Faculdade de Medicina Nova Esperança (PB)




30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

O Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina Nova Esperança participou do Dezembro Laranja em dois momentos de atendimento: um no dia 6 de dezembro, no Centro de Saúde Nova Esperança, em Bayeux (PB), município vizinho a João Pessoa; e o outro no dia 7 de dezembro, como posto de atendimento da Campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), no Centro de Saúde Nova Esperança em João Pessoa (PB). “Dessa forma, conseguimos atingir população de diferentes localidades, levando informação e atendimento adequados”, ponderou a chefe de Serviço, Luciana Trindade.


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A Regional segue o seu trabalho na defesa profissional da dermatologia, participando da organização de eventos, palestras, audiências e campanhas de valorização do dermatologista. No dia 24 de agosto a SBD-RS organizou juntamente com o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) o evento “Riscos do Exercício Ilegal da Medicina e Medidas de Enfrentamento”. Nele, sete presidentes gaúchos de especialidades médicas, entre eles da dermatologia, palestraram para as autoridades sobre os riscos que a população está exposta com a realização de procedimentos invasivos por profissionais não médicos. Estavam presentes autoridades da promotoria de justiça do estado, polícia civil e deputados estaduais e federais, dentre eles o líder da bancada da Medicina e das frentes Parlamentares de Saúde no Congresso, Hiran Gonçalves.
 
Em 2019, tivemos a realização na cidade de Gramado-RS de três eventos associados: o IV Simpósio de Cabelos e Unhas, a 27º Jornada Sul-Brasileira de Dermatologia e a 44º Jornada Gaúcha de Dermatologia. As inscrições foram esgotadas previamente ao evento. A associação destes eventos foi um sucesso, com a participação mais de 1.000 dermatologistas da SBD.

O presidente do CREMERS, Eduardo Trindade; o presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica (SBCP), Niveo Stephen; A presidente da SBD-RS, Taciana Dal’Forno Dini,  e o deputado Federal líder da bancada da medicina no Congresso Nacional, Hiran Gonçalves

 


29 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A SBD-PB se mobilizou para proporcionar um Natal mais solidário. Com a contribuição dos nossos associados, os idosos do Lar Vila Vicentina receberam kits com sabonetes e perfumes. A entrega foi uma alegria, com muito carinho e boas conversas. A presidente Carla Gayoso e a secretária da Regional, Alessandra Vasconcelos, puderam registrar esse lindo momento.


29 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A Regional estruturou três jornadas científicas para este ano. A primeira será realizada em 13 e 14 de março, em Blumenau, conjuntamente com o Simpósio Regional do Grupo Brasileiro de Melanoma. As próximas ocorrerão em junho (19 e 20), em Florianópolis, e outubro (23 e 24), em Itajaí. “O primeiro evento do ano será em Blumenau, durante o Festival Nacional da Cerveja. Tal fato atraiu bastante os dermatologistas para esta jornada, porém, uma programação antecipada de hospedagem faz-se necessária pelo mesmo motivo. Nesse sentido, a Regional trabalhou em parceria com o Blumenau Vale Europeu Convention Bureau a fim de ofertar ingressos cortesia para a noite de sábado do festival a todos os inscritos no evento, assim como hotéis com valores de diárias diferenciadas aos participantes da Jornada Catarinense de Dermatologia”, explica o presidente Rafael Lenzi.

Confirmaram presença os médicos dermatologistas Sérgio Palma (presidente da SBD), Alfredo Jacomo, Eliandre Palermo, Elimar Gomes, Doris Hexsel, Francisco Belfort, entre outros.

“Esperamos encontrá-los em março para um evento diferente, com rica programação científica com palestrantes expressivos, além de uma experiência cultural e social muito agradável”, observou o presidente da Regional.

As inscrições podem ser feitas em www.sbd-sc.org.br.

 


28 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A Campanha do Câncer da Pele da SBD em Aracaju (SE) foi um sucesso. Segundo a presidente Martha Débora Lira Tenório, a união dos dermatologistas da Regional viabilizou o atendimento a pacientes com dificuldades em conseguir consulta com um médico dermatologista no serviço público. Ao todo foram atendidos 284 pacientes, dos quais 27 operados para a retirada de 37 tumores da pele. Participaram da campanha médicos dermatologistas, residentes em dermatologia e estudantes da liga de dermatologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

 


28 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

O associado que se inscrever no 13º Simpósio de Cosmiatria, Laser e Tecnologias da SBD e 6º Simpósio de Cosmiatria & Tecnologias da RESP até o dia *26 de fevereiro* pagará o valor da primeira tabela. Após essa data, as inscrições serão aceitas apenas no local do evento. A decisão foi tomada em conjunto com a SBD-RESP.

Lembrando que os valores para inscrição vêm sendo reduzidas progressivamente desde 2015. Este ano, houve nova redução em relação às taxas aplicadas ano passado.

Além de oferecer as melhores condições financeiras e administrativas aos associados, a iniciativa da gestão também visa estimular a atualização médica sobre cosmiatria, laser e outras tecnologias.

Aproveite essa oportunidade, acesse a programação e inscreva-se já: https://www.sbd.org.br/evento/13-simposio-de-cosmiatria-e-laser-6-simposio-de-cosmiatria-tecnologias//inscricao.aspx.

 

 


27 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Dra. Ivonise
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia |
Mestre e doutora em Dermatologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Em 2018, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que cerca de 19 milhões de brasileiros se declaravam negros no país, um número pequeno se considerarmos que a população brasileira ultrapassa 210 milhões de pessoas. Mesmo sendo menos expressivo do que se imaginava, esse número foi 32,2% maior em relação à mesma pesquisa realizada em 2012. O aumento de pessoas que se declararam negras mostra que, de certa forma, políticas afirmativas sobre cor e raça têm desempenhado papel importante na conquista de espaço na sociedade. Ainda há, porém, um longo caminho a percorrer em diferentes campos, a medicina incluída.
 
As faculdades de medicina, em sua maioria, ainda hoje não abordam as diferenças de cor e etnia. Isso pode ser atribuído à pequena proporção de alunos negros nos cursos médicos. De algum tempo para cá, entretanto, até pelo fato de mais estudantes negros estarem chegando aos cursos de formação, a especialização nas particularidades da pele negra tem chamado a atenção de profissionais da área, especialmente devido à demanda da população em busca de tratamentos.

 

Tratamentos
Não há exatamente um tratamento dermatológico exclusivo para a pele negra. Ao se deparar com uma pele doente, caberá ao especialista avaliar se a cor e a quantidade de melanina podem ou não influenciar a aparência da lesão ou aspectos específicos do tratamento. “A miscigenação é muito grande no Brasil, e a cor da pele não é um bom indicativo de etnia ou de genética de origem africana. Por isso, aliás, muitas vezes há o aparecimento de dermatoses ditas da pele negra em pessoa de cor branca”, explica Ivonise Follador, médica dermatologista da SBD e mestre e doutora pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
 
Embora a expressão “especialista em pele negra” não seja tão bem aceita pela classe médica – especialmente no Brasil, cuja população é tão miscigenada –, é preciso entender que mesmo com doenças iguais, os tratamentos indicados para pacientes com pele negra ou branca podem ser diferenciados. De acordo com Ivonise Follador,  enfermidades que levam a discromias, por exemplo, na pele negra ou miscigenada assumem frequentemente aspectos diferentes daqueles que mostram em pessoas de  pele branca. “No caso de vitiligo, o contraste é maior, chamando muita a atenção e causando impacto maior. Por outro lado, como tem mais melanina nas bordas, as repostas ao tratamento costumam ser mais rápidas e melhores. No caso do melasma, o contraste não é tão grande, mas é muito mais difícil de tratar. Na psoríase não se encontram tantos eritemas e as lesões podem assumir aspecto mais escuro, violáceo ou esbranquiçado”, detalha a médica, lembrando, porém, que muitas das alterações de manchas escuras na pele negra, como escurecimento peribucal, em mucosas e ao redor de unhas, são consideradas normais ou fisiológicas pela dermatologia.
 
Ainda sobre as especificidades das dermatoses na pele negra, Ivonise afirma que há muitos diagnósticos complexos, como a micose fungoide hipocromiante, que é mais comum em afrodescendente e que muitos médicos ainda diagnosticam como desidratação da pele ou eczematide. “Poderíamos falar também de algumas dermatoses um pouco mais frequentes em negros, como a dermatose papulosa negra, a hipercromia pós-inflamatória, os queloides, as úlceras de anemia falciforme, a pseudoacantose nigricante e a foliculite queiloidiana da nuca. E os especialistas devem ficar atentos também à idade desse paciente negro, já que na fase mais avançada da vida costuma-se ter a pele mais espessa e seca, bem como dificuldades na produção de vitamina D, além de tendência a manchas e queloides. “Esses aspectos devem ser muito bem observados e cuidados com especificidade”, esclarece a dermatologista.
 

Beleza
Importante destacar que os valores e as noções de beleza definidos pela estética branca dominante estão sendo questionados mais do que nunca pela sociedade. No contexto da medicina, muitas pessoas negras que procuram tratamentos estéticos com médicos dermatologistas não buscam simplesmente afinar traços ou clarear a pele como forma de imitação da beleza branca. Ao contrário: estão procurando alternativas saudáveis de beleza, que, segundo a intelectual negra e teórica feminista Bell Hooks, “pode ser encontrada em qualquer forma de negritude que não é uma imitação de branquitude”. Cada etnia possui características próprias e tem a sua beleza. “E cabe a nós, médicos, escutar o que aquele paciente tem a dizer e prescrever procedimentos adequados e que, acima de tudo, respeitem a história de cada um”, frisa a médica Ivonise Follador.

 


27 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

A 42ª edição do Simpósio de Dermatologia Tropical (DermaTrop) da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) será realizada nos dias 29 e 30 de maio, em Belém do Pará. No evento, experts da dermatologia do país vão abordar atualizações sobre doenças infecciosas e de caráter endêmico, como a hanseníase, DST/Aids, leishmaniose e tuberculose, entre outras. A programação científica já está disponível no site da SBD, e o primeiro período de inscrições vai até o dia 17 de maio. O encontro conta com o apoio da SBD-PA, presidida por Walter Refkalefsky Loureiro.

 


27 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Janeiro é o mês dedicado à conscientização, combate e prevenção da hanseníase. E a SBD aproveitou este momento para divulgar informações sobre a doença, que, por diferentes motivos, ainda hoje representa um problema de saúde pública no Brasil. Este ano, a campanha de esclarecimento coordenada pela médica dermatologista Sandra Durães destacou o que é mito e o que é verdade sobre a hanseníase por meio de vídeo informativo e de fácil compreensão disponibilizado no site institucional. Dermatologistas da SBD também abordaram o tema em matérias publicadas em diversos meios de comunicação do país.

Assista ao vídeo:

O Jornal da SBD conversou com a médica Sandra Durães sobre a importância da conscientização das pessoas sobre essa doença tropical negligenciada. Também quis saber sua opinião sobre a abordagem da hanseníase na campanha deste ano que esclarece o que é mito e o que é verdade na abordagem da doença.

“Crenças populares ainda predominam sobre a enfermidade, que continua suscitando muito preconceito pela sua imagem negativa, de doença estigmatizante e causadora de incapacidades físicas. No entanto, essa imagem não corresponde mais à atual realidade da hanseníase, para a qual existe uma terapêutica mais eficaz, o que a tornou doença curável. Aproveitar este jargão “mitos x verdades” para desmitificar ideias falsas é uma estratégia atual de comunicação rápida para esclarecer e informar a população”, explica.

A hanseníase é uma infecção curável e, na maioria dos casos, com bom prognóstico, que, no entanto, está ligado ao tempo de evolução da doença, já que com o passar dos anos as chances de danos neurais aumentam. E esses danos são irreversíveis. “A estratégia básica para seu controle é a diminuição da carga bacilar da população com o tratamento de todos os casos. Portanto, é muito importante que a população seja informada sobre os principais sinais e sintomas da doença e procure assistência médica o mais rápido possível, e a campanha do Janeiro Roxo tem um papel importante nessa ação”, frisa Sandra Durães.

A médica afirma que a fim de alcançar o controle da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS) promoveram a integração da atenção à pessoa acometida por hanseníase na rede de atenção primária à saúde, ampliando a cobertura dos atendimentos de hanseníase.

“Atualmente cerca de 70 % dos casos são diagnosticados na atenção primária. Durante esse processo a colaboração dos médicos dermatologistas da SBD, que possuem acurácia mais desenvolvida para o diagnóstico das lesões cutâneas, foi fundamental no treinamento desses profissionais para o diagnóstico precoce. No entanto, a alta rotatividade das equipes treinadas na atenção primária gera a necessidade contínua de novos treinamentos”, explica.

Sandra Durães informa que este ano haverá um aumento dessas ações por meio de parceria da SBD com o Ministério da Saúde para a realização de campanhas visando ao diagnóstico precoce e à capacitação dos profissionais da rede básica de saúde nas áreas endêmicas. A intenção é oferecer um atendimento integral aos pacientes.

“Após o diagnóstico, além da antibioticoterapia e das orientações para prevenção de incapacidades, os pacientes terão acesso ao atendimento especializado por médicos neurologistas, neurocirurgiões, oftalmologistas, ortopedistas, além de psicólogos. Haverá ainda uma rede adequada de referência e contrarreferência para casos de difícil diagnóstico diferencial, efeitos adversos dos medicamentos e reações hansênicas, essenciais para o atendimento completo. Além dessas ações são fundamentais outras formas de controle, como o exame dos contactantes dos pacientes e aplicação da vacina BCG”, complementa.

Cabe frisar que para o controle efetivo da hanseníase, além dessas importantes ações que envolvem ampliação de cobertura para atendimentos e treinamento de equipes de saúde, é preciso pensar também nos determinantes sociais da doença.

 


27 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Irritação, queimadura, descamação, queda de cabelo e até câncer. Esses são alguns dos inúmeros problemas ocasionados pelo uso do formol e de substâncias que podem liberá-lo em procedimentos estéticos capilares. O alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) preocupada com a exposição indevida de milhares de pessoas ao produto. Atraídos por falsas promessas e ludibriados pela ocultação de dados importantes sobre os procedimentos, não são incomuns casos de efeitos adversos decorrentes de um alisamento, por exemplo. Há situações em que os desdobramentos podem ser graves. 

Para melhor orientar a população sobre o assunto, a SBD lançou uma cartilha onde detalha riscos da exposição ao formol, como identificar produtos que o contenham em sua composição e como denunciar irregularidades. “Nesse período de festas, mulheres de todas as idades e homens recorrem aos salões de beleza ou clínicas de estética em busca de uma imagem idealizada. Nesse momento, adentram uma zona cinzenta, onde são convidados a testar na pele e no couro cabeludo técnicas e produtos de origem desconhecida ou formalmente proibidos”, ressaltou o presidente da SBD, Sergio Palma.

Acesse aqui a cartilha elaborada pela SBD sobre os riscos do formol

Apesar dos riscos, o formol continua sendo utilizado de forma irregular em salões de beleza. Já foram encontrados traços da substância em vários procedimentos, como as chamadas escovas inteligente, marroquina, egípcia, de chocolate, selagem, botox capilar etc. Outro aspecto importante citado pela SBD e a inadequação de uso de alisantes com formol por gestantes e mulheres que amamentam. Também não se recomenda sua aplicação em crianças. 

Proibição – Desde junho de 2009, a Resolução RDC nº 36, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proibiu a venda do formol em drogarias, farmácias, supermercados e lojas de conveniência. Essa Resolução visa restringir o acesso da população ao produto, coibindo o desvio do seu uso, como alisante capilar, com o intuito de proteger a saúde tanto de profissionais cabeleireiros quanto dos consumidores. A legislação atual permite 0,2% do formol na composição de cosméticos, incluindo os alisantes. Segundo a Anvisa, neste percentual, o formol somente conserva, não tendo potencial para alisar os cabelos. A Agência diz ainda que o produto também é permitido para endurecedores de unhas na concentração de 5%. 

A Anvisa salienta que qualquer adição de formol em produtos já prontos é crime – previsto na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 – e que tal prática acarreta graves riscos à saúde da população. A aplicação do formol somente é permitida durante a fabricação do produto, na devida proporção, com a função de conservante, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 162. Já a de nº 58/2009 elenca as substâncias de ação conservante permitidas para produtos de limpeza, mantendo o formol fora da listagem.

Cancerígeno – Em 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relacionou o formol ao aparecimento de tumores no nariz, na boca, na faringe, na laringe e na traqueia. No mesmo ano, mediante o alerta da OMS e de outras instituições internacionais de pesquisa, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) classificou o formol como um agente cancerígeno.

“Se o formol for inalado, pode provocar efeitos colaterais agudos como, falta de ar, tosse, dor de cabeça, além de provocar ardência nas vias respiratórias. Em longo prazo, outras complicações podem aparecer, como o câncer de nariz, boca, laringe e também hematológicos, como a leucemia, sendo que os profissionais que trabalham diariamente com o produto estão mais propícios a esses problemas”, alerta o coordenador do Departamento de Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Regional Rio de Janeiro, Rodrigo Pirmez.

Novos alisantes – Os ativos para alisantes permitidos no Brasil estão descritos nas Resoluções RDC nº 3/2012 e 15/2013 (veja a tabela I). Em 2018, a Anvisa incorporou novas substâncias. Contudo, durante a avaliação de segurança dos ativos “Ácido Glioxílico” e “Glioxiloil de Proteína de Trigo Hidrolisada e Sericina” foi observada a necessidade de encaminhamento de mais dados para comprovar a inexistência de riscos à saúde. 

Por isso, outros ativos inicialmente liberados – como “Cisteamina HCL”, “Cisteína HCL” e “Glioxiloil de Aminoácidos da Queratina e Carbocisteína” – novamente entraram em suspeição e não estão sendo mais aprovados registros de alisantes com essas substâncias.

Em nota, a Agência informou à SBD que a documentação faltante já foi solicitada às empresas e, após o fim da análise, será decidido se os novos ativos vão continuar sendo permitidos. A Anvisa disse ainda que o até então permitido “Pirogalol” também está sendo reavaliado para verificar sua segurança.

Conforme destaca Leonardo Spagnol Abraham, coordenador do Departamento de Cabelos e Unhas da SBD, a entidade observa com preocupação e atenção esses novos alisantes. “Material divulgado pelo Inca e testes amplamente noticiados na mídia sugerem que estas novas substâncias podem liberar formol quando aquecidas, no momento em que é feita a escova ou chapinha. A Anvisa registrou e liberou em um primeiro momento, porém agora solicitou novos estudos. Neste período de incerteza, sabendo que nenhuma outra agência reguladora no mundo libera estes produtos, é importante cautela no uso. Aguardamos novas evidências científicas, principalmente sobre o efeito em gestantes, crianças e mulheres que estão amamentando”, disse.

Ferramenta – Para ajudar na identificação dos itens de risco, a SBD elaborou um quadro para facilitar esse trabalho. Na tabela (ver a seguir), formulada com informações de dezembro de 2019, estão os nomes das substâncias utilizadas em produtos alisantes, conforme descritos nos rótulos de forma padronizada. Ao lado, dos nomes científicos dos principais ativos – proibidos e permitidos no Brasil – aparecem as formas como são citados nas embalagens de alisantes, shampoos e outros cosméticos com a função de “domar as madeixas”. Além disso, está a situação de cada uma junto à Anvisa.

Fiscalização – A dermatologista Bruna Duque-Estrada, assessora do Departamento, frisa ainda que há uma grande quantidade de produtos com substâncias alisantes sendo indevidamente registrados na Anvisa, como shampoos, condicionadores ou outros.

“Há empresas que para burlar a fiscalização lançam shampoos com efeito alisante. Porém, na verdade são alisantes disfarçados e geralmente contém ativos proibidos. Essas substâncias podem causar danos à córnea, queimaduras graves no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos cabelos. Além disso, a aplicação de produtos com adição de formol acima do permitido torna o fio de cabelo rígido, podendo estar mais suscetível à quebra ao pentear e prender os cabelos”, destaca ela.

Sempre que o consumidor identificar shampoo, creme de pentear ou outro produto indevidamente identificado que contenha algum ativo alisante, deve fazer uma denúncia por meio da ouvidoria da Agência: http://portal.anvisa.gov.br/contato.

Orientações – O dermatologista Leonardo Abraham adverte também que alguns salões de beleza inventam os mais diversos nomes ou destacam o termo “sem formol” para os alisamentos, mesmo quando os produtos contêm a substância ou seus derivados escondidos em sua fórmula. “É importante que os clientes verifiquem se o produto usado pelo cabeleireiro tem ou não registro na Anvisa”, alerta.

A Agência listou algumas recomendações que os profissionais e consumidores devem ter antes de comprar ou usar um alisante, dentre as quais estão a conferência no rótulo do produto do modo de uso; prazo de validade, advertências e restrições. Sugere verificar ainda se o produto é indicado para uso profissional, sendo indicado seguir as orientações do fabricante.

Para saber se um alisante de cabelo é registrado na Anvisa, basta clicar aqui. Essa consulta também pode ser realizada aqui. Nesses espaços de consulta online desenvolvidos pela Agência, é preciso ter em mãos uma das seguintes informações: número do processo ou número de registro, nome do produto, nome da empresa detentora do registro ou CNPJ para ter acesso às informações. 

O consumidor que encontrar irregularidades não deve utilizar o produto e poderá entrar em contato com a Vigilância Sanitária Municipal, Estadual ou com a própria Anvisa através do e-mail cosmeticos@anvisa.gov.br. Em caso de suspeita de reações adversas causadas pelo uso de cosméticos, envie o relato para o e-mail cosmetovigilancia@anvisa.gov.br. A Agência também possui um FAQ (Perguntas Frequentes) sobre o uso do formol, cujas respostas podem ser acessadas aqui.





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