CFM define critérios para funcionamento das “clínicas populares”




24 de janeiro de 2018 0

As chamadas clínicas populares – estabelecimentos em ascensão nos últimos anos diante da crise econômica que derrubou o número de beneficiários de planos de saúde – contarão agora com regras claras de funcionamento e registro perante os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Dentre as determinações da Resolução nº 2.170/2017 (ACESSE AQUI), do Conselho Federal de Medicina (CFM), estão a obrigatoriedade de indicação do diretor técnico médico responsável no CRM, a divulgação de valores somente no interior dos estabelecimentos e sua proibição nos anúncios publicitários. A norma está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (24).
 
Para o relator da norma e 3º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes, a regulamentação de diretrizes específica para as clínicas populares visa adequar estes estabelecimentos às normativas legais, ao Código de Ética Médica e às normas gerais de funcionamento de todos os estabelecimentos de assistência médica no Brasil.
 
“Estas clínicas são empresas de prestação de serviços médicos e, portanto, são obrigadas a ter registro no CRM da jurisdição onde atuam. Além disso, o corpo clínico desses estabelecimentos deve contar com médicos comprovadamente habilitados para o exercício da medicina no Brasil e os serviços colocados à disposição da população devem se limitar a atos e procedimentos reconhecidos pelo CFM”, alerta Fortes.
 
Promoções e publicidade – A nova resolução entra em vigor três meses após a data da publicação, prevista para esta semana. A partir de então, essas clínicas, a exemplo das empresas médicas em geral, estarão impedidas de oferecer qualquer promoção relacionada ao fornecimento de cartões de descontos, fidelidade ou similares. Essa prática é proibida desde 2010, quando o CFM entendeu que a adesão de médicos às regras de promoções deste tipo deixa o sigilo do paciente vulnerável.
 
No que diz respeito à divulgação de honorários e valor de custo dos procedimentos, exames e consultas, a norma autoriza sua exposição apenas no interior dos estabelecimentos. “Continua a vedação para a divulgação em qualquer mídia, em panfletos, ou em qualquer outro meio que esteja em desacordo com a Resolução CFM nº 1974/2011, que que estabelece os critérios norteadores da propaganda em Medicina, conceituando os anúncios, a divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as proibições sobre o tema”, destacou o vice-presidente.
 
Também fica proibido anúncios publicitários de qualquer natureza com indicação de preços de consultas, formas de pagamentos que caracterizem a prática da concorrência desleal, comércio e captação de clientela. “É preciso lembrar que o Código de Ética Médica veda ao médico praticar concorrência desleal com outro médico”, ressaltou Fortes, ao lembrar que as penas para infrações éticas no exercício da medicina podem ir da advertência à cassação do registro profissional.
 
Conflito de interesses – De acordo com a Resolução do CFM, também é vedado à clínica médica de atendimento ambulatorial se instalar junto a estabelecimentos que comercializem órteses, próteses, implantes de qualquer natureza, produtos e insumos médicos. Também não podem funcionar “em contiguidade” a óticas, farmácias, drogarias e comércio varejista de combustíveis, ou em interação com estabelecimentos comerciais de estética e beleza.
 
Segundo o relator, no entanto, é permitido o funcionamento desses estabelecimentos em locais de grande fluxo de pessoas, como shoppings centers. “Entendemos que, tradicionalmente, os consultórios médicos e ambulatórios sempre foram instalados em ruas comerciais das cidades. Para tanto, devem obedecer às normas do CFM no que diz respeito ao ato médico e dispositivos para segurança predial e rotas de fuga para situações de pânico, de acordo com a legislação específica”, aponta.
 
Mercado em alta – Embora não existam dados oficiais sobre o crescimento real das clínicas populares, especialistas ouvidos por grandes veículos de comunicação que elas são uma tendência no mercado brasileiro e ganharam força nos últimos anos, especialmente nos grandes centros. Na avaliação, eles teriam herdado os trabalhadores que, por conta da crise econômica, não conseguiram manter seus planos de saúde. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de três milhões de pessoas deixaram de ser clientes das operadoras desde 2014.
 
“Com o aumento do desemprego e a instabilidade econômica dos últimos anos, estas clínicas surgem como alternativa para aqueles que não têm plano de saúde e não querem enfrentar as filas de espera na rede pública”, destaca Carlos Vital, presidente do CFM. Para ele, no entanto, é preciso lembrar que, por serem empresas que realizam consultas médicas, exames ou procedimentos médicos-cirúrgicos de curta permanência institucional, devem seguir normas relativas à infraestrutura e boas práticas em serviços de saúde.
 
Ética médica – Já a migração de médicos para este nicho pode ser “uma reação à precarização dos contratos de trabalho com os serviços públicos, à baixa remuneração oferecida em concursos e à ausência de uma carreira de Estado para o médico”, avalia Carlos Vital. Além disso, pode ser reflexo ainda do desequilíbrio na correlação de forças entre prestadores de serviço e as operadoras de planos de saúde e má remuneração na saúde suplementar.
 
Segundo o presidente do CFM, o principal atrativo destas clínicas deve ser a qualidade e não o preço ou a remuneração. “Do ponto de vista de negócios, qualquer acordo ou contrato deve estar atento ao artigo 58 do Código de Ética Medica, que proíbe o médico o exercício da profissão de forma mercantilista. Por sua vez, o artigo 63 aponta que é proibido explorar o trabalho de outro médico, isoladamente ou em equipe, na condição de proprietário, sócio, dirigente ou gestor de empresas ou instituições prestadoras de serviços médicos”, disse.

Fonte: Conselho Federal de Medicina (CFM)


23 de janeiro de 2018 0

O primeiro vencimento das inscrições do 1º Simpósio de Envelhecimento da SBD & 26ª Jornada Sul-Brasileira de Dermatologia é nesta quarta-feira, 24 de janeiro.

Os valores para pagamento são: R$365,00 para associados quites SBD; R$230,00 associados aspirantes; R$180,00 para acadêmicos de medicina; e R$365,00 para residentes e especializandos dos Serviços Credenciados da SBD.

Inscrições e submissões de trabalhos podem ser efetuados a partir do dia 9 de fevereiro no site oficial.

O evento será em Florianópolis, Santa Catarina, no período de 22 a 24 de março.

Clique para fazer sua inscrição www.jornadasuldermato.com.br.


22 de janeiro de 2018 0

Ana Luisa B. Sampaio Jeunon Vargas e João Carlos Regazzi Avelleira

 

A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença em territórios com circulação comprovada do vírus. Desde que bem indicada, o risco de desenvolver a forma grave da doença supera os efeitos colaterais da vacina. Assim, todo médico deve estar ciente das suas indicações e contra-indicações.

Deve ser reforçado o uso de medidas de proteção como telas e mosquiteiros, uso de repelentes (por cima do protetor solar), ar-condicionado e roupas adequadas nestas áreas. Não é recomendado usar perfumes durante caminhadas em matas silvestres (podem atrair mosquitos).

1) Quem deve tomar a vacina

Indivíduos entre 9 meses e 60 anos de idade que não possuam as contraindicações abaixo.

2) Quem não deve tomar a vacina

– Hipersensibilidade grave a ovo, gelatina, eritromicina e canamicina

– Crianças menores de 9 meses (a vacina está indicada entre 6 meses e 9 meses se situação de emergência epidemiológica ou viagem para área de risco)

– Idosos maiores de 60 anos (depende de avaliação médica)

– Grávidas e lactantes (avaliar caso a caso. Se lactante de crianças de até 6 meses de idade, suspender o aleitamento materno por 28 dias a partir da administração da vacina)

– Portadores de imunodepressão grave (por doença ou uso de droga imunossupressora)

– HIV sintomático ou CD4<200cel/mm3, neoplasia fazendo quimioterapia ou radioterapia, pós-transplantados, pacientes com doenças do timo (miastenia gravis) e doenças desmielinizantes.

– Doenças autoimunes que podem cursar com imunossupressão devem ser considerados individualmente.

3) Quais são os efeitos adversos?

– Efeitos adversos graves

– Risco de reação alérgica grave (anaflaxia): 1:131.000 doses aplicadas

– Risco de desenvolver a doença neurotrópica (YEL-AND) é de 1:150.000-250.000 doses (reação de hipersensibilidade, com encefalite, meningite, mielite, síndrome de Guillain-Barré)

– Doença viscerotrópica (YEL-AVD): risco de 1:200.000-300.000   doses. Se maiores de 60 anos 1:40.000-50.000 doses. Com      mortalidade de 60%.

Efeitos adversos mais frequentes

– Reação no local da vacina: eritema, induração, dor (4%)

– Cefaleia, febre, mialgias (4%)

4) Eficácia da vacina

Produzida no Brasil e utilizada desde 1937 a vacina apresenta eficácia superior a 90%. No Brasil, a partir de abril de 2017, a recomendação passa a seguir a OMS, que considera devidamente imunizados por toda a vida os indivíduos tomaram apenas uma dose da vacina.

5) Dose fracionada

O Ministério de Saúde iniciará a administração da dose fracionada da vacina para pessoas entre 2 e 60 anos de idade. Assim, cada frasco de 5ml será utilizado para vacinar 4 pessoas. Segundo a Bio-Manguinhos, a dose fracionada é equivalente a uma dose padrão em eficácia (produção de anticorpos). A imunização é comprovada por no mínimo 8 anos. A necessidade de revacinação de quem tomou a dose fracionada será determinada pelo Ministério da Saúde. Quem tomar a dose fracionada terá em seu cartão de vacinação esta informação. Crianças entre 9 meses e 2 anos, gestantes em situações bem específicas e viajantes internacionais continuarão tomando a dose padrão, pois a dose fracionada não é aceita para emissão do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP).

A vacina é de vírus vivo atenuado e leva a imunização em 7 dias, sendo considerado o prazo padrão de 10 dias para que o indivíduo esteja imunizado.

OBS: Após 2 a 4 semanas ainda poderá haver replicação viral. Portanto, em pacientes que necessitem o uso de drogas imunossupressoras, o retorno da medicação deve ser avaliado pela possibilidade do aumento do risco de aparecimento de doença viscerotrópica.

5) Como proceder em pacientes que usam medicação imunossupressora que necessitem vacinação?

Quando a vacinação é necessária, existe discussão de quantos dias antes da vacinação deve-se parar o medicamento.

As recomendações que orientam a interrupção da medicação sugerem períodos correspondentes de 4 a 5 meias-vidas da droga.

apesar de o metotrexate na dose comumente utilizada para tratamento das dermatoses não contraindicar vacinação para a febre amarela, pode haver menor taxa de imunização deste indivíduo.

É recomendado que o paciente somente retorne ao uso de medicamentos imunossupressores após 4 semanas da vacinação.

considerações para pacientes em uso de medicamentos imunossupressores: vide tabela.

Tabela: Medicamentos usados na dermatologia e quanto tempo antes da vacinação com vírus vivo atenuado devem ser suspensos

* Clique na imagem para melhor visualização

 

Obs: antimaláricos, isotretinoina e acitretina – não são contraindicação para vacinação.

 

Referências Bibliográficas:

1- http://www.cva.ufrj.br/informacao/vacinas/fam-v.html

2 – Oliveira ACV et al. Rev Bras Reumatol 2013;53(2):206-10.

3 – Wine-Lee et al. J Am Acad Dermatol 2013;69:1003-13.

4 – adaptado de: Calendario de Vacinação Paciente Especiais/SBIm/2015-2016.

5- wwwnc.cdc.gov  (Yellow Book/TravelersHealth chapter 8,2016.)

6 – https://www.infectologia.org.br/pg/1233/informativo-sobre-febre-amarela

7- http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/novembro/19/Lista-de-Municipios-ACRV-Febre-Amarela-Set-2015.pdf

8- de Wolf ACMT, van Aalst S, Ludwig IS, Bodinham CL, Lewis DJ, van der Zee R, et al. (2017) Regulatory T cell frequencies and phenotypes following anti-viral vaccination.PLoSONE 12(6): e0179942.

9- bula da vacina – FIOCRUZ / Bio-Manguinhos

10- Febre amarela – guia para profissionais de saúde. Ministerio da Saude 2017.

 


22 de janeiro de 2018 0

Dia 28 de janeiro, é o Dia de Luta Contra a Hanseníase. Para conscientizar sobre a doença, que ainda possui forte carga de preconceito, os canais digitais do Dr. Drauzio Varela, numa parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, publicaram o vídeo do quadro "Em X Perguntas", em que o dermatologista e coordenador do Departamento de Hanseníase da SBD, Egon Daxbacher, responde a sete questões importantes, enfatizando que a doença é curável e, ao contrário do que muitos ainda pensam, pouco contagiosa.

O médico explica que a forma de tratamento mais branda é feita com antibióticos por seis meses e a mais avançada, por 12 meses. O tratamento é fornecido gratuitamente nos postos de saúde por meio do SUS.

Clique na imagem para assistir a íntegra do programa.

 


22 de janeiro de 2018 0

O presidente da SBD, José Antonio Sanches, fala sobre os riscos do bronzeamento com fita isolante e da importância da vitamina D para a formação e manutenção dos ossos, no programa Domingo Espetacular, veiculado ontem (21/01), na Record.

O programa também mostra depoimentos de pessoas que ficaram com graves queimaduras após se submeterem ao procedimento.

Assista: 

http://noticias.r7.com/domingo-espetacular/videos/grande-reportagem-saiba-os-riscos-de-fazer-bronzeamento-usando-fita-isolante-21012018 

 


22 de janeiro de 2018 0

Faleceu na sexta-feira (19/01), o associado SBD e ex-residente do Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Claudio Jacinto Sturion, casado com a Joana Maeno, também ex-residente do Serviço.

A SBD expressa seu pesar pela perda do dermatologista, aos 60 anos, e envia condolências para familiares e amigos.


20 de janeiro de 2018 0

Um estudo inédito promovido pela SBD durante o II Simpósio Nacional de Cabelos e Unhas, realizado em agosto, no Rio de Janeiro, identificou que a utilização do fotoprotetor e exposição leve ao sol não afeta a capacidade de síntese cutânea de vitamina D. Coordenado pelos dermatologistas Flávio Luz (secretário-geral), Clívia Carneiro, Hélio Miot (1º secretário) e Sandra Durães, o estudo contou com o apoio da equipe do laboratório de análises clínicas da Universidade Federal Fluminense (UFF) e envolveu 95 voluntários, entre dermatologistas, residentes, alunos e participantes do evento.

Os voluntários foram divididos em três grupos: confinados da exposição solar por 24h, expostos a dose suberitematogênica de sol com e sem fotoprotetor tópico (FPS 30). Seus níveis plasmáticos de 25-OH-vitamina D foram medidos na manhã antes da exposição solar e também na manhã seguinte, permitindo o cálculo da variação dos níveis plasmáticos no intervalo de 24h.

A pesquisa revelou que a variação dos níveis plasmáticos de vitamina D foi cerca de 4ng/ml maiores para o grupo exposto com filtro solar do que para o grupo confinado, mostrando que ocorreu síntese efetiva de vitamina D após breve exposição ao sol, mesmo com filtro solar. “A diferença da variação dos níveis plasmáticos de vitamina D entre o grupo exposto com filtro solar e o grupo exposto sem o filtro não atingiu diferença significativa, indicando que não houve prejuízo à síntese de vitamina D”, explica Hélio Miot.

O médico salienta que a síntese de vitamina D depende de doses muito baixas de UVB em pequenas áreas do corpo. A radiação atinge a pele através do vestuário leve e couro cabeludo, além de áreas que não são completamente cobertas pelo filtro solar.

Entre outras informações decorrentes do estudo realizado pela SBD estão:

1. O uso regular de filtro solar nas áreas diretamente expostas ao sol para prevenção ao câncer da pele, queimaduras e fotoenvelhecimento tem sido criticado por alguns profissionais como importante causa da hipovitaminose D na população devido à redução de sua síntese cutânea, imputando ao dermatologista essa culpa. Até o momento, nenhum estudo havia sido conduzido para avaliar e subsidiar recomendações de uso de filtro solar, especialmente, em regimes de exposição solar leve (habitual).

2. A vitamina D é um importante pré-hormônio produzido a partir da ingesta nutricional, e, principalmente (90%) pela pele, a partir da exposição leve à radiação UVB. Desempenha importantes funções no organismo, principalmente no metabolismo ósseo, imunidade e resistência à insulina. Diversas condições clínicas e de hábitos interferem nos níveis de vitamina D, como dietas restritivas, cirurgia bariátrica, obesidade, hepatopatia, nefropatia, idosos, acamados, indivíduos que não se expõem diretamente ao sol, sedentarismo, diabetes mellitus, entre outras.

3. Significativa fração da população mundial apresenta níveis plasmáticos de vitamina D insuficientes e até deficientes. Isso tem originado políticas de suplementação da indústria alimentar (por exemplo, laticínios, sucos industrializados), ou mesmo suplementação oral em populações de risco (por exemplo, idosos, nefropatas e gestantes).

4. Os resultados do experimento subsidiam a manutenção da indicação da fotoproteção regular frente à exposição moderada ao sol e confirmam que a exposição solar mais segura para a pele deva ocorrer fora dos horários de pico do UVB (10h-16h), sob vestuário adequado, sem risco de vermelhidão (o que degrada a vitamina D da pele) e sem compromisso da síntese de vitamina D.

5. A atual epidemia de hipovitaminose D deve decorrer da ingesta insuficiente e, principalmente, dos hábitos de lazer e de trabalho em ambientes abrigados da proteção solar, característicos da sociedade moderna que não se expõe ao sol no seu cotidiano. Isso não depende do uso de filtro solar. Há também elementos ligados ao indivíduo, como a espessura da pele exposta (reduzida em idosos), má-absorção do intestino (sobretudo em pacientes que fizeram cirurgia bariátrica), medicamentos de uso regular, obesidade, sedentarismo, e variações nos receptores de vitamina D nos tecidos, que interferem a síntese e disponibilidade de vitamina D.
 

* Matéria originalmente publicada na edição de nov/dez 2017 do JSBD.


19 de janeiro de 2018 0

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A doença tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Transmissão
O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.

Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão, o silvestre e o urbano. Mas a doença tem as mesmas características sob o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico. No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.

A pessoa apresenta os sintomas iniciais 3 a 6 dias após ter sido infectada.

Sintomas
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.

Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.

Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.

Diagnóstico
Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.

Tratamento
O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

Prevenção
O Sistema Único de Saúde oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.

A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com recomendação de vacinação nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além das áreas com recomendação, neste momento, também está sendo vacinada a população do Espírito Santo.

Áreas de risco
Locais que têm matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente, são consideradas como áreas de risco. No Brasil, no entanto, a vacinação é recomendada para as pessoas a partir de 9 meses de idade (ver “Orientações para vacinação”) que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacina.

Perguntas e respostas sobre a Febre Amarela

Fonte: Ministério da Saúde
 
 
 

19 de janeiro de 2018 0

A SBD intermediará o financiamento de projeto da ILDS DermLink, que visa contribuir na assistência dermatológica em comunidades carentes sob a temática dermatologia tropical e saúde de populações migrantes. O projeto contempla três modalidades independentes de financiamento:

– Materiais/equipamentos US$3.000

– Treinamento de pessoal US$3.000

– Projeto de campo/comunitário US$5.000

Os associados interessados devem preencher o formulário em inglês e submeter à SBD junto ao projeto (também na língua inglesa) de no máximo duas páginas, via e-mail dermlinkilds@sbd.org.br, impreterivelmente até o dia 25 de fevereiro. 

Os trabalhos serão apreciados pela Comissão Científica da SBD e o melhor classificado será indicado para o financiamento da Liga Internacional de Sociedades de Dermatologia (ILDS), no início de março. 

O DermLink tem como finalidade fornecer fundos anualmente para apoiar as iniciativas de treinamento de dermatologia ou pequenos projetos de campo em áreas de necessidade. É administrado por meio da International Foundation Dermatology (IFD).

Clique aqui para baixar o formulário.





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