A falsificação de medicamentos, apesar das tentativas de controle mundiais, mantém a curva ascendente de crescimento, estimulada por dois problemas crônicos: automedicação e desinformação. Segundo a ONG americana The Partnership for Safe Medicines – entidade que trabalha formando alianças e estimulando políticas públicas para frear tal avanço – em 2010, foram registradas 1.735 apreensões no mundo.
Estudos recentes feitos pela instituição apontam que a pirataria não se limita a explorar o mercado sempre aquecido de emagrecedores e comprimidos contra a impotência sexual. No Brasil, em 2010, os remédios contra a impotência foram os mais falsificados do País.
Agora, câncer e remédios para tratar problemas de saúde mental como esquizofrenia e depressão despontam como os novos ‘nichos’ de exploração da pirataria, revela Scott A. LaGanga, diretor executivo da Safe Medicines.
‘É dificílimo reconhecer um medicamento falsificado. O controle e a apreensão, feitos pelas polícias, e os testes realizados por empresas farmacêuticas revelam muito pouco do que circula no mundo. Todos os dados são subestimados.’
De fato, os números registrados não mensuram o alcance da pirataria no mercado global. Dados fornecidos pelo Instituto de Segurança Farmacêutica – Pharmaceutical Security Institute (PSI) – mostram que na America Latina, nos últimos três anos, o Peru lidera a incidência de produtos falsificados, com 332 apreensões de grandes lotes, seguido por Brasil (222), Colômbia (129), Paraguai (106) e Argentina (62).
Os prejuízos da pirataria são incalculáveis. Para pacientes em tratamento contra o câncer, o uso de remédios falsos pode ser letal. A ONG americana encabeça projetos de conscientização dos médicos e população.
Se, dentro dos consultórios, os pacientes forem devidamente instruídos e questionados sobre a procedência dos remédios, é possível minimizar os impactos desses produtos na saúde do consumidor, acredita LaGanga.
‘Quando um medicamento não faz efeito, antes de mudar a dosagem, é fundamental que os profissionais da área da saúde investiguem o processo de compra feito por seus pacientes.’
A internet, na visão do executivo, é uma grande facilitadora desse mercado negro, e um ambiente pouco seguro para compra de remédios. ‘Não há controle e tampouco fronteiras. Os pacientes também precisam buscar formas de escapar das armadilhas.’
O site da agência americana de vigilância de alimentos e medicamentos, a FDA, al…