Dermatologia do paciente com tatuagem e skincare na infância estão entre temas abordados em evento da Sociedade Brasileira de Dermatologia



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8 de julho de 2024

A 16ª edição do Teraderm, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), contou com a participação de aproximadamente dois mil médicos dermatologistas que se reuniram em São Paulo, no último final de semana, aonde abordaram temas voltados para a dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.

“O evento, tradição anual, reuniu médicos dermatologistas de todo o Brasil que buscam por capacitação no tratamento de seus pacientes, além de aprimoramento das técnicas voltadas para a estética”, explica dr. John Verrinder Veasey, um dos coordenadores do Teraderm.

Mais de 130 especialistas, entre coordenadores e palestrantes, deram em torno de 30 aulas, entre elas, a “Dermatologia do paciente com tatuagem”. Para a coordenadora da sessão, Rosana Lazzarini, muitos pacientes nem imaginam a profunda relação entre os temas. “Os pacientes que possuem vitiligo e psoríase, por exemplo, ao se tatuarem, podem desencadear as doenças ou piorá-las. Indivíduos que possuem muitas pintas também precisam de uma avaliação prévia com um dermatologista. As pintas precisam de acompanhamento e a tatuagem pode dificultar a análise, especificamente quando a tinta ou o traço é aplicado sobre elas”, explica Rosana Lazzarini.

O bloco também abordou as reações precoces que podem ocorrer na região tatuada. Caso os cuidados não sejam adequados no momento do procedimento, o paciente pode ter infecção por bactéria, além das reações tardias, como, por exemplo, formação de queloides e até mesmo processos inflamatórios. “As reações agudas como a inflamação inicial pela tinta podem ser tratadas com medicamentos tópicos e as infecções com o uso de antibióticos. Já reações crônicas podem exigir condutas mais complexas, como biópsias da lesão para definir a origem do problema”, completa Lazarini.

Outro bloco do evento foi o “Skincare e a maquiagem na infância: o que pode e o que não pode?”, coordenado pela dra. Carolina Gonçalves Contin Proença. Ela destaca que as mídias sociais mostram rotinas exageradas de skincare para crianças, com produtos não indicados, além de tutoriais de maquiagens. “O uso de maquiagem deve ser feito apenas com produtos infantis para o momento de brincadeira e festas a fantasia, mas não como apelo de beleza. Os produtos podem ser prejudiciais tanto para a pele, causando dermatite de contato, como também alteração no eixo hormonal”, diz.

Segundo a especialista, as recomendações de skincare para crianças devem contemplar apenas orientações de banho – breve, com água morna e sabonetes adequados. “Pode ser feito o uso de creme hidratante para pele ressecada ou sensível, além de fotoproteção com roupas e filtros solares indicados. Também há orientações de como prevenir de picadas de inseto, além de bons hábitos alimentares”, explica Carolina.

Ao longo dos blocos os médicos dermatologistas participantes puderam contribuir com as suas experiências, o que foi um grande diferencial. “Sempre buscamos promover a maior participação e interação possível dos médicos participantes. Essa é a essência da nossa Sociedade, afinal, acreditamos que só dessa forma é possível encontrar melhores perspectivas de tratamentos que gere qualidade de vida ao paciente”, diz Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

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4 de julho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lamenta o óbito ocorrido no Distrito Federal após a injeção de Polimetilmetacrilato (PMMA) para correção estética de glúteos com profissional não habilitada.

A SBD alerta que antes de realizar qualquer procedimento estético invasivo, é preciso certificar-se se o profissional escolhido é médico, habilitado e com situação regular no Conselho Regional de Medicina (CRM), evitando situações de risco decorrentes de possível atendimento por pessoas sem a devida qualificação e sem competência legal para tanto. Vale ressaltar que biomedicina e medicina são profissões distintas, ambas regulamentadas e com suas competências estabelecidas por lei.

Procedimentos que necessitam da utilização da substância PMMA devem ser indicados e realizados por médicos, pois podem produzir resultados imprevisíveis e indesejáveis, incluindo reações incuráveis e persistentes. O uso da substância pode causar reações imediatas ou em curto prazo, como: edemas locais, processos inflamatórios, reações alérgicas e formação de granuloma; e tardias, muitos anos após a realização da injeção.

É essencial ressaltar que o PMMA não é recomendado para fins estéticos generalizados por diversas entidades médicas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia reconhece que, apesar dos efeitos adversos, o PMMA continua a ser uma ferramenta valiosa para o tratamento de lipoatrofias severas, como por exemplo em alguns pacientes que convivem com HIV/AIDS, desde que administrado por profissionais qualificados. A importância de procedimentos estéticos invasivos realizados por médicos capacitados é enfatizada como medida crucial na prevenção e manejo de complicações potenciais.

Ressalta-se ainda que os procedimentos estéticos invasivos envolvem avaliação prévia do paciente e não podem estar separados de um atendimento médico responsável. Do ponto de vista da saúde pública, vale destacar que a prática da medicina e realização de tratamentos devem ser feitos em estabelecimentos de saúde, como consultórios médicos, clínicas e hospitais, locais onde é possível observar os quesitos de biossegurança dos procedimentos.

Quanto à regulamentação, todos os produtos utilizados em procedimentos médicos e estéticos no Brasil devem possuir registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), garantindo segurança, eficácia e qualidade. A aplicação do PMMA é restrita a profissionais médicos habilitados, seguindo rigorosas orientações de dosagem e técnicas de aplicação estabelecidas pela Agência.

Por fim, este parecer destaca a responsabilidade dos médicos na avaliação criteriosa dos pacientes, na indicação, aplicação e seguimento adequado da injeção de PMMA, visando sempre a segurança e o bem-estar dos indivíduos submetidos a esses procedimentos estéticos.

Um parecer técnico conjunto a partir do entendimento entre SBD e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica está em andamento e será apresentado ao Conselho Federal de Medicina para definir os rumos desse procedimento estético, sempre visando a segurança dos pacientes.

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2 de julho de 2024

Neste Dia do Hospital, celebrado em 2 de julho, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) destaca o papel do médico dermatologista no ambiente hospitalar e alerta para a importância do diagnóstico, manejo e condução adequada desses pacientes.

“A atuação do dermatologista no hospital envolve o diagnóstico e condução de doenças cutâneas em formas graves, tais como hanseníase e pênfigo(“fogo selvagem “); o diagnóstico e conduta de interconsultas a outros serviços do hospital e o diagnóstico precoce e conduta de reações medicamentosas graves ocorridas dentro ou fora do hospital”, explica Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

Uma das complicações e manifestações mais associadas a infecções no paciente que está internado é a candidíase cutânea, que provoca sintomas como vermelhidão e coceira, principalmente nas áreas de dobras do corpo.

“Surge em pacientes que estão acamados, pacientes que são diabéticos, obesos, que estão utilizando antibióticos de largo espectro por via oral ou por via intravenosa. O tratamento deve ser feito não somente no local afetado como também através do uso sistêmico de antifúngicos”, explica o médico dermatologista Paulo Roberto Lima Machado, coordenador do departamento de doenças infecciosas e parasitárias da SBD.

Além dos problemas dermatológicos que podem surgir durante a hospitalização de um paciente, existem aquelas dermatoses que necessitam de internação para serem tratadas, como as doenças bolhosas, que se manifestam com o aparecimento de vesículas e/ou bolhas, podendo afetar a pele e as mucosas.

“Há algumas indicações para a internação hospitalar no caso das doenças bolhosas: os pacientes com área extensa de acometimento da pele que necessitam de uma resposta terapêutica mais rápida, aqueles que possuem dificuldade importante para se alimentar ou desnutrição e aqueles com infecção bacteriana com maior risco de evoluírem para quadros graves, como infecção generalizada. Outros fatores devem ser levados em consideração, como idade, sinais vitais (temperatura corporal, pulso, pressão arterial e frequência respiratória), estado geral, contexto social e presença de outras doenças”, explica Oscar Cardoso Dimatos, coordenador do departamento de doenças bolhosas da SBD.

Outras doenças dermatológicas podem apresentar indicação para a realização de tratamento com o paciente internado em ambiente hospitalar. São indicações de internação: o herpes-zóster em pacientes que apresentam complicações ocular e/ou neurológica, os casos de erisipela com progressão rápida da vermelhidão, ausência de melhora após 48 horas de antibioticoterapia via oral, com acometimento na face e em pacientes imunocomprometidos. As reações graves a medicamentos, os casos de eritrodermias (vermelhidão e descamação generalizados) graves e alguns pacientes com psoríase podem necessitar de cuidados intensivos em algum momento do tratamento.

“Em relação a todas essas doenças, ressalto que os dermatologistas são médicos preparados e capacitados para diagnosticá-las e tratá-las. Frequentemente, são necessárias avaliações de outras especialidades médicas e de outras profissões da saúde, que são os acompanhamentos multidisciplinar e multiprofissional”, explica Oscar.

Alguns procedimentos estéticos também devem ser feitos em ambiente hospitalar, como é o caso do peeling de fenol, indicado para tratar casos de envelhecimento facial severo, caracterizados por rugas profundas e textura da pele comprometida. Por ser considerado um procedimento estético invasivo demanda extrema cautela, sendo essencial que seja conduzido, preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente anestesiado e sob monitoramento cardíaco.

“O peeling de fenol faz uma necrose, ou seja, uma destruição tanto da epiderme, a camada mais superficial da pele, quanto da derme, a mais profunda. Por existir uma troca completa de todas as estruturas da pele esse é considerado um peeling profundo. Apesar de consagrado desde a década de 50, com muita literatura científica, ele traz alguns riscos, já que o fenol é tóxico para o coração, para os rins e para o fígado. Então, o paciente, antes do procedimento, precisa fazer uma série de exames e durante o procedimento é necessário que tenha monitoramento cardíaco, já que com a substância fenol em contato com a pele do indivíduo ele pode fazer algumas alterações no eletrocardiograma, podendo ter arritmias. Também é indicado uma indução venosa com soro para reduzir os impactos da substância no organismo”, explica a coordenadora do departamento de cosmiatria dermatológica da SBD, Elisete Crocco.

 

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26 de junho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), considera um grande equívoco a Resolução RE n° 2384/2024, publicada nesta terça-feira (25), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em que proíbe a comercialização, importação e uso de produtos contendo fenol para todos os procedimentos de saúde, dando a entender que está proibida a utilização do fenol para procedimentos invasivos pelos médicos.  

Há diversas evidências de eficácia e de segurança do fenol, quando indicado corretamente e realizado com os cuidados imprescindíveis, como monitoramento cardíaco, hepático, renal, conhecimento da técnica, controle do pós, da possibilidade de infecção cutânea ou até de infecção grave.  

 A SBD reitera que é veementemente contra a proibição para uso de fenol pelos médicos habilitados e capacitados, de preferência dermatologista ou cirurgião plástico. 

 

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25 de junho de 2024

O “2º Imunoderma”, simpósio promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, contou com a participação de aproximadamente 500 médicos dermatologistas de todo o Brasil, que se reuniram em Campinas (SP), no último final de semana. Entre os assuntos tratados estava o vitiligo, doença caracterizada pela perda da coloração da pele, que tem como data de conscientização o dia 25 de junho.  

“No evento foram abordadas as doenças imunomediadas na prática médica, onde os especialistas apresentaram diversos casos clínicos. Uma excelente oportunidade de troca de conhecimento no diagnóstico e tratamento dessas patologias. Neste mês, também marcado pelo Dia Mundial do Vitiligo, não podíamos, no nosso encontro, deixar de falar desse tema, o qual afeta crianças e adultos”, diz o presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves. 

O encontro teve intensa programação e contou com aproximadamente 70 especialistas entre palestrantes, moderadores e apresentadores. “Discutimos os avanços terapêuticos em relação a diferentes doenças imunomediadas incluindo o vitiligo, psoríase, dermatite atópica, alopecias, entre outras doenças. Os principais destaques foram as apresentações dos casos clínicos com a utilização de novas drogas com alto perfil de eficácia e segurança dos medicamentos. Muitas delas já acessíveis para a população brasileira”, explica o médico dermatologista Ricardo Romiti, coordenador do evento.   

Os médicos dermatologistas da SBD, Caio César Silva de Castro, do Paraná, e Ivonise Follador, da Bahia, abordaram o módulo “Vitiligo na Infância”. “Trata-se de uma doença genética autoimune, onde as células de defesa do indivíduo atacam seus próprios melanócitos, responsáveis por produzir a melanina, que dá cor à pele. O vitiligo tem componentes genéticos e inflamatórios”, explica Dr. Caio, coordenador do Departamento de Biologia Molecular Genética e Imunologia da SBD.  

Sintomas e Diagnóstico 

O vitiligo, na maioria das vezes, não tem sintoma, porém alguns pacientes podem ter prurido, ou seja, uma coceira leve quando as lesões estão começando. O diagnóstico é feito pela observação clínica das manchas que podem ser evidenciadas no escuro com a lâmpada de wood, que destaca bastante as manchas brancas do vitiligo. Quando ainda há dúvidas se o paciente tem ou não a doença é feita uma biópsia. 

Tratamento 

O principal tratamento é a fototerapia com radiação ultravioleta B. “Elas emitem um comprimento de onda capaz de matar as células que estão na pele, denominadas linfócitos T, que mataram os melanócitos. Dessa forma, os melanócitos conseguem voltar para as lesões do vitiligo e repigmentar a pele. Podemos também fazer tratamentos com medicações orais ou tópicas, além de remédios inibidores”, explica o médico. O especialista também destacou que ainda não foi possível impedir que o vitiligo não se instale em determinados locais, mas em áreas pequenas, como nas mãos, já é possível evitar.  

“Nesse caso, por exemplo, é preciso tomar cuidado ao fazer a unha e retirar a cutícula, porque o traumatismo pode ser um gatilho para novas lesões, então, é melhor empurrar a cutícula, do que tirá-la. O paciente também não deve fazer depilação a laser, pois a destruição dos pelos faz com que se perca a reserva de melanócito e reduza o potencial de repigmentação. Também não é recomendada a utilização de clareadores a base de hidroquinona ou peeling de fenol porque retira toda a camada da pele, podendo desencadear o vitiligo”, conclui.  

O dermatologista é o médico especialista para a avaliação e conduta das queixas de pele, cabelos e unhas, portanto, para o diagnóstico e tratamento do paciente com vitiligo é indispensável uma análise dermatológica.    

 

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14 de junho de 2024

A reunião do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que aconteceu no último sábado (8), em São Paulo (SP), reuniu todos os presidentes e os delegados de cada regional e contou com uma extensa programação.  

O presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves, fez a abertura. Em seguida, a secretária-geral, Regina Oliveira Carneiro, apresentou um relatório com todos os avanços da diretoria e as novas propostas para o futuro. Cada comissão também apresentou um relatório.  

Algumas apresentações tiveram importantes debates, como aquelas sobre o trabalho da atual gestão referente aos honorários médicos, pelo Dr. Lucas Campos, o relatório dos Anais Brasileiros de dermatologia, pelo Dr. Silvio Marques, e Dr. Gabriel Gontijo, que discorreu sobre a possibilidade de ampliar o número de centros formadores em cirurgia de mohs, uma técnica utilizada para tratamento de lesões malignas da pele.  

“A reunião foi bastante produtiva. Esse é um momento importante não só de prestação de contas, mas também de aproximação e troca entre os médicos dermatologistas das diferentes regionais. Uma ótima oportunidade para todos”, diz a secretária-geral da SBD, Regina Oliveira Carneiro.   

Durante a reunião, a cidade de São Paulo foi aprovada para ser a sede do Congresso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia em 2028. Houve também a votação para escolha do presidente do Congresso, com eleição do médico dermatologista Sérgio Schalka. Foi apresentada, ainda, a previsão orçamentária do congresso de 2025, que será no Rio de Janeiro e presidido pela médica dermatologista Leandra Metsavaht.  

Houve também, durante a programação, a eleição dos novos membros das comissões, são eles: Maria Araci Pontes, do Ceará, para a Comissão do TED; Mariana Carvalho Costa, do Distrito Federal, para a Comissão Científica; Antônio Macedo D´Acri, do Rio de Janeiro, e Gabriela Roncada Haddad, de São Paulo, para a Comissão de Ensino; Eduardo Miranda Alvares, de Goiás, para a Comissão de Ética e Defesa Profissional; e Abdiel Figueira Lima, do Rio de Janeiro, Ricardo Seiji Shiratsu e Dilhermando A. Calil, de São Paulo, para o Conselho Fiscal. Foi ainda reconduzido ao cargo em novo mandato, Hamilton Ometto Stolf, de São Paulo, como editor-chefe da Revista Surgical & Cosmetic Dermatology. 

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13 de junho de 2024

O albinismo é a incapacidade de um indivíduo em produzir melanina, que é um filtro solar natural e que dá cor à pele, pelos, cabelos e olhos, portanto a pele da pessoa com albinismo se apresenta branca e sensível ao sol. Diante dessas características raras, os portadores da desordem, muitas vezes, são vítimas de preconceito. Em busca de mudar essa realidade, foi criado, em 2014, pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional de Conscientização sobre o Albinismo, celebrado em 13 de junho.   

“Precisamos dar cada vez mais luz a essa data para que a sociedade tenha acesso à informação. Só assim conseguiremos formar uma grande rede de conscientização, onde as pessoas com albinismo tenham seus direitos assegurados”, diz o médico dermatologista Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.  

A pessoa com albinismo, que é uma condição genética hereditária, não consegue se defender da exposição ao sol e a consequência imediata é a queimadura solar, afetando, principalmente as crianças, já que na infância o controle é mais difícil. Sem a prevenção, os pacientes envelhecem precocemente e podem desenvolver cânceres de pele agressivos antes dos 30 anos de idade.  

“A escassez ou ausência da melanina pode afetar a pele, deixando-a em diferentes tons, do branco ao marrom. Os cabelos também variam de muito brancos até o castanho, loiro ou ruivo. Já nos olhos as cores podem variar do azul muito claro ao castanho e, assim como a cor da pele e do cabelo, podem mudar conforme a idade. Também podem ocorrer sintomas relacionados à visão, como, por exemplo, o movimento rápido e involuntário dos olhos, estrabismo, miopia, hipermetropia, fotofobia, entre outros”, explica Carolina Marçon, médica dermatologista da SBD. 

O diagnóstico é feito pelo médico dermatologista e pelo oftalmologista. Através da história clínica, avaliação dermatológica e exame da retina é possível chegar à conclusão diagnóstica. Embora o diagnóstico de certeza do albinismo seja somente através da pesquisa genética. 

Tratamento e cuidados 

Para evitar uma das principais complicações do albinismo que é o câncer de pele, é necessário ter consultas de rotina com o médico dermatologista para acompanhar os sinais e sintomas buscando detectar, de forma precoce, o indício do surgimento de lesões. Também é preciso manter as avaliações oftalmológicas.   

Existem ainda as medidas de autocuidado essenciais para evitar complicações, como garantir o uso de filtro solar e evitar a exposição direta ao sol. O uso de roupas compridas deve ser priorizado, assim como os óculos-escuros que contenham proteção contra os raios UVA e UVB.    

Conheça o projeto com pessoas albinas premiado após indicação da SBD 

Em 2023, o projeto de educação e cuidado dermatológico intitulado como “Albinismo em um país tropical: um olhar além da cor da pele”, realizado para a comunidade albina na Bahia, foi premiado pela Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (ILDS), após indicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).  

O projeto, liderado pela médica dermatologista da SBD Ana Lisía Giudice, tem como objetivo conhecer o perfil epidemiológico, social e econômico dos indivíduos albinos que vivem no Nordeste do Brasil. 

“Um grupo de dermatologistas, apoiados pela SBD nacional, foi a uma comunidade onde há um grande número de indivíduos com albinismo. Durante o atendimento médico, coletamos dados sobre condições de vida, educacionais, sociais, econômicas e de saúde clínica e dermatológica. Na ação educativa com albinos reiteramos o conhecimento de sua condição genética, ouvimos suas necessidades e limitações, para que possamos destacar os cuidados necessários do ponto de vista dermatológico para prevenção através do autoexame da pele e a prevenção de lesões pré-malignas e/ou malignas”, explica a médica dermatologista. 

Quando é identificada a presença de lesões, o paciente é encaminhado para terapêutica cirúrgica ou tópica adequadas para cada dermatose detectada na população. Com o recurso da premiação foi possível investir em equipamentos de proteção solar e panfletos educativos. Além disso, foram gravadas aulas sobre albinismo e sobre câncer de pele que ficaram em uma plataforma digital da secretaria de saúde do estado da Bahia para capacitar as equipes de saúde da atenção básica.   

“A SBD nos apoiou através do departamento GRAPE (Grupo de apoio permanente), que cuida de populações negligenciadas na pessoa de sua coordenadora, a Dra. Cecilia Bortolleto, na ação que fizemos na cidade de Inhambupe, na Bahia, e está nos ajudando a construir a próxima ação de atendimento em outra localidade do interior da Bahia, juntamente com a APALBA (Associação das pessoas com albinismo da Bahia). Pretendemos alargar o âmbito desta ação a outros municípios do estado da Bahia e, se possível, em outros estados do Brasil. Beneficiaremos com isso quase  600 indivíduos de um total de 1.141 albinos presentes na Bahia”, explica Ana Lísia.   

 

 

 

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11 de junho de 2024

A Campanha de Conscientização sobre a Hidradenite Supurativa, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), tem como objetivo conscientizar a população sobre os sinais, sintomas e medidas para o controle da doença. O Dia Mundial da Hidradenite foi em 6 de junho, mas as ações para alertar a sociedade ocorrem ao longo de todo o mês.   

“Alguns pacientes só conseguiram o diagnóstico correto após dez anos depois dos primeiros sintomas, já que esse é um processo inflamatório pouco conhecido e negligenciado. Muitos demoram até chegar ao especialista que é o médico dermatologista, portanto, através da campanha geramos informações para pacientes e médicos que podem favorecer o diagnóstico precoce e, consequentemente, impedir a evolução da doença na sua forma mais grave”, explica o médico dermatologista Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.  

A hidradenite supurativa é um processo inflamatório crônico, mais frequente em pacientes com sobrepeso e mulheres, que acomete preferencialmente axilas, mamas, virilha, a região genital e glútea, podendo aparecer nódulos e caroços dolorosos, que podem evoluir com abertura e drenagem de pus. Uma mesma lesão pode inflamar e desinflamar várias vezes no mesmo local e até deixar cicatrizes, dificultando a movimentação dos braços e coxas, por exemplo.  As causas ainda não estão bem estabelecidas, mas ela pode ser considerada uma doença autoinflamatória, quando ocorre uma resposta inflamatória exagerada que agride e danifica a pele e as estruturas associadas.  

“Essa é uma tendência genética e pode estar associada a algumas alterações de saúde e hábitos, como o tabagismo e a obesidade. É importante lembrar ainda que, apesar de não ter cura definitiva, é possível tratar os sintomas e ter uma vida saudável”, explica a médica dermatologista Renata Ferreira Magalhães, diretora científica da SBD.  

Tratamento da Hidradenite Supurativa  

O tratamento envolve a prescrição de medicamentos pelo dermatologista dependendo da complexidade dos sintomas. Além de medidas para controle do peso e melhora da qualidade de vida como a excisão das lesões. Os medicamentos tópicos, podem incluir antissépticos para cuidados locais, antibióticos e esfoliantes tópicos que ajudam a reduzir a inflamação e controlar as infecções bacterianas. Medicamentos sistêmicos, como antibióticos, imunossupressores e imunobiológicos também são eficazes na redução da inflamação.  

Infiltrações locais de corticosteróides e os tratamentos a laser para reduzir os pelos da região e a inflamação também facilitam os cuidados locais. Já a cirurgia é indicada para casos extensos ou persistentes. Isso pode incluir drenagem de abscessos, excisão de tecido cicatricial ou até mesmo remoção das glândulas nas áreas afetadas.  

Para casos graves que não respondem a outras formas de tratamento existem as terapias biológicas que podem ser prescritas, reduzindo o processo inflamatório e viabilizando melhor resultado quando da remoção cirúrgica. Além de analgésicos potentesem casos de dor intensa.  

“Como forma de auxiliar o tratamento e favorecer a prevenção, é fundamental parar de fumar e manter o peso proporcional à altura. Alguns estudos sugerem que uma dieta muito rica em carboidratos, açúcares e gordura animal poderia agravar os sintomas. Evite ainda o uso de roupas apertadas e o suor excessivo nas áreas mais afetadas, como axilas, mamas, virilha, região genital e glútea”, conclui Renata Ferreira Magalhães.  

O dermatologista é o médico especialista para avaliação e conduta das queixas de pele, cabelos e unhas, portanto para o diagnóstico e tratamento do paciente com hidradenite supurativa é indispensável uma análise dermatológica.

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5 de junho de 2024

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reconhece que o peeling de fenol em toda a face é um procedimento estético que demanda extrema cautela, considerando sua natureza invasiva e agressiva. É essencial que seja conduzido por médicos habilitados, preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente devidamente anestesiado e sob monitoramento cardíaco.

Este tipo de peeling é especialmente indicado para tratar casos de envelhecimento facial severo, caracterizados por rugas profundas e textura da pele consideravelmente comprometida. No entanto, é importante ressaltar que o procedimento apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido.

Devido ao uso de um composto tóxico absorvido pela pele e, consequentemente, pela corrente sanguínea, o procedimento exige precauções rigorosas. É possível que ocorram complicações, como dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até mesmo problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele. Contudo, quando criteriosamente indicado e executado, os resultados obtidos são incomparáveis a outros métodos esfoliativos, proporcionando uma renovação intensa da pele, estimulando a produção de colágeno e reduzindo significativamente rugas e manchas.

Antes de se submeter a qualquer procedimento clínico ou cosmiátrico, a SBD recomenda que o paciente busque a orientação de um dermatologista. Este profissional está capacitado para preparar a pele, avaliar adequadamente suas condições e indicar a melhor abordagem individualizada para cada caso, além de orientar sobre os cuidados necessários para evitar as possíveis complicações.

A SBD reitera seu compromisso com a saúde e a segurança da população, alertando que procedimentos estéticos invasivos devem ser realizados exclusivamente por médicos habilitados. Profissionais não qualificados podem desconhecer princípios básicos destes tratamentos. Para mais informações sobre cuidados com a saúde da pele, cabelo e unhas, acesse www.sbd.org.br e siga @dermatologiasbd nas redes sociais.

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28 de maio de 2024

No mês dedicado ao esclarecimento sobre a Síndrome de Ehlers-Danlos (SED), a Sociedade Brasileira de Dermatologia traz informações que contribuem para uma melhor compreensão e manejo da Síndrome. Essa condição que compreende um grupo de doenças caracterizadas pelo aumento da elasticidade e da fragilidade da pele, bem como pela hiperextensibilidade das articulações devido a alterações no colágeno. Nas formas mais completas da síndrome, outros órgãos, como vasos sanguíneos, coração, intestino e pulmão, podem ser afetados. A prevalência da SED gira em torno de 1 para 5000 indivíduos, com uma grande variedade clínica, englobando casos desde sutis até graves.

Uma das características distintivas da SED é a aparência da pele, que é descrita como macia, aveludada e de consistência pastosa. Quando esticada, a pele rapidamente retorna ao seu estado prévio. Esse achado é mais facilmente perceptível na região interna do antebraço. Nas mãos, nos pés e por vezes nos cotovelos, pode-se observar um excesso de pele flácida e redundante. Em algumas áreas, o tecido adiposo subcutâneo pode-se notar pequenas nodulações. A cicatrização pode ser comprometida, resultando em hematomas mais frequentes que podem evoluir para pequenos nódulos. Essas alterações podem ser mais difíceis de serem avaliadas na infância.

O diagnóstico da forma clássica da SED é primariamente clínico. A biópsia de pele de rotina geralmente é normal, às vezes mostrando alterações discretas no colágeno e nos fibroblastos. A classificação dos subtipos e a confirmação diagnóstica baseiam-se em testes genéticos.
Com relação aos cuidados dermatológicos, é importante orientar os pacientes com SED sobre sua maior vulnerabilidade ao trauma, especialmente nos casos mais graves. Quando necessário, devem ser utilizados protetores de pele nos joelhos, cotovelos e canelas. As feridas cutâneas podem levar o dobro de tempo para cicatrizar, portanto, os curativos devem permanecer por mais tempo e, sempre que possível, serem de tamanhos maiores.

O dermatologista é o médico capaz de diagnosticar e orientar os cuidados da SED na infância e vida adulta, através do exame clínico dermatológico e avaliação de estudos complementares.





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