Mais um grande encontro da dermatologia do país
Um evento completo, integrado, organizado e com a marca dos especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia: a competência científica
O último dia do 70º Congresso Brasileiro de Dermatologia reservou diversas aulas interessantes para os congressistas que ficaram até o final do encontro. A terça-feira (8) englobou mais de 50 atividades que promoveram a informação, a troca de conhecimentos e o fortalecimento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e de seus dermatologistas associados.
No primeiro horário, de 8h40 às 9h55, o simpósio de Psoríase, ministrado pelos dermatologistas Gladys Ayres Martins (DF) e Ricardo Romiti (SP), debateu o tratamento da doença por meio de terapêutica tópica, sistêmica clássica e terapia biológica. Um dos convidados desse bloco foi o especialista Alan Menter, dos Estados Unidos, que falou do uso dos biológicos no tratamento da psoríase.
O tema “O futuro da dermatologia: o que vem por aí e como se preparar”, coordenado pelo presidente e vice-presidente da SBD, Gabriel Gontijo, e Jayme de Oliveira Filho, respectivamente, também esteve presente nas atividades da manhã. Palestraram no fórum, o membro da Câmara Técnica de Dermatologia no Conselho Federal de Medicina (CFM), Vicente Pacheco, que falou sobre como estar preparado para o futuro da dermatologia, e o coordenador das ações relativas à Fotoproteção da SBD, Sérgio Schalka, abordando a relação do dermatologista com a indústria farmacêutica.
Segundo o levantamento Radiografia das Escolas Médicas do Brasil, do Conselho Federal de Medicina (CFM), há hoje em funcionamento no Brasil 257 escolas médicas. Em Minas Gerais, por exemplo, estado formado por 20 milhões de habitantes, estão abertas 29 faculdades de medicina; por outro lado, o Canadá, país onde vivem 35 milhões de pessoas, conta com 17 faculdades de medicina. Essa diferença mostra o tamanho dos desafios da saúde brasileira, que atravessa uma crise financeira com cortes expressivos no Ministério da Saúde (MS).
A baixa remuneração, o domínio dos planos de saúde, além da invasão da especialidade, são os maiores desafios da dermatologia.
“Temos 16 mil novos médicos a cada ano no Brasil e 400 mil em atividade, sendo 180 mil sem o título de especialista. A dermatologia ocupa a décima segunda colocação em número de especialistas e em 2020 seremos 500 mil médicos. Temos que trabalhar para a formação de profissionais completos, preservando a qualidade em detrimento da quantidade, e não o oposto. Olhando esses números, podemos dizer que estamos vivendo um cenário de extrema dificuldade, com o dispêndio em saúde sendo baixo e mal investido”, enfatizou Vicente.
Os participantes da mesa foram unânimes ao dizer que a união para a elaboração de um planejamento estratégico com ações e diretrizes da especialidade é o caminho para melhora desse quadro.
“Temos que manter o papel científico e educativo da Sociedade e aumentar a representatividade nas entidades médicas, nos aproximando de representantes parlamentares e órgãos governamentais, pois quanto mais membros tivermos no governo, melhor será para alcançarmos patamares maiores na especialidade”, disse Vicente. Atualmente, há 29 deputados e sete senadores médicos.
As atividades da tarde englobaram 14 sessões “Temas em foco”, como “Dermatite atópica (foto), “A dermatologia estética nos indivíduos afro-brasileiros” e “Obsessão e perfeição: dismorfia”, além de quatro conferências internacionais e a sessão especial sobre “Desafios terapêuticos”.
O encerramento do maior encontro da dermatologia brasileira ocorreu às 17h, com a distribuição prêmios e sorteios. Em seu discurso de encerramento, o presidente do Congresso, Vitor Reis, que disse estar muito orgulhoso da imensa participação dos congressistas – cerca de 4 mil – e das amplas e edificantes discussões e trocas realizadas, agradecendo a todos: dermatologistas, comissões organizadora, científica e a Diretoria da SBD.
Que venha o Congresso Brasileiro de Dermatologia de Porto Alegre, de 7 a 10 de setembro!