Tratamento não cirúrgico da alopecia androgenética




4 de dezembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.05

Profa. Fabiane Mulinari Brenner
Professora de Dermatologia da Universidade Federal do Paraná
Chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Curitiba

O aumento na densidade capilar é objetivo dos tratamentos para alopecia androgenética (AAG); os resultados clínicos e a real espectativa do paciente precisam, entretanto, ser alinhados. A neogênese folicular, com formação de novos folículos pilosos, é improvável, e as respostas clínicas são atribuídas especialmente à ativação de folículos quenógenos. A fase quenógena, um período em que o folículo fica vazio, sem cabelo visível e sem atividade metabólica, pode durar meses na AAG, e é o foco de diversas modalidades terapêuticas.

Atualmente, o tratamento-padrão abrange o uso tópico do minoxidil, originalmente desenvolvido como medicação sistêmica para hipertensão, com efeito calateral de hipertricose. Mais recentemente houve a retomada de seu uso sistêmico, com a evidência da falta de efeitos vasculares em pacientes normotensos. Relatos, não bem documentados, de efeitos na espermatogênese supostamente relacionados à finasterida motivam o aumento da prescrição do minoxidil via oral em homens.

O tratamento sistêmico da AAG envolve os bloqueadores da 5-alfa redutase em homens. A associação com síndromes hiperandrogênicas facilita a demonstração de resultados dos antiandrógenos em mulheres. Apesar de a maioria das pacientes não apresentar alterações nos níveis hormonais, o uso de medicações com ação antiandrogênica, como finasterida, espironolactona e  ciproterona, está indicado na AAG feminina. A flutamida, apesar de bons resultados, está proibida pela Anvisa para uso em mulheres em função de potencial dano hepático.  

Os resultados limitados da alternativa medicamentosa estimulam o uso de terapias adjuvantes. Alguns aparelhos com luz de baixa intensidade demonstraram aumento da densidade folicular. Como tratamento de uso doméstico, sem supervisão direta, merece atenção a recomendação do fabricante em relação ao tempo de exposição, evitando excessos que podem danificar os folículos.

Diversas técnicas de microagulhamento minimamente invasivo, incluindo a microinfusão de medicamentos na pele (MMP®), favorecem a liberação de substâncias endógenas com potencial estímulo do crescimento de pelos por meio da liberação de fatores de crescimento derivados de plaquetas, fatores de crescimento epidérmico e aumento de proteínas Wnt. Essas proteínas estimulam células-tronco das papilas dérmicas e o crescimento dos pelos.

Microcanais permitem o transporte de macromoléculas e outras substâncias hidrofílicas para a pele, com potencial para entrega de fármacos (drug delivery) na derme. O aumento da permeabilidade do couro cabeludo, com melhor penetração de substâncias através do estrato córneo teria potencial melhor resultado terapêutico. Os medicamentos para essa finalidade devem ser apropriados para uso intravenoso ou intradérmico. Minoxidil e fatores de crescimento distribuídos por diversas farmácias, sem estudos padronizados, rechearam o mercado nos últimos anos. Não há técnica-padrão nem substância adequadamente estudada para esse fim.

Outras técnicas podem ser usadas na tentativa de aumentar a absorção transdérmica de fármacos. Ultrassom, laser ablativo, iontoforese, eletroporação e microdermoabrasão já foram descritos; as evidências, entretanto, são igualmente pobres de resultados.

O plasma rico em plaquetas (PRP) apesar da popularidade em outros países está proibido no Brasil por um parecer do CFM de 2011 e uma nota técnica da Anvisa de 2015. Técnicas análogas de extração de fatores de crescimento estão sujeitas a recomendações equivalentes.

Apesar de estudos pequenos em animais e seres humanos, melhores evidências são necessárias para comprovar o efeito terapêutico dessas técnicas. Os tratamentos adjuvantes devem ser considerados em associação e não em oposição à terapia-padrão, já que as evidências são variáveis.

 

 


3 de outubro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sergio Palma, representou a especialidade em dois importantes atos nesta semana, em Brasília. Na manhã de quarta-feira (1º de outubro), ele acompanhou a posse do novo procurador Geral da República, Augusto Aras. Na noite do dia anterior (30), participou da solenidade em que o médico Mauro Luiz de Britto Ribeiro assumiu o comando do Conselho Federal de Medicina (CFM).

“Foi importante acompanharmos essa solenidade. Tanto o CFM quanto o MPF são parceiros dos dermatologistas na luta em favor de seus pleitos. No Conselho, temos participado ativamente da Câmara Técnica que se dedica a nossa especialidade, onde temos apresentado nossas preocupações, inclusive a atualização das regras de publicidade médica. No âmbito do Ministério Público, há inúmeras denúncias encaminhadas pela SBD e, em diversas oportunidades, essa instância tem apoiado a Sociedade em suas críticas à invasão de competências contra o ato médico”, disse Sérgio Palma.

O procurador Augusto Aras defendeu a continuidade da “lavajato" e o combate à corrupção. “Nosso trabalho terá ênfase no enfrentamento de toda criminalidade. Esse é o compromisso que assumimos neste momento para velarmos pela Constituição", disse na cerimônia. Ele afirmou, ainda, que tudo será feito para que o Brasil seja elevado ao status que merece, com valores e garantias, respeito ao meio ambiente e às minorias. “Como representante legítimo, estou consciente da importância e da gravidade do cargo. Terei como objetivo a busca da pacificação para fazer um país dos sonhos, com desenvolvimento e justiça", reiterou.

Por sua vez, o novo presidente do CFM fez um discurso emocionado, de mais de 30 minutos, durante o qual agradeceu o apoio da família e dos amigos e elencou uma série de desafios e de prioridades que serão enfrentados pelo Conselho Federal de Medicina. Em sua fala, ele enfatizou a necessidade de união das entidades médicas e de todos os conselheiros (efetivos e suplentes) para o enfrentamento dos desafios impostos.

“A crise na medicina brasileira é tão grave, que, neste momento, temos de nos despir de nossas vaidades, sentarmo-nos juntos e fazermos realmente algo que faça a diferença”, enfatizou. A abertura indiscriminada de escolas médicas, a defesa do Revalida e a realização do exame de proficiência para os egressos dos cursos de medicina foram alguns dos pontos destacados por Mauro Ribeiro em seu discurso.

Confira alguns trechos do discurso

Escolas médicas – No governo da presidente Dilma Rousseff, foi vendido para a imprensa e para a sociedade brasileira que havia falta de médicos no Brasil. Com base nessa falácia, o governo autorizou a abertura de inúmeras escolas médicas, com o objetivo de popularizar a medicina, formar médicos a granel e levá-los para o interior, e, assim, oferecer saúde para a população. Nada mais falso do que isso. Nós podemos pegar o médico mais capaz, colocá-lo numa cidadezinha no interior do meu Mato Grosso do Sul, mas ele não fará diferença nos indicadores de saúde daquela comunidade. O que devemos ter é uma equipe de profissionais naquele local, com condições mínimas de atendimento, medicamentos, um mínimo de exames. Só assim será possível fazer a interiorização da saúde.

Demografia médica – Há seis anos, formávamos 14 mil médicos no Brasil; hoje, são 24 mil médicos formados anualmente. E, quando todas essas faculdades abertas estiverem formando, daqui a 8 anos, serão 35 mil novos médicos no Brasil todos os anos. Levando em conta que os médicos trabalham por 44 anos, segundo levantamento feito pelo professor Milton de Arruda Martins, daqui a 40 ou 50 anos, teremos 1,5 milhão de médicos no Brasil. E, se houver flexibilização para esses brasileiros que foram estudar no exterior, serão mais 500 mil médicos. Ou seja, em 40 ou 50 anos chegaremos à marca inacreditável de 2 milhões de médicos para uma população de 230 milhões de pessoas. É a popularização total da medicina. Sem ser catastrofista, será o fim da nossa profissão. Estarei morto até lá, mas este é um legado que temos de resolver agora.

Residência médica – O que a presidenta Dilma Rousseff e seu ministro Alexandre Padilha fizeram foi uma expansão absurda no número de vagas, em lugares sem a menor condição de um processo de ensino e aprendizagem. Só hoje temos 35% de vagas ociosas, em termos gerais, nesses programas de residência médica. No caso da Medicina de Família e Comunidade, há 74% de vagas ociosas. Em terapia intensiva, que agora passamos para o acesso direto, a ociosidade é de 50%. Não existe infraestrutura hospitalar, no Brasil, que permita um aumento no número de vagas na residência médica para acompanhar esse aumento exponencial de vagas de graduandos. Esse é o tamanho do problema que temos de resolver. Temos de desarmar essa bomba.

União das entidades médicas – É intenção dessa gestão atuar junto da Associação Médica Brasileira, da Fenam, da FMB, que são nossas grandes parceiras. Muitas vezes esse relacionamento é prejudicado por razões políticas, mas a crise na medicina brasileira é tão grande, tão grave, que neste momento temos de nos despirmos de nossas vaidades, sentarmo-nos, e fazermos realmente alguma coisa que faça a diferença na medicina brasileira.

Críticas ao CFM – Muito do que o CFM foi criticado – em relação à vinda dos médicos cubanos para o Brasil, em relação ao Revalida e à abertura de escolas médicas, como se fosse omisso nesses pontos –  é justamente o conjunto de grandes bandeiras pelas quais mais batalhou, em todos os níveis, junto com as outras entidades médicas. As críticas não deixaram qualquer tipo de sequela, qualquer tipo de sentimento negativo. Pelo contrário, nos fizeram refletir no sentido de que como nós nos comunicamos mal com os médicos brasileiros. Porque se nós trabalhamos tanto, inclusive no setor de comunicação, e não conseguimos passar nem aquilo que são as nossas bandeiras, é um momento de refletirmos e de darmos um passo adiante.

Fiscalização – Um dos pilares das competências legais dos conselhos de medicina é a fiscalização, que vai estar mais uma vez sob a responsabilidade do conselheiro Emmanuel Fortes, que faz um trabalho brilhante há dez anos. Existem resistências, por isso vamos aprimorar, dialogar com os conselhos regionais. O CFM está pronto para mudar o que for necessário, mas uma vez que cheguemos a um consenso, vamos pedir para que os conselhos regionais sigam o que estiver determinado pelo CFM em resolução. Isso é fundamental, não para o CFM, mas para o próprio Ministério da Saúde. Precisamos juntar todas as informações para podermos encaminhar as políticas dentro do CFM. Os dados também serão úteis até nas políticas públicas dentro do Ministério da Saúde, no sentido de fazermos um raio-X de como está a saúde no Brasil, tanto a básica quanto hospitalar no Brasil.

Cubanos – A posição do CFM é clara, não só para médicos cubanos, mas para os brasileiros formados no exterior também. O CFM não admite, nunca admitiu, médicos trabalhando neste país sem CRM. Quer trabalhar? Formou no exterior? É estrangeiro, ou é brasileiro, não tem problema. O nosso único pedido, sem arrogância e sem prepotência, é que essas pessoas façam o Revalida. Que eu sempre repito, não é um exame aplicado pelo CFM, nem pelas outras entidades médicas, é um exame do MEC, aplicado pelo Inep. Qual a culpa das entidades médicas e do CFM se as pessoas formadas no exterior não conseguem passar no Revalida? No Revalida de 2017, que terminou agora em 2019, eram quase 8.500 candidatos, passaram 300 e pouco, 4%. Que culpa que nós temos disso?

Revalida – O Revalida é uma luta: por três vezes, em negociações no Inep, o CFM, com o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), esteve a ponto de ser o responsável pela aplicação do Revalida, mas infelizmente, em todos esses momentos, houve troca no governo. Em todos os países do mundo (Estados Unidos, Europa ocidental, Canadá, Austrália, Nova Zelândia), quem defende a sociedade em relação a quem quer imigrar para lá são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. E aqui no Brasil é o contrário, são as entidades médicas que ficam lutando com nossos representantes dentro do Congresso Nacional para que essas barbaridades não ocorram. Agora, há um movimento dentro do Congresso Nacional para flexibilizar a revalidação de títulos, o que é inconcebível para todas as entidades médicas´. Nisso estamos juntos, estamos unidos, porque é inconcebível. Não por uma questão de mercado, mas de defesa da sociedade. E é essa a mensagem que tentamos passar dentro do Congresso Nacional.

 


23 de setembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Um alerta para os riscos dos procedimentos de harmonização facial realizados por odontólogos deixou o País chocado nesta sexta-feira (20). Em reportagem, o programa Bom Dia Brasil (TV Globo) mostrou o drama de duas mulheres jovens que, atraídas por promessas de alguns profissionais não-médicos, aceitaram se submeter a tratamentos que deixaram sequelas profundas em seus rostos. Essas histórias emolduraram denúncia feita pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), preocupada com os riscos à saúde da população.

O dermatologista Egon Daxbacher, diretor da SBD, afirmou que esses procedimentos estéticos invasivos devem e só podem ser realizados por médicos, pela Lei do Ato Médico. Segundo relatou, é necessário conhecimento aprofundado sobre pele e tecidos, pois preenchimentos faciais são atos com riscos possíveis.

“Você –  dermatologista – está ultrapassando camadas da pele até a gordura, chegando até próximo do osso, injetando algum tipo de substância que não é própria do organismo”, afirmou Daxbacher, que destacou, ainda, o fato de que se houver alguma intercorrência, é o médico que terá condições de agir em situação de emergência, garantindo a vida do paciente.

Efeitos colaterais – Nos procedimentos apresentados pelo Bom Dia Brasil, as pacientes, que atualmente buscam sua recuperação com a ajuda de dermatologistas, fizeram aplicações com ácido hialurônico, um gel que ameniza a perda de volume da pele. O resultado foram efeitos colaterais graves: uma delas sofreu uma necrose no nariz e a outra ficou com rosto deformado.

“Não é adequado achar que é um procedimento simples e que pode ser feito em qualquer lugar. É importante fazer em ambiente seguro, em um consultório médico, e de preferência com um profissional completamente habilitado para fazer o procedimento”, afirmou o médico André Maranhão, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também ouvido pela reportagem.

O presidente da SBD, Sergio Palma, espera que o alerta ajude a esclarecer a população sobre os riscos aos quais muitos se submetem. Na sua avaliação, com promessas de resultados e ofertas de valores baixos, alguns profissionais arrebanham interessados em fazer procedimentos estéticos.

“O problema é que essas pessoas não têm conhecimento e nem capacitação para diagnosticar e manejar as complicações graves que estes procedimentos estéticos invasivos podem acarretar, como necroses, cicatrizes, embolia e infecções”, pontua.  Segundo ele, os dermatologistas passam por um treinamento que pode levar até nove anos para ser concluído. “Não é um curso de fim de semana ou de poucos dias que substituirá esse preparo. Além disso, algumas complicações necessitam de atendimento médico de urgência, diagnóstico imediato e tratamento com medicações injetáveis”, ressaltou.

Justiça  Além da denúncia na imprensa, a SBD, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), também está atuando no campo jurídico contra os abusos cometidos, em especial por parte dos dentistas.

Em fevereiro, as entidades protocolaram na Justiça Federal uma ação civil pública contra o Conselho Federal de Odontologia (CFO) que, contrariando a legislação, editou Resolução para os profissionais de sua área, autorizando-os a realizarem procedimentos de caráter invasivo e estético que são exclusivos dos médicos.

Diante dos excessos administrativos e dos riscos inerentes, as entidades médicas pediram à Justiça Federal a concessão de liminar com a suspensão imediata da Resolução nº 198/2019, do CFO, com informe da decisão à população por meio de publicação no Diário Oficial da União e informes no site do Conselho Federal de Odontologia e junto à imprensa.

Em 29 de janeiro, a Resolução nº 198/2019, do CFO, reconheceu a harmonização orofacial como especialidade odontológica, permitindo aos dentistas o uso da toxina botulínica e de preenchedores faciais na região orofacial e em áreas anexas, bem como a realização de procedimentos com vistas a “harmonizar os terços superior, médio e inferior da face”.

No entendimento da SBD e das outras entidades médicas, essa é mais uma tentativa de ampliar irregularmente o escopo de atuação de dentistas, invadindo a esfera de atuação exclusiva dos médicos, segundo disposições expressas da Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013), o que pode causar um prejuízo considerável à saúde da população a longo prazo e aumento de custo no atendimento destas complicações no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Infelizmente, há categorias profissionais da área da saúde que tentam extrapolar suas atribuições e praticar atos exclusivos aos médicos, com o intuito de se beneficiarem da demanda da sociedade por procedimentos estéticos. No entanto, ignoram o potencial risco de causar sérios danos irreversíveis aos pacientes ou até a morte, como já vimos recentemente no Brasil”, afirmou o presidente da SBD, Sérgio Palma.

Abusos – Na ação civil pública, as entidades descrevem o abuso praticado pelo CFO, inclusive ressaltando a impossibilidade de alteração de escopo de atuação profissional por decisão administrativa e sem respaldo da legislação que regula a atividade. A Resolução CFO n. 198/2019 destoa expressamente da Lei nº 5081/66, que estabelece os limites de atuação dos dentistas, com consequente desvirtuamento completo da atuação desses profissionais, trazendo prejuízo à saúde da população como um todo.

De acordo com a Lei dos Dentistas, em nenhum momento (salvo autópsia/necrópsia) se permite a realização de atos na face, pescoço e cabeça, tampouco se outorga ao cirurgião dentista a prática de atos invasivos em tais partes do corpo, já que tais atos são praticados exclusivamente por médicos, na forma da Lei n. 12.842/2013, pois demandam perícia profissional e possuem potencial de complicações clínicas.


8 de setembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Para garantir a qualidade da formação profissional dos dermatologistas, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) tem trabalhado de forma contínua na avaliação e credenciamento dos serviços de ensino e pesquisa da especialidade de todo o País. Atualmente, a Comissão de Ensino da entidade chancela a atuação de 89 centros de residência e especialização (lato sensu), distribuídos nos 26 estados e Distrito Federal.

Para conferir os Serviços Credenciados, clique aqui.

Conforme reforça a presidente da Comissão de Ensino da SBD na gestão 2017/2018, Cacilda Souza, o objetivo da iniciativa é garantir que todos os médicos possuam as competências necessárias para a prática profissional ao concluir sua especialização em Dermatologia.  

“Assim como a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), a SBD também avalia os centros de residência e especialização, mas com base em normas dispostas em um regimento próprio. São critérios de avaliação semelhantes, relacionados à composição do corpo docente, à carga horária – mínima e máxima –, à infraestrutura da localidade, entre outros. Queremos assegurar qualidade de ensino aos estudantes e um bom atendimento aos futuros pacientes”, informa Cacilda Souza.

Descentralização – Segundo a especialista, outro foco do trabalho – conduzido já há alguns anos – é estimular o credenciamento de instituições em regiões mais distantes, em especial no Norte e Nordeste, onde a oferta de dermatologistas ainda é menor em comparação ao eixo Sul-Sudeste. Em sua avaliação, é fundamental que a entidade alcance também essas localidades, para auxiliar no adequado desenvolvimento dos serviços estaduais.

“Quando a Comissão Verificadora faz uma visita de inspeção, o objetivo não é punir ou depreciar o centro de ensino. A intenção é avaliar para identificar possíveis problemas e buscar soluções em conjunto. Se existirem inconsistências, serão apontados os meios de resolução, sempre atrelados a um prazo. No geral, esse tempo de chancela a uma instituição pode variar entre um e seis anos. Em visitas seguintes, é avaliada a possibilidade de recredenciar o serviço em função dos avanços demonstrados”, explica.

Nos últimos cinco anos, o número de serviços com vagas credenciadas pela Comissão de Ensino da SBD aumentou 15,5%, passando de 77 centros de ensino em Dermatologia, em 2015, para 89, em 2019. Nesse período, somente no Norte e Nordeste, foram incorporados serviços nos estados do Maranhão, Pará, Paraíba, Alagoas e Piauí.

Qualificação – De acordo com o presidente da SBD, Sergio Palma, os médicos que optam por estudar num centro sem o credenciamento da entidade estão sujeitos a lacunas na sua formação, principalmente no que se refere à prática clínica, não obtendo assim o conhecimento mínimo indicado para atuar na área dermatológica.

“O grande risco é a qualidade questionável da formação. Há cursos em que o estudante passa apenas dois ou três dias em atendimento e nos demais ele foca somente em questões teóricas. Se o aluno tem uma carga horária de atendimento tão reduzida, o treinamento fica prejudicado e como consequência será bem diferente do residente com experiência prática e vivência junto a pacientes”, conclui ele.

Palma lembra ainda que cursos de pós-graduação lato sensu não conferem ao médico o direito de se inscrever nos conselhos de medicina como especialistas ou anunciarem tais títulos. "Atualmente, apenas duas formas podem levar o médico a obter a especialização: por meio de uma prova de títulos e habilidades das sociedades de especialidades filiadas à Associação Médica Brasileira ou por residência médica reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica", explica.


Reunião entre Diretoria e membros da Comissão de Ensino da SBD

 


6 de setembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Salas lotadas e grande movimentação marcaram o 74º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (DermatoRio 2019), realizado de 11 a 14 de setembro, no Rio de Janeiro. Resultado de trabalho conjunto, participativo e democrático entre Diretoria da SBD, Comissão Organizadora e dermatologistas associados, o encontro mostrou a força da dermatologia brasileira ao reunir 4 mil congressistas para atualização, confraternização e networking. Sob o título “Rio de todos os tons. Hora de renovar, inovar e resgatar”, o Congresso abordou temas importantes de toda a área da dermatologia, (cosmiatria, laser e tecnologias, cirurgia dermatológica, rotina clínica) por meio de palestras e cursos práticos ministrados por renomados convidados nacionais e internacionais, como Gottfried Lemperle, da Alemanha, Toby Maurer e Hema Sudaram, dos Estados Unidos, Martin Sangueza, da Bolívia, e outros. 

“Desde o início dos trabalhos, a Comissão Organizadora implementou questionários para ouvir o associado e coletou informações nas mídias sociais para buscar do dermatologista o que em sua opinião merecia ser melhorado na parte científica. Os interesses coletivos foram atendidos neste Congresso e o que mais ouvimos dos médicos foi o orgulho de estarem presentes nesse encontro de aprendizagem e congraçamento", disse o presidente da SBD, Sérgio Palma, na cerimônia de encerramento, ocorrida na tarde de sábado (14).
 

Apesar da dificuldade encontrada nos últimos anos para a realização de grandes eventos, a resposta positiva do público mostrou que o DermatoRio 2019 trouxe a característica de acolher quem está chegando, resgatando o conceito de um grande congresso organizado e múltiplo, para discutir as atualizações em salas com estrutura e porte, em que as pessoas se sentissem confortáveis e pudessem absorver o conteúdo da melhor forma. O desafio motivou os organizadores a fazer e a conseguir excelentes resultados. 

"Foram inúmeros comentários positivos dos dermatologistas sobre a qualidade das sessões clínicas, então esse resgate da clínica dermatológica nos dá muito orgulho. Transmitir conhecimento para que o médico possa atender, tratar e cuidar melhor seu paciente, foi um objetivo traçado e conquistado. Bom também ver uma nova geração de dermatologistas brilhando. A força dessa dermatologia integral está viva e tenho certeza de que isso será levado para os futuros congressos brasileiros de dermatologia”, comentou Sérgio Palma.

Presidido por Marcio Serra, o Congresso ocorreu no Windsor Convention & Expo Center, na Barra da Tijuca, um local de fácil acesso, seguro, e que proporcionou maior conforto aos congressistas, com a possibilidade de ter momentos de descanso e diversão durante os quatro dias de atividades. Já a programação científica, coordenada pela dermatologista Luna Azulay, abriu espaço para os novos talentos da dermatologia. Um respiro bem-vindo para o programa científico do maior evento da especialidade.

“A grade do encontro foi totalmente pensada para que os participantes pudessem aproveitar cada momento do DermatoRio. A programação científica, por exemplo, focou nos temas do dia a dia do consultório, o que é fundamental para os médicos. Tivemos também menos palestrantes por sessão, para que pudesse haver mais tempo de exposição e discussão em torno de cada assunto; além da volta dos cursos práticos e da apresentação de diversos trabalhos de investigação com discussão dos casos clínicos relatados”, informou o presidente. 

Em sua fala durante o encerramento, Márcio agradeceu o envolvimento de toda equipe: Diretoria da SBD, Comissões e funcionários da instituição: "Não conseguiria fazer esse Congresso sozinho. O encontro se concretizou dessa maneira, porque estiveram ao meu lado amigos que trabalham, e que me deram muita força para realizar com sucesso esse evento. Agradeço toda minha equipe, a diretoria do DermatoRio (Flávio Luz, Abdiel Figueira, Egon Daxbacher e outros), os coordenadores dos cursos práticos (Fabiano Leal e outros), a coordenação científica (Luna Azulay), a gerência da SBD (Priscila Rudge) e todos os funcionários que se dedicaram arduamente até o último momento", afirmou. 

O presidente da SBD, Sérgio Palma, também agradeceu a presença de palestrantes, coordenadores e indústria farmacêutica e afirmou que foi muito proveitoso esse trabalho conjunto para a dermatologia brasileira. "Foram dias felizes, de clima leve e de alto astral em um evento que não só na minha opinião, mas na de todos os congressistas, cumpriu seus objetivos".

A importância dos Congressos para o aperfeiçoamento e valorização profissionais

A SBD representa uma sociedade médica que é a dermatologia, e organiza anualmente um evento científico para trazer informações mais atuais das diferentes áreas dentro da especialidade. É o momento em que os médicos que vêm para um congresso desse porte, conseguem se atualizar em sessões com os principais experts do Brasil e estrangeiros e têm a possibilidade de discutir com esses especialistas casos do seu dia a dia do seu consultório, clínica, hospital. É oportunidade ainda para o médico conhecer novos caminhos para doenças com características difíceis de serem lidadas, como a hanseníase, o melanoma, a psoríase e se inteirar dos equipamentos mais modernos para tratamentos cosmiátricos, como o laser e tecnologias, por exemplo. No entanto, todas as funções do encontro levam para um mesmo caminho que é prestar o melhor atendimento para o paciente.

Em diversos momentos do DermatoRio 2019, a ética médica foi abordada, por meio de fórum e simpósios, que levaram ao público informações sobre o trabalho desenvolvido pela SBD de forma eticamente correta e cientificamente comprovada, a fim de coibir a invasão da especialidade por não médicos. Em várias sessões e em momentos diferentes isso aconteceu.

"Acredito que uma importante forma de valorização do dermatologista é participar de um evento como este. Mostrar nosso orgulho de ser dermatologista. Essa é a luta que a SBD tem encampado há bastante tempo pelo reconhecimento profissional”, considerou Palma. 

Muitos dermatologistas passaram no estande da SBD para fotografar o totem ‘#Sou dermato SBD’ e postaram em suas redes sociais o orgulho de ser dermatologista. “Isso traz um impacto positivo, sem dúvida, porque os pacientes estão vendo. A SBD acredita nesse resgate de valorização do dermatologista e clamamos para que os dermatologistas não associados à SBD participem, prestem a prova do Título de Especialista em Dermatologia (TED) e estejam mais próximos da nossa sociedade", salientou o presidente.

O 75º Congresso Brasileiro de Dermatologia ocorrerá em São Paulo, na primeira semana de setembro. Captaneado pelo dermatologista Cyro Festa Neto, o encontro está sendo estruturado com dedicação para repetir o sucesso do Rio.


 

Premiação – Durante a cerimônia de encerramento, ocorreu ainda a premiação dos três melhores trabalhos de cada categoria. Ao todo, foram recebidos 949 trabalhos, dos quais 786 foram aprovados e 62 foram apresentados oralmente. O secretário-geral do evento, Abdiel Figueira Lima, parabenizou os dermatologistas pela produção cientifica recebida e apresentada no evento. Os congratulados receberam seus certificados das mãos de Luna Azulay.

“Gostaria de congratular os alunos que participaram dessas pesquisas e também aos orientadores pelos trabalhos de alto qualidade apresentados”, disse. 

Confira abaixo a lista completa dos homenageados: 

Categoria Minicomunicação 

1ª lugar: “Tumor glômico exatradigital como diagnóstico diferencial de Sarcoma de Kaposi no paciente com HIV”. Autores: Maria Cristina Arci Santos, Milvia Maria Simões e Silvia Enokihara e Camila Arai Seque. 

2º lugar: “Lúpus eritematoso discoide no couro cabeludo em paciente com lúpus eritematoso sistêmico: relato de um caso com repilação completa”. Autores: Cleide Garbelini-Lima, Andrea Cavalcante de Souza, João Gabriel Nogueira de Oliveira, Monique Freire Santana, Sidharta Quercia Gadelha, Wanessa da Costa Lima e Virginia Vilasboas Figueiras. 

3ª lugar: “Síndrome Stiff Skin: Relato de Caso”. Autores: Paula Baréa, Angélica Bauer, Michele Caroline dos Santos Garcia, Nathália Hoffmann Guarda, Bianca Lopes Nogueira, André Cartell e Renata Heck. 

Categoria Trabalhos de Investigação 

1º lugar: “Dimensionalidade e análise psicométrica do DLQI em uma população brasileira”. Autores: Marília Jorge, Bianca Paiva, Mayra Ianhez, Juliana Boza, Juliano Schmitt, Daniel Nunes e Hélio Miot. 

2º lugar: “Identificação do risco cardiovascular em pacientes com psoríase e artrite psorisíaca comparados com controles”. Autores: Mara Diane Lisboa Tavares Mazzillo, Patrícia Medeiros Gusmão Acioly, Cláudia Camargo, Maria Alice Penetra, Maria Isabel Noronha Neta, Márcia Ramos-e-Silva e Sueli Carneiro. 

3º lugar: “Prevalência e fatores associados à depressão e ansiedade em portadores de psoríase no Brasil: um estudo transversal”. Autores: Camila Pollo, Ticiane Matos, Jennifer Souza, Marilia Jorge, Luciane Miot, Silmara Meneguin e Hélio Miot. 

Categoria Dissertação/Tese 

1º lugar: “Criocirurgia no tratamento da esporotricose: experiência de uma década”. Autores: Vivian Fichman Monteiro de Souza, Antônio Carlos Francesconi do Valle, Dayvison Francis Saraiva Freitas, Priscila Marques de Macedo, Rodrigo de Almeida Paes, Raquel de Vasconcellos Carvalhaes de Oliveira e Maria Clara Gutierrez Galhardo. 

2º lugar: “Recidiva em hanseníase após o término da poliquimioterapia padrão entre 2013-2018 em um centro de referência brasileiro: introduzindo e atualizando conceitos”. Autores: Ana Cláudia Mendes do Nascimento, Diogo Fernandes dos Santos, Douglas Eulálio Antunes, Maria Aparecida Gonçalves, Luiz Ricardo Goulart Filho e Isabela Maria Bernardes Goulart. 

3º lugar: “Distribuição territorial dos casos de Hanseníase com grau 2 de incapacidade física em um município endêmico do Brasil: uma análise do programa de controle”. Autores: Aline de Souza Busnardo, Gustavo Palmares Gomes da Costa, Bruno da Rocha Porciúncula, Antônio José Ledo Alves da Cunha, Samanta Cristina das Chagas Xavier e Maria Kátia Gomes.

Saiba mais sobre o evento:

Dermatologistas discutem estratégias de defesa da especialidade durante o DermatoRio2019

DermatoRio 2019: SBD investe em atendimento, cobra melhores políticas de saúde e capacita médicos para enfrentar aumento da hanseníase

74º Congresso da SBD abre espaço para discussão sobre publicidade médica
 


6 de setembro de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) foi apontada por outras entidades médicas como referência na luta contra a invasão de competências promovida por profissionais de outras áreas da saúde. O elogio público ocorreu durante reunião do Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), realizada em junho, em Fortaleza (CE), onde o trabalho realizado pelos dermatologistas no campo da defesa profissional mereceu destaque. A menção coroa o êxito das estratégias adotadas pela atual diretoria em seus primeiros seis meses de gestão.

Entre as estratégias que chamaram a atenção dos participantes do encontro está a atuação parlamentar, ou seja, a presença ativa de membros da atual gestão da SBD e seus colaboradores no Congresso Nacional na tentativa de sensibilizar os políticos em torno de propostas de interesse da categoria.

Também foram citadas as ações promovidas no âmbito do Judiciário, com a apresentação de quase mil denúncias contra profissionais não médicos no campo da estética, com a usurpação de atos exclusivos da medicina. Relatório produzido pela Assessoria Jurídica da SBD sobre o tema chegou a ser entregue ao Ministério Público Federal, em Brasília (DF), com pedido de apoio à apuração das denúncias.

Segundo dados levantados pela entidade em agosto, no período de 2017 a 2019, foram apresentadas 830 representações, sendo 351 em 2017; 371 em 2018; e 111 em 2019. Do ponto de vista da distribuição pelos estados, os dez maiores destaques ficam com São Paulo, com 199 denúncias; Minas Gerais (94); Rio de Janeiro (88); Santa Catarina (85); Paraná (55); Rio Grande do Sul (51); Espírito Santo (48); Goiás (45); e Bahia (28).

Congresso Nacional – O vice-presidente da AMB, Diogo Sampaio, elogiou a Diretoria da SBD pela firme atuação na defesa do Ato Médico. “Trata-se de uma das entidades mais presentes junto ao Congresso Nacional, sendo referência para as demais sociedades de especialidades na luta contra  pressão que outras categorias profissionais fazem junto a senadores e deputados”, destacou.

Para Sampaio, o trabalho da SBD é fundamental nesse processo de enfrentamento às entidades reguladoras de outras profissões que ferem a Lei do Ato Médico, atribuindo competências a profissionais não-médicos para realização de diagnósticos, prescrição de tratamentos e realização de procedimentos que exigem formação médica.

No encontro, o vice-presidente da AMB lembrou ainda a importância de que todas as sociedades de especialidades reforcem sua atuação junto aos legislativos (federal, estadual e municipal), como a SBD, para que os interesses da medicina e da saúde brasileira não sejam ultrajados. “Tivemos um grande avanço com a criação da Frente Parlamentar da Medicina para atuar nas grandes causas junto ao Congresso, sendo que a AMB incentivou recentemente a criação das comissões dentro de cada federada”, frisou.

Comunicação – Outro ponto bem avaliado pelos participantes do encontro, que ocorreu em 14/6, foi o plano de comunicação colocado em prática pela Sociedade, que tem conseguido estabelecer canais de diálogo dinâmicos com a população em geral e com os seus sócios, fortalecendo o elo dentro do segmento no que se refere à esfera da defesa profissional.

Ao mostrar em detalhes o trabalho conduzido pela SBD na atual gestão, o presidente da entidade, Sérgio Palma, comemorou a receptividade das outras instituições. “Isso representa a validação externa às iniciativas da diretoria. Mostra que estamos no caminho certo, não só porque fazemos a lição de casa, mas porque somos considerados por outros grupos como um exemplo a ser seguido. O importante é avançar ainda mais para continuar a fortalecer a dermatologia no país”, disse.

Segundo ele, um tema que deve ganhar espaço na agenda da SBD é o estabelecimento de uma parceria com o Ministério da Educação para fazer a vistoria dos programas de Residência Médica cadastrados. Essa iniciativa está sendo articulada pela Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde (DDES/MEC), coordenada por Rosana Leite de Melo, conforme previsto na Portaria MEC nº 25/2019. Ela acompanhou a reunião e afirmou que espera contar com a apoio das sociedades médicas, como a SBD, para verificar as condições e a qualidade do sistema formador em pós-graduação.

Lato sensu – Sérgio Palma ressaltou o interesse da SBD em participar desse processo e alertou à AMB sobre a necessidade de tomar providências com respeito a outro tópico no campo da educação médica: a proliferação de cursos de pós-graduação lato sensu, considerando-se que a oferta desses programas vem com direito a distorções.

“Muitas dessas escolas afirmam que a conclusão de um curso desse tipo dá direito ao aluno a portar um título de especialista. Isso é mentira: todos sabem que os únicos caminhos para obter essa certificação são passar por uma residência médica ou ser aprovado em exame em sociedade médica”, afirmou.

Ao fim da reunião, os participantes ainda aprovaram uma moção de apoio à manutenção dos termos da moratória das escolas médicas, prevista na Portaria nº 328/2018 (Ministério da Educação). A posição expressa a preocupação dos médicos com um possível retrocesso no tema, o que trará impacto direto sobre a qualidade da formação médica no Brasil. O texto foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Deliberativo e pela Diretoria da AMB.

A preocupação com o tema é antiga e motivou, em 2018, a AMB a propor no Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem) a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina diante do cenário pós abertura indiscriminada de escolas médicas e pelo desempenho aquém do desejado de egressos dos cursos de medicina.

Os participantes da reunião aprovaram ainda a criação da Comissão Jurídica em Defesa do Ato Médico, no âmbito da AMB, para militar contra a invasão de profissionais na realização de diagnóstico e prescrição de tratamentos em áreas que exigem a necessidade de formação médica. A SBD empenhou apoio à iniciativa e encaminhará representantes para subsidiar as discussões e estratégias.

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7 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

A reunião do Conselho Deliberativo realizada em junho, em São Paulo, é o destaque deste número do JSBD. Na ocasião, mais de 100 delegados debateram amplamente questões importantes de diferentes áreas da dermatologia. Entre os temas em pauta estavam os fluxos administrativos, a defesa profissional, o ensino médico e a formação de especialistas. Essa foi a primeira vez que uma reunião do Conselho ocorreu antes do Congresso Brasileiro de Dermatologia e a mudança agradou a todos.

Nesta edição você também poderá acompanhar um pouco do trabalho desenvolvido pela Diretoria, capitaneada pelo presidente Sérgio Palma, durante os primeiros 150 dias de gestão. Ações em várias esferas foram desenvolvidas visando ao fortalecimento e crescimento da dermatologia e do dermatologista, como iniciativas contra a invasão de competências promovida por profissionais de outras áreas da saúde e seu reconhecimento por parte de entidades médicas nacionais; reportagens sobre ética na medicina e dermatologia em mídias impressas, digitais, televisivas e radiofônicas; publicações e pesquisas médicas realizadas pela SBD para os associados, entre outras.

Na coluna “Com a palavra”, convidamos o médico dermatologista Daniel Houthausen Nunes para abordar a prática da telemedicina no país e seus benefícios na interpretação de imagens – fase importante para o raciocínio diagnóstico em diferentes especialidades, entre elas a dermatologia.   

O debate sobre os cuidados em saúde da população LGBT é assunto da coluna “Outros olhares”, que contou com a participação do médico dermatologista Felipe Aguinaga, do Ambulatório de Dermatologia e Diversidade de Gênero, do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay, no Rio de Janeiro. Na matéria, ele comenta o atendimento dermatológico dessas pessoas; a relação entre raça, etnia, status socioeconômico nas disparidades de saúde; a importância do atendimento humanizado desses pacientes, além de outros aspectos interessantes para atualização profissional. O debate se mostra pertinente, já que parte considerável dessa população ainda é vítima de homofobia ou transfobia nos serviços de saúde no país.

O investimento em inovação científica tanto para o pesquisador como para o dermatologista brasileiro é uma das iniciativas importantes para a valorização e a diferenciação dos profissionais da área. O JSBD convidou o coordenador científico da SBD, Hélio Miot, para abordar o assunto.

Já na seção “Entrevista”, falamos nesta edição com o editor-chefe dos Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD), Sinésio Talhari, que comentou sobre o aumento no fator de impacto do periódico, divulgado em junho pela base de dados Journal Citation Reports, bem como as estratégias para que a revista obtenha ainda mais alcance internacional em sua trajetória.

O posicionamento oficial da SBD a respeito da liminar que libera uso de imagens de pacientes antes e depois de cirurgias; informações sobre eventos da Sociedade, entre eles o DermatoRio, agora em setembro, são outros assuntos abordados nesta edição.

Espero que goste e boa leitura!

Equipe editorial JSBD

 


7 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

 

 

A avaliação positiva de atividades conduzidas pela atual gestão da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) foi a marca do encontro do seu Conselho Deliberativo, que aconteceu no sábado (29/6), em São Paulo (SP). Com a participação de cerca de 110 delegados, representando a entidade nacional e suas filiadas estaduais, houve um debate amplo e participativo em torno de questões importantes para o grupo, em diferentes áreas, como fluxos administrativos, defesa profissional, ensino médico e formação de especialistas. 

“Assistimos a um processo democrático e de crescimento individual e coletivo. A SBD avança em cada reunião de seu Conselho Deliberativo pela possibilidade do debate em torno de temas que são de alta relevância para a nossa especialidade. Temos que agradecer o engajamento de todos os participantes no processo, bem como as contribuições que trouxeram para as discussões”, pontuou o presidente da entidade, Sérgio Palma. 

Durante o encontro, foram analisados relatórios de comitês temáticos e do Conselho Fiscal da SBD. Também foram exibidas sínteses com as principais ações realizadas pela atual gestão desde que tomou posse, em janeiro desse ano. Destaques foram feitos ao esforço para o aperfeiçoamento administrativo, com a modernização de processos e economia em despesas, e ao empenho em se fortalecer a atuação da entidade no campo da defesa profissional, junto ao Poder Judiciário e ao Congresso Nacional. 

Além disso, os participantes se debruçaram sobre os preparativos para os próximos Congressos Brasileiros de Dermatologia e encaminhamentos relacionados às suas publicações – Anais Brasileiros de Dermatologia e a revista Surgical & Cosmetic Dermatology. Ainda houve a eleição para escolha dos novos componentes dos comitês técnicos da Sociedade. A seguir, alguns dos principais resultados apresentados durante a reunião do Conselho Deliberativo da SBD, sendo que outras reportagens detalharão outras decisões: 

Formação – Em seu relatório, a Comissão de Ensino Médico listou a realização de 24 visitas a serviços credenciados à SBD. Desse total, 23 se relacionavam a situações de recredenciamento, incluindo-se um de aumento de vagas. A solicitação restante se referia a um novo credenciamento. Finalmente, foi comunicado o reconhecimento do empenho da SBD para a Aprovação da Matriz de Competências da Dermatologia junto à CNRM/MEC. Contudo, a Comissão destacou que conta com um aprimoramento progressivo no processo, a partir de um esforço coletivo que contemple a integração do treinamento em algumas áreas clínicas gerais imprescindíveis aos cuidados de pacientes em unidades ambulatoriais e de internação em vários dos nossos serviços credenciados que oferecem assistência de maior complexidade no sistema de saúde.

Qualificação – A Comissão de Título de Especialista em Dermatologia (TED) destacou, durante sua apresentação ao Conselho Deliberativo, o compromisso com a adoção de critérios técnicos que garantam a lisura do processo de realização desse exame, para tanto tem utilizado como norma em cada questão adotar pelo menos duas referências bibliográficas das referências sugeridas no Edital. Esse cuidado, que revela o rigor adotado nesse trabalho, tem se refletido na seleção dos candidatos. Finalmente, o grupo destacou ainda em seu relato na elaboração das provas teórica e prática, observando os pressupostos da Taxonomia de Bloom, com a oferta de questões consideradas fáceis, de nível médio e difíceis, de modo a avaliar o candidato a partir de seu conhecimento, habilidades e atitudes. 

Pesquisa – Em sua participação, a Comissão Científica da SBD destacou a importância de se estimular a pesquisa na área dermatológica através de diferentes iniciativas. Dentre elas, destacou a oferta de bolsas por meio da Funaderm. Conforme foi relatado, em 2018, foram aprovados sete projetos de um total de 11 submetidos à análise, sendo que a boa parte das desclassificações decorreu de questões formais (orçamento, cronograma, ética). Outras propostas defendidas, foram a criação de um prêmio anual para dermatologistas que se destacaram pela atividade científica; a inclusão, como já ocorreu este ano, de novos dermatologistas como expositores nos próximos congressos e jornadas da SBD; e o estímulo ao cadastramento acadêmico de associados em banco criado para servir de fonte à seleção de palestrantes em eventos científicos. Além disso, defendeu-se uma maior interface entre os trabalhos realizados pelas Comissões Científica, de Ensino Médico e de Título de Especialista em Dermatologia, assim como o credenciamento da entidade junto à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). 

Ética e defesa – O fortalecimento do correto exercício profissional na especialidade foi a preocupação externada pela Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD em seu relatório apresentado. No encontro, em São Paulo, os membros do grupo relataram formas de aperfeiçoar o seu trabalho, como suporte administrativo e jurídico. Também se falou sobre iniciativas para ampliar a divulgação de normas éticas e profissionais entre os médicos, usando os meios de comunicação da própria Sociedade de Dermatologia. 

Transparência – Na reunião, em São Paulo, o Conselho Fiscal da SBD informou que, após a leitura da ata da reunião anterior, observou-se que as sugestões feitas pelo grupo anteriormente haviam sido acolhidas em sua maioria. Foi ressaltado que, com base em exames efetuados e principalmente no relatório de auditores independentes que emitiram opinião sem ressalvas, o Conselho Fiscal decidiu aprovar as contas apresentadas do exercício de 2018. Na oportunidade, os participantes discutiram também aspectos relativos ao aperfeiçoamento de fluxos internos e à aprovação de cidades sedes de futuros eventos.

 


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

Criado em 2016 e credenciado pela SBD em 2017, o Serviço de Dermatologia da Santa Casa de São José dos Campos recebeu recentemente o aparelho de fototerapia UV-B narrow band, que irá beneficiar os pacientes locais do SUS que apresentem psoríase, vitiligo e dermatite atópica. Passa a realizar também dermatoscopia corporal digital com mapeamento para pacientes com nevos e história de melanoma. Semanalmente o Serviço promove dez cirurgias oncológicas com retalhos para câncer da pele, referências para a cidade e região.
 
“Estamos em plenos preparativos para realizar a nossa 1a Jornada Dermatológica e a 4a Reunião Científica do Serviço de Dermatologia. No dia 8 de novembro, teremos Curso de Micologia com Prof. Dr. Silvio Marques da Unesp Botucatu.
Em 9 de novembro, acontecerá a 1a Jornada Dermatológica, que contará com os doutores Silvio Marques, Mauro Enokihara e Helena Müller. Reservem as datas em suas agendas!”, convida o chefe do Serviço, Samuel Mandelbaum.

 

Na foto, estão residentes e preceptores do Serviço de Dermatologia da Santa Casa de São José dos Campos com o Prof. Dr. Nelson Proença

 


6 de agosto de 2019 0

JSBD – Ano 23 – N.03 – 04

No mês de maio o Serviço de Dermatologia da Universidade de Taubaté recebeu o certificado de recredenciamento da SBD para o período de cinco anos, e com autorização de ampliação para cinco vagas anuais na residência. Ainda em maio, foi realizada a 88a Reunião Científica da Unitau, com a participação do Prof. Nilton Di Chiacchio, que ministrou o curso teórico e prático sobre cirurgia das unhas, e a 22a Jornada Dermatológica da Unitau, com a presença da Profa. Dra. Helena Müller, discutindo lâminas, e do Prof. Dr. Mauro Enokihara, da Unifesp, debatendo sobre o dez casos clínicos apresentados pelos residentes do Serviço. Cinquenta médicos dermatologistas de toda a região participaram dos encontros no Hospital Municipal Universitário de Taubaté.
 

Na foto, estão os residentes e assistentes da Universidade de Taubaté junto com o vice-presidente da SBD, Mauro Enokihara, e da dermatologista Helena Müller em frente à histórica capela do Hospital Municipal Universitário de Taubaté

 





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