Serviços de referência na rede pública para atendimento de casos graves durante a pandemia de Covid-19



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31 de março de 2021 0

As Secretarias Estaduais de Saúde informaram ao Ministério da Saúde os hospitais de referência para atendimento de eventuais casos graves do novo coronavírus. Esses locais foram escolhidos como medida preventiva pelos gestores locais por terem ampla capacidade de atendimento com profissionais especializados para situações de risco à saúde pública.

Os eventuais pacientes com casos graves do novo coronavírus devem ser encaminhados aos hospitais de referência definidos pelos estados para isolamento e tratamento. Os casos suspeitos leves podem não necessitar de hospitalização e ser acompanhados pela Atenção Primária e instituídas medidas de precaução domiciliar. A seguir, os links de acesso às listas de estabelecimentos (hospitais e postos de saúde) referenciados.

HOSPITAIS
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE


30 de março de 2021 0

Lesões hipo e amelanóticas, lesões melanocíticas no idoso, tumores benignos, inteligência artificial aplicada à dermatoscopia, são alguns assuntos que serão discutidos no Simpósio de Dermatoscopia Online da SBD, que ocorrerá no dia 24 de abril. O primeiro vencimento da tabela com valores diferenciados vai até o dia 5 de abril. No site do evento você encontra a programação, valores e a lista dos palestrantes que irão participar da atividade.

PARA MAIS INFORMAÇÕES ACESSE O SITE DO ENCONTRO

Realizado no formato 100% digital devido à pandemia de Covid-19, o encontro terá a coordenação das chefes de Departamento de Imagem, as Dras. Bianca Costa Soares de Sá e Juliana Casagrande Tavoloni Braga, da coordenadora Científica da SBD – Profa. Flávia Vasques Bittencourt e do diretor Financeiro da SBD, Prof. Carlos Barcaui.

“Buscamos oferecer uma programação completa, abordando temas que tratem principalmente sobre novidades na área e tópicos que colaborem com a prática nos consultórios. Além disso, vamos priorizar a participação do público, porque acreditamos que as discussões vão enriquecer ainda mais o evento”, detalha Bianca Costa Soares de Sá.

Mapeamento corporal total – Um dos debates do Simpósio abordará o laudo do exame de mapeamento corporal total, que consiste nas documentações fotográfica e dermatoscópica de toda superfície do corpo, além dos sinais ou pintas encontradas, o que possibilita o acompanhamento médico em intervalos regulares.

 “O principal objetivo do mapeamento é auxiliar o médico na hora de decidir pela retirada ou acompanhamento de uma lesão suspeita, facilitando o diagnóstico precoce do câncer da pele, principalmente do melanoma”, afirma Barcaui.

Outro assunto em pauta na programação do evento é a inteligência artificial (IA) aplicada à dermatoscopia. Sobre o tema, Barcaui ressalta que atualmente a IA é considerada importante aliada dos dermatologistas no diagnóstico das neoplasias de pele, por possuir alta capacidade para classificar imagens dermatoscópicas de forma precisa.

 

 

 

 


30 de março de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou no início de março mais uma iniciativa exclusiva para os associados. Trata-se do Conexão SBD, uma série de lives sobre temas de interesse da especialidade que serão realizadas sempre na primeira e na terceira terças-feiras de cada mês, às 20h. Até então, foram debatidos os seguintes assuntos: aspectos dermatológicos e especificidades da saúde da população LGBT; o manejo da acne vulgar e na mulher adulta; e fototerapia: principais indicações, mecanismo de ação, manejo e lançamento do manual prático da SBD.

Clique para acessar o Conexão SBD na área restrita do associado

Departamentos – Os programas têm em média cerca de uma hora e meia cada e formato de pequenas exposições, debates e abordagem de casos clínicos. Outra característica do Conexão SBD é que o público é convidado para interagir com os especialistas por meio de um chat.

Segundo coordenadora Científica da SBD, Flavia Vasques Bittencourt, a proposta consiste em envolver os 21 departamentos da SBD na condução da iniciativa, de forma que durante o ano, todos possam estar presentes nas lives, abordando temáticas pertinentes ao enriquecimento científico dos associados. “Pretendemos, assim, transitar pelas grandes áreas da dermatologia: clínica, cirúrgica e cosmiátrica”, ressaltou.

Por meio do Projeto Conexão SBD a entidade consegue “promover a educação médica continuada, fortalecendo cada vez mais o conhecimento científico dos nossos associados e mantendo-os sempre atualizados”, afirmou Flavia Vasques Bittencourt que, em conjunto com a Diretoria Executiva, trabalha na definição dos temas que serão abordados nas próximas edições.

 


30 de março de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) pediu à Prefeitura de Salvador que anule o trecho do Decreto Municipal nº 33.688, publicado na terça-feira (29/3), que determina o fechamento de clínicas e consultórios de dermatologistas por um período de dez dias como uma das medidas de contenção do avanço da covid-19.  A solicitação consta de nota divulgada pela entidade na qual são relacionados aspectos que sustentam a necessidade de mudança urgente dessa medida. .

CONFIRA A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO DA SBD

Em sua argumentação, em apoio à Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Bahia, a entidade nacional lembra às autoridades locais que a atuação desses médicos é necessária para o atendimento de milhares de pacientes que enfrentam doenças de diferentes tipos, como infecciosas (hanseníase, tuberculose cutânea, leishmaniose), autoimunes (lúpus), alérgicas e neoplásicas (câncer de pele), dentre outras.

Também foi alertado aos autores que o Decreto Municipal prejudica o tratamento, inclusive, de pacientes com covid-19 ou se recuperam dessa doença e apresentaram manifestações dermatológicas. “A assistência a esses pacientes, e outros que apresentam diferentes manifestações dermatológicas, exige acompanhamento em consultas, exames e procedimentos realizados em clínicas e consultórios da especialidade”, diz trecho da nota divulgada pela SBD.

Cuidados médicos – Segundo o posicionamento da SBD, ao determinar a suspensão das atividades dos consultórios e clínicas dermatológicas, a Prefeitura interfere nos resultados esperados na assistência aos pacientes e os priva de acesso a cuidados médicos, com impactos em seu bem-estar e qualidade de vida. Além disso, lembram os especialistas da SBD, a suspensão contribui para o congestionamento dos serviços (hospitais, prontos-socorros e UPAs) que deveriam estar com sua atenção voltada aos casos de covid-19, bem como aumenta o fluxo de pessoas nestes locais, indo contra o preconizado distanciamento social.

“Os consultórios e clínicas dermatológicas ao atenderem pacientes com manifestações cutâneas de diferentes tipos ajudam a desafogar os serviços de urgência e emergência das redes pública e privada neste momento de crise epidemiológica”, ressalta o documento da SBD que ressalta, em seu encerramento, ser a revisão da medida adotada pela Prefeitura “importante para milhares de pacientes de Salvador e da Bahia”.

 

 

 

 

 


30 de março de 2021 0

Temas relacionados à defesa profissional na dermatologia foram o mote da oitava edição do SBDcast, série de podcasts produzidos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Os convidados para debater a questão foram Sérgio Palma, ex-presidente da SBD na Gestão 2019-2020, e Geraldo Magela Magalhães, 1º secretário da instituição na Gestão 2021-2022. A moderação foi do atual presidente da entidade, Mauro Yoshiaki Enokihara. O programa está disponível a partir de quarta-feira (31/3), na área do associado, ou no aplicativo da SBD.

Ouça aqui o SBDCast

“Defesa profissional na dermatologia consiste em ações e iniciativas que fortalecem e protegem o papel do médico dermatologista em todos os níveis e campos de atuação da especialidade. Isso inclui ações na graduação, residência médica e especialização, ao lado da Comissão Nacional de Residência Médica, e em busca do fortalecimento dos nossos Serviços Credenciados. Neste caso, a meta é otimizar o processo de ensino-aprendizagem”, explicou Sérgio Palma.

Segundo ele, o tema não se esgota e compreende iniciativas no âmbito do Judiciário; do Executivo, ao lado de comissões tais como a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), do Ministério da Saúde, que traz acesso dos pacientes a medicamentos e melhores tratamentos; e do Legislativo. Ainda aborda a remuneração e honorários médicos junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entre outros pontos.

Prioritária – Para Geraldo Magela Magalhães, 1º secretário da SBD, a defesa profissional é pauta prioritária da atual gestão, assim como foi em gestões anteriores. O objetivo do grupo atual é dar continuidade a todas as ações em andamento e promover novas iniciativas, que tragam ganho e visibilidade para os dermatologistas, conforme previsto no Artigo 3º, parágrafo 4º, do Estatuto da entidade.

Durante o bate-papo, Palma ressaltou também a importância de o associado estar cada vez mais implicado nas ações institucionais, tanto no âmbito nacional quanto regional, participando politicamente. Para ele, isso deve ocorrer desde a formação em dermatologia, ainda na residência médica.

“Temos em nosso site uma área dedicada à defesa profissional e um departamento jurídico, que acompanha as ações da SBD. Ambos os canais estão abertos aos associados para que possam enviar suas dúvidas e relatar seus problemas junto à direção da nossa instituição. No aplicativo da SBD, temos um canal para denúncias, que devem reunir o máximo de informações e provas documentais a fim de facilitar o andamento e ações a serem tomadas”, reforça.

Lançado em fevereiro deste ano como um novo canal de conhecimento, ciência e informação da entidade, o SBDcast é uma iniciativa criada pela Gestão 2021-2022 que traz exposições sobre assuntos de interesse para a dermatologia e vai ao ar, semanalmente, todas as quartas-feiras, exclusivamente para os associados.

 


30 de março de 2021 0

Os associados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) têm mais uma atividade na sua agenda de abril. Será realizado no dia 24 (sábado), o Simpósio de Dermatoscopia, organizado pela entidade em formato online e com o objetivo de promover a atualização dos especialistas no tema, contando com a presença de experts convidados e a interação dos participantes. Outros detalhes sobre o evento estão disponíveis no site específico.

PARA SABER MAIS SOBRE O SIMPÓSIO DE DERMATOLOGIA, ACESSE AQUI

“Buscamos oferecer uma programação completa, abordando temas que tratem principalmente sobre novidades na área e tópicos que colaborem com a prática nos consultórios. Além disso, vamos priorizar a participação do público, porque acreditamos que as discussões vão enriquecer ainda mais o evento”, detalha Bianca Costa Soares de Sá, coordenadora do encontro, ao lado de Juliana Casagrande Tavoloni Braga, Carlos Baptista Barcaui (tesoureiro da SBD) e Flávia Vasques Bittencourt (coordenadora Científica da SBD).  

Dentre os tópicos em destaque estão: diagnóstico e conduta clínica em melanoma, nevos especiais, lesões não melanocíticas, regiões peculiares (como face, aparato ungueal), e seguimento digital (como a inteligência artificial aplicada à técnica).

“É raro um exame dermatológico completo sem a dermatoscopia. Por isso, é essencial debater esse tema, especialmente considerando o uso dessa metodologia para diferenciar os tumores cutâneos. Essa etapa é de suma importância para o diagnóstico precoce do câncer, que é primordial para determinar a cura dos pacientes”, analisa Bianca Costa Soares de Sá.

 

 


29 de março de 2021 0

Outros Olhares

O uso de plantas sempre esteve presente na sociedade para tratar e curar males do corpo. Não à toa, alguns desses ingredientes se mantêm até hoje em composições de medicamentos e são prescritos por médicos de diferentes especialidades. A ciência, constantemente, estuda a aplicações de óleos essenciais e vegetais em tratamentos diversos. Isso também ocorre na dermatologia – inclusive, dentre as especialidades médicas, talvez seja a que mais faz uso de fitoterápicos e medicamentos que tenham plantas como um dos componentes.

A seguir, Tatiana Villas Boas Gabbi, a nutróloga e dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), compartilha seus conhecimentos sobre o uso desses produtos na rotina médica dos dermatologistas e como eles podem auxiliar o tratamento de inúmeras doenças de pele.

“Eu não acredito em uma dermatologia que seja exclusivamente feita com produtos naturais. E digo isso baseada pela própria ciência. Acho complexo privar o paciente de alternativas alopáticas que resolveriam, de fato, o problema dele. Mas também não acho interessante excluir totalmente as alternativas naturais só porque a Ciência desenvolveu determinados medicamentos. Até porque é preciso dizer que, sim, também existe ciência nos produtos naturais. Como já disse, vejo o natural como um tratamento complementar e nunca como substitutivo”.

Leia a íntegra da entrevista:

JSBD – Qual é a visão da dermatologia sobre suplementos naturais voltados para o tratamento de doenças de? Eles ajudam no tratamento de alguma dermatite, por exemplo? Aumentam imunidade?
Tatiana Villas Boas Gabbi – Existem muitos produtos que são fitoterápicos e que têm essas funções mesmo, ou seja, podem melhorar a imunidade, a parte da ansiedade e que podem fazer parte de diversos tratamentos. Mas, como qualquer outro medicamento, têm pessoas que vão se adaptar melhor e outras que não vão responder tão bem ao uso. Então, eu acredito que exista, sim, lugar para o uso desses produtos, mas desde que se use com consciência de que pode não funcionar. Pode ser usado como uma suplementação, uma complementação, ao tratamento convencional, mas não como uma substituição. Na dermatologia usamos vários produtos de origem natural no dia a dia e temos resultados muito interessantes. Então, não existe a visão de que, por ser natural, não funcione ou seja inócuo. Vejo como um tratamento complementar e nunca como substitutivo.  

JSBD – O que acha dos óleos essenciais e vegetais?
TVBG – A aromaterapia é uma ciência muito incipiente ainda. Pouco se sabe exatamente sobre a forma como age, mas acredita-se que seja por meio do sistema límbico, que é um sistema mais rudimentar do cérebro e que guarda sensações. É um sistema que não participa dos pensamentos lógicos, mas sim, é ligado com sentimentos, com as reações emocionais. Então, alguns desses aromas deflagram essa parte do cérebro, e aí se tem alguns resultados interessantes, principalmente nessas doenças que têm envolvimento da parte psicológica do paciente. Dessa forma, a gente consegue melhorar a ansiedade, o estresse e outros sentimentos. Nesse sentido, os óleos essenciais, através da aromaterapia, podem ajudar o paciente como um todo, mas, como disse anteriormente, sempre complementando o que o dermatologista prescreveu.  Sempre na complementariedade, jamais na substituição. Porém, existe uma confusão muito grande entre óleos vegetais versus os óleos essenciais. Os essenciais são a essência da planta, no sentido do aroma da planta, daquela qualidade que a planta exala, é a sua alma. E o óleo vegetal, não. Ele é um óleo mesmo, também é feito de plantas, mas é um óleo oleoso. Um óleo essencial não é oleoso, ele tem esse nome, mas não é. E não deve ser usado em massagens se não estiver diluído em óleo vegetal, já que pode queimar a pele se usado sozinho ou em quantidade grande. Já o óleo vegetal é extremamente compatível com a pele, porque ele é um óleo de origem biológica. Então, ele tem várias moléculas compatíveis com a pele. Quando fazemos massagem com o óleo vegetal combinado com o essencial, podemos ter diversas vantagens para o relaxamento, para dores etc. Vale lembrar que alguns óleos essenciais podem ser considerados antissépticos, como, por exemplo, o óleo de melaleuca, que é muito estudado; ou o óleo de lavanda, que é extremamente relaxante. Existem muitos estudos nesse sentido.

JSBD – Há pessoas que usam, regularmente, inúmeros produtos naturais no seu dia a dia. Até que ponto esses tratamentos ajudam? E se não ajudarem, chegam a atrapalhar?
TVBG – Alguns óleos vegetais podem, sim, funcionar para ajudar a dermatite. Já os óleos essenciais podem ajudar, por exemplo, uma criança com dermatite atópica que está com dificuldade para dormir. É uma tentativa válida. Alguns produtos de origem natural podem atuar também como probiótico, ou seja, as fibras atuam como produtos que vão ajudar no funcionamento do intestino, como o kefir e a kombucha, que também podem ajudar na imunidade, na resposta inflamatória em alguns casos, por exemplo. Mas embora alguns deem uma boa resposta, é preciso cautela. Vejo muitos colegas se queixarem de pessoas que vão para a cozinha, começam a descascar frutas, batem no liquidificador e passam no rosto, no cabelo etc. E aí realmente complica, porque esses produtos têm, claro, alguma ação e isso pode causar problemas. A indústria estuda esses ingredientes isso com profundidade para entender qual é a melhor forma de entregar esses ativos para a pele, para o cabelo e até mesmo para as unhas. Então, é totalmente diferente usar a planta in natura versus usar algo que tenha aquilo na formulação.

JSBD – Há médicos que são mais abertos ao uso de medicamento naturais que outros (enquanto alguns apostam em algo mais natural como primeira tentativa antes de entrar com alopatia, outros condenam veementemente um tratamento fitoterápico). Essa é uma “rixa” de fato dentro da dermatologia ou são casos isolados?
TVBG – Eu acredito até que exista isso um pouco, que tenha um pouco de resquício disso, mas é um pouco de falta de observação por parte dos médicos que criticam os fitoterápicos, porque se a gente for observar, hoje em dia, todo mundo acaba utilizando alguma coisa. A indústria farmacêutica, a própria indústria cosmética, está utilizando cada vez mais os ativos vegetais nas formulações. A aloe vera, por exemplo, que é a babosa e tem um grande potencial de acalmar a pele e de hidratar o cabelo, é muito prescrita, ainda que não seja em uma formulação totalmente natural. E todo dermatologista sabe que ela é amplamente utilizada em vários produtos não naturais. Então, é bobagem ficar com rixa porque a gente sabe que são produtos que vão ajudar no tratamento. O que a gente não pode é suspender o tratamento e fazer um tratamento alternativo. Isso eu sou contra também. Agora, usar de forma integrativa algumas coisas, para compor o tratamento, e preservar aquele paciente de usar muitos medicamentos, utilizando alguns compostos mais naturais, é bem interessante.

JSBD – A água termal, por exemplo, é um produto teoricamente natural e que muitos dermatologistas receitam. Há outros medicamente amplamente usados na medicina – e especificamente na dermatologia – que sejam “acreditados” como as águas termais?
TVBG – Cada vez mais, a fitoterapia vem sendo reconhecida como uma modalidade terapêutica. Do ponto de vista da síndrome metabólica, existem muitos tratamentos coadjuvantes que podem ser feitos para poupar medicamentos mais agressivos. Se utiliza bastante o fitoterápico, por exemplo, para a questão do sono, para não precisar usar medicamentos mais sedativos; existem tratamentos para diminuir um pouco o impacto do açúcar no sangue, para ajudar no tratamento da diabetes; na ginecologia se usa o fitoterápico a base de soja para segurar um pouco os efeitos colaterais da menopausa; na obesidade se usa esses tratamentos para induzir à saciedade e diminuir compulsão alimentar. Então, fora da dermatologia, já está bastante consagrado o uso dos fitoterápicos em várias situações. Na dermatologia, o que eu possa falar é, por exemplo, sobre o pinheiro. O pinus pinaster que é usado para o melasma; o polypodium leucotomos, que também pode ser usado para o melasma e para reações fototóxicas à exposição a luz. Existem alguns fitoterápicos bem utilizados na dermatologia com esse intuito, já que as plantas têm que se proteger da exposição ao sol e, por isso, possuem uma grande quantidade de antioxidantes e de substâncias que melhoram a fotoproteção de dentro para fora. São produtos que vimos, sim, utilidade, mas se enxergamos como coadjuvantes no tratamento.

JSBD – Você enxerga, em alguns casos, vantagens do uso de naturais no lugar de alopáticos?
TVBG – Os produtos naturais têm várias vantagens em relação ao artificiais. E tem muita gente que realmente usa bastante. Mas é preciso prestar sempre bastante a atenção, porque alguns desses produtos têm uma quantidade grande de óleos essenciais que podem ser irritativos para a pele. Existe, por exemplo, a possibilidade de a pessoa usar um óleo essencial que era destinado a aromaterapia e, por não saber os riscos, usar isso direto na pele de forma errada e ter uma dermatite de contato. Isso pode acontecer. Então, nós, médicos, precisamos ficar atentos à hora de prescrever e explicar bem. Não é que os tratamentos não possam ser feitos e nem que eles não ajudem, mas pode ter um problema com o uso errado, sem a consciência correta da forma de utilizar. Já vi dermatite de contato periungueal por pessoas que usaram óleo puro de melaleuca por vários dias seguidos direto na região em volta da unha, que é uma área extremamente sensível.

JSBD – Dentro desse universo de produtos naturais, o que pode ser útil para melhorar algum problema específico de pele? Algum óleo ou creme com determinados ingredientes para rosácea ou dermatite atópica? Óleos mais densos para psoríase?
TVBG – Alguns dos produtos indicados para rosáceas têm ativos vegetais, como os óleos vegetais, a própria aloe vera, e alguns outros ativos que vem de plantas. A dermatite atópica também se beneficia muito dos óleos vegetais. É preciso lembrar também que alguns produtos que a gente usa para acalmar a pele, e que são industrializados, são basicamente uma combinação de óleos vegetais e óleos essenciais em concentrações que beneficiam a pele. Tem muitos produtos usados hoje em dia que são, quase que totalmente, óleos vegetais, como o óleo de rosa mosqueta e o óleo de amêndoa ¬– esse último, inclusive, sempre foi utilizado muito em dermatologia nas formulações para estrias.

JSBD – Ainda que alguns suplementos naturais não tratem especificamente a doença, se ajudar no sistema imunológico e/ou emocional, de alguma forma, é válido?
TVBG – Com certeza. A gente tem algumas influências do ambiente, não só da imunidade, mas também o próprio sono, a poluição etc. Em vários fatores o uso desses fitoterápicos pode ajudar. A criança que tem dificuldade para dormir pela dermatite atópica, ou o próprio adulto, como eu disse antes, pode usar o Hypericum. Há também a melatonina. Existem outros ativos, que são fitoterápicos, que ajudam nessa indução ao sono de uma forma natural. Então, mesmo que não se utilize para a doença propriamente dita, a gente consegue melhorar os fatores de risco e o ambiente que cerca esse paciente.

JSBD – Há alguma pesquisa que aponte os benefícios e malefícios de produtos naturais na dermatologia? Se sim, fale sobre isso.
TVBG – Existe pesquisa, sim, mostrando bons resultados no uso de produtos naturais na dermatologia. E como é muito de praxe na ciência, existem poucos estudos mostrando os efeitos negativos. Como eu citei, o mais frequente que a gente observa é justamente o abuso dos óleos essenciais por falta de conhecimento dos pacientes, usando de forma inadequada e causando dermatite de contato, já que esses ativos, esses óleos essenciais, são ricos em limoneno e geraniol, que são muito alergênicos e irritativos para um grupo de pessoas que têm a pele mais sensibilizada. E, normalmente, são essas pessoas que utilizam dessa forma. Mas isso não faz com que o produto não tenha o seu valor. Nesses casos, ele somente foi utilizado da forma errada. Então, eu não diria que é um malefício. Quando se tenta atribuir um valor que aquilo não tem ou tenta usar da forma inadequada, vai acontecer um problema. Mas isso não justifica a pessoa nunca mais usar e também não desvaloriza o produto. E esse é um ponto importante que temos que ficar atentos. Existe, sim, lugar para os ativos naturais desde que se saiba o que o paciente está usando. Outra situação complicada é quando o paciente vai ao dermatologista, adota um tratamento que não foi prescrito, e não conta para o médico no retorno. Isso é um problema. Porém, na maior parte das vezes, conseguimos retornar ao tratamento. Por isso é sempre importante um diálogo franco entre o paciente e médico dermatologista.

JSBD – A “onda” da cosmetologia/medicamentos naturais está cada vez mais forte, seja pelo fortalecimento que quer se dar a pequenos empreendedores e/ou por buscar produtos que não sejam testados em animais etc. Afinal, é possível uma dermatologia apenas com produtos assim?
TVBG – Eu não acredito em uma dermatologia que seja exclusivamente feita com produtos naturais. E digo isso baseada pela própria ciência. Acho complexo privar o paciente de alternativas alopáticas que resolveriam, de fato, o problema dele. Mas também não acho interessante excluir totalmente as alternativas naturais só porque a ciência desenvolveu determinados medicamentos. Até porque é preciso dizer que, sim, também existe ciência nos produtos naturais. Como já disse, vejo o natural como um tratamento complementar e nunca como substitutivo.

 


29 de março de 2021 0

A Diretoria Executiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promoverá no dia 27 de abril, às 19h, uma reunião online com os médicos que ingressam no primeiro do ano dos programas de residência na especialidade nos serviços credenciados de Residência e Especialização (lato sensu). Foram convidados os pós-graduandos de todo o País.

Durante o encontro, os diretores da Gestão 2021-2022 darão as boas-vindas aos integrantes do grupo, além de apresentarem pontos do trabalho realizado pela entidade em favor dos dermatologistas, residentes, especializandos e população. Será uma oportunidade de conhecer a importância da vida associativa para o fortalecimento da dermatologia brasileira.

Serviços – Dentre os pontos que serão abordados, estão os serviços oferecidos pela SBD aos seus associados, o trabalho realizado nos campos da educação continuada e da produção científica, bem como as ações de defesa profissional. Os diretores também explanarão sobre os esforços da entidade pela melhoria das condições de trabalho e de atendimento. Os novos residentes poderão apresentar suas dúvidas e percepções, as quais poderão subsidiar o aperfeiçoamento das atividades.

“O diálogo é a base de tudo. É assim que construímos uma trajetória de êxitos. A reunião será um espaço inicial para que os futuros dermatologistas saibam mais sobre os compromissos e missões da SBD. Trata-se de um escopo amplo, que envolve a produção de publicações e conteúdos técnicos, a organização de eventos científicos e nossa atuação no campo jurídico, em favor do ato médico dermatológico. Além disso, abordaremos outra questão fundamental: o papel social do dermatologista para a comunidade”, afirmou Mauro Enokihara, presidente da SBD.

 


29 de março de 2021 0

Nos dias 21 e 22 de maio, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove a 43ª edição do tradicional Simpósio sobre Dermatologia Tropical (Dermatrop). O encontro será online e buscará abordar a essência da dermatologia clínica. Até o próximo dia 10 de abril, os valores com desconto para participar variam de R$ 120 a R$ 210. Para se inscrever e obter mais detalhes sobre a programação, acesse o site do evento.

ACESSE PARA OBTER MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O DERMATROP

Sinésio Talhari, coordenador do encontro, ao lado de lideranças da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Mauro Enokihara (presidente – Gestão 2021-2022), Heitor de Sá Gonçalves (vice-presidente – Gestão 2021-2022) e Sérgio Palma (ex-presidente – Gestão 2019-2020) – exalta a importância do evento e aponta as mudanças pelas quais ele passou ao longo dos anos. Segundo ele, os resultados alcançados podem, inclusive, levar à incorporação de temas às mudanças climáticas em eventos futuros.

“Quando idealizamos este curso, há 45 anos, em Manaus, pensamos em dois pilares: atualização dos dermatologistas em doenças tropicais e aspectos básicos dessas enfermidades para os médicos generalistas. Ao longo dos anos, incluímos temas voltados às doenças associadas às mudanças climáticas e outras de causa infecciosa. Porém, o público-alvo é mantido até hoje, já que os profissionais que atuam em centros de saúde e hospitais são os que primeiro atendem a esses pacientes. E eles são fundamentais no acompanhamento dos enfermos, muitas vezes, a longo prazo”, afirmou.

Doenças negligenciadas – Com a presença de importantes especialistas da área, o evento promoverá debates sobre as doenças infecciosas e de caráter endêmico, como a hanseníase, leishmaniose, tuberculose e ISTs e aids. Parte desses transtornos está no grupo das denominadas doenças negligenciadas, que ainda afetam grande número de pessoas no país e carecem de políticas públicas que estimulem ações de prevenção, diagnóstico e tratamento. Ao colocar esses temas em perspectiva, por meio do Dermatrop, a SBD reafirma seu compromisso social, bem como dos dermatologistas, com a assistência de qualidade em saúde.

“Os temas que vamos debater são de extrema importância, pois abordam doenças que são abandonadas, ou mesmo esquecidas, pelos órgãos de saúde. Neste momento, em meio a uma crise sanitária e epidemiológica de grandes proporções, a preocupação da SBD com essas questões é ainda maior, pois sabemos das implicações que estão ao redor. Por exemplo, há relatos de falta de medicamentos para o tratamento de várias doenças. Faz parte de nossa missão monitorar esses quadros e cobrar respostas dos responsáveis em apoio aos pacientes e aos médicos”, esclarece Mauro Enokihara.

 


27 de março de 2021 0

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lamenta informar o falecimento do médico dermatologista Luiz Cláudio Dias, ocorrido na manhã desse sábado (27/3), em decorrência de complicações da Covid-19.

Luiz Cláudio Dias nasceu em Manaus, em 1961, e graduou-se em medicina pela Universidade Federal do Amazonas (1985). Concluiu a residência em dermatologia na Fundação Alfredo da Matta de Dermatologia e Venereologia (FUAM), onde atuava como médico dermatologista desde 1991, ocupando também o cargo de diretor técnico da instituição.

Em toda sua trajetória profissional, deixou sua marca e seu legado na dermatologia brasileira, trabalhando ativamente na assistência a pacientes com dermatoses tropicais, principalmente com hanseníase, tanto na capital como interior do estado.

A SBD manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos, em especial os da SBD-AM, nesse momento de dor.





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