SBD divulga carta aberta aos brasileiros sobre riscos com procedimentos estéticos invasivos feitos com não médicos




6 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou nesta segunda-feira (21/10) uma carta aberta à população no qual conclama as autoridades, em especial o Ministério Público e o Poder Judiciário, a tomarem providências imediatas contra a realização de procedimentos estéticos invasivos por pessoas sem formação médica. Segundo a entidade, esses casos, que têm se repetido com frequência cada vez maior, expõem pacientes a riscos de complicações de saúde e até de morte.

CONFIRA ABAIXO A ÍNTEGRA DA CARTA DA SBD AOS BRASILEIROS
 
No texto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que mantém seus esforços contínuos para a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que autoriza indevidamente aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

Saúde – “É inaceitável que a ação inescrupulosa de alguns indivíduos continue a ceifar vidas. Sem formação e capacitação adequadas, essas pessoas cometem abusos com consequências graves. Muitos já morreram por conta dessas irregularidades e milhares de outros têm sua saúde prejudicada ao passarem por procedimentos estéticos invasivos desnecessários ou malconduzidos, que, por lei, devem ser realizados exclusivamente por médicos”, disse o presidente da SBD, Sergio Palma. 

A reação da SBD vem após a confirmação da morte de Silmara Regina Rodrigues, 45 anos, no sábado (19/10), após dez dias de internação em UTI em São José do Rio Preto (SP). O caso é mais um exemplo do risco aos quais estão expostas pessoas que realizam procedimentos cosmiátricos invasivos em lugares inadequados e com pessoas sem formação em medicina. 

Silmara Regina, que deixou marido e dois filhos (de 18 anos e de 7 anos), faleceu em decorrência de complicações após passar por uma cirurgia estética de redução de "papada" (lipoplastia cervical) em consultório odontológico. A profissional que realizou o procedimento era uma dentista e a clínica já foi autuada por não ter licença para realizar atos desse tipo. 

Alerta – Trata-se de uma tragédia que poderia ter sido evitada. Por isso, a SBD reitera seu alerta junto à população para que não faça tratamentos estéticos invasivos com pessoas sem a devida capacitação e em locais sem a infraestrutura para atender situações de emergência. Os médicos são os profissionais recomendados para fazerem esse ato, em especial os dermatologistas e cirurgiões plásticos, reitera a entidade. 

Além do alerta, a SBD está tomando providências legais para inibir ações irregulares. Denúncias de exercício ilegal da medicina estão sendo encaminhadas para a Polícia, o Ministério Público e as vigilâncias sanitárias nos Estados. Até o momento, cerca de mil situações de abuso foram registradas junto às autoridades. 

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO
 

É inaceitável que mortes continuem a ocorrer no País em decorrência de procedimentos cosmiátricos invasivos realizados por pessoas sem formação em medicina. Cabe às autoridades, em especial ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, a tomada de medidas cabíveis urgentes para frear os abusos e as irregularidades que expõem a população a situações de risco de vida. 

A morte de Silmara Regina Rodrigues, 45 anos, ocorrida no sábado (19/10), em São José do Rio Preto (SP), é um alerta inequívoco para a necessidade de providências urgentes. Por conta da atuação irregular de uma dentista, ela faleceu abruptamente, deixando marido e dois filhos. Uma tragédia que poderia ter sido evitada se as instâncias competentes tivessem agido no momento certo. 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que mantém seus esforços contínuos para a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que autoriza indevidamente aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

Em diferentes frentes, a SBD, com apoio de entidades médicas, atua contra a invasão de competências por outras categorias em áreas de atuação exclusivas dos médicos, conforme previsto na Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013). Trata-se de um desvirtuamento de atribuições que deve ser coibido com urgência para proteger o bem-estar, a saúde e a vida de milhões de brasileiros. 

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2019. 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA
Gestão 2019/2020


6 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou alerta ético aos especialistas com orientações sobre sua participação como palestrantes em eventos direcionados a não médicos ou promovidos por organizações que divulgam práticas não reconhecidas cientificamente. O documento, distribuído na quinta-feira (21/11), responde a uma série de questionamentos enviados à entidade por seus associados. 

Acesse e leia a íntegra do alerta ético 

No texto, a SBD esclarece que os especialistas devem observar os pressupostos da Resolução nº 1.718/2004, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a qual veda ao médico o ensino de atos médicos privativos, sob qualquer forma de transmissão de conhecimentos, a profissionais não médicos. A regra se estende, inclusive, aos procedimentos de suporte avançado de vida, exceto em casos de atendimento de emergência a distância, até que sejam alcançados os recursos ideais. 

Na avaliação da gestão 2019/2020 da SBD, “os dermatologistas titulados que participam de atividades dessa natureza podem contribuir com a ocorrência de eventuais casos de mau atendimento ou de efeitos adversos em procedimentos realizados, assim como fragilizam ações de valorização da medicina e de defesa da oferta de assistência qualificada”. 

Evidências – O alerta da SBD ainda lembra que o Código de Ética Médica veda aos profissionais a divulgação de práticas ainda não consideradas validadas ou reconhecidas pela comunidade científica a partir de evidências sólidas. No entendimento da Gestão, a prescrição desses procedimentos pode colocar o paciente em situação de risco no que se refere à segurança e eficácia dos cuidados que recebe. 

Assim, para evitar transtornos e com base nas normas em vigor, a SBD recomenda aos dermatologistas associados que não sejam palestrantes “em atividades organizadas por serviços não credenciados ou por entidades/eventos que divulgam especialidades e/ou práticas não reconhecidas no País”. Dentre eles, constam grupos ligados às chamadas medicina estética, medicina ortomolecular e medicina integrativa. 

Para a gestão 2019/2010 da SBD, a valorização do ato médico e do ético exercício da profissão implica em atender às recomendações definidas pelo CFM. A promoção dessa atitude pelos especialistas e considerada importante para preservar o preservar o prestígio e o bom conceito da especialidade e da medicina.


6 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Além de promover um movimento de conscientização para o controle do câncer da pele desde a infância, a campanha Dezembro Laranja deste ano visa chamar a atenção sobre os sinais da doença para diagnóstico e tratamento precoces. Atentar para pintas ou sinais que mudam de tamanho, forma e cor, e procurar ajuda especializada o quanto antes aumentam as chances de cura na maioria dos casos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são diagnosticados 180 mil casos novos da doença, anualmente. É o câncer mais incidente no país em ambos os sexos, sendo que os homens apresentam risco maior de ter a doença. Todos os tipos de câncer são tratados de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Temos um problema de saúde pública, e a SBD transformou esse problema numa ampla campanha de combate ao câncer da pele por meio do Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre a doença”, explica o presidente da SBD, Sérgio Palma. Segundo o médico, a Sociedade Brasileira de Dermatologia mantém seu comprometimento para reduzir a ocorrência e a mortalidade por meio de ações de conscientização por todo o país.

Este ano, a principal peça publicitária da campanha é um filme que conta a história de luta e superação do Mário, do Hélio e do Ricardo, pacientes de diferentes tipos de cânceres da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma, respectivamente. Segundo o coordenador nacional do Dezembro Laranja, o dermatologista Elimar Gomes, “quase 90% dos casos existentes são de carcinomas. Esses tumores têm letalidade baixa, mas provocam cerca de 1.900 óbitos a cada ano no Brasil. Menos comum, o melanoma é o tipo mais agressivo e, por esse motivo, causa mais de 1.700 óbitos anualmente. Conhecemos a origem da doença e sabemos que é possível preveni-la; por esse motivo a conscientização pública é uma das formas de reduzir o número de casos”, enfatiza o médico.

Entre as iniciativas, estão divulgações nas plataformas digitais (Facebook, Instagram, Youtube e site) marcadas com as hashtags #DezembroLaranja e #SinaisdoCancerdePele. O público pode se engajar na campanha e compartilhar nas redes sociais, customizando a foto de perfil e as publicações da SBD, por exemplo. Assim como nos anos anteriores, personalidades participarão do movimento vestindo a cor laranja e monumentos nacionais serão iluminados com a cor símbolo da campanha, frisando o compromisso com a prevenção e o diagnóstico e o tratamentos precoces.

Em 2019, uma das ações que assume maior relevância ocorrerá no dia 7 de dezembro, quando cerca de quatro mil médicos dermatologistas e voluntários prestarão atendimento gratuito para diagnóstico do câncer de pele. As consultas serão realizadas em cerca de 130 postos espalhados pelo Brasil. Este mutirão de consulta é realizado pela SBD desde 1999 e já beneficiou mais de 600 mil pessoas. Este ano, na 21ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele da SBD, a previsão é de que 30 mil pessoas sejam beneficiadas pela iniciativa.  

O Dezembro Laranja 2019 conta com patrocínio da L’Oréal, Johnson & Johnson e Mantecorp. Também há outras parcerias privadas que se uniram ao movimento em prol da vida. A participação de parceiros nessa campanha evidencia a centralidade das questões de saúde no entendimento do modo contemporâneo de vida.

 

 


5 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Luiz Gameiro

Na Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo (Radesp), realizada em outubro passado, o coordenador do Departamento de Dermatologia Geriátrica da SBD, Luiz Gameiro, palestrou sobre os cuidados específicos com a pele do idoso e abordou aspectos interessantes no manejo da queratose actínica (QA). Segundo o médico “é possível melhorar muito a autoestima dos idosos tratando efetivamente as QAs e o campo de cancerização. É comum vermos os pacientes retornarem às consultas com ânimo renovado por se sentirem mais jovens e com a pele mais bonita!”

Maria Carolina Corsi Ferreira

A dermatologista Maria Carolina Corsi Ferreira falou sobre o paciente inoperável. "O câncer de pele atinge principalmente a população geriátrica, e muitas vezes esses pacientes não apresentam condições clínicas para realizar a cirurgia”. Nessa aula, foram discutidas as indicações de tratamento não cirúrgico de câncer de pele, bem como outras opções de tratamento para esses casos, incluindo terapias locais, radioterapia e terapias sistêmicas.

 

Marcelle Nogueira

A dermatologista Marcelle Nogueira, cuja tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP) é sobre envelhecimento cutâneo, dissertou sobre o uso de suplementos na prevenção dessa ocorrência. Destacou doses diárias recomendadas, interações medicamentosas e contraindicações das principais substâncias prescritas para retardar esse processo. Comentou ainda os relevantes estudos científicos mundialmente publicados e fez pertinentes alertas aos colegas dermatologistas acerca dos riscos inerentes ao uso desses suplementos.

 

 


5 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Vanessa Cunha

Nos últimos anos, o número de pessoas vegetarianas – que não consomem nada que derive de animais – aumentou em todo o mundo. Para se ter uma ideia, de acordo com um estudo do Ibope realizado no início de 2019, em seis anos o número de brasileiros que se dizem vegetarianos praticamente dobrou, representando 14% da população, ou seja, quase 30 milhões de pessoas. O estilo de vida tem feito empresas mundiais repensarem seus valores e modus operandi – não à toa, aliás, grandes marcas começaram a estampar o selo de crueltyfree em seus produtos e embalagens. E mais: pesquisas mostram que a preocupação em consumir produtos que privilegiem o bem-estar animal e não sejam testados não é prerrogativa apenas de quem não consome carne e derivados.
 
A dermatologista Vanessa Cunha explica que, apesar de entender essa nova forma de alimentação que muitos procuram, ter uma dieta completa e saudável sendo vegano é algo complexo. “É difícil alcançar a quantidade de proteínas que precisamos em dietas sem qualquer alimento de origem animal. Assim, é comum termos doenças e, especialmente, manifestações cutâneas pela falta de vitaminas e proteínas”, pontua, acrescentando, ainda, que muitas vezes são necessários suplementos, principalmente de vitamina B12 e proteínas, com exceção da vitamina D, que não tem sua absorção comprometida pelos que não comem carnes e afins.
 
Outro ponto importante a ser levantado sobre o tema diz respeito à prescrição de alguns medicamentos: vegetarianos e veganos, normalmente, também são bastante reticentes quanto ao uso de qualquer produto que seja testado em animais. Sobre isso, a médica diz que, atualmente, vários dermocosméticos não são testados em animais. Isto porque seus ativos já foram testados no passado e se mostraram seguros e eficazes. Entretanto, lembra, “é pouco provável que tenhamos ativos eficazes novos, sem testes de segurança”. “Os produtos não testados têm grande possibilidade de não ser eficazes e, pior ainda, de provocar efeitos colaterais graves”, complementa.


 
O futuro

Estudos sobre o impacto do vegetarianismo na sociedade são cada vez mais comuns em todos os segmentos. A população mundial vem-se moldando sob um novo estilo de alimentação, e a medicina também tem-se atualizado e acompanhado. Por isso, é importante conhecer o que os mercados farmacêutico e cosmético dispõem para que possam, de alguma maneira, tentar alinhar o tratamento a ser prescrito à expectativa do paciente. Isso não quer dizer que médicos tenham que abrir mão de seus diagnósticos e recomendações, mas, sim, que podem tentar se adequar a essa demanda – ao indicar um xampu, por exemplo, é possível escolher entre opções sem testes em animais. Em situações de gravidade, porém, o médico deve pontuar a importância do tratamento indicado.

“É difícil lidar, mas quando se trata de uma doença grave, dificilmente eles negam o tratamento convencional. Em situações de gravidade, nunca tive pacientes que se recusaram a usar algo da medicina tradicional”, diz Vanessa.
 
A médica dermatologista diz ainda que hoje não há na literatura científica séria algo que relacione o vegetarianismo/veganismo com o aumento da expectativa de vida. É importante lembrar, porém, que existem pesquisas demonstrando o resultado da adoção desse estilo de vida na saúde. Em uma análise da Universidade de Florença na Itália, por exemplo, chegou-se à conclusão de que uma alimentação de base vegetal ajuda a diminuir a incidência de câncer e problemas no coração. Em outra pesquisa sobre o assunto, realizada pela Universidade de Loma Linda, da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica The Journal of Nutrition, foram analisados biomarcadores no sangue, na urina e no tecido adiposo de 840 adultos, de ambos os sexos, agrupados pelo tipo de alimentação, e chegou-se a conclusão de que a dieta vegana se mostra a mais saudável sob o ponto de vista da saúde.
 
Ainda não é possível prever o futuro. As evidências, contudo, mostram que, ao contrário do que muitos acreditavam há alguns anos, o estilo de vida vegetariano/vegano veio para ficar. E a comunidade médica tem-se, aos poucos, adequado a essa nova realidade.
 


5 de dezembro de 2019 0

Dezembro tem festas, férias, verão e alerta! O mês começa quente para a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que está à frente do Dezembro Laranja, campanha de prevenção ao câncer de pele. No sábado, 7 de dezembro, haverá atendimento gratuito para diagnóstico do problema em 130 pontos de atendimentos no país, sendo dez deles em Minas (veja abaixo). Este ano, os objetivos principais da campanha são a prevenção – que deve começar na infância – e o diagnóstico precoce do câncer de pele, que aumenta as chances de cura e evita danos ou mutilações. Com isso, haverá um foco em informações sobre os sinais da doença. Os sintomas dependem de cada tipo de câncer, mas dois deles merecem atenção especial: pintas irregulares e feridas que não cicatrizam.

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais, a dermatologista Flávia Bittencourt, há uma maior conscientização sobre o câncer, mas nem sempre as pessoas colocam em prática as informações que têm sobre a necessidade de proteção. “De maneira geral, vejo que há uma maior conscientização das pessoas sobre o câncer de pele. Mas essa preocupação nem sempre é revertida em prevenção adequada. Às vezes, as pessoas pensam que o câncer de pele não tem agressividade, não vai ter tanto problema”, diz.

“A meta é melhorar a informação e mostrar para essa pessoa preocupada quais são as medidas práticas devem ser tomadas de a fotoproteção adequada e cuidados em relação à prevenção ao sol”, completa .E ela reforça que o diferencial da oncologia cutânea é exatamente a informação, pois a pele ser um órgão externo, sendo possível visualizar o problema.

Flávia Bittencourt reforça que o cuidado em relação à exposição solar depende da fotoproteção, que demanda filtro solar, atitude e bom senso. “O uso do filtro solar é um dos aspectos da fotoproteção, assim como evitar a exposição excessiva ao sol, uso de chapéu, blusas, ficar à sombra”, diz. “Para a fotoproteção também é necessário bom-senso. Não é para radicalizar, nem deixar de aproveitar o sol. Mas é necessário minimizar essa exposição, ser prudente e usar medidas protetoras”, completa.

As principais dicas de proteção são evitar o sol entre 9h e 15h; usar camiseta, chapéu de abas largas, sombrinha e guarda-sol; óculos escuros, de preferência com lentes de boa qualidade; aplicar o protetor solar diariamente (fator de proteção de no mínimo 30), repetindo a aplicação a cada 2 horas.

O alerta da campanha é direcionado também para a infância. A dermatologista explica que o câncer de pele ocorre por um efeito cumulativo da exposição ao sol ao longo da vida. Então, não é só o sol que você tomou durante as férias de dezembro, por exemplo, que pode levar ao problema, mas também o sol que você vem sendo exposto desde a infância e adolescência. “Na Austrália, que é um país que tem mais casos (de câncer de pele), há um trabalho grande nas escolas, inclusive infantis, para prevenir”.
 

ATENDIMENTO GRATUITO

O mutirão de atendimento gratuito para diagnóstico do câncer de pele que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realizará dentro do Dezembro Laranja acontecerá no sábado, dia 7, das 9h às 15h, em 130 postos do país. Em Minas, haverá atendimento em dez postos localizados em nove cidades, sendo elas Alfenas, Itaúna, Uberaba, São João Del Rei, Barbacena, Itajubá, Curvelo, Juiz de Fora e Viçosa. Cerca de 4 mil médicos dermatologistas e voluntários farão o atendimento no Brasil todo.

Pontos de atendimento gratuito em Minas:

 

Alfenas

Ambulatório Dr. Plínio Prado Coutinho, Centro

Itaúna

Ambulatório de Dermatologia da Policlínica Dr. Ovídio Nogueira Machado, Bairro Niterói

Uberaba

Ambulatório de Especialidades da UFTM (antiga Funepu), Abadia

São João Del Rei

Associação de Amparo a Pacientes com Câncer, Centro

 

Barbacena
Faculdade de Medicina de Barbacena, Praça Presidente Antônio Carlos, São Sebastião

 

Itajubá

Faculdade de Medicina de Itajubá, São Vicente

 

Curvelo

Hospital Imaculada Conceição, Tibira

Juiz de Fora

Hospital Universitário da UFJF – Unidade Dom Bosco (1º andar/todas as 23 salas),Dom Bosco

Hospital Universitário e Maternidade Therezinha de Jesus (recepção 1º andar), São Mateus

Viçosa

Unidade de Atendimento Especializando em Saúde (UAES), Centro

Fonte: Beagá Saúde


5 de dezembro de 2019 0

“Eu tive esse tumor por descuido a vida toda”, avalia Andrea Botto Nitrini, 40 anos, comentando seu diagnóstico do tipo de câncer que é o mais frequente no Brasil – embora nos índices mundiais apareça em 5º lugar em incidência: o câncer de pele não-melanoma. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de pele não-melanoma tem no mundo 1,04 milhão de casos, ficando atrás dos tumores de pulmão e mama (ambos com 2,09 milhões de casos), colorretal (1,8 mi) e próstata (1,28 milhão).

No Brasil, esse tipo de câncer representa cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para 2018-2019 a estimativa é de 165.580 casos por ano no país – 85.170 homens e 80.140 mulheres. A boa notícia é que ele apresenta altos percentuais de cura quando é detectado e tratado precocemente, como fez Andrea.

Ela teve a seu favor o fato de se observar bastante e, por isso, logo percebeu quando apareceu uma mancha branca meio saltada em seu nariz, que não conseguia cobrir com maquiagem. “No começo a gente sempre pensa que logo vai sair”, comenta Andrea. Até mesmo o noivo, médico, acreditou que não seria nada. Depois de esperar por duas semanas sem que a mancha sumisse, o noivo deu o alerta de que seria melhor que ela procurasse um especialista.

Foi em uma consulta ao dermatologista, que analisou a mancha e fez a biópsia no mesmo dia, que descobriu seu diagnóstico de carcinoma basocelular. Logo a cirurgia foi marcada e o câncer retirado. Agora a paciente fará acompanhamento semestral por um período e controle das pintas.

Em uma dessas ironias da vida, como diz Andrea, há cinco anos ela trabalha com dermocosméticos e vende protetor solar; fazendo um balanço, concluiu que apenas há cerca de oito anos se cuida protegendo a pele e evitando abusar na exposição ao sol. “O médico explicou que o efeito dos raios solares na pele é acumulativo desde a infância. Eu nasci em São Paulo, capital, mas morei dos cinco aos 18 anos no interior. Sempre fui muito branca e amava tomar sol e ficar queimada. Cheguei a fazer várias sessões de bronzeamento para a formatura da faculdade”, confessa, lamentando não ter antes a noção de que o sol era tão prejudicial. “Sempre achei um exagero das pessoas. Hoje, depois do câncer de pele e trabalhando com isso, vejo que quase ninguém usa protetor, apesar de ser superimportante”.

Após a doença, ela procura alertar as pessoas para que se protejam e se usa como exemplo. “Falo para todo mundo que precisa se proteger, prestar atenção ao seu corpo e nunca subestimar nada que apareça – não precisa ficar neurótica, mas é importante se cuidar. Do mesmo jeito que os médicos falam para as mulheres se tocarem para o câncer de mama, tem que observar a pele, o corpo”.

Andrea está correta quando avalia que o tumor provavelmente se deve ao descuido com a proteção solar desde a infância. “Mais de 90% dos casos de câncer de pele são causados pela exposição aos raios ultravioleta do sol. Inúmeros estudos demonstram que tanto a exposição crônica diária à radiação ultravioleta (pequena quantidade de sol nas áreas expostas do corpo durante muitos anos de vida) quanto a exposição intensa e intermitente à radiação ultravioleta (episódios de exposição prolongada e desprotegida ao sol que levam a queimadura solar) estão diretamente relacionados ao aumento do risco de desenvolvimento de câncer de pele”, alerta o dermatologista e cirurgião dermatológico Elimar Gomes, coordenador do grupo de Dermatologia do Centro Oncológico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM).

O dermatologista informa que há estudos demonstrando a redução da incidência de câncer de pele com o uso de protetor solar e até mesmo de melanoma, o tipo de câncer de pele mais agressivo. Gomes é o atual coordenador nacional da campanha Dezembro Laranja, cujo objetivo é aumentar a conscientização sobre a doença para reduzir o número de casos. “O câncer de pele está visível para todos nós, então um maior conhecimento sobre a doença determina o diagnóstico precoce, que possibilita a cura na grande maioria dos casos. Pelo sexto ano consecutivo a SBD realiza a campanha para alertar a população sobre prevenção, diagnóstico e acesso ao tratamento da doença no Brasil”.

Segundo o Inca, o câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, mas a constante exposição de jovens aos raios solares está fazendo diminuir a média de idade dos pacientes. Esse tumor é raro em crianças e negros, exceto os que já são portadores de doenças cutâneas; pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar desse tipo de câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas.

Do diagnóstico ao tratamento

O oncologista Rafael Schmerling, membro do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer (IVOC), explica que o primeiro passo quando há suspeita de câncer de pele é providenciar um diagnóstico bastante claro e completo. “É preciso fazer uma biópsia que envolva toda a pinta e também realizar a técnica de pesquisa do linfonodo sentinela, que vai avaliar gânglios próximos”, avalia. “Com essas informações, a próxima discussão será sobre a cirurgia definitiva e se existe tratamento complementar para a cirurgia. Em casos de pacientes que já têm gânglios comprometidos, avaliamos se vale a pena que sejam submetidos a tratamentos antes da cirurgia”.

Schmerling explica que essa decisão sobre tratamentos complementares antes ou depois da cirurgia é feita individualmente, oferecendo uma alternativa a mais para os pacientes no pré ou pós-cirúrgico. Especialmente pacientes que têm gânglios grosseiramente comprometidos, destaca o médico, com gânglios palpáveis, podem se beneficiar da neo adjuvância – terapia realizada antes do tratamento principal, estratégia que pode ser bastante promissora para reduzir o tumor e melhorar a chance de cura. O médico cita que atualmente há dados para uso de imunoterapia e terapia alvo e vários remédios vem sendo testados.

Imunoterapia muda história do melanoma

Um dos fundadores do IVOC, o oncologista Antonio Buzaid, ressalta a evolução da imunoterapia no tratamento de melanoma e em outros tumores. “A imunoterapia vem sendo estudada há muitos anos e temos grandes avanços. Na década de 1990 conseguíamos cura em torno de 5%”, recorda. Ele esclarece que por volta de 1995 tudo mudou com a descoberta de novos medicamentos que evitavam a pausa que é realizada pelo organismo para “esfriar” o sistema autoimune – com o sistema funcionando por mais tempo, estudos demonstraram que seria possível fazer regredir os tumores. “Nos tratamentos de câncer, o uso do anti CTLA-4 elevou os resultados, que ficavam em cerca de 5%, para 20%. Os estudos avançaram e ficaram focados no PDL1 – proteína que faz o linfócito T parar de funcionar e assim suprime o sistema imune”.

Os inibidores de checkpoint, medicamentos que impedem essa parada do sistema imune com o PDL1, promoveram outro avanço na história da doença. Buzaid diz que esse tratamento começou com melanoma e hoje é usado em dezenas de doenças. “Passamos do índice de 20% com anti CTLA-4 para 30% a 40% de evolução sem progressão, com pacientes bem por quase cinco anos, com os inibidores de checkpoint”.

A professora aposentada Clio Matzenbacher de Moura, de 66 anos, foi uma das primeiras pacientes no Brasil a usar a imunoterapia Nivolumabe – começou há quatro anos, quando ainda estava em pesquisa clínica no Brasil, mas já era aprovado nos Estados Unidos e Europa. Ela descobriu seu tumor há dez anos, com uma pinta que apareceu do nada no lado esquerdo das costas. O cirurgião plástico logo diagnosticou melanoma e marcou a biópsia, que confirmou o diagnóstico. A cirurgia foi realizada em janeiro de 2010 e Clio fez acompanhamento com exames clínicos e de imagens por anos, sempre com resultados negativos.

Quando faltava um mês para completar cinco anos, descobriu um linfonodo na axila que estava se disseminando para outros locais. Ela passou por mais duas cirurgias e quimioterapia, que provocou bastante efeito colateral. Sem resolver, tentou primeiro um outro imunoterápico, que também não trouxe resultado positivo.

“Foi então que entrei na pesquisa clínica do Nivolumabe, que é uma benção”, comemora, depois de 105 aplicações de imunoterapia. “No começo sentia queimação e coceira, nada que uma bolsa de gelo não resolvesse. Às vezes sinto fadiga e frio nas extremidades do corpo, mas hoje tenho qualidade de vida, consigo fazer o que quero. Eu faço tudo normalmente e inclusive viajo ao exterior para visitar meus netos. Muitas vezes depois da aplicação, quando saio do hospital, vou ao supermercado fazer compras”.

Para Clio, sua vivência demonstrou que o câncer deixou de ser uma sentença de morte. “Eu me tornei mais forte e generosa e quero compartilhar com todos os benefícios que recebi. Essencial é ter fé, paciência, persistência, esperança e um médico que lhe dê confiança. A mente é tudo e sendo positiva o mundo fica mais fácil, alegre e feliz”.

Como se proteger do câncer de pele

Veja a seguir dicas do dermatologista Elimar Gomes.

Qual o FPS mínimo indicado tanto para crianças quanto para adultos para proteger a pele dos malefícios causados pela exposição solar em excesso?

Atualmente, no Consenso Brasileiro de Fotoproteção, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda o uso de protetores solares de FPS mínimo de 30. Para atingir a proteção solar descrita na embalagem do produto é necessário aplicar 2g/cm2 do produto na superfície da pele. Protetores solares com fatores de proteção mais altos são significativamente mais eficientes na proteção contra os raios solares.

Como o protetor solar deve ser utilizado em termos de quantidade a ser passada na pele e frequência de uso (a cada 3 horas ou depois que entrar na água, por exemplo)?

A primeira aplicação do produto é fundamental e deve ser feita com maior atenção e cuidado, pelo menos 15 minutos antes da exposição solar. Recomenda-se, de maneira geral, a reaplicação dos fotoprotetores a cada 2 horas ou após períodos de imersão. A quantidade a ser aplicada deve ser observada, recomendando uma das duas alternativas abaixo:
Aplicação de duas camadas. Para aumentar a quantidade a ser aplicada pode-se orientar a aplicação do protetor solar da forma que o usuário está habituado, mas solicitar uma imediata reaplicação.

Fonte: Instituto Vencer o Câncer


4 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Profa. Fabiane Mulinari Brenner
Professora de Dermatologia da Universidade Federal do Paraná
Chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Curitiba

O aumento na densidade capilar é objetivo dos tratamentos para alopecia androgenética (AAG); os resultados clínicos e a real espectativa do paciente precisam, entretanto, ser alinhados. A neogênese folicular, com formação de novos folículos pilosos, é improvável, e as respostas clínicas são atribuídas especialmente à ativação de folículos quenógenos. A fase quenógena, um período em que o folículo fica vazio, sem cabelo visível e sem atividade metabólica, pode durar meses na AAG, e é o foco de diversas modalidades terapêuticas.

Atualmente, o tratamento-padrão abrange o uso tópico do minoxidil, originalmente desenvolvido como medicação sistêmica para hipertensão, com efeito calateral de hipertricose. Mais recentemente houve a retomada de seu uso sistêmico, com a evidência da falta de efeitos vasculares em pacientes normotensos. Relatos, não bem documentados, de efeitos na espermatogênese supostamente relacionados à finasterida motivam o aumento da prescrição do minoxidil via oral em homens.

O tratamento sistêmico da AAG envolve os bloqueadores da 5-alfa redutase em homens. A associação com síndromes hiperandrogênicas facilita a demonstração de resultados dos antiandrógenos em mulheres. Apesar de a maioria das pacientes não apresentar alterações nos níveis hormonais, o uso de medicações com ação antiandrogênica, como finasterida, espironolactona e  ciproterona, está indicado na AAG feminina. A flutamida, apesar de bons resultados, está proibida pela Anvisa para uso em mulheres em função de potencial dano hepático.  

Os resultados limitados da alternativa medicamentosa estimulam o uso de terapias adjuvantes. Alguns aparelhos com luz de baixa intensidade demonstraram aumento da densidade folicular. Como tratamento de uso doméstico, sem supervisão direta, merece atenção a recomendação do fabricante em relação ao tempo de exposição, evitando excessos que podem danificar os folículos.

Diversas técnicas de microagulhamento minimamente invasivo, incluindo a microinfusão de medicamentos na pele (MMP®), favorecem a liberação de substâncias endógenas com potencial estímulo do crescimento de pelos por meio da liberação de fatores de crescimento derivados de plaquetas, fatores de crescimento epidérmico e aumento de proteínas Wnt. Essas proteínas estimulam células-tronco das papilas dérmicas e o crescimento dos pelos.

Microcanais permitem o transporte de macromoléculas e outras substâncias hidrofílicas para a pele, com potencial para entrega de fármacos (drug delivery) na derme. O aumento da permeabilidade do couro cabeludo, com melhor penetração de substâncias através do estrato córneo teria potencial melhor resultado terapêutico. Os medicamentos para essa finalidade devem ser apropriados para uso intravenoso ou intradérmico. Minoxidil e fatores de crescimento distribuídos por diversas farmácias, sem estudos padronizados, rechearam o mercado nos últimos anos. Não há técnica-padrão nem substância adequadamente estudada para esse fim.

Outras técnicas podem ser usadas na tentativa de aumentar a absorção transdérmica de fármacos. Ultrassom, laser ablativo, iontoforese, eletroporação e microdermoabrasão já foram descritos; as evidências, entretanto, são igualmente pobres de resultados.

O plasma rico em plaquetas (PRP) apesar da popularidade em outros países está proibido no Brasil por um parecer do CFM de 2011 e uma nota técnica da Anvisa de 2015. Técnicas análogas de extração de fatores de crescimento estão sujeitas a recomendações equivalentes.

Apesar de estudos pequenos em animais e seres humanos, melhores evidências são necessárias para comprovar o efeito terapêutico dessas técnicas. Os tratamentos adjuvantes devem ser considerados em associação e não em oposição à terapia-padrão, já que as evidências são variáveis.

 

 


4 de dezembro de 2019 0

O câncer de pele é o tipo mais comum do Brasil

Um em cada quatro novos casos no país é de pele. São 180 mil novos casos diagnosticados todos os anos. No entanto, as chances de cura da doença são altas se a doença for descoberta precocemente. Para falar sobre o assunto, o programa Saúde em Dia, da Globonews, contou com a presença do dermatologista e coordenador nacional da campanha Dezembro Laranja da SBD, Elimar Gomes. Em sua participação, o médico fala sobre os tipos da doença, os fatores de risco e alerta para o mutirão de atendimento a ocorrer em todo o Brasil no dia 7 de dezembro.

Clique na imagem para assistir a íntegra da entrevista, realizada nesta terça-feira, 3 de dezembro.

 





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