No Dia Mundial da Saúde da Pele, lançamento de estudo inédito expõe desafios no acesso à dermatologia



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8 de julho de 2025

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2025 – Neste 8 de julho é celebrado o Dia Mundial da Saúde da Pele, uma iniciativa conjunta da International League of Dermatological Societies (ILDS) e da International Society of Dermatology (ISD) para reforçar a importância de cuidar do maior órgão do corpo humano. A data marca a divulgação de um estudo inédito sobre o acesso à dermatologia, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e pelo Instituto Datafolha, em parceria com a divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal no Brasil. O levantamento revela que 90 milhões de pessoas, o que corresponde a 54% dos brasileiros com 16 anos ou mais, nunca passaram por uma consulta com um médico dermatologista.  

“Esses dados mostram uma realidade preocupante: ainda falta à população a consciência de que a pele pode ser um sinal de alerta para diversas doenças, das mais simples às mais graves. Estar atento a qualquer mudança e procurar um dermatologista para check-up anual deve ser um hábito. Cuidar da pele vai muito além da estética, é uma questão de saúde”, afirma o presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui.  

Entre os jovens de 16 a 24 anos, a ausência de consultas chega a 70%, enquanto entre os idosos acima de 60 anos, 46% nunca consultaram um especialista. O estudo mostra ainda que quatro em cada dez brasileiros (41%) notaram o surgimento de sinais como manchas, pintas, bolhas ou queda de cabelo nos últimos 12 meses e 20% declarou que não verifica a própria pele, cabelos e unhas. Mesmo entre aqueles que afirmam cuidar da pele, a rotina com um dermatologista ainda é exceção: apenas 6% mantêm consultas regulares. 

Para o presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui, o acesso à dermatologia no Brasil é um dos principais desafios a serem enfrentados. Ele destaca que, neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente as doenças de pele como prioridade global de saúde pública, o que reforça a urgência de ampliar o acesso ao atendimento dermatológico. No Brasil, essa limitação compromete o diagnóstico precoce e o tratamento adequado de diversas condições, que, quando não tratadas, podem evoluir para quadros graves e afetar diretamente a saúde integral do paciente.  

“A ausência de cuidados especializados sobrecarrega o sistema público de saúde, gerando altos custos com tratamentos complexos e internações evitáveis. Por outro lado, quando o atendimento dermatológico é feito de forma preventiva e precoce, os gastos públicos são significativamente reduzidos, e a qualidade de vida da população melhora de forma expressiva”, diz o especialista. 

Os dados provam que há muito desconhecimento sobre o papel do dermatologista. Cerca de 17% da população não o reconhece como médico ou profissional da saúde e, embora 86% saibam que ele trata doenças da pele, poucos conhecem outras áreas de atuação como mucosas, unhas e cabelo. Ainda, segundo o estudo, mulheres com ensino superior e que vivem nas capitais são o perfil que mais acessa cuidados dermatológicos de forma preventiva. Já os homens com baixa escolaridade e sem plano de saúde compõem o grupo com menor frequência de visitas ao especialista. 

Nesse contexto, a Divisão L’Oréal Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal no Brasil reafirma seu compromisso em oferecer soluções abrangentes para a população, facilitando o acesso a consultas dermatológicas em regiões carentes de especialistas; desenvolvendo produtos baseados em pesquisas e testes aprofundados sobre a pele do brasileiro; e disseminando o conhecimento vital sobre saúde da pele através de médicos. 

“Como líder em cuidado com a pele, acreditamos que o acesso à dermatologia é uma questão de saúde pública.  Mapear a pele brasileira é um passo fundamental para compreender suas necessidades reais, respeitando sua diversidade e especificidades. Quando 90 milhões de brasileiros nunca foram a um dermatologista — e 70% dos jovens também não —, estamos diante de um desafio urgente. A pesquisa recém-realizada com a Sociedade Brasileira de Dermatologia e o Instituto Datafolha não apenas valida essa urgência, mas também fortalece o compromisso com a democratização do cuidado com a pele e com o espírito científico que sempre norteou nossa atuação: entender a população brasileira e suas rotinas dermatológicas, aproxima-la cada vez mais dos especialistas e promover informação de qualidade’’, afirma Hanane Saidi, Diretora Geral da Divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal no Brasil. 

‘’A metodologia utilizada na pesquisa, com entrevistas presenciais em todas as regiões do país, garante um olhar representativo sobre a população brasileira e suas formas de acesso, ou falta de acesso, os cuidados com a pele e os profissionais responsáveis por esse cuidado. Permite também identificar segmentos específicos da população que merecem um olhar mais atento quando o assunto é a saúde da pele’’, complementa Luciana Chong, Diretora Geral do Instituto Datafolha. 

Em 2025, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que defende fortemente o maior acesso à dermatologia, participa oficialmente da campanha global ao lado da ILDS e da ISD, dando início a uma ampla mobilização nacional, que conta, simultaneamente, com a campanha de valorização da dermatologia, abordando o lema: “Sua pele fala, só o dermatologista entende”. A campanha reforça a importância de manter hábitos de prevenção no dia a dia, como o uso diário de protetor solar, alimentação equilibrada, boa hidratação e visitas regulares ao dermatologista. Um check-up anual pode ser decisivo para a detecção precoce de doenças de pele. 

A entidade já atua fortemente por meio de campanhas como a de Prevenção ao Câncer da Pele – Dezembro Laranja, levando atendimento gratuito e informação à população, além de garantir a formação ética e técnica de especialistas. Também se mobiliza em diferentes frentes, colocando-se à disposição para contribuir, junto aos órgãos competentes, com iniciativas que ampliem o acesso e qualifiquem o cuidado dermatológico oferecido à população.  

A SBD e a L’Oreal ressaltam que, a partir dos dados obtidos na pesquisa divulgada, será elaborado um Dossiê que reunirá análises detalhadas, tendências e novos dados para aprofundar a compreensão sobre o comportamento da população em relação aos cuidados dermatológicos e à saúde da pele. 

Clique aqui e veja mais detalhes do estudo.

Sobre a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) 

A SBD com 113 anos de existência reúne mais de 12 mil dermatologistas associados em todo o país e é a única sociedade de dermatologia reconhecida pelo Conselho Federal e Medicina e Associação Médica Brasileira. Com forte atuação científica, seus membros contribuem continuamente para o avanço da especialidade, especialmente por meio de estudos originais nas áreas de doenças infectocontagiosas, tropicais e dermatologia clínica, cirurgia dermatológica e cosmiatria. Essa produção reconhecida internacionalmente reforça o papel da dermatologia brasileira como referência global, destacando sua relevância na pesquisa, formação médica qualificada e no desenvolvimento ético e técnico da especialidade. 

A entidade é responsável por campanhas públicas de grande impacto, como a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele (CNPCP), criada em 1987 e institucionalizada em 1999, que realiza atendimentos gratuitos a cerca de 30 mil pessoas por ano, e a Campanha Nacional de Psoríase, promovida desde 2006 com ações educativas em todo o país. Coordena também a concessão do Título de Especialista em Dermatologia (TED), criado em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), que assegura a qualificação técnica dos profissionais da área. Conta com 96 Serviços Credenciados, fundamentais para a formação de novos especialistas, e mantém iniciativas como o Programa de Educação Médica Continuada (EMC-D) e o fortalecimento das Sociedades Regionais, consolidando sua missão de promover o conhecimento científico e garantir o acesso da população a cuidados dermatológicos de excelência. 

Sobre o Grupo L’Oréal  

O Grupo L’Oréal se dedica à beleza há 115 anos. Com seu portfólio internacional único de 38 marcas  diversas e complementares, o Grupo gerou vendas no valor de 43.48 bilhões de euros em 2024 e conta  com mais de 90 mil colaboradores em todo o mundo. Como líder mundial em beleza, a empresa está  presente em todas as redes de distribuição: mercados, lojas de departamento, farmácias e drogarias,  cabeleireiros, varejo de viagens, varejo de marca e e-commerce. Pesquisa & Inovação, e uma equipe  de pesquisa dedicada de 4.000 pessoas, estão no centro da estratégia da L’Oréal, trabalhando para  atender as aspirações de beleza em todo o mundo. Reforçando seu compromisso de sustentabilidade,  a L’Oréal anunciou o programa L’Oréal Para o Futuro e estabeleceu metas ambiciosas de  desenvolvimento sustentável em todo o Grupo para 2030, visando capacitar seu ecossistema para  uma sociedade mais inclusiva e sustentável.   

No Brasil, o quarto maior mercado de beleza do mundo, a companhia completou 65 anos em 2024 e é  uma das líderes entre as empresas de beleza, com um portfólio de 22 marcas no país, como L’Oréal  Paris, Maybelline, Garnier, Niely, Colorama, Kérastase, L’Oréal Professionnel, Matrix, RedKen, La Roche Posay, Vichy, SkinCeuticals, CeraVe, Lancôme, Giorgio Armani, Yves Saint Laurent, Ralph Lauren,  Cacharel, Prada, Azzaro, Valentino e Mugler.  

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26 de junho de 2025

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulga os resultados do Inquérito Epidemiológico/Dermatológico da SBD 2024, estudo nacional que mapeia os principais diagnósticos realizados por dermatologistas no país, em serviços públicos e privados. A pesquisa revela que a acne é a condição mais comum nos atendimentos da rede privada, sobretudo entre jovens de 13 a 24 anos, enquanto o câncer de pele (neoplasias malignas) lidera nas consultas da rede pública.

Esta é a terceira edição do inquérito dermatológico realizado pela SBD, as anteriores ocorreram em 2006 e 2018. O intervalo entre os estudos reforça a relevância da nova edição, que atualiza o panorama das doenças de pele no Brasil e oferece subsídios atualizados para decisões clínicas, acadêmicas e de saúde pública.

“Contribuir com a formulação de políticas públicas, orientar sobres as prioridades na formação e atualização dos dermatologistas, bem como o planejamento da organização dos serviços credenciados e, por fim, balizar os investimentos e pesquisas da indústria farmacêutica, são os principais objetivos e entregas do inquérito”, explica Dr. Heitor de Sá Gonçalves, médico dermatologista e idealizador do levantamento durante sua gestão como presidente da instituição no Biênio 2023-2024.

Com metodologia rigorosa e participação de dermatologistas associados à SBD, o inquérito possibilitou analisar o perfil dos atendimentos realizados em agosto e setembro de 2024. Os dados revelam que:

 

  • Acne foi o diagnóstico mais frequente, representando 9,5% dos casos — com quase 80% dos atendimentos realizados na rede privada, especialmente entre jovens de 13 a 24 anos.
  • Psoríase, com 7,1% dos registros, predominou entre adultos de 25 a 59 anos, sendo mais comum também no atendimento privado, em grande parte durante consultas de retorno.
  • Neoplasias malignas de pele apareceram em 6,9% dos atendimentos, com 58,3% dos casos diagnosticados na rede pública, evidenciando o papel central do SUS na detecção e encaminhamento de casos graves.

“A prevalência de acne entre os jovens é explicada pela busca por autoestima e pelas opções de tratamento hoje disponíveis, que incluem medicamentos altamente eficazes. O crescimento da rede privada também facilitou o acesso ao dermatologista”, detalha Dr. Heitor.

O câncer de pele, mais prevalente nos atendimentos da rede pública, segue sendo um dos principais focos de atuação da SBD. A entidade realiza anualmente a campanha nacional Dezembro Laranja, dedicada à prevenção, diagnóstico precoce e conscientização da população sobre os riscos da exposição solar sem proteção.

“Os dados nos mostram onde estão os principais desafios e onde devemos atuar. O aumento nos casos de câncer de pele reforça a necessidade de fortalecer campanhas de prevenção, além de ampliar a capacitação dos dermatologistas em cirurgia oncológica”, afirma o atual presidente da entidade, Dr. Carlos Barcaui.

Ele destaca ainda iniciativas como as parcerias com o Ministério da Educação para qualificar a formação médica e reduzir a fila de espera por atendimento de câncer de pele no SUS. Além dos cursos da Universidade da Pele, promovidos pela SBD, que são também voltados à oncologia e cirurgia dermatológica.

O levantamento é uma ferramenta valiosa para a SBD, seus serviços credenciados, dermatologistas e residentes em formação, profissionais da saúde, gestores, formadores de opinião e para toda a sociedade, contribuindo para a construção de um Brasil mais informado e com melhores condições de prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças de pele.

Clique aqui e confira a íntegra do inquérito.

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25 de junho de 2025

Com a chegada do Dia Mundial do Vitiligo, celebrado em 25 de junho, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ressalta que com informação, acolhimento e tratamento adequado, é possível resgatar a autoestima dos pacientes e combater o preconceito. 

“É dever de todos abraçar os pacientes com vitiligo, para que se sintam incluídos, respeitados e acolhidos, mas isso só é possível com informação. Ainda há quem acredite, erroneamente, que o vitiligo é contagioso, o que alimenta o preconceito e o isolamento. Por isso, a SBD convida todos a acompanharem nossos canais oficiais, onde divulgamos conteúdos confiáveis sobre as doenças de pele. Educar a população é uma forma de combater o estigma e promover empatia. Afinal, a informação salva vidas e derruba barreiras. Nosso objetivo é contribuir para o resgate da autoestima de pessoas com doenças estigmatizadas como o vitiligo”, afirma o presidente da entidade, Dr. Carlos Barcaui. 

Caracterizado pela perda de coloração da pele, o Vitiligo é uma doença autoimune e genética, que embora não cause prejuízos à saúde física nem seja contagioso, ainda carrega forte impacto emocional e social sobre quem convive com ela. Segundo Dra. Ivonise Follador, médica a dermatologista da SBD, a condição ocorre quando o próprio sistema imunológico ataca os melanócitos, células responsáveis por produzir melanina, o pigmento que dá cor à pele.  

“É uma doença que tem base genética e um forte componente inflamatório. Mas além da predisposição genética, fatores emocionais e traumas físicos na pele também podem desencadear as lesões”, explica a médica. 

Ela destaca que o emocional não deve ser visto apenas como uma possível causa, mas também como uma consequência. “O impacto emocional não se limita ao início da doença. O preconceito e as mudanças na aparência provocam sofrimento psicológico, o que pode agravar ainda mais o quadro”, afirma. 

Na maioria dos casos, o vitiligo se manifesta por manchas brancas na pele, que geralmente não causam sintomas físicos. Em alguns pacientes, no entanto, pode haver coceira leve no início das lesões. O diagnóstico é feito com avaliação clínica, complementada pelo uso da lâmpada de Wood, que ajuda a destacar as áreas afetadas. Em situações específicas, pode ser necessário realizar uma biópsia da pele. 

Controle e avanços 

Embora o vitiligo ainda não tenha cura, há controle eficaz da doença. A principal terapia atualmente é a fototerapia com radiação ultravioleta B, que atua na raiz do problema. “Esse tratamento modula a resposta imunológica de diversas maneiras, aumentando o número de melonócitos, permitindo que as células que produzem pigmento retornem às lesões e repigmentem a pele”, detalha Dra. Ivonise. 

Outras abordagens incluem medicações tópicas, orais e inibidores imunológicos, aplicadas de forma personalizada. “Os resultados são cada vez melhores. Existem casos com respostas profundas ao tratamento, principalmente quando a terapia é iniciada precocemente”, diz a dermatologista. 

No entanto, cuidados específicos são necessários para evitar o agravamento das lesões. Ela alerta que traumas na pele são gatilhos comuns. Uma orientação eficaz, por exemplo, é não retirar as cutículas, apenas empurrá-las. A retirada pode causar microlesões que facilitam o aparecimento de novas manchas. 

Outros procedimentos estéticos também exigem atenção. “Depilação a laser não é recomendada, pois pode destruir os folículos pilosos, que são importantes reservatórios de melanócitos. Da mesma forma, clareadores à base de hidroquinona e peelings agressivos, como o de fenol, devem ser evitados, pois danificam as camadas da pele e podem piorar o quadro”, completa a médica. 

Esperança com novos tratamentos 

Dra. Ivonise ressalta a importância de manter viva a esperança, já que, embora as terapias atuais estejam em constante aprimoramento, a medicina já vislumbra novas abordagens terapêuticas, com potencial para resultados ainda mais eficazes. “Já existem tratamentos inovadores em fase de aprovação, ainda não disponíveis pelo SUS nem liberados pela ANS, mas que devem trazer novas perspectivas para os pacientes em breve”, ressalta. 

Para a especialista, é essencial reforçar que o vitiligo não é contagioso e que muitas pessoas conseguem viver com a doença controlada e com qualidade de vida. “O fato de não ter cura não significa que não tenha solução. Há casos excelentes de controle e melhora. O paciente não deve perder a esperança”, conclui. 

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18 de junho de 2025

Em seu ano centenário, os Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) conquistam um marco sem precedentes: atingiram fator de impacto 3,6, o maior entre todas as revistas científicas brasileiras. 

Além disso, os ABD ocupam agora a 18ª posição entre os 96 periódicos de dermatologia no mundo, consolidando-se como referência internacional na publicação científica da especialidade. 

Este resultado extraordinário, alcançado justamente no ano em que celebramos 100 anos de história, reflete o compromisso contínuo com a excelência, a ética e o avanço da ciência dermatológica no Brasil e no mundo. 

O centenário dos ABD é celebrado com um feito que enche de orgulho toda a comunidade dermatológica brasileira. Uma conquista construída graças à dedicação de autores, revisores, editores, conselhos científicos e de toda a Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

Ciência brasileira que atravessa gerações, rompe fronteiras e se consolida no cenário internacional. Agradecemos a todos que contribuíram para esse excelente trabalho.

 

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17 de junho de 2025

“Meta sem plano não é meta, é sonho. Por isso, estamos trabalhando. Queremos ouvir o Conselho e ajustar o rumo desse transatlântico que é a SBD”, afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dr. Carlos Barcaui, na abertura da reunião do Conselho Deliberativo, realizada no último sábado (14), no Hotel Intercontinental, em São Paulo. O encontro contou com a presença de 69 participantes, entre membros da diretoria, ex-presidentes, presidentes das regionais e delegados.  

Entre as principais decisões, o Conselho aprovou mudanças importantes nos Anais Brasileiros de Dermatologia, que passarão a publicar artigos exclusivamente em inglês. Todos os manuscritos submetidos a partir de janeiro de 2026 deverão estar traduzidos para o idioma.  

Também foi aprovada a modernização da marca da SBD, cuja proposta será avaliada pela diretoria, com participação ativa dos associados no processo de escolha da nova identidade visual.  

Outro ponto de destaque foi a escolha da sede do 82º Congresso Brasileiro de Dermatologia, que será em 2029, em Belo Horizonte, sob presidência da Dra. Flavia Vasques Bittencourt.  

Eleições de Comissões e Editoria  

Durante a reunião, foram realizadas eleições para diversas comissões da entidade. Os nomes escolhidos foram:  

Comissão de Título de Especialista: Dr. Walmar Roncalli Pereira Oliveira (SP)  

Comissão Científica: Dra. Xinaida Taligare Vasconcelos Lima (CE)  

Comissão de Ensino: Dra. Maria de Fátima de Medeiros Brito (PE)  

Comissão de Ética e Defesa Profissional: Dra. Annia Alves Rodrigues Cordeiro (PR)  

Editor Científico dos Anais Brasileiros de Dermatologia: Dr. Hiram Laranjeira de Almeida Jr. (RS)  

Apresentações de relatórios  

A reunião teve início com a apresentação do relatório da secretária-geral, Dra. Regina Carneiro, seguida pela exposição dos demais relatórios. Entre eles, destacam-se o dos Anais Brasileiros de Dermatologia, apresentado pelo Dr. Silvio Alencar Marques; o relatório financeiro de 2024 e a previsão orçamentária de 2026, ambos conduzidos pelo Dr. Marcio Soares Serra; o relatório do Conselho Fiscal, pelo Dr. Abdiel Figueira Lima; o relatório da Comissão Científica, apresentado pelo Dr. Eduardo Henrique Jorge Lago; da Comissão de Ensino, pelo Dr. John Verrinder Veasey; da Comissão de Ética e Defesa Profissional, pela Dra. Ana Claudia de Brito Soares; e da Surgical & Cosmetic Dermatology, apresentado pelo Dr. Hamilton Ometto Stolf. Também houve a apresentação do projeto do Congresso de 2026 e sua previsão orçamentária, conduzida pela Dra. Sílvia Helena Rodrigues Teixeira De Carvalho, entre outros informes.  

Entre os pontos elogiados da reunião, destacou-se a apresentação do Núcleo de Honorários Médicos da SBD, que, entre os integrantes, conta com a condução da Dra. Rosana Lazzarini, 2ª secretária da entidade, e do Dr. Lucas Campos Garcia, que durante apresentação online, ressaltou uma conquista histórica para a especialidade: o reconhecimento oficial do caráter clínico-cirúrgico da Dermatologia.    

“O processo teve início com a demanda de uma associada impedida de realizar crioterapia no consultório. Com base em nota técnica elaborada pela SBD, ela conseguiu autorização da operadora para realizar o procedimento fora do ambiente hospitalar. Isso evidenciou a limitação imposta pela antiga classificação do CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), que reconhecia o dermatologista apenas como médico clínico”, explicou Dr. Lucas.  

A partir desse caso, com atuação direta da Dra. Rosana Lazzarini, foi solicitado ao Ministério do Trabalho o reconhecimento da especialidade como clínico-cirúrgica. Após mais de um ano de tramitação, o pedido foi aprovado em maio de 2025, um marco para a valorização da especialidade.   

“Os dermatologistas elegem a diretoria esperando esse tipo de trabalho. Essa conquista começou na gestão do Dr. Heitor de Sá Gonçalves e continua agora. Estão todos de parabéns, Dr. Lucas e Dra. Rosana. Dá orgulho ver esse nível de atuação na nossa especialidade”, destacou Dr. John Veasey.  

Regras sobre impedimentos são mantidas  

Foram discutidas disposições do Estatuto da entidade referentes aos impedimentos dos membros da Diretoria Executiva (artigo 40, § 7º) e Presidente do Congresso da SBD (artigo 64, § 3º). O Conselho se posicionou a favor da manutenção do artigo 40, § 7º que impede membros da Diretoria Executiva de atuarem como speakers, participarem de boards da indústria e realizarem cursos privados com patrocínio da indústria.

Também se posicionou pela manutenção dos impedimentos do presidente do Congresso Brasileiro de Dermatologia — conforme o Artigo 64, § 3º — que proíbe a realização de cursos privados com patrocínio da indústria, participação como speaker ou presença em boards da indústria tanto no ano anterior quanto no ano de realização do evento.  

Formação e Comunicação  

Dra. Renata Ferreira Magalhães, durante a apresentação do relatório da Comissão de Título de Especialista, destacou que mais de 80% dos residentes e especializandos de serviços credenciados da SBD foram aprovados no exame do TED, enquanto menos de um terço dos médicos oriundos de serviços não credenciados da SBD tiveram aprovação. “Isso mostra a importância desses serviços na formação dos nossos futuros dermatologistas”, afirmou.   

A comunicação institucional da SBD, conduzida pela Dra. Juliana Kida e Dr. Sérgio Palma, também foi valorizada pelos presentes. Dra. Ana Luisa Sampaio elogiou o trabalho realizado nas redes sociais e o posicionamento da entidade na mídia. “Tenho grande preocupação com a visibilidade da especialidade, e acredito que a SBD tem acertado bastante no tom. Essa atuação tem sido fundamental para aproximar a Dermatologia do público, especialmente dos jovens, sempre com ética e responsabilidade nas redes”, disse a médica.  

A organização, dinâmica e o cronograma da reunião do Conselho também foi elogiada pelos participantes. Dr. Thiago Jeunon de Sousa Vargas considerou positiva e bem conduzida: “Foi um encontro muito produtivo. Quem esteve aqui certamente sentiu que seu tempo foi bem investido. Tivemos discussões relevantes e decisões importantes”, destacou o médico.  

Ao encerrar o evento, Dr. Carlos Barcaui agradeceu a participação de todos e reforçou seu compromisso com o diálogo e a transparência. “Vocês têm meu contato direto, fiquem à vontade para contribuir. Vamos seguir juntos, buscando sempre o melhor caminho para a nossa sociedade”, concluiu o presidente da SBD. 

 

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13 de junho de 2025

No dia 13 de junho é celebrado o Dia Internacional de Conscientização sobre o Albinismo, uma data instituída pela ONU em 2014 com o objetivo de dar visibilidade às pessoas com albinismo, combater o preconceito e ampliar o conhecimento da sociedade sobre essa condição genética rara. Em um avanço recente para a garantia de direitos e cuidados especializados, entrou em vigor, em maio, a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Albinismo, estabelecida pela Lei nº 15.140. A Sociedade Brasileira de Dermatologia considera essa política uma oportunidade para a implementação de medidas concretas que melhorem a qualidade de vida de quem nasce com essa condição.  

“Trata-se de um importante instrumento para combater a invisibilidade social e garantir o acesso a cuidados de saúde adequados para uma população altamente vulnerável, especialmente em um país de clima tropical como o Brasil”, diz Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD. 

O médico dermatologista explica que o albinismo é caracterizado pela ausência ou deficiência de melanina, pigmento responsável por dar cor à pele, olhos e cabelos, e que atua como uma barreira natural contra os efeitos nocivos da radiação solar, portanto a falta de melanina torna a pele dessas pessoas extremamente sensível à luz solar, aumentando significativamente o risco de queimaduras graves e o desenvolvimento precoce de câncer de pele. 

“Os tipos mais comuns de câncer de pele entre pessoas com albinismo são os carcinomas não melanoma, especialmente o carcinoma espinocelular (epidermoide) e o carcinoma basocelular. O carcinoma espinocelular, em particular, pode evoluir de forma agressiva e com maior risco de metástase se não for diagnosticado e tratado precocemente”, destaca Dr. Barcaui. 

Em países com alta incidência de radiação ultravioleta, como o Brasil, a exposição solar representa um risco constante. Por isso, a SBD tem atuado ativamente na defesa de políticas públicas que assegurem a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado do câncer de pele. “A campanha Dezembro Laranja, por exemplo, reforça anualmente a importância da fotoproteção como medida essencial de saúde pública, principalmente para grupos de maior risco como as pessoas com albinismo”, diz Dr. Carlos Barcaui, que coordenou a iniciativa em 2024. 

Ele reforça a importância de medidas preventivas rigorosas, como o uso diário de protetor solar com alto fator de proteção, no mínimo FPS 30, além de roupas adequadas com barreira contra raios UV, chapéus de aba larga e óculos escuros com proteção UVA e UVB, mas também reconhece que o alto custo desses itens representa uma barreira significativa para grande parte da população. 

“A SBD defende a implementação de políticas públicas que assegurem a distribuição gratuita de protetores solares e roupas adequadas, especialmente para grupos de risco. Entre as propostas, destaca-se a inclusão dos fotoprotetores na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), permitindo sua oferta contínua e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica o presidente da entidade. 

Além disso, a entidade recomenda a criação de programas estaduais e municipais de fotoproteção, com distribuição regular desses produtos, e a articulação com a indústria nacional para incentivar a produção de fotoprotetores de alta qualidade a preços acessíveis.  

“Essas medidas visam garantir não apenas o acesso, mas também a adesão ao tratamento preventivo, reduzindo significativamente a incidência de câncer de pele entre as pessoas com albinismo. Acreditamos que a nova Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Albinismo representa uma oportunidade valiosa para consolidar essas ações e estamos comprometidos em colaborar tecnicamente para a efetivação dessas políticas, com base em evidências científicas e na experiência acumulada no cuidado dermatológico da população brasileira”, conclui Dr. Carlos Barcaui. 

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4 de junho de 2025

O Dia Mundial da Hidradenite Supurativa é em 6 de junho, data importante para conscientizar a população sobre essa condição de pele ainda pouco conhecida, mas com grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chama atenção para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, que pode incluir desde mudanças de hábitos até cirurgias especializadas. 

“Reforçamos a importância da informação de qualidade e do acompanhamento com dermatologistas especializados, em busca de alertar para a população sobre os riscos da automedicação e das informações desencontradas disponíveis na internet. Nenhuma notícia substitui a consulta com o dermatologista para ter o melhor resultado possível”, diz Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD. 

Se trata de uma doença inflamatória crônica que afeta o folículo piloso, com manifestações frequentes em áreas de dobras do corpo, como axilas, virilha, região glútea, entre outras. “A enfermidade é caracterizada por abscessos dolorosos, nódulos e túneis sob a pele, que inflamam e desinflamam repetidamente. São bastante dolorosas, podem soltar secreção e também, muitas vezes, um odor desagradável”, explica Dra. Maria Cecilia Rivitti, médica dermatologista da SBD, 

A causa envolve fatores genéticos e de estilo de vida, como obesidade, tabagismo e dieta rica em carboidratos. Alterações hormonais, segundo a dermatologista, são raramente observadas. Apesar de não haver cura definitiva, há possibilidade de controle e até de remissão prolongada das lesões, desde que o paciente mantenha acompanhamento regular e adote hábitos saudáveis. 

O diagnóstico é essencialmente clínico, mas pode ser complementado por exames de imagem, como a ultrassonografia. “A combinação de medicamentos, mudanças comportamentais, uso de lasers e cirurgia, quando indicada, pode trazer bons resultados, principalmente se iniciada nas fases iniciais da doença”, conta Dra. Maria Cecília. 

 

Cirurgia de Hidradenite Supurativa 

Para os casos mais avançados, a cirurgia torna-se uma alternativa importante. Dr. Mário Chaves, médico dermatologista da SBD, explica que é indicada para pacientes em estágios moderados a graves da doença. 

“No estágio moderado, o paciente tem lesões nodulares que formam túneis e episódios repetidos de inflamação. Já no estágio grave, essas lesões acometem uma área anatômica inteira. Nesses casos, mesmo com tratamento clínico otimizado, a cirurgia ajuda a controlar a doença ao remover áreas que funcionam como verdadeiras fábricas de mediadores inflamatórios”, detalha Dr. Chaves. 

As técnicas variam desde drenagens simples até excisões amplas com reconstrução, sendo essa última a que apresenta melhores resultados segundo estudos de metanálise. Ainda assim, o especialista ressalta que a cirurgia sozinha não é suficiente. 

“A cirurgia anda de mãos dadas com o tratamento clínico e o controle dos fatores de risco, como sobrepeso, tabagismo e atrito no local. Quando bem conduzida, ela pode induzir a remissão da doença por longos períodos”, afirma. 

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4 de junho de 2025

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reconhece como um avanço importante a recente atualização dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o tratamento da Dermatite Atópica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Após um longo período sem revisões, a incorporação de medicamentos tópicos, como o tacrolimo (Portaria SECTICS/MS nº 31, de 12 de maio de 2025) e o furoato de mometasona (Portaria SECTICS/MS nº 18, de 12 de maio de 2025), além do metotrexato para uso sistêmico (Portaria SECTICS/MS nº 17, de 12 de maio de 2025), representa uma evolução no cuidado aos pacientes que convivem com a doença. 

Ainda assim, a SBD reforça que essas atualizações, embora relevantes, não contemplam de forma plena os casos graves de Dermatite Atópica, especialmente entre a população adulta. Já estão disponíveis no Brasil, com aprovação da Anvisa e incorporação ao rol da ANS, terapias alvo-específicas como o dupilumabe — medicamentos que têm se mostrado eficazes na modificação do curso da doença e na melhora expressiva da qualidade de vida dos pacientes. 

A Portaria SECTICS/MS nº 48, de 3 de outubro de 2024, aprovou a incorporação do uso do dupilumabe para crianças e do upadacitinibe para adolescentes com formas graves de Dermatite Atópica. Contudo, esses tratamentos ainda não foram efetivamente disponibilizados na rede pública. 

Nesse contexto, a Instituição manifesta sua preocupação com a ausência de opções terapêuticas modernas e eficazes para os adultos que enfrentam formas severas da doença, o que compromete os princípios de equidade e integralidade preconizados pelo SUS. 

A SBD reitera sua disposição em colaborar tecnicamente com o Ministério da Saúde na formulação e aprimoramento de políticas públicas que assegurem acesso universal, seguro e digno a todos os pacientes com dermatite atópica no Brasil. 

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28 de maio de 2025

A forte atuação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), junto ao Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), resultou em uma importante e histórica conquista: a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), instrumento oficial do Governo Federal, passou a reconhecer formalmente o título de “Médico Cirurgião Dermatologista”. A mudança reforça a habilitação dos Dermatologistas para a realização de procedimentos cirúrgicos, alinhando a descrição da profissão à formação e à prática médica da especialidade. 

Anteriormente, a CBO se referia de forma genérica ao “Dermatologista”, sem menção expressa às competências cirúrgicas da especialidade. Isso gerava distorções, especialmente no âmbito dos planos de saúde, onde o dermatologista frequentemente recebia valores inferiores pelos mesmos procedimentos realizados por cirurgiões, devido à limitação da antiga nomenclatura, que apontava a especialidade apenas como clínica. 

Com a atualização, os planos de saúde deverão reconhecer e igualar a remuneração de procedimentos cirúrgicos realizados por dermatologistas, conferindo maior equidade e valorização profissional. 

O novo título também oferece maior clareza e respaldo técnico à atuação dos profissionais da área. “Trata-se de um marco na valorização do exercício médico da Dermatologia, oferecendo maior segurança jurídica e fortalecendo o reconhecimento da especialidade frente a tentativas de restrição indevida ou à concorrência desleal de profissionais não médicos”, declara Carlos Barcaui, Presidente da SBD. 

A mudança é fruto da articulação da SBD junto a órgãos públicos e entidades reguladoras, reafirmando o compromisso da entidade com a defesa das prerrogativas do Médico Dermatologista e com a valorização da Dermatologia como especialidade médica baseada na ética, formação especializada e cuidado integral à saúde. 

 

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20 de maio de 2025

O uso do minoxidil oral no tratamento da queda de cabelo, as doenças dos cabelos na infância e os tumores ungueais estão entre os destaques do Simpósio de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que ocorreu em São Paulo, no último final de semana (16/05 e 17/05), em parceria com a Regional local. O evento reuniu especialistas de todo o Brasil e destacou os avanços científicos no diagnóstico e tratamento de doenças capilares e ungueais. 

Entre os assuntos, o uso do Minoxidil, tradicionalmente utilizado como medicamento vasodilatador para hipertensão, tem conquistado espaço no tratamento de condições como a alopecia androgenética – também conhecida como calvície. 

“É uma medicação muito eficaz, com baixos efeitos colaterais se feito em acompanhamento com médico dermatologista. Embora o uso seja mais comum em adultos, em casos específicos o minoxidil oral pode ser utilizado em crianças, sempre com doses individualizadas e avaliação cuidadosa”, explicou a dermatologista Dra. Isabella Doche, que abordou o assunto no evento. 

A especialista também destacou a possibilidade de associar com outras medicações para a alopecia androgenética para ampliar os resultados desde que indicado adequadamente. “Discutimos as doses, como começar o uso, fazer a manutenção, as melhores combinações com o minoxidil 5% tópico”, contou. 

Outro tema que gerou grande interesse entre os participantes foram as doenças capilares na infância. 

Entre os tópicos discutidos estiveram a tinea capitis (micose do couro cabeludo), a tricotilomania e a alopecia areata. A médica dermatologista Dra. Caroline Romanelli alertou para os cuidados com a tinea capitis, que é contagiosa e comum em crianças entre 4 e 7 anos. “É importante orientar as famílias a evitar o compartilhamento de pentes, escovas e manter uma higiene adequada”, destacou. 

A tricotilomania, por sua vez, é um transtorno psicológico em que a criança tem o impulso de arrancar os próprios cabelos. “É essencial abordar esse problema de forma multidisciplinar, com acompanhamento psicológico e apoio familiar. O tratamento pode envolver terapia comportamental, uso de medicamentos ansiolíticos e cuidados dermatológicos para estimular o crescimento dos fios”, explicou Dra. Caroline. 

Já a alopecia areata, doença autoimune que pode provocar perda parcial ou total dos cabelos, foi abordada com otimismo diante dos avanços terapêuticos. A médica destacou a aprovação recente do ritlecitinibe, um inibidor de JAK, para uso em pacientes a partir dos 12 anos.  

“Esses medicamentos têm mostrado resultados positivos em restaurar o crescimento do cabelo em muitos pacientes”, afirmou. Segundo ela, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado fazem toda a diferença, especialmente diante do impacto emocional que a condição pode causar. 

Outro debate entre os médicos dermatologistas ocorreu sobre os tumores ungueais. Segundo Dr. Nilton Gioia Di Chiacchio, responsável por conduzir o assunto, esse grupo de doenças ainda é pouco discutido fora dos meios especializados, apesar de sua gravidade potencial. 

“Existem inúmeros tumores ungueais, benignos e malignos. Os malignos, como o melanoma e o carcinoma espinocelular, têm potencial de metástase e podem ser fatais”, alertou. O médico destacou a importância do diagnóstico precoce como principal ferramenta para mudar o prognóstico dos pacientes. “Alterações na unha, como manchas, vermelhidão ou áreas esbranquiçadas, podem ser confundidas com micoses e acabam sendo negligenciadas”, explicou. 

Além disso, o especialista reforçou que é fundamental que o dermatologista esteja preparado para diferenciar essas condições de outras doenças como psoríase, líquen plano ungueal ou infecções.  

“Tratamos esse tema com carinho, para que os dermatologistas tenham acesso à melhor informação e possam aplicá-la na prática diária, beneficiando assim os pacientes, nosso principal foco”, concluiu. 

Simpósio de Cabelos e Unhas 

O evento reforçou seu papel como uma das principais iniciativas da dermatologia nacional ao promover discussões de alto nível científico e incentivar a troca de experiências entre os profissionais da área. Com temas que vão da infância à vida adulta, da estética ao risco oncológico, o encontro mostrou que a dermatologia capilar e ungueal é uma área cada vez mais estratégica para a saúde e qualidade de vida dos pacientes. 

Clique aqui e encontre o dermatologista mais perto da sua região. Lembre-se, o check-up deve ser anual. 





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