Dia do Trabalhador: Como evitar exposição excessiva ao sol e prevenir dermatoses ocupacionais?



Dia do Trabalhador: Como evitar exposição excessiva ao sol e prevenir dermatoses ocupacionais?

1 de maio de 2025
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Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aproveita o Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, para lembrar que saúde ocupacional vai além dos exames periódicos. A pele, maior órgão do corpo humano, também precisa de atenção, especialmente para profissionais expostos ao sol ou em contato com substâncias químicas e irritantes. 

Entre os problemas dermatológicos mais frequentes nos ambientes de trabalho está a dermatite de contato ocupacional, uma inflamação cutânea provocada por agentes irritantes ou alérgenos presentes em produtos como detergentes, solventes, graxas, cimento, cosméticos, tintas, entre outros. 

“A dermatite de contato é muito comum entre profissões como cabeleireiros, auxiliares de limpeza, trabalhadores da construção civil e até profissionais da saúde. A exposição constante a substâncias agressivas ou o uso inadequado de equipamentos de proteção contribui diretamente para o surgimento do problema”, explica a dermatologista Dra. Rosana Lazzarini, membro da diretoria da SBD. 

Os sintomas variam conforme o tipo, podendo ser dermatite irritativa ou alérgica, mas incluem vermelhidão, coceira, ardor, descamação e bolhas. O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista, que poderá solicitar testes de contato para identificar a substância causadora da reação, e o tratamento dependerá da gravidade do quadro, podendo incluir desde tratamentos tópicos até medicamentos orais ou eventualmente internação hospitalar, nos casos de maior gravidade. 

“É preciso que empresas e empregadores reconheçam a importância da proteção da pele como parte dos cuidados com a saúde do trabalhador. Muitas vezes, pequenas mudanças no ambiente ou no uso de equipamentos de proteção mais adequados podem prevenir doenças crônicas. É preciso identificar os agentes irritantes e os alérgenos e tentar evitá-los, utilizar os EPI (Equipamentos de Proteção Individual) quando indicados, higienizar corretamente a pele”, diz Dra. Lazzarini. 

Sol e trabalho: como se prevenir? 

Outro fator de risco para a saúde da pele no ambiente de trabalho é a exposição solar, especialmente entre profissionais que atuam ao ar livre, como agricultores, operários da construção civil, carteiros, entre outros são vulneráveis aos danos provocados pela radiação ultravioleta.  

De acordo com a Dra. Bianca Costa Soares de Sá, coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, a exposição solar intensa pode induzir a ativação de doenças autoimunes da pele, infecções e reações medicamentosas. Além disso, a exposição crônica ao sol não apenas acelera o envelhecimento da pele e favorece o surgimento de manchas, como também está relacionada ao aumento significativo de risco de câncer da pele. 

“A exposição intensa, prolongada e cumulativa é o que mais preocupa. Ela está diretamente ligada ao surgimento de tumores cutâneos, especialmente entre trabalhadores que atuam em ambientes externos”, destaca a especialista. 

Para reduzir os riscos, a dermatologista reforça a importância da combinação entre proteção física e o uso de loções com filtro solar, que deve ser reaplicada a cada duas horas. “O ideal é evitar a exposição, principalmente entre 10h e 15h, quando a intensidade da radiação ultravioleta é mais alta. Se não for possível, é fundamental o uso de chapéus, roupas adequadas, preferencialmente com proteção UV, óculos escuros e protetor solar”, orienta a médica dermatologista. 

Bianca lembra ainda que o protetor solar não bloqueia toda a radiação, e que chapéus e roupas atuam apenas nas áreas de contato direto, uma vez que a radiação é refletida pelas superfícies ao nosso redor, reforçando a necessidade do uso conjunto dessas medidas. 

“Cuidar da saúde do trabalhador é um compromisso que vai além das estruturas físicas e inclui também a proteção contra riscos invisíveis, como a radiação ultravioleta. A adoção de medidas simples pode evitar doenças graves e garantir qualidade de vida de quem passa boa parte do dia exposto ao sol”, alerta ela.  

Nesse contexto, iniciativas legislativas desempenham um papel essencial, como a Lei 8.231/91, que atribui a todas as empresas a responsabilidade pela adoção de medidas de proteção e segurança à saúde do trabalhador, é um marco importante e merece maior notoriedade na luta contra o câncer de pele.  

A SBD reforça que a proteção solar deve ser uma prioridade nas práticas de segurança do trabalho quando a atividade laboral acontece em ambientes com exposição ao sol, para que a causa da prevenção ao câncer de pele ganhe força como um conjunto de medidas públicas e privadas.   

Outro avanço importante foi a Lei 14.758/2023, que institui a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) no SUS. A PNPCC promove diretrizes de saúde para a prevenção, rastreamento, tratamento e reabilitação do câncer, além de estabelecer cuidados paliativos para pacientes em fase terminal e apoio psicológico para pacientes e familiares.

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