São Paulo será a capital da dermatologia em 2020




7 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

De 5 a 8 de setembro ocorrerá o maior e mais importante Congresso de Dermatologia do Brasil, o Dermato São Paulo. Sob o slogan “Dermatologia: novos horizontes”, o evento presidido pelo dermatologista Cyro Festa Netto reunirá milhares de dermatologistas do país para atualização científica num contexto de muitas transformações e avanços na tecnologia aplicada à medicina, à dermatologia e à comunicação. Ainda no ano passado, após reuniões para a troca de ideias entre comissão organizadora, departamentos científicos e especialistas da SBD, iniciou-se o trabalho de desenvolvimento da programação científica.

O coordenador de mídia eletrônica e redes sociais, Moyses Lemos, afirma que o planejamento das atividades científicas foi pensado de forma minuciosa, com a inclusão de cursos pré-congresso em salas que variam de 180 a 600 lugares, além de 347 atividades científicas estruturadas para essa edição. Serão realizados cursos de dia inteiro, com módulos e coordenadores diferentes, além de cursos pontuais de uma hora e meia.

“Estamos desenvolvendo o trabalho visando à oferta de excelente atualização científica e ótimo aprendizado, e priorizando a participação de novos talentos. Gostaríamos de lembrar que, como os cursos pré-congresso são gratuitos, quanto antes o associado se inscrever, mais chances terá de encontrar vagas no curso desejado”, observa Moyses Lemos.

Os associados terão acesso a 44 atividades gratuitas no primeiro dia de evento, que abordarão assuntos como lasers e outras tecnologias, oncologia cutânea, dermatologia cosmiátrica, cirúrgica, marketing de consultório, entre outros. “Além disso, no último dia teremos a novidade da sala única com os destaques do congresso nas sessões especiais”, completa. Até o momento, seis convidados estrangeiros confirmaram a participação: Antonella Tosti (Itália); Johannes Ring (Alemanha); Oscar Colegio (Estados Unidos); Gustavo Camino (Peru); Margarida Gonçalo (Portugal); Rolf Markus Szeimes (Alemanha).

Todas as áreas de interesse da especialidade serão discutidas por renomados especialistas compondo uma agenda científica que manterá a marca dos eventos da Sociedade. Para isso, estão previstos 42 cursos teóricos; 31 cursos práticos em vídeo; 85 simpósios; oito sessões de anatomoclínica; 24 sessões de discussão de casos clínicos com os departamentos da SBD; 29 sessões especiais; 87 fóruns; 12 casos clínicos. Entre os temas dessas discussões estão os mais frequentes do dia a dia do consultório, como acne, melasma, alopecia e câncer da pele.

Ao longo dos meses, os participantes poderão acompanhar as novidades sobre o congresso nas redes sociais e no site da SBD. As inscrições foram abertas no ano passado, antecedência que visou facilitar o planejamento dos dermatologistas. O segundo prazo para inscrições com valores diferenciados termina em 30 de março. Aproveite para se inscrever até lá.

Trabalhos científicos

A partir de 30 de março estarão abertas as inscrições para trabalhos científicos. Tudo pode ser feito pela página oficial do congresso no site da SBD: DermatoSBD 2020, e o médico dermatologista terá até o dia 15 de maio para submeter seu artigo nas categorias disponíveis.

Acesse e saiba mais detalhes do maior evento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que retorna a São Paulo após cinco anos.

 

Maior e mais importante evento no calendário da SBD, o Congresso Brasileiro de Dermatologia ocorrerá em setembro na cidade de São Paulo


7 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

No dia 31 de janeiro, a Diretoria da SBD realizou a primeira reunião do ano com a equipe editorial da revista Surgical & Cosmetic Dermatology. No encontro, realizado na sede da SBD, o presidente Sérgio Palma reiterou o empenho na garantia de infraestrutura e logística para a revista e para outras publicações que levam o selo e o nome da dermatologia brasileira. “Estamos desenvolvendo um trabalho intenso para que essas plataformas de conhecimento mantenham nível elevado, o que contribuirá para sua projeção no cenário internacional. Aos editores da Surgical & Cosmetic Dermatology, os professores Bogdana Victoria Kadunc e Hamilton Stolf, que estiveram conosco nesse encontro, nossos parabéns pela dedicação e pelo brilhante trabalho que vem sendo realizado”, considera Palma.


6 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Com quase 10 mil dermatologistas em atividade, cuidando da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas em todo o Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou, nesta quarta-feira (5/2), um minidocumentário que destaca a formação profissional e ética desses especialistas comprometidos com a qualidade do atendimento em diferentes frentes da dermatologia como a clínica, a cirurgia e a cosmiatria.

O vídeo faz parte das comemorações pelo Dia do Dermatologista (5 de fevereiro). O presidente da SBD, Sérgio Palma, destacou que a homenagem reforça a boa formação em dermatologia, em que o uso da tecnologia não implica em “esquecer o lado humano” da relação médico-paciente. “A gente precisa desse olhar, dessa atenção ao ser humano. Então, é esse dermatologista do futuro que eu desejo”, ressaltou. 

Atualmente, há cerca de três mil doenças dermatológicas catalogadas e uma demanda crescente por cuidados cosmiátricos. Como reafirmou o presidente da SBD no vídeo, “cabe ao dermatologista cuidar para que essas patologias não evoluam de uma forma mais agressiva, assim como minimizar, aliviar o sofrimento dos pacientes e, claro, buscar sempre o avanço tecnológico de ponta. Isso tanto no serviço público quanto no serviço privado”.

Os outros especialistas que participaram do vídeo, de forma geral, destacaram em suas participações a necessidade de que os dermatologistas passem por uma formação ampla, o que inclui uma carga horária com foco na prática. Atualmente, a SBD mantém 89 Programas de Residência Médica credenciados em 24 estados. No total, são 826 residentes em formação. Todos são obrigados a seguir os parâmetros de excelência da SBD e da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

A partir deste ano, com as mudanças na matriz curricular da residência em dermatologia, esses programas vão oferecer 8.640 horas de treinamento prático e teórico. “Não é em um curso de fim de semana que alguém se transforma em bom dermatologista”, destacou em sua entrevista a editora da Surgical & Cosmetic Dermatology, Bogdana Victoria Kadunc. 

No vídeo, além da importância da boa formação, os entrevistados abordam aspectos éticos que devem ser observados na relação com os pacientes, com os outros médicos e com os profissionais da saúde em geral. 

“A SBD é uma das maiores instituições médicas do mundo relacionadas à pele e a gente tem certeza de que está indo em bom caminho nessa entrega de qualidade de um bom profissional à população”, finalizou Palma no vídeo dirigido aos colegas de profissão.
 

 


6 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Até o dia 19 de fevereiro é possível enviar contribuições para o aperfeiçoamento da Resolução n. 2.227/2018, que disciplina a telemedicina como forma de prestação de serviços médicos mediados por tecnologias no país. As contribuições podem ser feitas em formulário Consulta Telemedicina disponível no site do CFM.

Todas as propostas e comentários enviados serão analisados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), por intermédio de grupo de trabalho criado especificamente para acompanhar o processo. O relatório subsidiará a produção de um novo documento normativo.

 


3 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

De 19 a 23 de fevereiro, Londres sediou o primeiro Congresso Global sobre Epidermólise Bolhosa (EB World Congress 2020). O médico dermatologista Samuel Mandelbaum esteve presente no encontro representando o Dermacamp, o Serviço de Dermatologia da Universidade de Taubaté e o Serviço da Santa Casa de São José dos Campos. Durante cinco dias, 730 pesquisadores e cientistas de 55 países discutiram minuciosamente os aspectos dessa complexa e rara genodermatose, que hoje engloba 34 subtipos. O evento foi promovido pela Debra International.

“Muitas pesquisas estão em fase 3, e em dois anos os primeiros tratamentos efetivos para uma das doenças mais complexas da medicina devem estar disponíveis. Terapias genéticas, colágeno recombinante, imunobiológicos para o câncer metastático, losartana oral e tratamentos tópicos com derivados vegetais estão entre as novas possibilidades terapêuticas para uma doença que até poucos anos só contava com cuidados locais”, detalha Mandelbaum.

Troca de experiências
Ao longo do encontro, o médico fez uma visita ao RDC Rare Diseases Centre do Guy’s & St. Thomas Hospital, que possui um setor especialmente adaptado para acolher e atender pacientes com epidermólise bolhosa e suas famílias. São 480 pessoas com epidermólise bolhosa no Reino Unido atendidas por equipe multiprofissional e multidisciplinar em ambientes acessíveis, climatizados e protegidos. “Os enfermeiros especialistas em dermatologia representam papel fundamental no atendimento à EB no Centro de Doenças Raras. Nossa visita foi muito proveitosa para incrementar a troca de conhecimentos e trazer a experiência inglesa para os nossos pacientes com EB no Brasil”, disse Samuel Mandelbaum. Psicólogos, fisioterapeutas, médicos oftalmologistas e oncologistas trabalham sob a direção da médica dermatologista e professora de Dermatologia no St. Thomas Hospital, Jemima Mellerio. A Dermatologia do St. Thomas faz parte do King’s College of London e é chefiada pelo Prof. John McGrath.

Na primeira foto estão os médicos Samuel Mandelbaum e a Kattya Mayre-Chilton, coordenadora dos Grupos de Trabalho da DEBRA sobre os CPG Clinical Practice Guidelines, Na outra, estão a chefe do RDC (à direita), Profa. Jemima Mellerio, ao lado dos enfermeiros especialistas em dermatologia do Centro de Doenças Raras.


3 de fevereiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Exemplos de mães que se inspiram em seus filhos para realizar projetos diversos não faltam. Mas quando o que impulsiona esse projeto é um problema de saúde, a história toma contornos diferentes. Esse é o caso de Tatiane Santos de Oliveira, mãe de Maria Luiza, que recebeu o diagnóstico de vitiligo aos três anos – hoje ela tem oito. Autora de A menina feita de nuvens, que narra o cotidiano de uma menina que tem manchinhas nos olhos – chamadas de nuvens – e poderes especiais, Tatiane escreveu o livro para ajudar a filha e outras crianças que passam pela doença a se sentir representadas com sensibilidade, poesia e alegria. “Quando tivemos o diagnóstico, procurei um livro voltado para o público infantil que falasse sobre o vitiligo e a perda de pigmentação em várias partes do corpo de forma lúdica, mas não encontrei. Então, como sou designer e trabalho com livros, resolvi fazer um conto para a minha filha se sentir representada. Fiz as ilustrações, o texto e montei tudo. Inicialmente, a ideia era imprimir em uma gráfica rápida só para ela, mas, conforme eu mostrava o arquivo para meus amigos, o retorno era tão positivo, que resolvi tentar publicar”. Lançado pela editora Estrela Cultural, a publicação tem ajudado outras famílias a reescrever a história dessas crianças “com nuvens”, fazendo-as se olharem com mais carinho e empatia para com sua condição.

A seguir, Tatiane nos relata o processo de descoberta do vitiligo, de como foi contar para a filha sobre sua nova realidade e como o atendimento diferenciado por parte do médico que atendeu a menina fez toda a diferença na forma como a família lidou com o tratamento. Quem quiser conhecer o Instagram dela, o perfil é o: @ameninafeitadenuvens

SBD: Quando começaram a aparecer as primeiras manchas, você já procurou um médico ou achou que pudesse ser outra coisa? E como foi esse primeiro contato com o especialista?
Tatiane: As primeiras manchinhas apareceram quando ela tinha três anos. No começo achava que eram marquinhas de machucado, mas quando percebi que estavam aumentando procurei um dermatologista. Não senti confiança logo de cara, especialmente quando deu sua opinião parecendo estar com pena de minha filha. Então, resolvi pesquisar outros médicos até que encontrei o que a acompanhou durante todo o processo.

SBD: Como foi descobrir que sua filha tinha vitiligo aos três anos? O que sentiu ao ouvir o diagnóstico?
Tatiane: Eu fiquei muito assustada, não sabia muito a respeito, e fiz algumas pesquisas que só assustavam ainda mais. As frases "não tem cura", "pode causar depressão", “pode causar problemas com autoestima" e mais um monte de informações ficaram assombrando minha cabeça. Até que cheguei a um especialista da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, o Dr. Paulo Luzio Marques, que foi quem acalmou meu coração, e iniciamos um tratamento.

SBD: Durante todo o processo até chegar ao diagnóstico final, quais foram os momentos mais angustiantes e por quê?
Tatiane: Foram os comentários das pessoas do nosso convívio e ao nosso redor. Muitos falavam do vitiligo como se fosse uma doença terminal, algo muito negativo. Era assim toda vez que eu contava sobre as manchinhas da Maria Luiza. E isso começou a nos incomodar. As reações eram exageradas, como se fosse o fim do mundo, mas eu sabia que não era. E novamente o médico que a atendia teve papel fundamental em nos acalmar e explicar que não era verdade o que ouvíamos a todo instante.

SBD: E como foi explicar esse diagnóstico para sua filha, já que era tão novinha? Ela compreendeu?
Tatiane: Eu expliquei que ela tinha uma doença de pele, que tinha um desenho especial. Como ela era muito novinha, tentei fazer tudo mais leve e lúdico para ela entender o motivo de passar as pomadinhas. E fizemos uma espécie de "tratamento alternativo", que consistia em elogiar sempre cada manchinha, procurar formatos divertidos, contornar com canetinha e ficou tudo mais divertido e leve. E assim ela se sentia especial. O médico dela também não escondia nada dela e explicava cada questionamento que ela fazia, sempre de forma firme, mas gentil.

SBD: Hoje ela já é maior e tem mais compreensão sobre o vitiligo? Ela encara bem ou questiona?
Tatiane: Hoje ela tem oito anos e pediu para parar o tratamento, mesmo com ele surtindo efeito. Ela não quer mais, não quer perder suas nuvenzinhas. Acho que isso diz muito sobre sua autoestima e a imagem empoderada que tem de si. E além de conversarmos em casa sobre o assunto, sempre de forma natural e sem vitimismos, a relação que ela criou com o médico dela também gerou essa confiança em si mesma.

SBD: Como foi o acompanhamento médico nesse período?
Tatiane: Com quase dois anos de tratamento, apareceram resultados positivos. Algumas áreas conseguimos pigmentar. Mas, mesmo com todo o carinho e a atenção do médico, ela resolveu interromper o tratamento. Se será algo momentâneo ou não eu não sei, mas acho que essa vontade diz muito sobre a aceitação dela em relação ao vitiligo.

SBD: Crianças, por vezes, são cruéis. Como sua filha reage a possíveis bullyings? Ela enfrenta bem o problema?
Tatiane: Por causa do nosso livro, eu fiz um escudo de proteção a nossa volta, e ela é vista com admiração. Na escola, foi trabalhado o livro com os coleguinhas. Com a família e os amigos, todos sabem da condição dela. Para se ter uma ideia de como avançamos com o livro, alguns amiguinhos até querem ter vitiligo e brincam que as marquinhas de machucado são as manchinhas da pele. Mas é importante lembrar que, quando a informação não chega até os locais que ela frequenta, recebe muitos olhares curiosos. Porém, parte dela mesma dizer que é feita de nuvens.

SBD: Na sua visão, qual é a importância do atendimento humanizado, e como ele pode mudar a percepção do paciente sobre a doença ou problema que esteja enfrentando. Você recebeu esse atendimento acolhedor durante esse processo com sua filha?
Tatiane: Eu acho fundamental que médicos saibam que a maneira que vão passar o diagnóstico faz toda a diferença para o paciente. Alguns passam a informação como se fosse uma sentença de morte, como se fosse acabar a vida da pessoa. O acolhimento é o melhor caminho e é preciso enfatizar como é fundamental falar com cuidado e carinho. Quem escuta, no caso o paciente, está cheio de dúvidas e medo. E o médico precisa entender isso. Antes de iniciar o tratamento, o médico conversou bastante com minha filha, explicou delicadamente o que ela tinha e tirou muitas dúvidas sobre a doença, sempre com bastante humanidade. Acho que é esta, aliás, a melhor palavra para definir como foi esse atendimento: humanizado.
 

SBD: Se pudesse compartilhar com a sociedade médica suas impressões ao longo desse caminho, do tratamento de sua filha, o que diria?
Tatiane: Eu diria aos médicos que o conhecimento que detêm é tão fundamental como a maneira que passarão isso para as famílias. Quando somos pegos de surpresa por algo que aparentemente não está bem na saúde de um familiar, especialmente quando falamos dos nossos filhos, precisamos, literalmente, daquele ombro amigo que vai entender que tudo é muito novo e que essa nova condição precisa ser compreendida pelas pessoas da família. Além disso, seria importante algum tipo de solicitação das sociedades médicas ao Ministério da Saúde para que mais informações sobre a doença fossem veiculadas nos meios de comunicação, nas escolas, em todos os lugares. Percebo que o motivo de bullyings, muitas vezes, é a falta de informação das pessoas e, por isso também, acho que deveria haver um calendário oficial na saúde para falar sobre vitiligo, como acontece em algumas cidades, como Piracicaba e Bragança Paulista, que têm campanhas específicas sobre a doença para toda a população. A SBD faz campanhas de conscientização anuais em junho. Mas é preciso, ainda, explicar claramente que o vitiligo não é contagioso, pois há muito preconceito não apenas com a aparência de quem tem, mas também pelo fato de muitos acreditarem que podem “pegar”.

 


31 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Segundo a pesquisa Perfil das Consultas Dermatológicas, realizada pela própria Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em 2018, a acne é o principal motivo que leva a consultas dermatológicas. Os dados não foram exatamente uma surpresa na época, levando-se em conta que as pessoas tendem a procurar tratamento com mais agilidade quando o problema afeta diretamente a aparência, como é o caso da acne.

A médica dermatologista da SBD e chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marcia Ramos-e-Silva, explica que a acne é uma condição bastante comum não só no Brasil, mas em todo o mundo, e é na adolescência que se apresenta de forma mais aguda, atingindo entre 79 e 95% da população dessa faixa etária. Pode, porém, acometer também adultos, especialmente mulheres entre 25 e 40 anos. “Estima-se que haja mais de 16 milhões de brasileiras portadoras dessa condição, na proporção de quatro mulheres afetadas para cada homem. Atinge também todas as raças, apesar de parecer mais frequentes nos brancos”, esclarece.

É o caso da jornalista Alice Santos, de 38 anos. Quando mais nova, não costumava ter espinhas no rosto, mas com o tempo começou a apresentar pequenas bolinhas que logo foram diagnosticadas por sua dermatologista como acne. “Achei estranho porque normalmente associamos espinhas, cravos e o inchaço característico à adolescência, e nesse período minha pele era boa. Quando minha médica falou sobre acne, a primeira preocupação foi com a maquiagem, pois apesar de não usar nada pesado, gosto de passar pó para evitar o brilho e blush para dar cor. Mas fiquei preocupada com a questão de tampar os poros da pele, e ela logo me tranquilizou sobre isso”, conta.

E realmente não há problema no uso de maquiagem nos indivíduos que apresentem acne, basta que o produto não seja comedogênico e seja livre de óleo. “Além disso, a maquiagem pode estar associado a alguma substância para ao mesmo tempo tratar a acne, como substâncias secativas: ácido salicílico, entre outros”, pontua Marcia.

Embora não exista contraindicação para o uso de maquiagens por quem tem acne, é importante alertar que a não proibição deve caminhar junto com o tratamento adequado. Ou seja, uma rotina diária de cuidados com a pele é fundamental para a resolução do quadro. “O primeiro e muito importante passo é uma limpeza correta pela manhã e à noite, com o uso de produtos adequados para a pele acneica. Os produtos específicos, sejam eles orais ou tópicos, em geral, só funcionarão com a associação desta limpeza apropriada”, enfatiza a médica.

Ela salienta que atualmente há tratamentos bastante eficientes para melhorar a condição. “Quando comecei na dermatologia, os casos graves inexoravelmente caminhavam para cicatrizes inestéticas, mesmo com os tratamentos disponíveis naquela época, e isso não acontece mais desde o advento dos retinoides”.

No entanto, a médica lembra que os médicos devem ficar atentos na escolha da medicação correta para cada caso. “Devem ser avaliados localização, intensidade, frequência de aparecimento das lesões, sexo e idade do paciente, entre outros aspectos, e o uso de procedimentos e limpezas adjuvantes. Isso nos permite resolver e/ou melhorar muito todos os pacientes que usam as medicações corretamente”, comenta.

 


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

Com a chegada do verão e das altas temperaturas, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reforça as recomendações sobre os cuidados para evitar o câncer da pele por meio da campanha Verão Laranja, que é uma continuidade do movimento Dezembro Laranja. No site e nas redes sociais da instituição, estão sendo publicadas diferentes reportagens sobre o assunto, incluindo cuidados diários em relação à exposição aos raios ultravioletas como forma reduzir a incidência dos danos solares cumulativos relacionados ao câncer da pele.

De acordo com dados da Campanha Nacional do Câncer da Pele realizada em dezembro pela SBD, mais de 60% dos brasileiros não usam nenhum tipo de proteção no dia a dia.

Lembrando que a radiação solar ultravioleta do país é uma das maiores do mundo, o coordenador nacional da campanha, Elimar Gomes, ressalta a necessidade de se proteger o ano inteiro com filtro solar, roupa adequada, óculos escuros com fotoproteção e recomenda a redução da exposição desprotegida e em horários de maior incidência dos raios solares, que é das 9h às 15h.

Saiba mais sobre o assunto: Câncer de pele mata 33 mil brasileiros em dez anos e causa 30% dos tumores malignos, disponível aqui.

 


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

O Instituto de Dermatologia Prof. Rubem David Azulay da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro durante o período do recesso fez uma reforma completa das suas fachadas e, internamente, construiu mais uma sala no Setor de Cosmiatria. Na foto, está a pós-graduanda do terceiro ano, Lara Tusset, atendendo a uma paciente na nova sala.

O chefe do Serviço, o médico dermatologista David Azulay, informa que foi concluído o processo seletivo dos novos alunos que iniciarão o nosso Curso de Pós-Graduação em 2020 que está sob coordenação da Profa. Regina Schechtman. “Uma das grandes características da instituição é ser cosmopolita e isso, mais uma vez, se confirmou. Os alunos selecionados são oriundos das mais diversas localidades como: Rio Grande do Norte, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Brasília, Minas Gerais, Estado do Rio, Colômbia, Chile, Bolívia e Equador”, disse Azulay.

 

 


30 de janeiro de 2020 0

JSBD – Ano 23 – N.06 – 01 – DEZEMBRO-FEVEREIRO

O Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFMG, além de referência no tratamento da dermatite atópica, se destaca pelo projeto de extensão criado em 2004 por intermédio do Grupo de Apoio às Crianças com Dermatite Atópica coordenado pela dermatologista pediátrica, Cláudia Márcia de Resende Silva. O grupo, com suas reuniões mensais, tem-se mostrado extremamente enriquecedor para todos os envolvidos no cuidado do paciente atópico. Além de dermatologistas e residentes, é composto por psicólogos, e dividido em dois grupos, um de crianças de colo e seus acompanhantes, e o outro de crianças já com certo grau de independência. “Por proporcionar a troca de experiências, o grupo mostra que as crianças não passam por esse momento sozinhas. De uma forma didática, elas aprendem a cuidar da pele e percebem que sua participação é importante no controle da doença”, afirma a médica.

Para comemorar os 15 anos de atividades, o projeto criou um jogo, que de forma leve e divertida ensina crianças com dermatite atópica a cuidar da pele para que o tema não seja mais uma fonte de atrito ou preconceito. O jogo é formado por uma trilha onde cada criança é representada por um pino colorido. Durante a caminhada, quem cuida da pele de acordo com as recomendações, pula várias casas para frente. Quem não cuida, tem que voltar algumas casas. Vence o jogo quem chega ao final primeiro. A ideia, que tem sido muito bem sucedida, é reforçar os ensinamentos de uma maneira lúdica, sobre os cuidados necessários e essenciais para as crianças atópicas.





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