Microdoses de medicamentos




20 de outubro de 2020 0

Atualização científica
A dermatologia é uma das áreas da medicina em que mais novidades são lançadas. E alguns tratamentos, quando bastante inovadores, recebem atenção imediata da comunidade médica, como é o caso da microinfusão de medicamentos na pele, ou MMP, como comumente é chamada. Idealizada em 2011 pelo médico dermatologista Samir Abache, o primeiro artigo sobre o assunto foi publicado na Surgical & Cosmetic Dermatology em 2013, e, em 2015, a técnica foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Considerada uma nova e eficaz ferramenta de trabalho para especialistas da área, a MMP ainda é usada apenas na dermatologia, mas a possibilidade de ser aproveitada em outras especialidades é considerável, já que a técnica tem-se mostrado segura, eficaz e com excelente custo/benefício para o paciente e para o médico.

Embora, até o momento, apenas nove artigos sobre o assunto tenham sido publicados na literatura médica – um ensaio pré-clínico, dois ensaios-piloto clínicos randomizados, uma série de caso e cinco relatos de casos –, algumas conclusões já são bastante explícitas: a técnica tem efeitos adversos mínimos, sem repercussão para a saúde dos pacientes, e semelhante aos de outras técnicas de drug delivery ou intradermoterapia, com os quais os dermatologistas estão habituados em suas rotinas.

A preceptora do Serviço de Dermatologia da Santa Casa de Porto Alegre, Francine Costa, conta que The International Journal of Dermatology publicou em 2019 um estudo com o objetivo de responder à questão sobre a quantidade de medicação infundida com a técnica para, dessa forma, avaliar a segurança do procedimento. “Os autores chegaram a uma fórmula matemática que permite calcular a dose de medicação que está sendo infundida na pele do paciente. Verificaram, ainda, que essa dose infundida pela MMP é muito pequena. Além disso, mostraram na análise histológica da pele, ex-vivo, que a substância infundida se dispersa entre as fibras de colágeno sem causar um efeito expansivo”, pontua.

De fato, a segurança é o principal norteador para o desenvolvimento da técnica. Samir Abache assinala que embora para muitos o mais importante seja saber sobre a eficácia e a efetividade de um procedimento, o questionamento sobre a segurança sempre foi sua primeira preocupação. “O assunto ‘segurança da MMP’ ocupou boa parte do meu tempo de pesquisas. Publiquei os parâmetros para o drug delivery pela técnica MMP, recentemente referenciados pela agência do governo alemão German Federal Institute for Risk Assessment (BfR), pelo Departamento de Química e Segurança de Produtos. O dispositivo obteve registro em 2015, e, desde então, não existem quaisquer notificações de efeitos adversos na Anvisa. Em relação à eficácia e efetividade dos tratamentos da MMP, minha tese de doutorado está em vias de ser defendida, e a intervenção obterá o nível de evidência 1B em leucodermias puntatas e cicatrizes acrômicas. Numa rápida pesquisa na plataforma Brasil, identificamos 22 ensaios sobre a técnica. Ou seja, muita coisa está por vir. A técnica é um campo aberto para pesquisas”, esclarece.

Indicações e uso da MMP
A MMP é, segundo Abache, insuperável para repigmentar leucodermias puntatas e cicatrizes acrômicas – e há relatos de tricologistas que a utilizam com relativa frequência em tratamentos da alopecia androgenética, além do uso em casos de psoríase, alopecia areata, melasma, estrias, siringomas, campo cancerizável, cicatrizes e verrugas vulgares. A técnica, entretanto, só consegue resolver dermatoses que não possuem tratamentos efetivos.

Uma questão permanente que aparece ao se falar em MMP diz respeito à sua diferença da injeção de medicamentos com seringas ou drug delivery com roller, laser ou por via oral. Francine explica que a entrega de medicamentos na pele pela MMP ocorre em microdoses, de forma ativa, independentemente da sua natureza química (lipofílica ou hidrofílica) e do seu peso molecular.

“O medicamento se difunde no tecido sem causar um efeito expansivo como ocorre mediante a intradermoterapia pressurizada e a injeção com seringas. Além disso, com esta última técnica é muito difícil termos precisão na injeção de uma dose muito pequena e o bólus pode aumentar o risco de efeitos adversos locais. Em relação à MMP versus a administração oral de medicamentos, a primeira evita a biodisponibilidade limitada, a intolerância gastrointestinal e a metabolização de primeira passagem hepática de alguns medicamentos. Já o drug delivery com roller ou laser ocorre de forma passiva e depende da natureza química e do peso molecular do medicamento. A superfície da pele serve de interface para a penetração do medicamento, que pode diminuir a segurança microbiológica do procedimento. Além disso, uma injúria profunda com o roller pode causar um fluxo retrógrado do medicamento devido ao exsudato”.

Samir informa ainda que a farmacocinética dos medicamentos na MMP é linfática, diferindo da injeção convencional por seringas e agulhas, que é predominantemente sanguínea. Existem estudos, aliás, comprovando que a vacinação realizada com máquinas de tatuagem, mesmo injetando-se um volume muito menor, tem um poder de imunização muito maior. “O cisalhamento provocado pelo rápido microagulhamento do equipamento faz toda a diferença, proporcionando uma grande dispersão dérmica do medicamento, ao contrário da injeção com seringas. Comparativamente ao uso oral, conseguem-se efeitos clínicos surpreendentes com quantidade muito menor de drogas, reduzindo-se drasticamente os efeitos adversos”, enfatiza.

É importante lembrar, porém, que, assim como em relação a todos os procedimentos, é preciso avaliar o histórico de cada paciente e suas possíveis contraindicações. “No caso da microinfusão, elas se restringem aos efeitos adversos do medicamento a ser injetado. Também é contraindicada a intervenção nos locais previamente acometidos por doenças infecciosas, como, por exemplo, herpes. Já os pacientes portadores de valvulopatias cardíacas podem se submeter ao procedimento, desde que seja feita cobertura antibiótica profilática”, observa Abache.


Para que e por quem
Por se tratar de uma nova via de introdução de medicamentos, muitos entusiastas da técnica a utilizam para injetar preenchimentos, despigmentantes, toxinas e afins. No entanto, não é essa a história da MMP. O racional dessa técnica de drug delivery foi concebido com medicamentos já aprovados para uso intradérmico e para doenças de difícil resolução. Além disso, para executar a técnica, é fundamental que o médico possua conhecimento clínico dermatológico, farmacológico, anatomopatológico, visão em 3D da pele e habilidade manual.

 

 

 

 


20 de outubro de 2020 0

Luis *, 51 anos, não tem um fio sequer na cabeça – também não possui cílios nem sobrancelhas. Nos anos 1980, quando adolescente, ostentava cabelo longo e loiro. Com o passar dos anos, porém, alguma coisa aconteceu, e ele começou a tirar fios. Para tentar parar o que lhe parecia uma mania passageira, raspou a cabeça, mas não adiantou. Quando os fios voltaram a crescer, novamente os arrancou. E assim foi até ficar totalmente careca. Luis não é o único a passar por isso. Mais comum do que se imagina, a tricotilomania afeta homens e mulheres de diferentes idades e até crianças. E quase todos os casos têm algo em comum: um problema de ordem psíquica que está por trás do impulso de puxar os fios.

Um indivíduo pode começar a apresentar sinais de tricotilomania em qualquer idade, mas as mulheres adultas são mais frequentemente acometidas, especialmente as que se encontram na perimenopausa. E embora a retirada de fios possa acontecer em qualquer área pilosa, o couro cabeludo e as sobrancelhas são normalmente os mais afetados – mas há episódios de pessoas que retiram até os pelos pubianos e axilares.

A psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Carmita Abdo explica que a idade média de início da tricotilomania é 13 anos, segundo alguns estudos. E que, quando essa prática se inicia na infância/adolescência, a evolução costuma ser benigna, com pouca necessidade de intervenção terapêutica. Quando, entretanto, o início se dá na vida adulta, o quadro se apresenta mais severo, se torna resistente aos tratamentos e frequentemente associado a comorbidades psiquiátricas. Sobre a origem do problema, se hereditário, genético ou "apenas" comportamental, Abdo pontua que embora tenha ocorrido significativo aumento no conhecimento a respeito da etiologia da tricotilomania, ainda não há consenso sobre os fatores que a determinam. “As hipóteses requerem mais estudos. Teorias biológicas focalizam os mecanismos fisiopatológicos relacionados ao ato de arrancar cabelo, enquanto as teorias do comportamento buscam entender a operação e a expressão desses mecanismos. Essas duas possibilidades parecem não ser conflitantes, mas complementares”, afirma.

Gatilhos e consequências
Assim como outros distúrbios de ordem psíquica, a tricotilomania pode ser desencadeada por determinados gatilhos. Quando na infância, em geral, esclarece a médica dermatologista Fabiane Brenner, é um sinal de alerta para algo que incomoda na escola ou em casa, como dificuldades escolares, separação dos pais, luto ou perda de alguém querido, nascimento de irmãos, mudança de endereço, entre outros problemas. Já em adultos, esses episódios podem ocorrer também em qualquer situação afetiva negativa e durar de minutos a horas. “Os pacientes referem, às vezes, interesse por cabelos com características diferentes, quanto à textura, e alguns arrancam os cabelos como um ritual. Condições pessoais inespecíficas, como menacme, fase do ciclo menstrual ou alguma doença, também se relacionam com os sintomas da tricotilomania. Além disso, lesão no couro cabeludo (por queimadura do sol, por exemplo) ou insatisfação com o cabelo (como após permanente, encrespamento mal feito etc.) são descritos como fatores precipitantes”, informa Carmita. Há, ainda, hábitos rotineiros que podem levar ao ato de arrancar os fios, como ler, assistir à televisão, falar ao telefone, permanecer deitado na cama ou dirigir automóvel. “Essas atividades, sedentárias ou contemplativas, são desencadeadoras ou mantenedoras desse comportamento”, complementa a psiquiatra.

É preciso observar, ainda, que a tricotilomania pode gerar problemas ainda mais sérios que a perda de fios, como o tricobezoar, que acontece pelo ato de mastigar e engolir os fios arrancados, que formam bolos de pelos e cabelos que ficam compactados no trato gastrointestinal. “Quando a massa de cabelo deglutido é volumosa, pode assumir formas graves, ocupando parte significativa do intestino. Nesse caso, pode causar dores abdominais, náuseas, vômitos, hematêmese, úlceras, pancreatite, anemia, abdômen agudo obstrutivo e perfuração intestinal. Há quadros em que o tricobezoar se estende do estômago até o cólon, com uma longa cauda, o que caracteriza a síndrome de Rapunzel”, exemplifica Abdo.

Ela lembra de um caso bastante emblemático de paciente adolescente, do sexo feminino, apresentando desde a infância medo excessivo e verdadeira obsessão relacionada à morte e ao contato com roupas pretas, porque “atrairiam o azar”. “Ela arrancava os cabelos há pouco mais de um ano, apresentando extensas áreas de falhas no couro cabeludo. Não tinha qualquer pensamento mais específico, antecedendo o ato de arrancar os cabelos, mas sentia necessidade imperiosa de fazê-lo, de forma repetitiva, o que lhe proporcionava alívio temporário. O quadro a dominava a ponto de ela ter abandonado a escola e as atividades sociais na tentativa de diminuir a oportunidade de encontrar pessoas vestidas com roupas escuras, mas também por constrangimento pela alopecia e garantia de liberdade para a prática da tricotilomania. Em alguns meses,  a situação se complicou, pois a adolescente passou a ingerir os fios de cabelo arrancados para os ocultar, o que resultou em abdômen agudo obstrutivo, motivando atendimento em pronto socorro e, naturalmente, identificação da causa”, conta Abdo. Outro exemplo bastante sério é o de uma jovem paciente de Fabiane Brenner, que, após o nascimento dos filhos, passou a arrancar a pele do couro cabeludo além dos fios e as áreas sem cabelos se misturavam com feridas abertas.

Tratamento multidisciplinar
Embora muitos associem o problema apenas a uma especialidade, o tratamento da tricotilomania geralmente é multidisciplinar, sendo realizado por médicos dermatologistas e psiquiatras. Antes mesmo de começar o tratamento em si, o médico deve ser muito cauteloso ao abordar o problema, já que é muito comum, especialmente as crianças, negarem o arrancamento – a ausência de procura por tratamento, aliás, muitas vezes acontece por forte sentimento de embaraço social. “Uma conversa cuidadosa com os pacientes, e com os pais quando o problema acontece com seus filhos, é fundamental para adequada compreensão”, diz Fabiane Brenner.

Do ponto de vista dermatológico, Fabiane explica, o primeiro passo é a pessoa parar de puxar o cabelo. “Precisamos ajudar o paciente a reduzir a vontade de puxar. Substituir o hábito por outro e tentar reduzir o impacto do motivo desencadeante é o ideal. Quando isso não é possível, precisamos usar medicamentos com essa finalidade, que auxiliem a pessoa a manter a terapêutica”, comenta.

Já em relação ao retorno dos fios, em tese, eles podem voltar a crescer. Caso, porém, isso não aconteça, existe a possibilidade do que é chamado de repilação. “Os produtos estimulantes de crescimento são coadjuvantes no tratamento. Mas em casos graves, em que a tração é repetida no mesmo local ou existem feridas associadas, é possível observar pequenas cicatrizes foliculares”, complementa. Quanto a substâncias auxiliares no tratamento, alguns psicotrópicos podem ajudar, mas a dermatologista procura evitá-los, principalmente em crianças. Já a N-acetilcisteína, tomada rotineiramente como xarope para tosse, em doses mais altas, pode ser usada como inibidora do impulso, com menos efeitos colaterais e maior segurança para o paciente.

Abdo observa, ainda, que quando as manifestações ocorrem na primeira infância, podem ser superadas a partir de mudanças na rotina dos cuidados, que podem ser suficientes para suprimir a sintomatologia. Para quadros de manifestação mais tardia, contudo, geralmente é necessário tratamento medicamentoso e/ou psicoterápico.

“O tratamento farmacológico consiste em antidepressivos tricíclicos (clomipramina) ou inibidores seletivos da receptação da serotonina (ISRS). Para pacientes que não respondem aos ISRS, faz-se associação medicamentosa com baixas doses de antipsicóticos (risperidona, por exemplo). Nos casos em que a coceira provoca o ato de arrancar cabelo, esteroide tópico combinado com clomipramina pode ser útil. O tratamento psicoterápico utiliza diversas modalidades, entre as quais biofeedback, treinamento da reversão de hábito, terapia cognitivo-comportamental e hipnose.

O tratamento comportamental de melhores resultados tem sido o treinamento da reversão de hábito, o qual associa técnicas que tratam os transtornos do hábito (arrancar cabelo, chupar o dedo, tiques). O tratamento combinado objetiva favorecer o reconhecimento da doença e a adesão do paciente, investigando os locais do arrancar o cabelo, a motivação para o tratamento e a presença de tricofagia, para, a seguir, providenciar o encaminhamento ao psiquiatra visando ao tratamento de possíveis comorbidades (transtorno de humor, transtornos ansiosos); o encaminhamento a grupo educacional e grupo de apoio; a introdução da reversão de hábito; a avaliação da necessidade de farmacoterapia; e as estratégias de prevenção da recaída. A combinação de farmacologia e terapia cognitivo-comportamental leva a melhores resultados, quando, é claro, há adesão do paciente”, esclarece a psiquiatra.


Tricotilomania em tempos de Covid
O momento que o mundo vive tem desencadeado distúrbios psicológicos de toda ordem nas pessoas. E com o isolamento e o medo de ser infectado, antigas condições podem novamente se manifestar, ainda que, em tese, estejam curadas. “Para indivíduos predispostos, sem dúvida, períodos de muito estresse podem desencadear bem como agravar essa condição. Incerteza e insegurança quanto ao futuro, perdas econômicas , confinamento, medo de adoecer e/ou de transmitir o vírus, medo de morrer, luto, entre outros fatores, devem ser considerados”, afirma Carmita Abdo.

 


20 de outubro de 2020 0

Política e Saúde
Nos últimos meses, verificou-se uma enorme quantidade de transmissões ao vivo (lives) pela internet. E, apesar de a maioria ter sido voltada para entretenimento, com shows e entrevistas, uma boa parte deteve a atenção do público por outro motivo: informações a respeito da Covid-19 e seus reflexos. É fato que a comunicação por meio de mídias sociais, seja Youtube, Instagram, Facebook ou qualquer outro veículo, veio para ficar e não é de hoje. Mas em 2020, com a chegada da pandemia e diante de tantas fake news, a necessidade de encontrar informações confiáveis e de fontes seguras se tornou fundamental. E os médicos – além de outros profissionais da área de saúde – se tornaram uma espécie de porto seguro em relação à veracidade das informações (muitas vezes conflitantes) que chegavam à população.

De acordo com Maurício Conti, conselheiro do CRM-SC, membro da Codame de SC e coordenador médico de Mídia Eletrônica da SBD, o contexto deste ano favoreceu o reconhecimento dos temas de saúde como imprescindíveis para a sociedade, ao mesmo tempo em que os atendimentos e encontros presenciais ficaram provisoriamente impedidos, o que acabou jogando para primeiro plano as ferramentas de comunicação digital.

“Agora, já passados alguns meses, é preciso que se façam análises sobre o que valeu a pena, o que não valeu, bem como o que não pode ocorrer, visto que as balizas da ética profissional são um dos diferenciais do ofício de médico”, pontua. E os conselhos regionais de medicina (CRMs), é claro, estão de olho.

Para Débora Ormond, conselheira do CRM-MT e membro da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD, o uso de tecnologias em ambiente web como apoio à saúde é um caminho sem volta, e pode servir como instrumento de humanização e melhoria ao atendimento à sociedade, já que ela sempre impõe novos desafios na relação médico/paciente.

“Em tempos de pandemia, as lives proporcionam rápido acesso à informação, disponibilizam rapidamente orientações médicas na tranquilidade do lar, tanto para o médico como para o público. A despeito das consequências positivas, entretanto, existem muitos preceitos éticos e legais que precisam ser assegurados pelo profissional. O exercício da medicina mediado por tecnologias, mesmo para fins educativos e promoção de saúde, expõe em demasia a figura do médico, de forma que os mesmos problemas éticos que podem ser encontrados no atendimento médico pessoal estão presentes nas orientações durante as lives. Trata-se de ferramenta que deve ser usada de forma adequada, sempre com o objetivo de obter o bem-estar da sociedade e respeitando os preceitos ético e legal, como qualquer outra forma de publicidade médica”, esclarece.
 
Cuidado com propaganda
Embora boa parte dos médicos esteja preocupada em realmente passar informação de qualidade, não é difícil encontrar casos de profissionais que tentam se promover por meio das redes – casos como o do Doutor Bumbum são muitos. Entretanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) é claro em relação a propagandas e marketing pessoal.

“A mercantilização da medicina pode ser uma tentação para alguns, mas é um caminho ameaçador para a profissão no médio e no longo prazo, tanto no sentido específico do médico, que assim enfrentará denúncias e julgamentos éticos, quanto no sentido geral, ao aceitar uma visão que reduz o valor do trabalho médico a uma commodity”, comenta Conti.

Além disso, lembra Débora Ormond, o médico tem a liberdade de expressão disciplinada por um Código de Ética Profissional, bem como deve obediência a uma legislação civil e criminal, e ambos objetivam tanto fiscalizar como penalizar os que abusam do direito de informar. Ou seja, a publicidade médica deve obedecer, exclusivamente, a princípios éticos de orientação educativa, não sendo comparável à publicidade de produtos e práticas meramente comerciais (Resolução 2217/2018).

“O médico pode divulgar seu endereço do trabalho e telefone em suas mídias sociais, mas lhe é vedado realizar divulgação publicitária, mesmo de procedimentos consagrados, de maneira exagerada e fugindo de conceitos técnicos, para individualizar e priorizar sua atuação ou a instituição em que atua ou tem interesse pessoal. Os esclarecimentos à sociedade por meio das lives não podem ser usados para autopromoção, aferição de lucro ou para angariar clientela. Não é permitido, por exemplo, nessas oportunidades, a divulgação de endereço ou telefone de consultório. E caso não obedeça ao Código, esse médico poderá sofrer processo ético profissional”, complementa a conselheira do CRM-MT.

O futuro da “medicina digital”
Ainda que as lives com médicos devam grande parte de seu sucesso especialmente à procura de informações sérias em relação à pandemia e à falta de orientações oriundas de um órgão oficial do governo, é certo que elas chegaram para ficar, tanto os encontros para profissionais da área em plataformas online com conteúdo de educação médica continuada como também as lives direcionadas ao público externo.

Se algumas apresentações – e “apresentadores” – tenham levado o status do médico ao de educador, praticamente, é preciso deixar claro que as consultas presenciais e direcionadas jamais serão substituídas, assim como os eventos e congressos para a comunidade médica não deixarão de existir. As redes sociais, portanto, se tornaram mais um meio de comunicação, mas jamais serão o único


Troca de informações segura
Em abril, durante uma conferência que reuniu membros da Sociedade Brasileira de Imunologia, da Rockefeller University e da UFMG, a reunião foi invadida por neonazistas que usaram a transmissão para mostrar imagens de Hitler. Além do constrangimento para os participantes, todos ficaram preocupados com o vazamento de dados sigilosos.

“Em transmissões ao vivo feita por redes sociais, com abordagem de assuntos médicos ou mesmo reuniões fechadas em que se discutam casos clínicos e haja troca de informações de pacientes, a utilização dos recursos de segurança disponíveis é de extrema importância para preservar o sigilo médico. A má utilização desses mecanismos pode configurar uma quebra do dever de cuidado, gerando a responsabilização do organizador”, alerta Débora.

O episódio chama a atenção para um questionamento muito natural em relação à segurança da troca de informações durante lives e webinars. Ricardo Correa, diretor da LDA, empresa especializada em segurança da informação, explica que os principais players desse mercado garantem a segurança dos dados, desde que sejam seguidas suas diretrizes.

“Desde o início da pandemia, ferramentas como Zoom, Cisco WebEx, Microsoft Teams e Google Hangouts lançaram novos protocolos de segurança para garantir a privacidade dos dados trocados nas reuniões e encontros não presenciais com muitas pessoas. Porém, é preciso ficar atento ao que oferecem as diferentes versões de cada ferramenta e suas condições de uso. Para corporações, de uma forma geral, utilizar serviços pagos, com recursos de auditoria, criptografia e garantia de confidencialidade dos dados trafegados dentro da plataforma é fundamental”, pontua.

Correa lembra, ainda, que promover um acesso autenticado e com senhas às salas de evento, ter uma lista de usuários corporativos previamente cadastrados e autorizados a participar, não divulgar o link do evento a quem não esteja autorizado e eleger um moderador para que os microfones e câmeras só sejam ativados por ele ajudam a garantir a privacidade dos encontros virtuais.

“Curiosamente, muitas práticas de segurança já conhecidas dos eventos presenciais comungam com os eventos no mundo virtual/remoto e têm a sua aplicação de forma bastante similar. Os serviços de maior qualidade já oferecem todos os controles necessários para garantir não só a qualidade técnica como os mecanismos de gestão e mediação de cada evento”, comenta.


SBD Inovação 4.0
No ar desde março, o SBD Inovação 4.0 tem promovido a capacitação científica do associado e o aprimoramento na gestão de negócios por meio de cursos rápidos e atualizados. Médicos residentes que estão no início da carreira também se beneficiam com a iniciativa. Até o momento, estão em andamento as atividades: gestão de clínicas dermatológicas; curso de micologia; temas em dermatoscopia; além das ações voltadas para a equipe administrativa que atua no consultório/clínica.

"O Projeto de Inovação 4.0 começou com a ideia construir um elo de confiança entre a SBD e os dermatologistas, oferecendo capacitação e serviços que pudessem agregar valor aos seus negócios. Acabou se transformando em uma sofisticada plataforma de conteúdos científicos e de gestão. Mas a razão pela qual me orgulho desse projeto, é a integridade do propósito, que é amplificar a capacidade de crescimento dos médicos, através de um olhar mais amplo, respeitando o seu juramento pela medicina,adicionando uma visão estratégica de expansão", considera o CEO da MedConsulting, Leandro Cardoso.

Lembrando que esses conteúdos contam com o apoio da MedConsulting Consultoria Médica e estão disponível na área científica. Para acessar e iniciar as atividades, basta entrar no seguinte endereço: http://www.sbd.org.br//dermatologia/acoes-campanhas/sbd-inovacao-40/


20 de outubro de 2020 0

Temas em Dermatoscopia. Esse é o tópico norteador da nova iniciativa online voltada para atualização científica que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança nesta semana, de forma totalmente gratuita, para seus associados. Elaborada para aprimorar os conhecimentos dos especialistas de forma ágil e prática, a ação traz uma série de aulas com duração média de 10 minutos, que ficarão disponíveis para acesso remoto na área restrita do site da entidade.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O CURSO

A 1º secretária da SBD e coordenadora do projeto, Flávia Vasques Bittencourt, salienta que o conteúdo dessa iniciativa foi desenvolvido de modo a apresentar aos médicos aulas objetivas e dinâmicas sobre Dermatoscopia, que podem ser assistidas conforme a demanda de cada especialista, sem a obrigatoriedade de seguir uma sequência pré-definida.

“O primeiro módulo é composto por 13 aulas, com abordagens sobre nove temas, desse método diagnóstico de interesse de todo dermatologista, principalmente para a detecção precoce do câncer de pele, fator preponderante para a boa evolução do paciente. Sem perder o rigor exigido pela SBD, o formato mais curto das apresentações traz praticidade a quem acompanha as atualizações técnicas e, dessa maneira, o conteúdo pode ser acessado em qualquer lugar ou momento”, destaca.

Temário – As aulas do primeiro módulo disponibilizado pela SBD abordam os seguintes temas: “A escolha do dermatoscópio, parte I e II”; “Carcinoma basocelular, parte I e II”; “Ceratose seborreica, parte I e II”; “Dermatoscopia região palmo-plantar, parte I e II”; “Lesões queratinocíticas”; “Melanoma extensivo superficial”; “Melanoníquia estriada”; “Nevo de Spitz”; e “Nevos melanocíticos”. Além disso, segundo a proposta do projeto, ao longo das semanas novos temas devem ser incorporados paulatinamente.

Conforme reforça o vice-presidente da SBD e presidente eleito para a Gestão 2021-2022, Mauro Enokihara, a produção de conteúdo para o aperfeiçoamento profissional corresponde a uma das funções primordiais da entidade: levar ensino e qualificar seus associados.

“A dermatoscopia é fundamental aos dermatologistas, pois é o principal método que nos auxilia no diagnóstico diferencial dos mais variados tipos de lesões de pele. Além disso, com o avanço dessa área, esse instrumento tem sido empregado com sucesso na condução de várias outras doenças, como psoríase, escabiose e micoses. Atenta à necessidade constante de atualização, a SBD empreende mais essa ação de capacitação em prol de seus especialistas”, afirma.

Expositores – Na condução das explanações científicas, além de Flávia Vasques Bittencourt, que também é professora associada da UFMG, e de Mauro Enokihara, dentre os expositores estão alguns dos principais especialistas da SBD na área de visualização da pele para rastreio e avaliação de lesões. No grupo, ainda estão: Bianca Soares Costa Sá, dermatologista do Núcleo de Câncer de Pele do Hospital A. C. Camargo Center; Carlos Barcaui, professor associado da UERJ; Guilherme Gadens, preceptor do ambulatório de Dermatoscopia Digital da Santa Casa de Curitiba; Renato Bakos, professor associado da UFRS; e Sérgio Hirata, professor adjunto da Unifesp.

“Selecionamos alguns dos especialistas mais gabaritados do país para contribuir com a formação dos dermatologistas brasileiros. De maneira bastante prática, com exposição de casos clínicos e comentários oportunos, cada aula foi cuidadosamente desenvolvida para aprimorar a análise de aspectos clínicos e dermatoscópicos na busca por um diagnóstico. Certo da qualidade empreendida, convido todos a conhecerem mais essa iniciativa da nossa Sociedade”, concluiu o presidente da SBD, Sérgio Palma.


20 de outubro de 2020 0

Mídia e Saúde

Os perigos inerentes à realização de procedimentos estéticos invasivos por profissionais não médicos foram destacados no Fantástico (TV Globo), do domingo (4/10). Na reportagem, o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sérgio Palma, defendeu a importância de que esses cuidados sejam manejados apenas por médicos, os únicos profissionais devidamente capacitados para este fim.

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR À REPORTAGEM

“Essa modalidade de procedimentos deve ser realizada exclusivamente por médicos, preferencialmente pelos especializados. Isso é fundamental, pois caso ocorra qualquer evento adverso, é de suma relevância que a alteração seja identificada e tratada imediatamente para evitar danos ou sequelas à saúde e ao bem-estar do paciente”, ponderou.

A reportagem se insere dentre as iniciativas da SBD no intuito de denunciar as recorrentes tentativas de invasão de competências da Medicina por representantes de outras categorias profissionais, o que contraria o que determina a legislação (Lei nº 12.842/2013). “Ao dar maior publicidade a esses abusos praticados por outras categorias, como temos feito em inúmeras oportunidades, a SBD reforça a defesa da saúde e da segurança dos pacientes, mostrando ao Poder Judiciário os sérios riscos aos quais a população está exposta”, ressaltou Sérgio Palma.

Iniciativas – Há anos atuando em prol dos direitos dos dermatologistas e dos pacientes, a SBD se mantém a frente de diferentes iniciativas legais que visam coibir a prática irregular de procedimentos estéticos invasivos. A partir de ação movida pela entidade, a Justiça Federal anulou no último mês os efeitos da Resolução nº 241/14, do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), que erroneamente permitia a esses profissionais realizarem procedimentos de natureza estética e aplicação de substâncias.

Outro exemplo do trabalho contínuo da SBD é a ação legal movida contra a Resolução nº 198/2019, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), que estabeleceu a chamada “harmonização orofacial” como especialidade odontológica.  A SBD – com apoio da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) – repudiou a conduta e tem tomado todas as medidas cabíveis contra essa distorção. Na Justiça, o processo aguarda julgamento de seu mérito.

“Estamos atentos a essas resoluções unilaterais emitidas pelos conselhos de especialidade, uma vez que contrariam a Lei nº 12.842/2013. Os atos médicos devem ser praticados apenas por aqueles com formação em Medicina. Não é razoável flexibilizar uma prática profissional altamente especializada. A questão é gravíssima e fundamental, visto que um procedimento mal executado pode inclusive colocar a vida de pacientes em risco”, ponderou Sérgio Palma.


20 de outubro de 2020 0

Ações institucionais

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) informa que foi realizada no domingo (11/10), entre 9h e 12h30, a segunda e última da etapa para a prova de Título de Especialista em Dermatologia (TED). Pela primeira vez, esse exame foi conduzido em formato online.

Na oportunidade, não houve registro de intercorrências, como problemas de conexão, quedas de energia e ou dificuldade de navegação pelos candidatos na plataforma do exame. Todos os candidatos concluíram a avaliação.

O gabarito preliminar do exame será divulgado na próxima terça-feira (13/10), pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), responsável pela organização dos trabalhos. Por sua vez, as notas atribuídas aos candidatos na prova teórico-prática serão divulgadas até 28 de outubro.

A relação dos aprovados e o gabarito oficial definitivo será anunciada em 5 de novembro. Todas essas informações poderão ser obtidas ao acessar o endereço eletrônico www.gestaodeconcursos.com.br.

Pandemia – A decisão de realizar a segunda etapa da prova em formato online foi consequência da necessidade de seguir as determinações das autoridades sanitárias em função da pandemia de Covid-19. Inicialmente prevista para 19 de abril, na cidade de São Paulo (SP), ela foi adiada em março, logo após a decretação da emergência epidemiológica.

Diante desse quadro, a SBD e a Comissão de Título de Especialista em Dermatologia (TED) buscaram alternativas que preservassem o bem-estar, a saúde e a vida dos candidatos e, ao mesmo tempo, lhes oferecessem ambiente adequado para participar de um processo de avaliação segundo critérios de transparência, isonomia e legalidade.

A SBD recomenda aos candidatos e outros interessados no tema que acompanhem a divulgação de outras informações sobre a segunda etapa do TED 2020 por meio do seu site ou da plataforma da Fundep.


20 de outubro de 2020 0

Eventos

É unânime entre congressistas e organizadores o resultado positivo verificado no 12º Teraderm – edição online 2020. O encontro organizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chegou ao seu último dia, na segunda-feira (12/10), deixando em todos a certeza do sucesso da iniciativa, tanto em termos de engajamento do público quanto da criteriosa qualidade científica assistida em cada sessão de debates.

“Esse foi um ano atípico e difícil, em razão da pandemia de Covid-19. No entanto, por meio do empenho e da união de forças, conseguimos manter o já tradicional nível de excelência do Teraderm em um formato inovador de apresentações. Esse saldo positivo só foi possível devido ao empenho de toda a diretoria, dos nossos colaboradores e em especial dos dermatologistas brasileiros, que depositaram sua confiança no trabalho desenvolvido pela SBD e se mantêm mobilizados junto à entidade em todas as iniciativas”, frisou o presidente da Sociedade, Sérgio Palma, na sessão de encerramento do evento.

Plataforma – Na oportunidade, Palma fez ainda um lembrete aos inscritos: a partir do dia 16 de outubro, todas as aulas ficarão disponíveis em plataforma online para que sejam assistidas por mais 60 dias. “É uma oportunidade para os congressistas revisitarem suas aulas favoritas. Além disso, aqueles que não participaram do evento terão a chance de realizar sua inscrição para conferir todos os debates na íntegra”, complementou.

A integrante da Comissão de Coordenação do 12º Teraderm, Clarisse Zaitz, também fez questão de deixar registrado um agradecimento especial a todos os 97 experts e coordenadores de sessão que abrilhantaram o evento com sua experiência científica. “Ao todo foram mais de 100 palestras sobre temas atuais de grande interesse para o dermatologista, com foco na prática clínica diária. Aos colaboradores das empresas parceiras, patrocinadores e demais membros da coordenação também dedicamos nossa estima pela dedicação e empenho”, disse. Além dela, também participaram desse grupo os dermatologistas Jayme de Oliveira Filho, John Veasey e Ricardo Shiratsu.

Audiência – Com quase 2 mil expectadores, o evento foi um sucesso de participação, confirmando a expectativa de entrar para a história como um dos primeiros grandes eventos da dermatologia brasileira realizado no universo digital. Ao todo, as palestras contabilizaram audiência cativa com milhares de visualizações em todos os módulos. Para garantir a qualidade de áudio e imagem, a SBD investiu em tecnologia e montou um estúdio exclusivamente idealizado para fornecer suporte à transmissão das aulas.

Além desse aporte, os organizadores também ofereceram aos congressistas inscritos dois bônus. Todos que se inscreveram para o 12º Teraderm – edição online – foram beneficiados com inscrição gratuita para o  42º Simpósio de Dermatologia Tropical, agendado para 11 e 12 de dezembro; e ainda ganharam 50% de desconto na inscrição para o  V Simpósio Internacional de Cabelos e Unhas, previsto para ocorrer de 6 a 8 de novembro.

No último dia do Teraderm 2020, a grade científica foi composta pelos seguintes tópicos: “Onicomicoses: o que vale a pena?”; “Como resolver as complicações de toxina botulínica”; “Alopécia androgenética – medicamentos, cosmecêuticos e procedimentos: qual escolher?”; “Fiz biópsia e veio melanoma… e agora?”; “Cistos e lipomas: avaliação pré-cirúrgica de potenciais riscos e resultados pós-cirúrgicos”; “Dress, síndrome de Stevens-Johnson e NET”; e “Infecções e infestações no paciente atópico”.

Como lembrado pelo presidente da SBD, ainda esta semana o conteúdo dessas mesas e de todas as outras que foram realizadas ao longo do Teraderm estarão disponíveis em plataforma criada pela SBD. “É educação médica de qualidade e de modo contínuo”, reiterou Sérgio Palma.


20 de outubro de 2020 0

Política e Saúde

R$ 3,83 ao dia: esse é valor per capita que o governo utiliza – em seus três níveis de gestão (federal, estadual e municipal) – para cobrir as despesas com saúde dos mais de 210 milhões de brasileiros. Esse é o resultado de uma análise detalhada das informações mais recentes disponíveis, relativas às contas públicas do segmento em 2019.

PARA OUTROS DADOS DO ESTUDO DO CFM, ACESSE AQUI

Na avaliação do presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sérgio Palma, a cifra está muito abaixo do que seria o ideal. Segundo ele, o baixo investimento na rede pública se traduz em más condições de trabalho em postos de saúde e hospitais, bem como no aumento da morbidade e da mortalidade.

“Na prática, o subfinanciamento representa menos leitos, menos UTIs, menos médicos e mais tempo de espera por cirurgias eletivas, consultas e exames. Ou seja, quem paga essa conta é a população e os profissionais da saúde”, disse.

Segundo cálculo do Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2019 as despesas nos três níveis de gestão atingiram a cifra de R$ 292,5 bilhões e agrega a cobertura das ações e serviços de aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS), como o custeio da rede de atendimento e pagamento de profissionais, dentre outras.

Desafios – Outro ponto que Sergio Palma destaca, após ler o trabalho do CFM, é o desafio que os novos gestores – hoje candidatos a cargos eletivos nas Eleições Municipais de 2020 – terão pela frente.  “A gestão financeira da saúde será um dos grandes desafios para os próximos prefeitos. Será preciso realizar investimentos que garantam o bom desenvolvimento das políticas públicas”, afirma.

Segundo o levantamento, a demanda pelos serviços do SUS tem pressionado cada vez mais as despesas dos municípios, em especial nas capitais, que na maioria dos estados são as localidades com maior população e ocupam a posição de referência no acesso aos serviços assistenciais, em todos os níveis de complexidade.

“Os caminhos da reconstrução do Brasil e de seu desenvolvimento sustentável não podem ter, como preço a ser pago, sequelas e mortes evitáveis de milhares de cidadãos. É imperativo ético e moral que os novos prefeitos, os governadores e o Governo Federal façam o adequado proveito do orçamento destinado à saúde”, ressaltou.

As informações levantadas pelo CFM, com o apoio da ONG Contas Abertas, consideraram as despesas em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.


20 de outubro de 2020 0

Eventos

Em decorrência do prolongamento da pandemia de Covid-19 no país, a SBD em conjunto com a Comissão Organizadora do 4° Simpósio Nacional de Imunobiológicos e XII Simpósio Nacional de Psoríase, decidiu realizar o evento no formato online nos dias 25 a 26 de setembro. Na abertura das atividades científicas, realizadas ao vivo, em estúdio, na manhã deste sábado (26/9), o presidente da SBD, Sérgio Palma, ressaltou que o objetivo do encontro é oferecer ensino e aprendizado de qualidade para os associados. Agradeceu aos patrocinadores, coordenadores e palestrantes e convidou os congressistas para acessar o hall virtual e a visitar a área de exposição e os estandes.

O coordenador do encontro e da Campanha Nacional de Psoríase da SBD, Ricardo Romiti, participou da abertura e ressaltou a importância do uso dos biológicos não apenas para o manejo da psoríase, mas também para lidar com doenças como dermatite atópica, urticária, as oncológicas, entre outras. “Quanto mais opções de tratamento, melhor para o paciente. Não apenas para o seu bem-estar físico, mas também para proporcioná-lo um aumento na qualidade de vida”, realça.

O dermatologista Paulo Criado, também coordenador, agradeceu a confiança da Diretoria e da organização do Simpósio, salientando que o trabalho desenvolvido pela SBD em tempos de Covid-19 tem sido fundamental para a população brasileira. “A SBD tem-se colocado à disposição dos associados para nortear suas condutas da nossa especialidade em relação ao enfrentamento dessa pandemia, bem como o uso das medicações”. O médico comentou sobre o futuro dos tratamentos com biológicos, com o surgimento de 15 moléculas e pequenas moléculas em dermatologia para o tratamento de determinadas doenças. “Sobre esse aspecto já têm sido conduzidos estudos clínicos para dermatite atópica, vitiligo, alopecia areata, lúpus eritrematoso cutâneo, e que futuramente também farão parte desse Simpósio”.

Programa – Dividido em seis blocos, o encontro debateu temas como o uso dos biológicos na dermatite atópica, novas moléculas para o tratamento de vitiligo, psoríase na gestação, acesso aos biológicos pelo Sistema Único de Saúde, novas perspectivas no manejo da alopecia areata e casos desafiadores e difíceis em psoríase e com o uso de biológicos.

“Esse formato de evento híbrido, com palestrantes ao vivo ministrando aulas em estúdio e outros especialistas de casa, é uma realidade que veio para ficar. Aproveitem, portanto, a oportunidade de interagir com os palestrantes. Esse formato facilita, inclusive, a interação no chat", frisou o presidente Sergio Palma durante a abertura.

Mais de 600 dermatologistas confirmaram a participação no evento deste ano, configurando um recorde no número de congressistas inscritos. Todo o conteúdo das aulas ficará disponível aos participantes por mais 15 dias após o encerramento das atividades científicas.

Consenso Brasileiro de Psoríase – Outubro é o mês que a SBD promove diversas iniciativas de conscientização da psoríase. Para isso, está sendo elaborada uma campanha digital dinâmica com vários esclarecimentos para a população. Em vídeos educativos, especialistas dão dicas e orientações sobre a doença.

“Com isso, além de valorizar o papel do dermatologista, levamos mais conhecimento para todos. Nossa função é também promover educação em comunicação e saúde para a população de modo geral, para além da nossa assistência no sistema privado e no público de saúde”, disse presidente Sérgio Palma.

Outra ação prevista para o próximo mês é o lançamento do Consenso Brasileiro de Psoríase. Elaborado por um grupo de médicos dermatologistas, o documento oficial da SBD visa atualizar o associado na abordagem e no tratamento da doença, cuja conduta terapêutica é complexa em determinados casos.

Para isso, após várias rodadas de votação pelo sistema Delphi realizadas por especialistas e minuciosa revisão da literatura, foram selecionadas as principais evidências científicas e debatidas as recomendações diante de diferentes tipos e graus de psoríase.

“Sabemos da necessidade e urgência de ter essa atualização, já que a última edição foi publicada em 2012. Atualizar um consenso não é fácil, e nossa intenção foi elaborar um documento condizente com a realidade e de forma democrática, com votação entre médicos dermatologistas para avaliar sua opinião com relação às verdades e mitos sobre a psoríase, entre outros pontos”, disse Romiti.

Ainda em outubro, a SBD vai lançar outro documento importante para a atualização do associado, o Manual de Fototerapia, projeto coordenado pela médica dermatologista Ivonise Follador.


20 de outubro de 2020 0

Com a Palavra

Nas próximas semanas, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) fará o lançamento do Consenso de Psoríase 2020. A novidade foi anunciada pelo presidente da entidade, Sérgio Palma, em artigo publicado no portal Futuro da Saúde. No texto, ele antecipou alguns detalhes do documento e ressalta a importância dessa publicação como fonte de subsídios para a elaboração de políticas públicas de saúde voltadas ao tratamento da psoríase no Brasil.

O documento, que está sendo elaborado sob a coordenação dos especialistas Ricardo Romiti (SP), André Vicente E. de Carvalho (RS) e Gleison V. Duarte (BA), terá 23 capítulos, produzidos por 66 autores, que fazem a estratificação de níveis de evidência e seu grau de recomendação sobre diferentes tópicos relacionados à doença.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O ARTIGO

“Esse Consenso será fundamental, especialmente por apresentar um novo fluxograma de tratamento da psoríase e delinear estratégias para migração de terapias. A publicação inclui ainda novos medicamentos imunobiológicos, assim como define novos desfechos, metas de tratamento e critérios de gravidade. O conteúdo, que deu atenção especial ao contexto brasileiro de saúde pública e privada, foi construído por vozes de especialistas imersos na realidade do Sistema Único de Saúde (SUS) ”, expressou Sérgio Palma.

Conscientização – Além de abordar os preparativos para o lançamento do Consenso, em seu artigo, o presidente da SBD destaca que, como todos os anos, este mês de outubro será marcado por ações de conscientização sobre a psoríase, doença que muitos já viram, mas que poucos sabem o nome. “A SBD lançará uma campanha com o objetivo de eliminar preconceitos e informar a respeito dos diferentes aspectos dessa doença, inclusive como melhorar a vida de quem tem o diagnóstico”, salientou no texto.

Desde 2016, a SBD elabora ações de esclarecimento para mostrar que pacientes podem conviver com a psoríase, doença imunomediada e não contagiosa, que afeta cerca 125 milhões de pessoas em todo o mundo (5 milhões apenas no Brasil). Em 2020, como parte dessa série de iniciativas, a entidade fez um profundo investimento na produção científica do Consenso 2020 a fim de beneficiar médicos e seus pacientes.





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