Envelhecimento Além das Rugas: em parceria com O Globo, SBD realiza debate no Rio de Janeiro



Envelhecimento Além das Rugas: em parceria com O Globo, SBD realiza debate no Rio de Janeiro

25 de agosto de 2018
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Representantes da SBD e profissionais de diferentes áreas participaram, na manhã de terça-feira (21/8), no Rio de Janeiro, de seminário para ampliar o debate sobre um tema que se multiplica no Brasil: o envelhecimento. Segundo o IBGE, em 2030, a cada 100 crianças haverá 100 idosos. O encontro ocorreu em parceria com O Globo e apresentou ideias voltadas para melhor qualidade de vida e saúde da população durante essa fase da vida. Políticas públicas, fenômenos demográficos, hábitos saudáveis, socialização e cultura foram alguns assuntos tratados em três mesas de debates.

Após a abertura, a primeira mesa do Envelhecimento Além das Rugas debateu importantes questões sobre como estamos envelhecendo. Participaram da roda de conversa, o presidente da SBD, José Antonio Sanches; o gerente de Estudos e Pesquisas Sociais do IBGE, Antônio Tadeu; a coordenadora-geral de política de envelhecimento ativo e saudável da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos, Márcia Gebara; e o médico e comentarista de rádio e TV Luis Fernando Corrêa.

Em sua fala, o presidente da SBD, José Antônio Sanches, ressaltou que a dermatologia cresceu muito no sentido de minimizar os efeitos do envelhecimento da pele, através da cosmiatria. Hoje com procedimentos minimamente invasivos é possível manter um aspecto jovial. “A pele é um órgão que traz revestimento físico, químico e com propriedade imunológica que nos defende o tempo todo das agressões do meio ambiente. Por isso, temos que cuidar da saúde desse órgão muito além das rugas. Essa é a proposta da SBD para a sociedade como um todo”.

O gerente do IBGE Antônio Tadeu disse que a velhice virou um problema para o país, que cultiva de maneira obcecada pela imagem da juventude. “Temos que mudar esse paradigma e olhar de outra maneira para a velhice, tendo como enfoque o cuidado”. Ele salientou também a necessidade do envelhecimento ser acompanhado do desenvolvimento social e econômico. O Brasil não enriqueceu e dobrará o número de idosos em 23 anos, alcançando a impressionante taxa de 20% da população em 2033. A França levou 145 anos para realizar essa transição demográfica e os Estados Unidos 75 anos.

No segundo bloco, o assessor do Departamento de Dermatologia Geriátrica, Luiz Gameiro; o diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati-Uerj), Renato Veras; e o médico Alexandre Kalache, responsável durante 14 anos pelo programa global de envelhecimento da OMS e atual presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, debateram sobre como o idoso pode ser mais saudável e resistente às doenças.

Gameiro falou sobre a importância da proteção solar desde a infância para manter a pele bonita até a maturidade. “É necessário ter uma exposição solar equilibrada e com proteção. O sol não pode ser considerado vilão, pois é uma das formas mais eficazes para a produção da vitamina D. Manchas, rugas e sinais de aspereza são mais relacionados ao envelhecimento causado por cigarro, radiação ultravioleta e poluição atmosférica”. O médico dermatologista explicou ainda que o ressecamento é um dos principais problemas de pele em idosos: “O primeiro cuidado deve ser beber bastante de água. No banho, usar sabonetes à base de glicerina e evitar bucha. Em seguida, passar hidratante, repetindo a ação duas a três vezes ao dia”.

O médico Alexandre Kalache disse que as doenças que acometem a pessoa idosa são as mesmas que acometem os jovens e adultos. “A falta de investimento em saúde pública faz com quem tenhamos doenças precoces por falta de políticas de promoção à saúde. O prêmio de ter envelhecido vira um castigo em decorrência da desigualdade na velhice”, ressaltou, completando: “Há um mantra que diz ´quanto mais cedo, melhor, mas nunca é tarde demais´. Não se cuidou aos 20? Começa aos 30. Não se cuidou aos 30, começa aos 50. Não foi aos 50, começa aos 80. Porque sempre haverá ganhos, mas quanto mais cedo começar, melhor. Isso vale para nós individualmente e também para o governo e o Congresso. Se não começaram a se preparar para o envelhecimento da população, que comecem agora.”

Os excessos praticados pela indústria da beleza foram abordados pelo vice-presidente da SBD, Sérgio Palma, na terceira mesa, que contou com as participações do maquiador e fotógrafo Fernando Torquatto, do dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus e da atriz Rosamaria Murtinho, de 82 anos.

“A indústria da beleza, com muitos profissionais não habilitados e mesmo alguns médicos que não têm postura ética, pode levar a exageros e à busca desenfreada pela juventude”, disse Sérgio Palma, salientando que a população brasileira tem acesso a diferentes tratamentos e procedimentos que trazem melhor qualidade da pele sem envolver produtos e tecnologias caras nas unidades públicas de saúde por meio dos Serviços Dermatológicos Universitários Credenciados pela SBD.

Procurar um profissional com bom treinamento é essencial para garantir a segurança do tratamento e para bons resultados.

Leia o caderno especial sobre envelhecimento publicado pelo O Globo neste domingo (26/8).

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Fotos: Fábio Cordeiro / O Globo





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