Aspectos da imunologia da dermatite atópica foram debatidos na 18ª edição do SBD Live



Aspectos da imunologia da dermatite atópica foram debatidos na 18ª edição do SBD Live

26 de setembro de 2020
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A dermatite atópica é um problema caracterizado por lesões e erupções na pele que afeta a qualidade de vida do paciente e pode estimular problemas como insônia, ansiedade e depressão. Com o objetivo de debater essa doença, a 18ª edição do projeto SBD Live – projeto da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) – apresentou na terça-feira (22/9) o tema “Imunologia da Dermatite Atópica além da resposta Th2”. A transmissão foi gratuita para os associados em plataforma exclusiva da entidade e recebeu apoio da AbbVie.

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A aula expositiva foi conduzida por Ana Paula Galli Sanchez, dermatologista e mestre pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A mediação foi feita por Caio de Castro, professor adjunto de Dermatologia da Santa Casa de Curitiba e coordenador do Jornal da SBD; e Sérgio Palma, presidente da SBD.

“O aprendizado e a capacitação para os nossos associados são a tônica da Gestão 2019-2020 da SBD. Semanalmente, mesmo em tempos de pandemia, nossos associados têm acesso a nossas aulas online e podem rever conteúdos e aprender mais ainda sobre os temas apresentados”, enfatizou o Sérgio Palma.

A atividade aconteceu na véspera do dia dedicado à conscientização sobre essa doença e se junta a uma série de outras iniciativas promovidas ao longo do mês com esse objetivo.

Doença – Durante sua apresentação, Ana Paula Galli Sanchez definiu a dermatite atópica (DA) como uma dermatose inflamatória crônica pruriginosa comum, clinicamente heterogênea e de etiologia multifatorial (fatores genéticos, epigenéticos, ambientais e imunológicos).

“Alterações físicas da barreira cutânea associadas à alteração da microbiota cutânea levam à hiperativação do sistema imunológico nos pacientes com Dermatite Atópica.  A resposta imunológica que se desenvolve mantém as alterações da barreira cutânea. Há aumento da permeabilidade da epiderme, o que favorece a penetração de alérgenos e patógenos. Por isso, os pacientes com Dermatite Atópica apresentam sensibilização a vários antígenos”, explicou.

Segundo ela, a DA está geralmente associada a níveis elevados de IgE no sangue e pode ocorrer simultaneamente com outras doenças inflamatórias do tipo 2, tais como a asma e a rinite alérgica.

A especialista citou estudos que destacam outros subtipos de LT (além dos LTh2) responsáveis pela manutenção do processo inflamatório, como os LTh22. Além disso destacou que na dependência da idade, da fase do processo inflamatório e da etnia do paciente, os LTh17 e os LTh1 podem participar da resposta imunológica.

Citocinas – A palestrante ressaltou que várias citocinas que participam da resposta imunológica na DA são responsáveis pela manutenção do prurido crônico, principal sintoma da doença. Destacou também que os avanços no conhecimento da imunopatogênese da DA vêm permitindo o surgimento de novas modalidades terapêuticas. Os biológicos, por exemplo, têm como alvo a inibição específica de uma citocina da cascata inflamatória ou de seu receptor (como o dupilumabe, que inibe o receptor alfa da IL-4). Por outro lado, os inibidores das janus quinases inibem os sinais de sinalização intracelular, impedindo a ação efetora das citocinas nas suas células-alvos. Os inibidores das janus quinases ainda não estão aprovados para o tratamento da DA, mas vem se mostrando promissores nos estudos randomizados controlados.

O conhecimento da imunopatogênese da DA é essencial para que o médico compreenda o mecanismo de ação dos medicamentos e consiga individualizar a escolha terapêutica. O dermatologista precisa ser capaz de escolher o melhor tratamento anti-inflamatório para o seu paciente, considerando a gravidade da doença, as comorbidades associadas e o comprometimento da qualidade de vida.





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