Psoriase pustulosa generalizada: SBD chama atenção para doença grave e rara que afeta milhares de brasileiros




28 de outubro de 2021 0

Na semana em que o país estimula o debate em torno dos cuidados oferecidos aos pacientes com psoríase, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chama a atenção para uma das formas mais graves e raras dessa doença. A psoríase pustulosa generalizada (PPG) afeta a saúde e qualidade de vida dos seus portadores, podendo até levar à morte em casos extremos. No Brasil, estima-se pelo menos 1.458 pacientes que apresentam sinais e sintomas dessa patologia, segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

Neste grupo, a prevalência é um pouco maior nas mulheres (53%), sendo que os registros de PPG ocorrem de modo mais frequente após os 30 anos de idade. Dados de literatura estrangeira apontam grau significativo de letalidade da doença. Segundo estudos científicos, em 65% dos casos, os pacientes com psoríase pustulosa também têm psoríase vulgar.

Em linhas gerais, a forma vulgar é o tipo mais comum, com presença de lesões avermelhadas na pele, em formato de placas, que descamam. Também causa descamação, rachaduras, coceira, queimação e dor. Na PPG, as lesões da psoríase vulgar são acompanhadas de pústulas (bolhas com pus) e quando as bolhas rompem, surgem feridas.

De modo geral, os casos de psoríase são provocados por predisposição genética, precipitados por fatores ambientais ou de comportamento. Alguns gatilhos desencadeiam ou agravam crises: interrupção do uso de medicamentos, queimadura solar, presença de infecções virais (incluindo rinovírus e coronavírus), estresse e gestação. Importante destacar que é uma doença crônica e não contagiosa.

Gatilhos – Para o dermatologista Gleison Vieira Duarte, um dos coordenadores da Campanha Nacional de Conscientização sobre Psoríase, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a psoríase vulgar pode se transformar na psoríase pustulosa. “Um dos gatilhos é o uso dos corticosteroides orais. Essas drogas podem ser empregadas de forma inadvertida, seja por automedicação ou desconhecimento acerca de uma não indicação do corticoide na psoríase vulgar”, disse.

O especialista acrescenta que, em algumas circunstâncias, após o tratamento com corticoide, o paciente pode ter transformada sua forma vulgar numa pustulosa. Ele explica que “neste caso, chamamos de psoríase pustulosa generalizada induzida pelo uso do corticosteroide. Algumas outras drogas também podem, em casos raros, provocar essa indução, como antidepressivos, lítio, entre outras”.  

Por sua vez o dermatologista Ricardo Romiti, também do time de coordenação da Campanha da SBD, comenta que o diagnóstico da PPG é clínico. "O exame dermatológico feito de forma muito detalhada ajuda no diagnóstico. Nos casos de dificuldade, é feita uma biópsia, seguido do exame histopatológico. Também costumam ser realizados exames subsidiários para, por exemplo, afastar outros problemas de saúde da pele”. Mesmo assim, o diagnóstico pode ser difícil, podendo-se confundir a psoríase com outras infecções.

Gleison Duarte também ressalta que a psoríase, nos casos mais graves, pode ser dolorosa e trazer risco de morte. "As manifestações da psoríase pustulosa podem ser somente na pele. Elas podem estar distribuídas em qualquer parte do corpo, por isso têm o nome de psoríase pustulosa generalizada, com ou sem a presença de sintomas. Neste caso, pode haver febre e mal-estar, ou sintomas que podem levar o paciente à hospitalização. Em 7% dos casos, os pacientes com a forma generalizada podem vir a óbito, o que está muito associado a alterações de desidratação, infecções secundárias e alterações dos eletrólitos, como sódio, potássio, entre outros", explicou.

A gravidade da PPG gera impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, nas funções físicas, vitalidade e saúde mental, incluindo ansiedade e depressão. "O impacto psicológico é muito grande, eu diria que é devastador. As pústulas dão ao paciente a sensação de nojo da sua própria pele, de não querer ter contato com ninguém. O odor fétido que pode resultar dessas pústulas acaba prejudicando o convívio dentro de casa. Além do receio relacionado à gravidade da doença, a falta de tratamentos eficazes aprovados em bula, que realmente sejam direcionados a essa patologia. Então, são muitos os impactos psicossociais gerados por uma doença tão aguda e grave como essa", enfatizou Vieira Duarte.

Tratamento – Para os especialistas da SBD, há tratamentos que podem ser utilizados para a psoríase pustulosa generalizada. No entanto, devido à raridade da doença, todos esses tratamentos são com medicamentos off label, ou seja, que não seguem as indicações homologadas na bula. Além disso, eles são adaptados do tratamento da psoríase vulgar.

"Diante desse cenário, temos preferencialmente escolhido drogas com início rápido, como a ciclosporina e o infliximabe, que são de uso off label, mas também são utilizados a acitretina e o metotrexato quando há a possibilidade de se utilizar drogas de início de ação mais lento. À medida que entendemos mais sobre a psoríase pustulosa generalizada, observamos que ela tem uma característica imunológica distinta da psoríase vulgar", salientou Gleison Vieira, ao destacar a responsabilidade do dermatologista no atendimento desses pacientes.

Ricardo Romiti explicou que da mesma forma que há os tratamentos imunobiológicos para o controle da psoríase em placas, estão em desenvolvimento novos imunobiológicos para o controle da psoríase pustulosa generalizada. "Essas drogas ainda não estão disponíveis no mercado, mas estão em fase avançada de estudo e parecem ter um perfil de eficácia e segurança muito satisfatórios. Enquanto essas drogas não chegam ao mercado, nesses casos mais graves nós acabamos fazendo uso dos mesmos imunobiológicos que nós temos aprovados para a psoríase para tentar controlar o quadro".


27 de outubro de 2021 0

Manaus, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo estão entre as cidades que aderiram à Campanha Nacional de Conscientização sobre Psoríase, organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Nestas localidades e em outros municípios do País, gestores públicos abraçaram essa causa e aceitaram iluminar prédios e monumentos nas cores roxo e laranja, que são a marca registrada da iniciativa.

O objetivo é chamar a atenção da população para a psoríase, uma doença da pele, relativamente comum, crônica, não contagiosa e que tem tratamento. Trata-se de um quadro auto inflamatório, no qual por predisposição genética, surgem lesões avermelhadas e que descamam na pele. 

Aspectos ambientais e emocionais podem funcionar como gatilho para o início de crise, que podem ser controladas com a ajuda de dermatologistas. Há inúmeras opções de tratamento (tópicos, sistêmicos, biológicos e com fototerapia) para a psoríase. A escolha terapêutica da melhor para cada caso deve sempre ser feita por um médico dermatologista.

Monumentos – Dentre os prédios e monumentos iluminados em roxo e laranja estão o Congresso Nacional, em Brasília; o Palácio do Buriti (sede do Governo do Distrito Federal); a sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na capital paulista; e a Fonte Cruzeiro do Sul, na Praça da Liberdade, e a Prefeitura Municipal, ambos em Belo Horizonte. A fachada do Teatro Amazonas, em Manaus, também receberá a iluminação especial no dia 29 de outubro – data em que é celebrado o Dia Nacional e Mundial da Psoríase.

As entidades também foram convidadas a compartilhar as mensagens de prevenção em seus canais de comunicação para que a mensagem de combate ao preconceito e melhora da qualidade de vida das pessoas portadoras da doença chegue a mais pessoas.  A campanha também ganhou o apoio de artistas e influenciadores, como a cantora Kelly Key, que tem o diagnóstico de psoríase, e o jornalista Fernando Rocha.

Como parte das atividades, a SBD também realizará uma live a população nesta sexta-feira (29), quando interessados poderão interagir com especialistas. A transmissão ocorrerá no canal do Youtube da instituição e visa tirar as principais dúvidas que a sociedade civil tem acerca do tema. 

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27 de outubro de 2021 0

Em poucos minutos, você vai ter acesso a uma atualização sobre abordagens terapêuticas para o vitiligo. Neste episódio do SBDcast, o assessor do Departamento de Biologia Molecular, Genética e Imunologia da SBD, Caio Cesar Silva de Castro, apresenta informações úteis para os associados sobre o tema, ajudando a melhorar a prática clínica diária.

Dentre os tópicos tratados na conversa com Beni Grinblat, 2º secretário da SBD, estão os tipos de exames solicitados para a definição do diagnóstico; as medicações tópicas recomendadas; e as orientações para prescrição de fototerapia.  Atento aos avanços da ciência, o convidado do SBDcast ainda aponta as novidades que podem surgir nos próximos anos, com chances de trazer qualidade de vida e bons resultados para os pacientes com vitiligo. O bate-papo flui de forma ágil e dinâmica, tornando o aprendizado ainda mais prazeroso.

Lançado em fevereiro deste ano, o SBDcast é uma iniciativa da Gestão 2021-2022 que apresenta novidades sobre assuntos de interesse para a dermatologia em formato de podcast. Todas as semanas, sempre às quartas-feiras, há um episódio novo e exclusivo para os associados. Para conferir este programa e edições anteriores, basta acessar o aplicativo da SBD ou a área restrita no portal.

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22 de outubro de 2021 0

A cantora e modelo Kelly Key se tornou uma das porta-vozes na luta pela conscientização sobre a psoríase, doença de pele relativamente comum, crônica e não contagiosa, mas que causa problemas para milhões de brasileiros. Preocupada com o tema, ela gravou mensagem de apoio aos pacientes e familiares dentro de campanha lançada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A campanha, que alcançou repercussão nas redes sociais, traz informações sobre a psoríase e orienta a população a respeito da importância do diagnóstico e do tratamento precoces. A iniciativa também explica como ter acesso a medicamentos em serviços de saúde públicos e privados.

Kelly Key ajuda neste esforço até em função de sua experiência de vida. Recentemente, ela revelou nas redes sociais que sofreu as consequências desse problema de saúde. “Existe uma doença chamada psoríase, que ataca nossa pele e afeta a nossa autoestima. Sei disso por experiência própria. Mas tenho boas notícias: apesar de não ter cura, a psoríase tem tratamento e pode ser controlada”, avisa.

Na mensagem, a cantora também faz um alerta contra o preconceito causado pela doença, que deixa marcas visíveis na pele: “acima de tudo: Não baixe a cabeça e nem a sua autoestima. Você merece o respeito e o apoio de todos. Cuide de sua pele, cuide de sua saúde, cuide de você”.

Além dela, a campanha desenvolvida pela SBD conta com o apoio do jornalista Fernando Rocha, conhecido pelo trabalho que faz na cobertura em saúde e medicina. O ex-apresentador do Programa Bem-Estar (TV Globo) demonstrou familiaridade com o tema ao mostrar que se trata de uma doença que, muitas vezes, passa despercebida.

“Saúde é um assunto que deve ser prioridade na vida de todo mundo. A psoríase é uma doença que ataca a pele e muita gente tem e nem sabe. Por isso fique atento a sinais e sintomas. Fique atento a sua pele.  Ao menor sinal de problemas, procure um médico dermatologista para fazer uma consulta. Esse profissional vai fazer o diagnóstico e prescrever o tratamento para tratar a psoríase”, disse.





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