Liberação dos imunobiológicos pelo SUS: luta comunitária



Liberação dos imunobiológicos pelo SUS: luta comunitária

1 de dezembro de 2016
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Um dos grandes desafios da comunidade que congrega pacientes com psoríase, seus parentes, as associações de apoio e a comunidade médica, especialmente a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é a inclusão pelo Ministério da Saúde (MS) de medicamentos imunobiológicos no tratamento da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A reivindicação vem sendo feita desde 2010 e pode melhorar muito a qualidade de vida das pessoas afetadas pelos casos de moderados a graves da afecção, ou que sejam intolerantes ou passivos de falha terapêutica aos medicamentos tradicionais.

Em recente audiência pública no Senado Federal, foram ouvidos representantes do Ministério da Saúde, da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Associação Psoríase Brasil. A principal reivindicação encampada pela SBD foi a liberação dos medicamentos biológicos (produzidos a partir de células vivas). No entanto, mesmo tratamentos e substâncias já oferecidos pelo SUS apresentam problemas.

A fototerapia, por exemplo, conta com pouquíssimos equipamentos distribuídos pelo território nacional. Segundo Paulo Oldani Felix, dermatologista da SBD, cerca de 60% das sessões de fototerapia feitas em todo o Brasil ocorrem nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo medicamentos tradicionais ocasionalmente não são encontrados na rede pública. Esses mesmos medicamentos biológicos já são liberados para tratamento de doenças como a artrite reumatóide ou mesmo a artrite psoriásica, comorbidade (outra patologia) da própria psoríase.

O paciente com psoríase da pele, no entanto, mesmo com indicação clínica, não tem acesso ao tratamento. A resistência do Ministério da Saúde se explica pelo alto custo do tratamento, calculado em cerca de R$ 100 mil anuais. Como consequência, muitos pacientes acabam recorrendo à Justiça para obter a medicação. Nesse cenário é comum que o governo, obrigado por decisão judicial, acabe pagando um valor mais elevado, aumentando o gasto público.

No entanto, estudos feitos em vários centros de referência indicam que apenas cerca de 10% dos pacientes que apresentam a doença teriam recomendação para uso dos medicamentos imunobiológicos.

A SBD apoia todas as iniciativas que reduzam o sofrimento do paciente de psoríase, uma doença crônica e sem cura, que é responsável por um impacto físico e psicológico enorme nas pessoas afetadas por ela. Para isso, vem mobilizando todos os seus esforços para que tratamentos mais sofisticados e eficientes sejam incorporados ao protocolo do SUS.





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