Relatos de casos Surgical & Cosmetic Dermatology



Relatos de casos Surgical & Cosmetic Dermatology

10 de dezembro de 2019
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JSBD – Ano 23 – N.05

Relatos de casos

http://www.doi.org/10.5935/scd1984-8773.2018102936    

Retalho A-T para reconstrução de ferida operatória na ponta nasal

A-T flap for reconstruction of surgical wound in the nasal tip

 

Théo Nicolacópulos; Rogério Nabor Kondo
Serviço de Dermatologia, Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina (PR), Brasil
Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário do Norte do Paraná, Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Londrina (PR), Brasil.

Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum

Correspondência:

Rogério Nabor Kondo
Hospital das Clínicas de Londrina (AEHU) Rodovia PR 445, km 179 − Campus Universitário (UEL)
Londrina-PR – 86051990

E-mail: kondo.dermato@gmail.com

 
Resumo

A região nasal é local frequente de tumores cutâneos, e reparar defeitos nessa região pode ser um grande desafio cirúrgico devido à necessidade do restabelecimento de suas propriedades estrutural, funcional e estética. Este estudo descreve a aplicação de um retalho A-T como opção para reconstrução de ferida operatória secundária à excisão de carcinoma basocelular na ponta nasal.
Palavras-chave: Carcinoma basocelular ; Nariz; Retalhos cirúrgicos

INTRODUÇÃO

A reconstrução de defeitos cirúrgicos decorrentes da excisão de neoplasias na região nasal é um grande desafio devido a características locais, como sua estrutura rígida e de pouca mobilidade.
Descrevemos a utilização de um retalho A-T como opção para o fechamento de ferida operatória na ponta nasal.

 
RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 76 anos, caucasiana, apresentando há oito meses placa eritematosa e infiltrativa na ponta nasal, com biópsia incisional prévia compatível com carcinoma basocelular nodular. Foi realizada marcação de margens cirúrgicas de 3mm para a reconstrução com retalho A-T, utilizando-se incisão nos sulcos alares para o avanço bilateral (Figura 1). O defeito cirúrgico resultante da excisão do tumor não foi passível de fechamento primário (Figura 2A), e as incisões programadas para o retalho A-T foram então realizadas (Figura 2B). O retalho foi posicionado e suturado com fio mononáilon 5-0, alternado com mononáilon 6-0 (Figura 3). Após seis meses, a paciente se apresenta sem sinais de recidiva tumoral e com ótimo resultado estético (Figura 4).

 
DISCUSSÃO

Retalhos cutâneos são recursos que podem ser necessários para o fechamento de excisões de tumores da pele na face.1-4 Na região nasal, as reconstruções podem ser um verdadeiro desafio para o cirurgião dermatológico, devido ao apelo ao bom resultado estético e funcional. As alternativas incluem fechamento primário, cicatrização por segunda intenção, enxertos ou retalhos cutâneos. Entretanto, diversos fatores norteiam a escolha cirúrgica, sendo os retalhos cutâneos uma ótima opção devido à similaridade da pele utilizada para o fechamento, quanto à textura, cor e espessura. Ademais, especificamente na subunidade da ponta nasal, deve-se atentar para a manutenção da forma, posição, contorno e cicatriz.5,6

O retalho A-T é classificado como de avançamento bilateral, de acordo com seu movimento principal em direção à área do defeito.2,4 É um excelente método para solucionar um defeito amplo e profundo cujo tecido adjacente não permite fechamento direto. Possui as vantagens de poder ser realizado sob anestesia local e com resolução num único tempo cirúrgico.4

No presente caso, a lesão da ponta nasal corresponderia ao “A” e a incisão nos sulcos alares nasais bilateralmente, ao teto do “T”, permitindo o avanço bilateral. Tal modalidade respeita os princípios fundamentais cosméticos, de forma que as incisões foram estrategicamente posicionadas na junção das subunidades nasais, maximizando a camuflagem de cicatrizes. Houve boa integração do retalho à área receptora e ótimo aspecto cosmético (Figura 4).

 
CONCLUSÃO

A utilização de retalho A-T para correção de defeitos cirúrgicos em ponta nasal, seguindo princípios fundamentais cosméticos, torna-se opção cirúrgica com ótimo resultado estético e funcional.

 
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES:

Théo Nicolacópulos | ORCID 0000-0001-7672-4337
Concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do manuscrito, cirurgião dermatológico do caso.

Rogério Nabor Kondo | ORCID 0000-0003-1848-3314
Orientação, concepção e planejamento do estudo, elaboração e redação do manuscrito, cirurgião dermatológico do caso.

 
REFERÊNCIAS

1. Hassan MI, Hassan DAE. Reconstruction after removal of basal cell carcinoma. J Am Sci. 2012;8(7):42-9.

2. Baker SR. Advancement flaps. In: Baker SR, editor. Local flaps in facial reconstruction. 2th Ed. Philadelphia: Elservier; 2007. p.415-74.

3. Camacho-Martinez FM, Rollón A, Salazar C, Rodriguez-Rey EM, Moreno D. Free flaps in Surgical Dermatology. Comparison between fasciocutaneous and myocutaneous free flaps in facial reconstructions. An Bras Dermatol. 2011; 86(6):1145-50.

4. Kondo RN, Pontello Junior R. A-T flap for the reconstruction of an operative wound in the malar region. Surg Cosmetic Dermatol. 2015; 7(3):272-74.

5. Faris C, Vuyk HD. Reconstruction of nasal tip and columella. Facial Plast Surg Clin North Am. 2011;19(1):25-62.

6. Lohuis PJFM, Godefroy WP, Baker SR, Tasman AJ. Transposition Flaps in Nasal Reconstruction. Facial Plast Surg Clin N Am. 2011;19(1):85-106.

 

 

 





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