD publicou ainda uma nova edição (volume 11, nº 1) da Surgical and Cosmetic Dermatology, publicação destinada a difundir conhecimento e experiência nas áreas de Cirurgia Dermatológica, Oncologia Cutânea, Estudo de Imagens, Tecnologia em Dermatologia e Dermatologia Cosmética.

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Desde seu lançamento, a edição acumulou cerca de 1,2 mil visualizações, tendo como artigos mais acessados: “Biomodulação celular. O futuro da Dermatologia” (344); “Avaliação da eficácia e segurança do microagulhamento com 5-fluorouracil para o tratamento de estrias albas: ensaio clínico randomizado duplo-cego” (185); “O lado negro dos clareadores cutâneos” (126)”; “Uso do cloridrato de lisina na profilaxia do herpes simples nos procedimentos faciais com tecnologias” (93); e “Toxina botulínica para o tratamento de hidrocistomas faciais” (57). A próxima edição do periódico está prevista para ser disponibilizada na primeira quinzena de julho.

Consensos – Outro ponto-chave na produção científica da SBD e atualização dos associados é a liberação de novos consensos, que apresentam o estado da arte para o exercício da dermatologia no País. Somente em maio, a SBD divulgou cinco consensos nos Anais Brasileiros de Dermatologia, que conquistaram mais de 400 acessos desde a sua publicação: “Hidradenite supurativa” (187); “Dermatite atópica” (76); “Dermatoses bolhosas” (70); “Urticária” (51); e “Psoríase” (23). 

“A SBD entende que deve protagonizar a definição de consensos, diretrizes e artigos de posicionamento para construir uma assistência sólida. A medicina, sobretudo a dermatologia, sofre modificações profundas quanto ao conhecimento fisiopatológico, exames complementares e tratamentos. O associado, longe dos serviços de formação, conta com a SBD como sua principal fonte de conhecimento respaldada”, enfatiza Hélio Miot, coordenador científico da SBD, no período. 

Funaderm – Para difundir e apoiar projetos de pesquisas científicas, a SBD conta também com o Fundo de Apoio à Dermatologia (Funaderm). Criado em 2015 pelo Conselho Deliberativo da entidade, a ação incentiva e fomenta projetos de dermatologistas associados ou de serviços credenciados. A cada ano, a Diretoria Executiva da SBD e um Conselho Curador analisa, com base nas regras do edital, uma série de trabalhos submetidos à concorrência. Atualmente, existem nove pesquisas em andamento, com prazos de entrega entre outubro de 2019 e junho de 2020.

Os projetos versam sobre temas como “Estudo da transição epitélio-mesenquimal na alopecia de padrão feminino”; “Padronização de cultura organoide cutânea e avaliação da resposta melanogênica no melasma ao UVB, UVA e luz visível"; “Alterações imunohistoquímicas com o peeling de fenol-croton não Baker & Gordon em rítides periorais”; entre outros.

Biblioteca – Além dessas iniciativas, a atual gestão tem apoiado o funcionamento da biblioteca da entidade, uma das mais completas da especialidade na América Latina na área da dermatologia física. O acervo inclui cerca de 30 mil itens disponíveis para a consulta, com livros, pesquisas e acervo raro do século 18.  Os serviços da biblioteca incluem também acesso a bases de dados nacionais e estrangeiras, entre elas: Lilacs, Medline, EBSCO e Rima. 

Clique aqui para acessar mais informações sobre a Biblioteca da SBD (é necessário fazer o login)

“A produção e a disseminação do conhecimento são pilares para o desenvolvimento da prática médica, em especial dos dermatologistas. Por este motivo, a atual gestão da SBD tem investido na área. A atualização médica, associada à crítica do conhecimento científico, representa um dos maiores investimentos de valorização do especialista. Como consequência direta há aumento da competência técnica e melhor competitividade no mercado”, ressaltou o presidente da SBD, Sergio Palma. 


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Entre os meses de janeiro e maio de 2019, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) foi citada por mais de 3.110 reportagens publicadas em todo o país. As menções, em sua quase totalidade positivas, aconteceram em sites, blogs, jornais, revistas e programas de rádio e de TV. O resultado alcançado graças ao trabalho das equipes de comunicação da SBD reforça a importância estratégica dessas ferramentas para defender os interesses da especialidade.  Esse é mais um marco dos primeiros seis meses de atividade da nova gestão da entidade. 

Como essas inserções aconteceram em conteúdo editorial espontâneo, ou seja, sem custo para a SBD, esse trabalho gerou economia para a instituição. Calcula-se que se esses espaços tivessem sido cobrados, representariam uma despesa de mais de R$ 20 milhões. “A questão não reside apenas nos valores monetários, mas no valor simbólico. Ao ver a posição da Sociedade numa reportagem ou editorial, o leitor tende a dar mais credibilidade à informação. Isso é importante no momento em que os médicos enfrentam as tentativas de invasão de competências promovidas por outras categorias”, disse o presidente Sergio Palma. 

Estética – Só na área de Defesa Profissional foram mais de 50 reportagens veiculadas e destacando as atividades da diretoria da SBD no Congresso Nacional. Foram abordados temas como a mudança no Projeto de Lei (PL) que permite a prática da estética por outras categorias; a apresentação das sugestões dos médicos para modernizar a tabela SUS; as denúncias feitas ao Ministério Público sobre a ação dos não-médicos na área de estética; entre outros. 

Além do trabalho com a grande imprensa (nacional e regional), a comunicação com os associados e a sociedade civil por meio de canais alternativos é um pilar defendido e promovido pela atual gestão da SBD. As redes sociais (Facebook e Instagram) são os meios utilizados pela instituição para levar informações confiáveis e de qualidade aos especialistas e à população. 

“Em primeiro lugar, a atual gestão da SBD tem acompanhado de perto o que se faz e se fala nas redes sociais. Essa preocupação ajuda a entender o universo do dermatologista e as preocupações dos pacientes. Assim, fica mais fácil fazer um diagnóstico das ações necessárias para atingir ambos os públicos. Em segundo lugar, a entidade conta com empresas e colaboradores experientes e motivados para definir boas estratégias focadas nos profissionais e na população em geral”, declara Cláudia Alcantara Gomes, secretária-geral da SBD.

Redes sociais – Atualmente, a SBD conta com perfis no Facebook e Instagram e com a inserção diária de pelo menos um post nessas plataformas em suas diferentes páginas. Entre janeiro e maio deste ano foram publicados mais de 180 posts, que conquistaram mais de 170 mil interações nas redes, seja por meio de cliques, curtidas, comentários, compartilhamentos e reações. Neste período, também foram capturadas mais de 19 mil menções sobre a entidade, sendo a maior parte positiva.

Além disso, foi possível observar ainda um aumento dos números de fãs/seguidores das redes sociais da instituição. O Instagram foi a rede que mais apresentou crescimento, com um aumento de 4,7% de seguidores nos últimos meses, passando de 78.337, em janeiro, para 82.063 seguidores em abril. 

Outra ação promovida pela SBD nas redes é a manutenção de um grupo voltado aos dermatologistas. Na comunidade são compartilhadas ações, campanhas, eventos e entrevistas dos especialistas da entidade. Entre janeiro e maio foram feitas por volta de 150 publicações, que estimularam a participação dos membros e permitiram que os especialistas estivessem atualizados sobre os acontecimentos mais recentes da área. 

“Esse universo das mídias digitais está em evolução constante, e a Sociedade ainda está procurando compreender e se adequar, mas cujos limites precisam ser muito bem estabelecidos para não comprometer questões éticas fundamentais que regem a relação médico-paciente”, explica Cláudia. 

Outro caráter importante do trabalho da SBD nas redes sociais é seu teor educativo, de promoção da saúde e de prevenção de doenças. Segundo Claudia, com o apoio dos colaboradores, temos conseguido ocupar espaço relevante para esclarecer a população sobre diversos temas. 

“Dessa forma, consolidamos o respeito junto aos leitores, que nos identificam como profissionais realmente preparados para lhes oferecer cuidados. Outra frente de ação tem sido ampliar a divulgação de temas com foco na defesa da categoria, abordando questões como a realização de procedimentos estéticos invasivos por profissionais não qualificados e a necessidade de melhor remuneração dos valores pagos pelo SUS e pelas operadoras de saúde”, conclui. 


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Os chefes de Serviços Credenciados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) participaram de reunião na sexta-feira (28/6), em São Paulo (SP), com a Diretoria-Executiva da entidade. Na oportunidade, foram discutidos aspectos relacionados à nova matriz de competência da especialidade, recentemente publicada pelo Ministério da Educação. O encontro aconteceu um dia antes da reunião do Conselho Deliberativo. 

Outro tema abordado no encontro foi o estabelecimento de acordo de cooperação entre a Sociedade e o MEC para fiscalização dos programas de residência na especialidade. Os participantes compartilharam suas percepções sobre as medidas e avaliaram os avanços possíveis. “Ao tomarmos a iniciativa de que colocar ambos os assuntos em debate, procuramos valorizar a participação do grupo no fortalecimento da formação na especialidade”, ressaltou o presidente da SBD, Sergio Palma, que coordenou os trabalhos.

Matriz – Os termos da nova matriz de competência dos programas de residência em dermatologia estão previstos na Resolução n. 8/2019, da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SES/MEC). O texto publicado no Diário Oficial da União de 11 de abril estabelece que a partir de 1º de março de 2020 os critérios previstos deverem ser obrigatoriamente implementados pelos Serviços Credenciados.

A norma fixa ainda a jornada semanal dos Programas de Residência Médica, incluídas as atividades de plantão e teórico-práticas, e define que a formação em dermatologia deverá possuir a duração de três anos, com acesso direto, respeitando-se a carga horária semanal conforme legislação vigente. 

Para conhecer a íntegra da Resolução n. 8/2019, acesse aqui.

Fiscalização – Com relação ao acordo de cooperação, as bases estão elencadas na Resolução n. 25/2019, também da SES/MEC, que saiu na edição do Diário Oficial da União de 18 de abril. A regra estabelece que, conforme decidido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), as sociedades de especialidade, como a SBD, interessadas farão parte de um fluxo de visitas aos programas de Residência Médica com finalidades de regulação, supervisão e avaliação.

Pelo acordado, dentre outros pontos, o calendário de visitas será estabelecido pela CNRM e a CEREM (instância auxiliar). A coordenação da visita será a cargo da CEREM, a qual será a responsável pelo cumprimento dos prazos de visita. De cada missão, farão parte, no mínimo, dois avaliadores por PRM: um designado pela CNRM ou CEREM e outro pela Sociedade de Especialidade Cooperada.

Para conhecer a íntegra da Resolução n.25/2019, acesse aqui

Durante o debate com os chefes de Serviços Credenciados, o ex-presidente da entidade José Antônio Sanches (foto acima) ressaltou que os textos foram elaborados a partir das contribuições das entidades médicas ao longo dos anos. Por sua vez, o atual presidente Sergio Palma reiterou o significado normativo de ambas as Resoluções que, em sua avaliação, poderão implicar em importantes aperfeiçoamentos do processo de formação de especialistas. 


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

A SBD-RS, juntamente com o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers), no intuito de alertar as autoridades sobre os riscos do exercício ilegal da medicina, organizou um Fórum de Debate, no dia 24 de agosto. Estiveram presentes representantes de sete especialidades médicas: dermatologia, cirurgia plástica, cirurgia vascular, endocrinologia, ginecologia e obstetrícia, oftalmologia e traumatologia). Autoridades convidadas do Ministério Público, da Polícia Civil, das Secretarias de Saúde Municipal e Estadual e da Vigilância Sanitária discutiram, juntamente com a classe médica, medidas de enfrentamento do exercício ilegal da medicina a fim de resguardar a saúde da população gaúcha.

Em agosto a Regional lançou nova campanha publicitária, “Dermatologia: a diferença se sente na pele”, que terá divulgação em três rádios FM, no Caderno Donna do jornal Zero Hora, no Google e em outdoors e backbus na cidade de Porto Alegre.

 


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Durante o Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV), realizado em setembro de 2018, em Paris, a dermatologista Marcia Ramos-e-Silva recebeu do presidente do encontro o Award for Clinical Care. Em março, a médica dermatologista foi agraciada com o título de sócia honorária da Academia Americana de Dermatologia (AAD), durante o Congresso, em Washington, sendo a primeira especialista brasileira a ter esse título. A honraria foi recebida durante a Awards Ceremony “Star of the Academy”. Já em junho, no Congresso Mundial de Dermatologia (WCD), em Milão, Marcia mereceu a honra de ser a Maria Duran Lecturer, escolhida pelo Maria Duran Committee, da International Society of Dermatology, no Simpósio da International Society of Dermatology. Na ocasião, proferiu a palestra “Tropical Dermatology and Women”.

 

 


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04


Nas palestras ministradas para pescadores e suas famílias são oferecidos
materiais explicativos, incluindo histórias em quadrinhos que mostram
formas de prevenção e principais animais causadores de agravos 

O projeto Pescadores do Brasil idealizado pelo dermatologista, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da UNESP, Vidal Haddad Junior, (foto) foi indicado para receber apoio da Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (ILDS) pela sua relevância social e científica. Implementada há 20 anos, a iniciativa traz benefícios positivos para a sociedade por meio de campanhas de conscientização para a prevenção de acidentes (envenenamentos e traumas) por animais aquáticos voltadas tanto para pescadores como para suas famílias. 

Centenas de colônias de pescadores marinhos e fluviais já foram visitadas e receberam informações sobre primeiros socorros por acidentes por peixes, águas-vivas, caravelas e ouriços-do-mar de cada região do país.

Para a elaboração de material didático, Vidal conta com parceria de alunos dos cursos de Medicina e Ciências Biológicas da UNESP e da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

O financiamento foi concedido por meio do Projeto ILDS DermLink, que visa contribuir para a assistência dermatológica em comunidades carentes sob a temática dermatologia tropical e saúde de populações migrantes. É administrado por meio da International Foundation Dermatology (IFD). 


Pescadores em praia de Ubatuba, em São Paulo


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JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Nos meses de agosto e setembro, a prevenção e o tratamento da hanseníase ganhará reforço motorizado. O Projeto Roda Hans estará circulando pelo Estado do Rio de Janeiro levando atendimento especializado à população e capacitando profissionais para a identificação de casos da doença. Além da conscientização e da assistência qualificada, o foco está no início do tratamento precoce.

O projeto é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), juntamente com o Ministério da Saúde e a Novartis Brasil. Na prática, uma carreta com seis consultórios visitará diferentes municípios dando aos pacientes acesso a dermatologistas especialistas em hanseníase que, durante o trabalho, contarão com o suporte de residentes de serviços de pós-graduação credenciados pela SBD.

“Esse é um momento muito importante para o diagnóstico precoce de casos da doença para orientação da população para os sintomas, além da capacitação dos profissionais da rede básica em relação à doença”, afirmou Sandra Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD.

Iniciativas – Essa é apenas uma das iniciativas previstas pela SBD em seu esforço para a prevenção à hanseníase no Brasil, conforme o planejamento da atual gestão da entidade. O Janeiro Roxo, campanha do Ministério da Saúde de combate à doença, contará com o apoio e a colaboração da Sociedade. O esforço inclui a ativa participação dos dermatologistas por meio de esclarecimentos e aulas voltadas à população nas salas de esperas dos ambulatórios de todo o país.

Além disso, são realizados exames de pele para identificar novos casos de hanseníase e promovida a participação dos dermatologistas em entrevistas em jornais, rádios e televisão. “Temos que capacitar cada vez mais os profissionais de saúde no reconhecimento da doença, investir em informações e campanhas em relação aos sinais e sintomas da doença e garantir recursos para a pesquisa e o desenvolvimento de novas ferramentas de combate à doença, principalmente em áreas de baixa renda e de maior vulnerabilidade”, destaca Egon Daxbacher, diretor da SBD, que tem se dedicado ao tema. Ele salienta que cada vez mais é preciso falar da hanseníase: “Parece uma doença que já acabou quando na verdade ainda temos em torno de 25 mil casos todo ano, sendo que em torno de 8 a 10% desses pacientes terão algum tipo de sequela proveniente”, alerta.

Debate político – Nesta semana, a hanseníase voltou a ganhar evidência no debate político. A presidência da República defendeu o enfrentamento dessa doença no Brasil durante transmissão ao vivo em sua página no Facebook na segunda-feira (8/7), em que estava acompanhado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e pelo presidente da Fundação Nippon, o japonês Yohei Sasakawa, que lidera um trabalho internacional de prevenção e tratamento da doença.

Os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) também acompanharam a transmissão. O presidente da República disse que desconhecia a extensão do problema no país e reforçou a necessidade de as pessoas procurarem ajuda sempre que identificarem qualquer sintoma. Segundo Egon Daxbacher, esse fato demonstra que o assunto entrou no radar da autoridade máxima do país, o que pode sinalizar um direcionamento dos recursos e dos esforços no combate à doença.

“A taxa de detecção da doença é considerada importante e em algumas regiões, como Norte, Centro-Oeste e Nordeste, há um número de casos expressivos. Nos lugares com menor endemia, ainda ocorrem atrasos no diagnóstico. Por isso, é preciso intensificar as ações em todo o País”, justifica.

Casos – O Brasil é o segundo país em casos de hanseníase no mundo. De acordo com Sandra Durães, o Ministério da Saúde tem se esforçado muito nos últimos anos no tratamento da doença. “De alguns anos para cá, houve o processo de descentralização do atendimento, isto é, os pacientes que antes eram atendidos em unidades de especialistas em dermatologia e neurologia, atualmente são atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no Programa de Saúde da Família (PSF). Para isso ser possível, os dermatologistas trabalham incessantemente na capacitação dos médicos da Atenção Básica e de Saúde da Família para diagnosticar e tratar a doença”, destaca.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 mil novos casos da doença são detectados em todo o mundo anualmente, sendo que Brasil, Índia e Indonésia concentram 80% desse total. Ainda segundo a entidade, o Brasil respondeu por 93% dos 29.101 casos detectados nas Américas em 2017.

“A SBD atua juntamente ao Ministério da Saúde no Comitê Técnico Assessor de Hanseníase, onde auxilia na tomada de decisões. Também capacita os dermatologistas no combate à doença e treina médicos de família no reconhecimento da doença em vários locais no Brasil”, lembrou o presidente da SBD, Sergio Palma, que no serviço público onde atua, em Recife (PE), também participa do atendimento de um ambulatório especializado nessa doença.

Agente etiológico – Doença infectocontagiosa potencialmente curável e que tem como agente etiológico o bacilo Micobacterium leprae. A infecção por hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, mas é de difícil adoecimento, já que é necessário um longo período de exposição à bactéria, motivo pelo qual apenas uma pequena parcela da população infectada chega a adoecer.

Está classificada entre as doenças ditas negligenciadas que atingem populações com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Brasil, apesar de estar entre as grandes economias mundiais, apresenta grande desigualdade social, com grandes bolsões de pobreza nas periferias de suas metrópoles.

“A maioria da população é resistente à doença e ao entrar em contato com a bactéria consegue desenvolver uma boa imunidade e, automaticamente, resistência à bactéria. Um pequeno percentual de pessoas pode adoecer”, explica Sandra Durães. A doença é transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente sem tratamento, sendo que possui um longo período de incubação (em média, de dois a sete anos) até que os sintomas se manifestem.

Diagnóstico – O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico e feito somente pelo exame físico e a história clínica do paciente. A partir daí, um médico capacitado é capaz de diagnosticar a doença. “Exames complementares como a baciloscopia, que mede a carga bacilar do paciente, e a biópsia da pele devem ser realizados, porém não são de extrema necessidade. Na maioria dos casos, o diagnóstico pode ser feito apenas pelo exame clínico”, destaca Sandra Durães.

Ela ressalta que o tratamento não é capaz de reverter o dano neural causado pela hanseníase e que, por isso, o diagnóstico precoce é crucial, pois deixará menos sequelas no paciente. “A bactéria da hanseníase tem uma afinidade especial pela pele e pelos nervos periféricos. Na pele, ele irá se apresentar com manchas, que podem ser brancas, rosas, vermelhas. Podem surgir caroços na pele, infiltrações (áreas vermelhas elevadas), e essas lesões possuem característica fundamental de apresentarem alguma alteração da sensibilidade ao frio, ao calor, à dor e ao tato. A área lesionada fica dormente e apresenta formigamento”, exemplifica.

Sandra Durães observa ainda que os pacientes podem apresentar perda dos pelos das sobrancelhas, sensação de nariz entupido, e ainda diminuição da força muscular nos pés e nas mãos justamente pelo acometimento dos nervos periféricos.

Tratamento – Existem dois tipos de tratamento a partir da análise do perfil dos pacientes, de acordo com a resistência que a pessoa tem à doença. Para os pacientes paucibacilares – com ótima resistência à doença, poucas lesões na pele e nos nervos periféricos e pequena carga bacilar – o tratamento é feito à base de antibióticos durante seis meses.

No oposto, existem os pacientes multibacilares, aqueles com grande carga bacilar e número expressivo de lesões na pele e nervos acometidos, cujo tratamento com antibióticos é feito durante 12 meses. O tratamento é feito gratuitamente nos postos de saúde em todo o território nacional. “O paciente vai lá uma vez por mês tomar determinado tipo de medicação e as outras medicações são administradas em casa. Com o tratamento, o paciente se torna incapaz de transmitir a doença às outras pessoas”, explica.

Estigma – A hanseníase é uma doença com alto potencial de causar incapacidades e deformidades físicas. Isso ocorre devido à lesão do nervo periférico. “A partir do momento que o paciente não tem a capacidade de sentir uma panela quente, ele vai se lesionar com a queimadura e esta pode se tornar uma infecção secundária da pele, ser transmitida ao osso e causar uma osteomielite, com a perda das extremidades dos dedos dos pés e das mãos”, adverte Sandra Durães.

Ela esclarece ainda que não há nenhuma medida de isolamento em relação à doença. “Antigamente os pacientes ficavam reclusos. Hoje, o tratamento é muito mais eficaz e isso não é necessário. A partir do início do tratamento, com a primeira dose do medicamento, o paciente já se torna não contagiante. Pessoas que conviveram com os pacientes antes do tratamento devem ser examinadas a fim de verificar se existe alguma lesão não percebida por elas. As pessoas que não têm a doença irão receber uma dose da vacina BCG, diminuindo as chances de casos mais graves da doença”, elucida.





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