Capacitação e competência são diferenciais dos dermatologistas no atendimento de seus pacientes, apontam lideranças da SBD
A valorização da competência dos dermatologistas diante das tentativas constantes de invasão de competências promovidas por profissionais de outras áreas também foi destaque no 13° Simpósio de Cosmiatria Laser e Tecnologias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), realizado junto com o 6° Simpósio de Cosmiatria & Tecnologias da Regional São Paulo. Durante os dois dias de atividades – 6 e 7 de março, em São Paulo (SP) – os participantes foram confrontados com a importância do aprendizado constante para oferecer um melhor atendimento.
“O profissionalismo é o nosso grande diferencial. O dermatologista não é um mero injetor de produtos e nem deve usar a tecnologia sem responsabilidade”, destacou a coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD, Alessandra Ribeiro Romiti. Segundo ela, ao contrário de outros, que têm atuado indevidamente nesta área, o dermatologista somente age após fazer um diagnóstico cuidadoso do paciente, entendendo suas necessidades a partir de seu histórico e processo de envelhecimento. Só depois de traçar esse cenário, o especialista fará uma proposta de abordagem.
Procedimentos – O mesmo cuidado deve existir no momento de lançar mão de lasers e outras novas tecnologias. Essa é a opinião da coordenadora do Departamento de Laser da SBD, Taciana Dal Forno Dini que destacou: “é fundamental que procedimentos dessa natureza sejam realizados por dermatologistas”. Na sua avaliação, “uma pessoa não habilitada desconhece contraindicações importantes no momento de atender aqueles que os buscam e apresentam peles com determinadas características: bronzeadas, com manchas, infecções ou sinais de câncer de pele nas áreas a serem tratadas”.
“Muitas aplicações atingem camadas profundas da pele e do tecido subcutâneo, podendo causar complicações graves, como infecções e intoxicação anestésica, quando realizados de forma inadequada. Elas podem ainda provocar queimaduras, manchas e cicatrizes. Em quadros extremos, há até o risco de morte”, citou, lembrando o caso de quatro mulheres, do município de Três de Maio (RS), hospitalizadas após fazerem sessão de laser com uma farmacêutica. O fato ocorreu em março de 2019.
Capacitação – Para oferecer maior segurança aos seus pacientes e evitar transtornos no exercício da dermatologia, as duas especialistas apontam como caminho a busca pela atualização constante de práticas e de conhecimentos. “A capacitação é o remédio certo para os dermatologistas se destacarem na sua área de atuação. O médico capacitado diminui os riscos de complicações em procedimentos porque está sempre estudando e aprimorando sua técnica. Ele fará tudo para que o resultado final seja satisfatório”, pontuou Alessandra Romiti.
Taciana Dal Forno considera que riscos, geralmente, são maiores quando os atendimentos são conduzidos por pessoas despreparadas, sem expertise. “Elas não conseguem avaliar doenças e problemas que a pessoa que está diante delas tem. Pior: não sabem mesmo se o injetável é adequado àquele procedimento e se pode causar efeitos colaterais ou tem alguma contraindicação”, lembrou.
Demonstração – Justamente para reforçar a capacitação de seus associados que a SBD promoveu neste Simpósio um fato inédito no Brasil: a demonstração da aplicação de injetáveis em pacientes e, ao mesmo tempo e ao vivo, em peça anatômica. “Essa prática visual trouxe respaldo em termos de segurança e eficácia. Ao ver a estrutura anatômica e conhecendo melhor as áreas de risco, se consegue fazer o tratamento de forma eficaz e com chances menores de complicação”, analisou a coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD.
Para o presidente da SBD, Sergio Palma, o aprendizado fortalece, valoriza e aperfeiçoa cada vez mais a prática em dermatologia. “Estamos em um patamar elevado. Por isso, é preciso ter muito cuidado com nossas práticas e exercê-las com responsabilidade”, recomendou.